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1 SUMÁRIO UNIDADE I – FUNDAMENTOS DE MKT E VENDAS 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING ............................................................................ 7 1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE MARKETING ................................................... 7 1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO DE MARKETNG ............................ 8 1.3 TIPOS DE MARKETING ...................................................................................... 11 1.4 PRESSUPOSTOS CENTRAIS DE MARKETING ................................................ 12 2 NOÇÕES BÁSICAS QUANTO A SEGMENTAÇÃO DE MERCADO .................... 14 2.1 MARKETING EMPRESARIAL OU INDUSTRIAL ................................................ 14 2.2 MARKETING PESSOAL ...................................................................................... 14 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO ............................................................... 15 2.4 MARKETING DE MASSA .................................................................................... 17 2.5 MARKETING DE SERVIÇOS .............................................................................. 17 2.6 MARKETING DIRETO ......................................................................................... 18 2.7 MARKETIND DE VAREJO .................................................................................. 18 2.8 MARKETING SOCIETAL ..................................................................................... 19 2.9 MARKETING DIGITAL ........................................................................................ 20 2.10 MARKETING VIRAL .......................................................................................... 20 2.11 MARKETING POLÍTICO .................................................................................... 21 2.12 MARKETING INTERNACIONAL ....................................................................... 21 2.13 TRADE MARKETING ........................................................................................ 22 3 CONCEITOS E DIFERENÇAS ENTRE MARKETING E VENDAS E AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA ................................................................ 23 4 VENDAS E O VENDEDOR IDEAL ......................................................................... 25 5 CONCEITOS DE EMPRESA (A EMPRESA COMO UM SISTEMA ORGANIZACIONAL .................................................................................................. 26 6 A FUNÇÃO E AS NOVAS TENDÊNCIAS E DESAFIOS DE MARKETING E DE VENDAS NA ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO .................................................... 27 UNIDADE II – MIX DE PRODUTOS 2 1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE MIX DE MARKETING, DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS ................................................................................................................ 29 1.1 MIX DE MARKETING .......................................................................................... 29 1.2 PREÇO ................................................................................................................ 31 1.3 PRAÇA OU DISTRIBUIÇÃO................................................................................ 32 1.4 PROMOÇÃO OU COMUNICAÇÃO ..................................................................... 33 1.5 PRODUTOS ........................................................................................................ 33 1.5.1 NÍVEIS DE PRODUTOS ................................................................................... 35 1.5.2 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS ............................................................... 36 1.5.3 OS PRODUTOS CONFORME A DURABILIDADE E TANGIBILIDADE ........... 37 1.5.4 CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS ................................................................. 37 1.6 SERVIÇOS .......................................................................................................... 38 2 CARACTERÍSTICAS DA DIMENSÃO DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS ... 38 3 SELEÇÃO DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS ............................................... 39 4 TIPOS DE POLÍTICA DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS.............................. 40 5 CUSTOS CONSIDERADOS NA DETERMINAÇÃO DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS ................................................................................................................ 40 6 PLANO BÁSICO DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS .................................... 41 7 FATORES INTERNOS E EXTERNOS Á EMPRESA, QUE INFLUENCIAM NA DETERMINAÇÃO DO MIX DE PRODUTOS/SERVIÇOS ......................................... 42 7.1 MICROAMBIENTE .............................................................................................. 42 7.2 MACROAMBIENTE ............................................................................................. 43 UNIDADE III – MARKETING DE SERVIÇOS 1 CONCEITOS BÁSICO ........................................................................................... 44 1.1 DEFINIÇÃO DE MARKETING ............................................................................. 44 1.2 NECESSIDADE ................................................................................................... 44 1.3 DESEJOS ............................................................................................................ 45 1.4 DEMANDA ........................................................................................................... 45 1.5 PRODUTOS E/OU SERVIÇOS ........................................................................... 45 1.6 TROCA ................................................................................................................ 46 1.7 TRANSAÇÕES .................................................................................................... 46 1.8 MERCADO .......................................................................................................... 46 1.9 DEFINIÇÃO DE SERVIÇOS ................................................................................ 47 3 1.9.1 SERVIÇO COMO PARTE INTEGRANTE DE UM PRODUTO ......................... 47 1.9.2 CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DOS SERVIÇOS ................................... 47 1.10 ANÁLISE DO MERCADO E DAS ESTRATÉGIAS MERCADOLÓGICAS ......... 49 2 MARKETING DE SERVIÇOS................................................................................. 50 2.1 O SETOR DE SERVIÇOS ................................................................................... 50 2.2 APROFUNDANDO O CONCEITO DE SERVIÇOS ............................................. 53 2.3 TIPOS DE SERVIÇOS ........................................................................................ 54 2.4 DIFERENÇA ENTRE MARKETING DE BENS E DE SERVIÇOS ....................... 54 2.5 QUALIDADE DOS SERVIÇOS ............................................................................ 57 UNIDADE IV – NOÇÕES DE FINANÇAS APLICADAS AO MKT 1 NOÇÕES DE FINANÇAS E MATEMÁTICA FINANCEIRA ................................... 59 1.1 O QUE É FINANCAS ........................................................................................... 59 1.2 ADAPTAÇÃO AS MUDANÇAS ........................................................................... 59 1.3 CONSTRUINDO UMA IMAGEM .......................................................................... 60 1.4 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DE UMA EMPRESA .................................... 61 1.5 O PLANEJAMENTO FINANCEIRO DA FAMÍLIA ................................................ 62 1.6 A RELAÇÃO ENTRE FINANÇAS E MARKETING .............................................. 63 1.7 A RELAÇÃO ENTRE OBJETIVOS CORPORATIVOS E MARKETING ............... 64 2 MATEMÁTICA FINANCEIRA APLICADA............................................................. 65 2.1 FLUXO DE CAIXA ............................................................................................... 65 2.2 JUROS ................................................................................................................ 66 2.3 TAXAS ................................................................................................................. 66 2.4 TAXA DE JUROS ................................................................................................ 67 2.5 REGRAS BÁSICAS ............................................................................................. 69 2.6 CRITÉRIOS DE CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS (SIMPLES E COMPOSTOS) .. 69 3 JUROS SIMPLES E COMPOSTO ......................................................................... 71 3.1 APLICAÇÕES PRÁTICAS DOS JUROS SIMPLES E COMPOSTOS ................. 71 4 3.2 FÓRMULAS DE JUROS SIMPLES ..................................................................... 72 3.3 MONTANTE E CAPITAL (JUROS SIMPLES) ..................................................... 73 3.4 TAXA PROPORCIONAL E TAXA EQUIVALENTE (JUROS SIMPLES) .............. 74 3.5 FÓRMULAS DE JUROS COMPOSTOS ............................................................. 75 3.6 TAXAS EQUIVALENTES (JUROS COMPOSTOS) ............................................. 76 3.7 TAXA NOMINAL E TAXA EFETIVA (JUROS COMPOSTOS) ............................. 77 4 DESCONTOS ......................................................................................................... 78 4.1 DESCONTOS SIMPLES ..................................................................................... 78 4.1.1 DESCONTO RACIONAL (OU “POR DENTRO”) .............................................. 78 4.1.2 DESCONTO BANCÁRIO (OU COMERCIAL, OU “POR FORA”) .................... 79 4.2 DESCONTO COMPOSTO................................................................................... 79 4.2.1 DESCONTO COMPOSTO “POR FORA”.......................................................... 80 4.2.2 DESCONTO COMPOSTO “POR DENTRO” .................................................... 80 5 PRESTAÇÃO ......................................................................................................... 81 6 PROJETOS DE INVESTIMENTO EM MARKETING ............................................. 81 6.1 AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO EM MARKETING ................ 83 7 LISTA DE EXERCÍCIOS ........................................................................................ 85 UNIDADE V – QUALIDADE, MEIO AMBIENTE E SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES 1 INTRODUÇÃO A QUALIDADE.............................................................................. 89 1.1 DEFINIÇÃO DE QUALIDADE.............................................................................. 90 1.2 BREVE HISTÓRICO DA QUALIDADE ................................................................ 91 1.3 EVOLUÇÃO DA QUALIDADE ............................................................................. 92 1.4 ECONOMIA DA QUALIDADE.............................................................................. 92 1.5 PRINCÍPIOS DA QUALIDADE ............................................................................ 93 1.6 COMPONENTES DA QUALIDADE TOTAL......................................................... 94 1.7 CICLO PDCA ....................................................................................................... 94 5 1.8 CERTIFICAÇÕES DA QUALIDADE .................................................................... 95 1.8.1 PRÊMIOS PARA A QUALIDADE ..................................................................... 95 2 MEIO AMBIENTE ................................................................................................... 96 2.1 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................... 96 2.1.1 ECOLOGIA ....................................................................................................... 96 2.1.2 ECOSSISTEMA ................................................................................................ 97 2.1.3 MEIO AMBIENTE ............................................................................................. 97 2.1.4 BIOSFERA........................................................................................................ 97 2.1.5 DESASTRES AMBIENTAIS ............................................................................. 98 2.1.6 OS PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS ................................................. 98 2.2 SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL .................................................................. 98 2.2.1 FUNDAMENTOS BÁSICOS DA GESTÃO AMBIENTAL .................................. 99 2.2.2 NECESSIDADE E IMPORTÂNCIA DA GESTÃO AMBIENTAL PARA A EMPRESA ................................................................................................................. 99 2.3 SÉRIE ISSO 14000 ........................................................................................... 100 2.3.1 IMPACTO AMBIENTAL .................................................................................. 100 2.3.2 IMPACTO NOS NEGÓCIOS .......................................................................... 101 2.3.3 METAS AMBIENTAIS ..................................................................................... 101 2.3.4 IMPLANTAÇÃO .............................................................................................. 102 2.3.5 DOCUMENTAÇÃO ......................................................................................... 102 2.3.6 AUDITORIAS .................................................................................................. 103 2.3.7 CERTIFICAÇÃO ............................................................................................. 103 3 SEGURANÇA NAS ORGANIZAÇÕES ................................................................ 104 3.1 CONCEITOS BÁSICOS .................................................................................... 104 3.1.1 ACIDENTE...................................................................................................... 104 3.1.2 RISCO ............................................................................................................ 104 3.1.3 CAUSA DO ACIDENTE .................................................................................. 105 3.1.4 AGENTE DA LESÃO ...................................................................................... 105 6 3.1.5 CONDIÇÃO INSEGURA ................................................................................. 105 3.1.6 ATO INSEGURO ............................................................................................ 105 3.1.7 TIPOS DE ACIDENTES.................................................................................. 106 3.1.8 TEORIA DE HEINRICH .................................................................................. 106 3.2 SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................................................... 107 3.3 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ............................................. 108 3.4 GESTÃO EM SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL .................................. 109 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 111 7 UNIDADE I – FUNDAMENTO DE MKT E VENDAS 1 INTRODUÇÃO AO MARKETING 1.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE MARKETING O termo Marketing tem muitas definições técnicas, bem como tentativas de traduzi-lo para o portuguêscomo Mercadologia, por Richers (1986) ou Mercância, por Gracioso (1971). Dentre as diversas definições, destacam-se: Marketing, considerado como as atividades sistemáticas de uma organização humana, voltadas à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando a benefícios específicos (RICHERS, 1986). Marketing, considerado como a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefício (KOTLER e ARMSTRONG, 1999). Marketing, uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. (Associação Americana de Marketing, 2005). Marketing, como um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. (KOTLER e KELLER, 2006). Se observada de forma pragmática, a palavra Marketing assume sua tradução literal: mercado. Pode-se, então, afirmar que Marketing é o estudo de mercado. Portanto, uma ferramenta administrativa que possibilita a observação de tendências e a criação de novas oportunidades de consumo visando à satisfação do cliente e respondendo aos objetivos financeiros e mercadológicos das empresas de produção ou prestação de serviços (FRAGA, 2006). Nessa perspectiva, pode-se afirmar que Marketing nada mais é do que o ato de conhecer o mercado de atuação de uma organização, para posteriormente oferecer, de forma inovadora e criativa, os produtos e serviços que esse mercado deseja. “Marketing é entender e atender clientes” (RICHERS, 1986). No entanto, deve levar em consideração que “Marketing nunca foi e nunca será um salva-vidas para produtos ou serviços mal concebidos”. (ZELA, 2002). 8 1.2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO EM MARKETING O marketing é considerado um campo de estudo novo se comparado com os demais campos do saber. O estudo do mercado surgiu da necessidade dos industriais em administrar a nova realidade oriunda da Revolução Industrial que causou uma transformação de um mercado de vendedores para um mercado de compradores. Nesse estágio o marketing ainda é inseparável da economia e da administração clássica, pois inicialmente sua preocupação era puramente de logística e produtividade, para a maximização dos lucros. Os consumidores não tinham qualquer poder de barganha e a concorrência era praticamente inexistente. Tal realidade manteve-se inalterada até fins da Segunda Guerra Mundial quando, então, reagindo ao crescimento da concorrência, mercadólogos começaram a teorizar sobre como atrair e lidar com seus consumidores. Surgiu então, nesse período, cheio de truques, a cultura de vender a qualquer preço, resultando hoje em uma visão de desconfiança em relação a esses profissionais do mercado. As técnicas existentes baseavam-se mais na intuição do que na prática. Eram técnicas ingênuas e/ou maliciosas que estavam misturadas a ferramentas eficientes. Lenda e fato se misturavam, mas o mercado não dava muito ouvido à academia. Os estudos dos primeiros precursores do marketing surgiram nos anos de 1940, e com isso surgiram trabalhos como o de Walter Scott, sobre a aplicação da psicologia na propaganda e o de William J. Reilly sobre as Leis de gravitação do varejo. A questão crucial era se as teorias de mercado podiam ou não se desenvolver. Autores como Roland Vaile e outros afirmavam que nunca seria possível desenvolver uma teoria mercadológica genuína, pois consideravam essa extremamente subjetiva, quase uma forma de arte. Por outro lado, Bartels e outros começavam a admitir que existia uma potencialidade para a teoria mercadológica se tornar uma ciência. Em 1954, pelas mãos de Peter Drucker ao lançar seu livro “A Prática da Administração”, o marketing é colocado como uma força poderosa a ser considerada pelos administradores. Não se tratava propriamente de um estudo detalhado sobre Marketing, mas foi o primeiro registro escrito que cita essa ferramenta como uma força poderosa a ser considerada por administradores focados no mercado. Na década de 1960, ocorreu a primeira grande mudança nesse cenário, por Theodore Levitt, mais tarde intitulado o pai do marketing, professor da Harvard 9 Business School. Seu artigo na revista Harvard Business Review intitulado "Miopia de Marketing", revelou uma série de erros de percepções, mostrou a importância da satisfação dos clientes e transformou para sempre o mundo dos negócios. O vender a qualquer custo deu lugar à satisfação garantida. Não é à toa que s e assistiu, logo após esse período, a um renascimento das marcas como Coca-Cola entre outras. Em 1967, Philip Kotler, lança a primeira edição de seu livro "Administração de Marketing", em que se pôs a reunir, revisar, testar e consolidar as bases daquilo que até hoje formam o cânone do marketing. Nos anos 70 destacou-se o fato de surgirem departamentos e diretorias de marketing em todas as grandes empresas. Não se tratava mais d e uma boa idéia, mas de uma necessidade de sobrevivência. É nessa época que se multiplicam os supermercados, shoppings centers e franchises. Em 1982, o livro "Em Busca da Excelência", de Tom Peters e Bob Waterman inaugurou a era dos gurus de marketing. Produziram o livro de marketing mais vendido de todos os tempos, ao focarem completamente sua atenção para o cliente. O fenômeno dos gurus levou o marketing às massas, e, portanto, às pequenas e médias empresas, e a todo o tipo de profissional. O avanço tecnológico dos anos 90 teve um forte impacto no mundo do marketing e em outros setores também. O comércio eletrônico foi uma revolução na logística, distribuição e formas de pagamento. O serviço de atendimento ao consumidor, entre outras inovações, tornou possível uma gestão de relacionamento com os clientes em larga escala. E como se isso não fosse o suficiente a Internet chegou como uma nova via de comunicação. Essa época caracterizou-se por uma constante busca pela personalização em massa. Outra tendência do período foi o fortalecimento do conceito de marketing societal que tornou uma exigência de mercado haver uma preocupação com o bem- estar da sociedade. A satisfação do consumidor e a opinião pública, passou a estar diretamente ligada à participação das organizações em causas sociais, e a responsabilidade social transformou-se numa vantagem competitiva. Era de se esperar que isso influenciasse a maneira com a qual os consumidores interagiam com as empresas e entre si. A mídia espontânea, conseguida por esforços de Assessoria de imprensa, Relações Públicas, Marketin g Social começa a tomar o espaço da propaganda tradicional. O nascimento do marketing de permissão, de Seth Godin, a conceitualização do marketing boca-a- 10 boca por George Silverman e a explosão do buzzmarketing e do marketing viral, por autores como Russell Goldsmith e Mark Hughes são conseqüências desse fato que influenciaram tanto o marketing como a comunicação. Atualmente, pode-se ver a mesma empresa praticando diferentes filosofias de marketing em redor do mundo e ver empresas usando filosofias diferentes do marketing em um mesmo mercado: orientação para produção, produto, venda, cliente e sociedade, podendo-se identificar na evolução do marketing no que se refere às filosofias que se seguiram para sua administração, como: Orientação para Produção: a grande questão para as empresas era produzir e não vender. O papel do marketing é, essencialmente, entregar produtos em locais onde possam ser comprados. Orientaçãopara produto: considera que os consumidores preferem os produtos de melhor qualidade, desempenho e aspectos inovadores. Portanto, as organizações deveriam esforçar-se para aprimorar seus produtos permanentemente. Orientação para vendas: a orientação para venda significa que o propósito da empresa é satisfazer o desejo do cliente para que ele possa voltar e comprar mais vezes na sua loja ou em qualquer outro comercio que trabalhe. Com isso o cliente fará o marketing da empresa, aumentando os seus clientes. Orientação para o Cliente: a função principal da empresa não é mais produzir e vender, mas satisfazer à clientela, consultando-a antes de produzir qualquer coisa, via estudos de mercado e com base nessa consulta, caso seja favorável, oferecer-lhe produtos/serviços/ideias de qualidade e valor, para que os consumidores voltem a comprar e a falar bem da empresa e de seus produtos. Orientação para o Marketing Socialmente Responsável ou Marketing Societal: sustenta que a organização deve determinar as necessidades, desejos e interesses do mercado-alvo e então proporcionar aos clientes um valor superior de forma a manter ou melhorar o bem-estar do cliente e da sociedade. Orientação para o Marketing Holístico: nesta abordagem a empresa deve tentar compreender e administrar toda a compĺexidade envolvida na gestão de marketing de uma empresa. 11 1.3 TIPOS DE MARKETING Descobrir e satisfazer necessidades são uma constante no trabalho do marketing. Fazer marketing é pensar no cliente o tempo todo. Portanto, toda a empresa deve estar orientada para esse pensamento, e não apenas o depa rtamento do marketing, já que o conceito de business está focalizado nessa máxima. Sendo assim, precisam-se distinguir os tipos de marketing, as suas características e os seus desempenhos para concluir de que maneira o marketing pode ser útil à s organizações. São eles: Marketing de resposta. É o marketing que responde a uma demanda, descobrindo e satisfazendo necessidades. É o chamado marketing ativo. Grande parte do marketing atual trabalha com essa formulação. Marketing de previsão. É uma tarefa difícil reconhecer uma necessidade latente ou emergente. Para se aplicar esse tipo é fundamental analisar o mercado através de estudos de cenário, projetando futuros quadros de consumo. É o chamado marketing antecipativo. É considerado arriscado, pois as empresas podem errar a estratégia em caso de enfrentarem uma forte influência de variáveis macroambientais. Marketing de criação de necessidades. É o nível mais agressivo de marketing, pois é o esforço que leva a empresa a lançar um produto jamais solicitado e, muitas vezes, inimaginável. É o conceito que se parte da idéia de que ao invés da empresa ser dirigida pelo mercado é a empresa que dirige o mercado. É o chamado marketing pró-ativo, pois trabalha com a abordagem da inovação radical em sua estratégia. Nesse contexto, destacam-se alguns dos objetivos fundamentais do marketing, os quais atendem às mais variadas formas de atuação, de acordo com os propósitos específicos das empresas para se atingir resultados mercadológicos. O marketing serve para: Maximizar o lucro; Maximizar a satisfação do consumidor; Maximizar a escolha (personalização); Maximizar a qualidade de vida. 12 1.4 PRESSUPOSTOS CENTRAIS DE MARKETING Os conceitos centrais de marketing, segundo Tavares (2007), envolvem: necessidades, desejos, demandas, produtos, troca, transações e mercados, estando interligados numa relação causal direta. Essa relação tem como princípio a base da construção da própria fundamentação teórica do marketing. A seguir, serão apresentadas (Figura 1) as definições dos elementos que compõem a estrutura conceitual do marketing: FIGURA 1. Elementos da estrutura de marketing (TAVARES, 2007). a) Necessidades: é o conceito mais básico e inerente ao marketing, pois está relacionado ao entendimento das necessidades humanas. Trata-se de um estado de privação do indivíduo, que inclui as necessidades físicas, básicas, sociais e individuais de conhecimento e auto-realização. Para ilustrar sua formulação, podemos recorrer ao olhar do psicólogo, da linha humanista, Abraham Maslow, através do modelo da pirâmide das necessidades (Figura 2). 13 b) Desejos: são as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Os desejos são mutáveis e se modificam conforme as transformações ocorridas na sociedade. Como lacunas que jamais são preenchidas, o marketing deve se dirigir para criar novos desejos (produtos) com o objetivo de assegurar a sua própria existência. c) Demandas: as pessoas têm desejos infinitos, mas recursos limitados. Sendo assim, elas desejam produtos que proporcionam o máximo de satisfação possível em troca de seu dinheiro. Através da capacidade de compra de cada indivíduo, os desejos se tornam demandas. d) Produtos: necessidades, demandas e desejos humanos sugerem que existem produtos disponíveis para atendê-los. Um produto é qualquer coisa que possa ser oferecida a um mercado para satisfazer parcialmente uma necessidade ou desejo. O conceito de produto inclui bens duráveis e não duráveis (tangíveis), serviços (intangíveis), pessoas, lugares, organizações, atividades e ideias. Nessa perspectiva deve-se destacar que a abordagem de produto implica oferta de algo que tenha valor para alguém. e) Troca: marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer suas necessidades e desejos por meio de trocas. Troca é o ato de se obter um objeto desejado oferecendo algo como retorno. Troca é o conceito central de marketing, pois implica relação de comunhão entre duas partes (produto e comprador) com interesses que, em um dado momento, estão em convergência. f) Transações: se troca é o conceito central de marketing, uma transação é a unidade de medida do marketing. Uma transação é composta de uma troca de valores entre duas partes. Nessa modalidade, podem-se incluir as transações do tipo monetárias, de escambo e de cunho ideológico, como o voto, por exemplo. g) Mercados: o conceito de transações leva ao conceito de mercado. Um mercado é o grupo de compradores reais e potenciais de um produto. Um mercado pode ser identificado de duas formas estruturais: o físico (marketplace) e o virtual. Na mesma perspectiva, podemos destacar também diversos tipos de mercado como o financeiro, o de trabalho, o da filantropia entre outros. 14 2 NOÇÕES BÁSICAS QUANTO À SEGMENTAÇÃO DO MARKETING 2.1 MARKETING EMPRESARIAL OU INDUSTRIAl A definição da palavra marketing evoluiu do verbo para o substantivo, mantendo a essência do seu significado de "ação exercida no mercado". John Westwood define o marketing como "provisão de bens ou serviços que correspondam às necessidades do cliente, ou seja, o marketing envolve descobrir o que o cliente quer, além disso, cria e adapta um produto que corresponda ao que o cliente deseja e, ao mesmo tempo, faz com que a empresa produtora tenha lucro". Segundo KOTLER "o Marketing é a capacidade de conquistar e preservar clientes e é muito mais que um departamento de vendas [...] é um processo ordenado e criativo de pensar e planejar para os mercados". Essas definições são de cunho organizacional, onde a palavra retrata toda essa amplitude. No uso popular, ela é empregada como sinônimo de propaganda, o que é tecnicamente errado. A propaganda é apenas uma das partes do Marketing.Marketing industrial ou empresarial é direcionado a clientes industriais/empresariais ou institucionais, que utilizariam os bens e serviços demandados no seu processo produtivo, transformando-os (como matérias-primas e componentes), usufruindo-os (como equipamentos e instalações) e/ou consumindo- os (como suprimentos operacionais, materiais auxiliares, serviços e utilidades), com o objetivo de constituir a oferta de seus produtos ao cliente final ou ao próximo elo da cadeia produtiva. 2.2 MARKETING PESSOAL Marketing pessoal é divulgar sua imagem diante das oportunidades para que outros possam integrá-lo em seus planos. Mas, não é só isso. Esse seria o mesmo erro de definir marketing como propaganda. Um dos melhores conceitos sobre o tema é que "diferente do que comumente se imagina, marketing pessoal não é divulgar uma melhor imagem de nós mesmos, mas sim nos tornarmos pessoas melhores. Reconhecermos nossas deficiências e investirmos fortemente em nossas qualidades". Se ficarmos apenas no aparecer e/ou vender uma imagem, podemos incorrer no que chamamos de propaganda enganosa. Estamos vendendo nosso 15 conteúdo ou apenas nossa embalagem? Distribuir cartões, montar redes de relacionamentos, participarmos de eventos diversos é só uma parte do processo. E longe de ser a principal. Ela é secundária. Antes de lançar um produto as empresas precisam desenvolvê-lo e testá-lo e aí sim, lançá-lo. Isso para resumir bastante todo o processo de desenvolvimento. Assim como produtos sofrem inovações e evoluções, nós também devemos passar pelo mesmo procedimento. Um dos maiores sucessos mercadológicos no Brasil é o automóvel Gol. Lançado há 23 anos é um dos poucos que resistiu à abertura do mercado. Mantém-se como líder em vendas há 16 anos e superou o número de 4 milhões de unidades comercializadas. Só que do lançamento em 1981 até hoje quanta transformação. E o sucesso de cada ano (o resultado) é a melhor divulgação e/ou propaganda para o produto. 2.3 MARKETING DE RELACIONAMENTO Refere-se ao trabalho de marketing voltado para o relacionamento com clientes e fornecedores. De acordo com McKeena (1992), marketing de relacionamento ou pós-marketing significa construir e sustentar a infra-estrutura dos relacionamentos de clientes. De maneira geral, consiste em uma estratégia de negócios que visa construir pró ativamente relacionamentos duradouros entre a organização e seus clientes, contribuindo para o aumento do desempenho desta e para resultados sustentáveis. O processo de marketing de relacionamento deve se iniciar com a escolha certa do cliente, a identificação de suas necessidades, a definição dos serviços prestados e agregados, a busca da melhor relação custo/benefício e ter funcionários motivados e capacitados a atender a esses clientes adequadamente. O contexto de administrar o relacionamento com o cliente serve para que a empresa adquira vantagem competitiva e se destaque perante a concorrência. O objetivo maior torna-se manter o cliente através da confiança, credibilidade e a sensação de segurança transmitida pela organização. Drucker (2006) elegeu algumas regras fundamentais para a utilização do marketing de relacionamento na busca por vantagem competitiva: O relacionamento com o cliente é de responsabilidade da empresa. Qualquer reclamação ou conflito por parte do cliente é 16 provocado por uma falha empresarial. A empresa deve perguntar-se constantemente o que pode ser feito para facilitar e melhorar a vida de seus clientes. Em complemento, Kanter (2001) enfatiza os seguintes aspectos no relacionamento com o cliente: Conhecer profundamente o cliente; Tornar o cliente conhecido por todos os funcionários da empresa. Ele não deve aguardar para que alguém o identifique e solucione seus problemas adequadamente; Transformar o cliente em sócio de um clube exclusivo, ou seja, proporcionar atividades e disponibilizar recursos que só os clientes da empresa têm acesso. Vavra (1993) define o marketing de relacionamento como o processo de garantir satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou que já foram clientes. Os clientes devem ser identi ficados, reconhecidos, comunicados, aditados em relação à satisfação e respondidos. Alguns estudiosos acreditam que a mensuração da satisfação dos clientes pode ser o diferencial de empresas bem sucedidas em relação a outras. A empresa precisa ter essa mensuração externa por uma ou todas as razões seguintes: Satisfação de clientes é frequentemente equiparada à qualidade; O compromisso por um programa de satisfação de clientes demonstra liderança em uma categoria de negócios; Mensurações internas de satisfação de clientes podem ser inadequadas ou impróprias; Ouvindo os clientes, as empresas podem se beneficiar e passar a ser voz ativa no mercado; Muitos clientes não reclamam abertamente porque podem achar que nada vai ser feito; Um programa de satisfação de clientes é uma poderosa ferramenta para estimular a melhoria dos produtos ou serviços. Os concorrentes podem já ter adotado programas de satisfação de clientes bem sucedidos (VAVRA et al, 1993). A maioria dos programas de mensuração de satisfação, além de apontar níveis de satisfação, fornece conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. Tais programas auxiliam a empresa na priorização de tais expectativas e mudanças que essas possam sofrer, além de permitirem que se conheça o valor das 17 necessidades existentes (VAVRA, 1993). Para Vavra (1993), toda empresa que aceita o desafio de pós-marketing deve aplicar-se a oferecer satisfação através de seus produtos e serviços, o que requer conhecimento a respeito das expectativas dos clientes. Existe ainda uma evidência muito forte a respeito d o valor de contribuição para o lucro da clientela satisfeita. Estudos mostram que o desempenho financeiro da empresa está relacionado à qualidade percebida dos bens ou serviços de uma empresa. De acordo com Vavra (1993), os relacionamentos bem-sucedidos com clientes exigem prática constante e intensas técnicas de pós-marketing. Um dos esforços mais evidentes é a coleta de informações a respeito dos clientes. O autor sugere como atividade de pós-marketing a elaboração de um programa de mensuração da satisfação do cliente. Tal programa fornece um feedback do cliente referente a qualidade dos produtos ou serviços e sugere caminhos para futuras mudanças e melhorias. 2.4 MARKETING DE MASSA É a produção, a distribuição e a promoção em massa de um mesmo produto, sem que haja um maior nível de segmentação de mercado. 2.5 MARKETING DE SERVIÇOS Pode ser definido com o conjunto de atividades que objetivam a análise, o planejamento, a implementação e o controle de programas destinados a obter e servir a demanda por produtos e serviços, de forma adequada, atendendo desejos e necessidades dos consumidores e/ou usuários com satisfação, qualidade e lucratividade. Os serviços são produzidos e consumidos simultaneamente e pressupõe uma relação de contato direta entre empresa/consumidor. Definimos serviço como um ato ou desempenho essencialmente intangível que uma parte pode oferecer à outra e que não resulte posse de nenhum bem. Sua execução pode ou não estar ligada ao dinheiro. Exemplos: alugar um quarto de hotel, depositar dinheiro em um banco, cortar o cabelo, viajar de avião, aconselhar- 18 se com um advogado; todas essas atividades envolvem a compra de um serviço. De uma forma figurativa, Fummersson, (1987), refere-se a serviço comosendo algo que pode ser comprado e vendido, mas que você não consegue deixar cair sobre seu pé! Serviços são, essencialmente, intangíveis, embora possam estar associados a elementos tangíveis. Exemplos: decoração de um quarto de hotel, conforto de uma cama, higiene de um restaurante e aparência dos atendentes de uma loja. 2.6 MARKETING DIRETO A abordagem de Philip Kotler (1985) demonstra que qualquer meio de comunicação ou propaganda, interativos e que possibilitem a geração de uma resposta mensurável (pedido ou contato de um prospect ou cliente). Os principais objetivos do marketing direto são: Divulgação da marca ao público alvo definido; Diminuição da dispersão da verba publicitária; Obtenção de resultados mensuráveis; Maximização da lucratividade. As ações de marketing direto devem ser planejadas para que o sucesso seja garantido, e para tal as seguintes mídias podem ser utilizadas com efetividade: E-mail marketing; Mala direta; Catálogos; Telemarketing. 2.7 MARKETING DE VAREJO Existem várias definições para varejo. Richter (198 6) define varejo como: “processo de compra de produtos em quantidade relativamente grande dos produtores atacadistas ou outros fornecedores e posterior venda em quantidades menores ao consumidor final”. Dentro desse conceito, destaca-se o mercado varejista no setor supermercadista, que tem como objetivo a comercialização de produtos ao consumidor final. No mercado varejista de supermercados no mercado local de 19 Manaus, destaca-se Carrefour, DB, Makro. Para entender o termo supermercados, observe sua origem: surgiram nos Estados Unidos na década de 30, e no Brasil esse termo surgiu na década de 50, caracterizando-se como ponto de venda de produtos alimentícios com autosserviço. (LAS CASAS, 2004). O varejo, ou supermercados possuem um alto poder de barganha, e, hoje, têm uma enorme categoria de produtos, grande diversidade, fornecida por vários fabricantes. Com isso, o grande varejo cada dia mais passou a ter condição de negociar com a indústria, comprando os produtos mais rentáveis par a o seu negócio. No entanto, percebe-se também que muitos pequenos e médios varejos já estão tomando consciência da necessidade de mudança e impulsionados pelas mudanças no comportamento dos consumidores e pelo aumento da concorrência, eles estão buscando a união com redes varejistas, como uma for ma de garantir competitividade no mercado. Hoje é necessário oferecer maior mix de produtos, dessa forma conseguir um melhor resultado nas negociações e garantir o melhor preço são fatores que estimulam sua permanência no mercado, visto que a “tecnologia está criando um consumidor diferenciado”. ( LAS CASAS, 2004). 2.8 MARKETING SOCIETAL Surgiu como uma evolução da orientação para o cliente nas empresas. Estas começaram a agregar a questão da responsabilidade social como um dos aspectos fundamentais na sua gestão. Essa abordagem é impulsionada pela tomada de consciência por parte do consumidor do impacto que o consumo pode gerar na sociedade quando considera apenas uma visão de curto prazo. Poluição, desperdício de recursos e condições sub-humanas da mão-de-obra nas empresas passaram a influenciar o consumidor no processo de decisão de compra de um produto. Para Kotler (1998), marketing societal assume que a tarefa da organização é determinar as necessidades, desejos e interesses dos mercados-alvos e atender às satisfações desejadas mais eficazes e eficientemente do que os concorrentes, de maneira a preservar ou ampliar o bem-estar dos consumidores e da sociedade. 20 2.9 MARKETING DIGITAL São ações de comunicação que empresas usam através da internet e celular para vender seus produtos, conquistar e estabelecer um maior relacionamento com os clientes. A seguir temos algumas ações de Marketing Digital: Desenvolvimento de sites; SMS/Móbile Marketing; E-Mail Marketing; Marketing Viral; Mídia Social; Campanhas de Banner; Search Marketing. 2.10 MARKETING VIRAL Este marketing, bem como a publicidade viral, referem-se às técnicas de marketing que tentam explorar redes sociais pré-existentes para produzir aumentos exponenciais em conhecimento de marca, com processos similares à extensão de uma epidemia. De forma mais geral, o marketing viral se utiliza às vezes para descrever algumas classes de campanhas de marketing baseadas na internet, incluindo o uso de blogues, de sites aparentemente amadores, e de outras formas de astroturfing (termo utilizado para designar ações políticas ou publicitárias que tentam criar a impressão de que são movimentos espontâneos e populares), para criar o rumor de um novo produto ou serviço. O termo "publicidade viral" se refere à ideia de que as pessoas passarão e compartilharão conteúdos divertidos. Essa técnica muitas vezes está patrocinada por uma marca, que busca construir conhecimento de um produto ou serviço. Os anúncios virais tomam muitas vezes a forma de divertidos videoclipes ou jogos Flash interativos, imagens, e inclusive textos. Para um marketing viral eficiente o canal de comunicação escolhido por você deve conter um conteúdo criativo. É que na internet, o limite é a sua imaginação. Lembre-se bem de que as pessoas que você escolher como alvo serão suas parceiras na missão de divulgar o seu produto. São essas pessoas que influenciam 21 outras pessoas, e a essência do marketing viral é justamente a divulgação espontânea de pessoa para pessoa. 2.11 MARKETING POLÍTICO É o segmento específico dentro da comunicação mercadológica voltada para o ambiente político que visa estreitar a relação de expectativa de um determinado grupo de pessoas em relação às questões que envolvem seu cotidiano e a materialização da mesma em um candidato a um cargo público no período eleitoral através de suas propostas e projetos. (ALMEIDA, 2002). 2.12 MARKETING INTERNACIONAL De acordo com Roldão (2007), uma nação ou organização poderá desenvolver seu processo de posicionamento nos mercados após ter realizado uma análise detalhada de seu entorno competitivo, formado pelas suas variáveis controláveis e incontroláveis, e o cruzamento entre as oportunidades e ameaças de mercado e os seus pontos fracos e fortes. O marketing internacional, como instrumental para análise de cenários competitivos e orientação das ações de uma unidade fornecedora, em direção ao mercado consumidor que trabalha com alternativas (concorrentes), revela uma abordagem complementar ao processo de identificação, construção e manutenção das vantagens competitivas de uma nação. A nação poderá posicionar-se nos mercados de forma a ser percebida e gerar resultados competitivos através de duas orientações básicas: diferenciação ou baixos preços praticados (PORTER, 1990). Seguindo essa abordagem, a nação poderá orientar se us esforços para estimular indústrias que estejam perdendo ritmo competitivo p ara indústrias internacionais por meio de uma orientação do marketing denominada de “conceito total de produto” (LEVITT, 1985). O conceito total de produto é uma orientação que direciona a atuação da empresa para um esforço centrado na constante e evolutiva superação das expectativas do mercado consumidor, assumindo um comportamento dinâmico em busca da superação contínua dos próprios benefícios proporcionados. 22 As nações orientadas para marketing devem analisar a atuação comparada de suas indústrias com a finalidade de medir o estágio atual, bem como,sugerir e incentivar melhorias orientadas pela abordagem do produto total. O Brasil é um dos maiores agrominério-exportadores do mundo e, historicamente, esse setor de mercado tem sido chamado de commodities. Segundo a ótica do marketing, qualquer produto pode deixar de ser commodity, bastando para tanto que lhe seja agregado algum valor (benefício) que lhe permita fazer a transição de commodity a produto diferenciado (LEVITT, 1985). No caso das exportações brasileiras de produtos agrícolas e minerais, esses deixariam de ser commodities a partir do instante que valores fossem agregados como, por exemplo, vitaminas em grãos e frutas e entregas de minérios orientadas pelo modelo just-in-time. A orientação ao marketing não proíbe que sejam aproveitadas as janelas de oportunidade. Orienta, na verdade, que todas as oportunidades sejam aproveitadas desde que proporcionem aprendizado competitivo e não ofusquem a marca da empresa e da nação nos mercados consumidores, além de estimular a conquista, a manutenção e a criação de novos mercados (KOTLER, 1998). As nações devem aprimorar sua competitividade através do desenvolvimento estratégico de seus fatores ou recursos: humanos, físicos, de conhecimentos, de capital e de infra-estrutura. Dessa forma, procurando desenvolver seus capitais competitivos (natural, físico, humano e social) formadores da riqueza de uma nação. 2.13 TRADE MARKETING O Trade Marketing é uma parte essencial na estratégia de marketing das empresas que planejam maximizar a diferenciação dos seus produtos e serviços nos pontos de venda É, consequentemente, uma disciplina de Marketing que orienta o desenvolvimento das relações entre fabricantes e canais de venda, pelo entendimento das necessidades entre marcas, pontos-de-venda e consumidores. O Trade Marketing analisa os hábitos e preferências dos consumidores para o sucesso das estratégias de marketing e vendas. Define quais canais de mídias serão utilizados, produtos desenvolvidos e canais de comercialização para atender 23 as preferências de consumo do público-alvo. O Trade Marketing estabelece ainda, a necessidade de se adaptar produtos, logística e estratégias de marketing, de modo a conquistar o consumidor nos pontos de venda, com um modelo de parceria entre os fabricantes e seus canais de vendas. 3 CONCEITOS E DIFERENÇA ENTRE MARKETING E VENDAS E AS CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA O conceito de venda, segundo Kotler (1998), “assume que os consumidores, se deixados sozinhos, normalmente, não comprarão o suficiente dos produtos da organização. Assim, a organização deve empregar um esforço agressivo de venda e de promoção”. Mesmo sendo conceitos distintos, muitas vezes, o conceito de marketing é totalmente deturpado quando pensado essencialmente como venda. Mas marketing também é venda. Mas não simplesmente vender por vender, isso se daria por uma única vez, e as empresas e o marketing não podem e nem de vem pensar assim. Segundo Kotler (1998), o conceito de Marketing “assume que a chave para atingir as metas organizacionais consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim as necessidades e desejos dos mercados alvos”. Na visão de Drucker (2002), a meta do marketing é de compreender tão bem os clientes a ponto de que o produto ou serviço se adaptem a eles tão bem que se venda por si só. Portanto, existe uma grande diferença entre o conceito de venda e marketing, como sintetiza Kotler (1998), venda foca a agressividade para alcançar o resultado: vender. Que não é um processo natural como no caso do marketing. Para a venda, o enfoque está no produto: os meios são as promoções, os fins são os lucros através do volume de vendas, e o ponto de partida está na fábrica. No caso do marketing, ao contrário, o foco está nas necessidades do consumidor, o meio é o marketing coordenado, o fim é o lucro por meio da satisfação do consumidor e o ponto de partida é o mercado alvo (os clientes). Assim, as empresas são administradas de acordo com as crenças e valores de seus proprietários. Os gestores atuam na empresa refletindo em suas ações os propósitos e aspirações representativas dos investidores (proprietários) cujas 24 características e qualidades conduzem o gerenciamento da empresa. Essas crenças e valores, não obrigatoriamente estão explicitados no s instrumentos normativos da entidade, porém isso não significa dizer que os mesmos não existem para isso Fernandes (1998) discorre que: “um modelo de gestão poderá explicar e definir com clareza quais os propósitos da empresa, o que se espera de cada um dos gestores e qual será o sistema de recompensa a ser adotado”. Modelo de gestão nada mais é que a abstração da realidade oferecendo a possibilidade de representação dos aspectos da mesma. Nesse contexto, pode-se conceituar modelo de gestão como um conjunto de crenças e valores que orienta e determina o processo administrativo da entidade, para Fernandes (1998), “o modelo procurará representar o desempenho dos gestores, em relação aos recursos disponíveis sob suas responsabilidade...“. Nesse aspecto, existem modelos de decisão de vendas, os quais precisam necessariamente impor responsabilidade para quem decide as ações como em uma entidade, Os elementos da decisão (inputs) surgem no momento em que existe um problema, dentre eles Santos (1995) destaca: Decisor: é o responsável pela tomada de decisão. A Informação é fundamental para a tomada de decisão. Por informação pode-se entender que é o conjunto de conceitos que contemplam os requisitos necessários para que as informações geradas assegurem a qualidade da tomada de decisões. Para que o sistema de informações realize a contento seu objetivo, faz-se necessário que a informação gerada seja útil, na medida certa para o gestor. Tempestividade: deve ser gerada e apresentada ao gestor no momento oportuno, ou seja, no exato momento em que o mesmo requerer. Precisão: se por um lado a rapidez na resposta da informação é necessária, sua rapidez de precisão de resposta também deve sê-lo, uma vez que por mais rápida que seja a informação, se a mesma não for precisa d e nada nos adianta. Clareza: outra qualidade essencial na informação é que ela seja clara ao máximo para não gerar dúvida quanto à decisão do usuário; Interação com o usuário: a informação deve estar disponível para o nível de responsabilidade de que o usuário necessita. Algumas dessas qualidades são conflitantes entre si , e nenhuma delas têm 25 hierarquia sobre a outra, mas para que a informação não perca sua relevância, o gestor deve ter sensibilidade suficiente para decidir qual item deve ser priorizado, a cada decisão a ser tomada. 4 VENDAS E O VENDEDOR IDEAL A profissão de vendedor mudou muito nos últimos dez anos. Depois da Era da Informatização e dos "marketeiros", o vendedor voltou a ser valorizado, e a maneira como ele deve agir ficou ainda mais complexa. Para Luppa (2006), existe uma analogia simples para descrever qual é o papel do vendedor dentro de uma empresa. "Imagine que a organização, a empresa é um time de futebol. Então, você tem a defesa, o meio de campo e o ataque. O vendedor é aquele que está na área, está sempre esperando a bola chegar. E se a bola 'pintar' na área, ele vai fazer gol! Ele é o 'cara' que faz o gol; ele não é o 'cara' que vem buscar a bola. E o que é uma empresa orientada por resultado? - é todo o time, jogando em função do artilheiro". Persistência, persuasão e simpatia são apenas algumas das qualidadesque esse profissional deve ter. Vender deixou de ser uma arte para assumir a postura de uma missão: a missão de não somente trocar um produto d e lugar, mas de gerar possibilidades de mercado. Então a melhor definição para um vendedor nos dias de hoje é o de que este é “um profissional que desenvolve soluções criativas para resolver o problema dos clientes. Essa é a melhor definição para um vendedor hoje em dia". (LUPPA, 2006). E em tempos de maior competitividade, a implantação de técnicas definidas e processos claros podem ajudar a melhorar os resultados das equipes de vendas. Profissionais de vendas se deparam com mudanças cruciais na forma de fazer negócios e muitas empresas percebem que o treinamento é o caminho mais curto para expandir suas vendas. Para vender no mercado atual é preciso muito mais que talento. A empresa aposta que habilidades de vendas podem ser adquiridas por meio de processos, levando por terra a noção de que saber vender é um dom inato, e fazê-lo de forma eficaz pode e deve ser aprendido como qualquer outra profissão. (ROMEO, 2006). Segundo Romeo (2006), ainda existe uma lenda comum na mente das 26 pessoas de que bom vendedor é aquele que fala bem. Isso podia até ser verdade entre o século 19, quando se deu a formação dos mercados de massa, até o final dos anos 70, quando os mercados tinham mais pessoas querendo comprar do que empresas tentando vender. A partir dos anos 80, com o acirramento da concorrência e a globalização, pessoas e empresas começam a ter mais opções de escolha. Quando isso ocorre, o cliente compra de quem o compreende melhor. Por isso, ele busca vendedores que se preocupam com seu nível de satisfação e compreendam seu negócio. Para Romeo (2006), “Se existe algum dom ligado a vendas, acredito que seja o dom de querer aprender”. Para ele, como qualquer outro profissional gabaritado, tal qual um médico, engenheiro ou advogado, o vendedor que deseja verdadeiramente ser um especialista deve reservar tempo, recursos e esforços para investir em saber cada vez mais sobre as melhores práticas que caracterizam a atividade. A ideia era transformar os vendedores em consultores do cliente, ajudando-o a resolver seus problemas e dificuldades. Esse modelo busca um envolvimento de quem vende com as reais necessidades de quem compra. Vendedores atuando assim devem ter uma boa capacidade de diagnóstico para entender os problemas de seus clientes e sugerir soluções. Então o perfil do vendedor de hoje é de alguém com uma preocupação ética, que não quer vender apenas uma vez, mas que tenha um gr ande poder de criar e manter relacionamentos. 5 CONCEITOS DE EMPRESA (A EMPRESA COMO UM SISTEMA ORGANIZACIONAL) Por empresa entende-se que é uma parte do ambiente, e que interage com este, tanto com o “próximo” como com o “remoto” num todo, objetivando o cumprimento de sua missão, razão de sua existência, de modo a satisfazer as necessidades do ambiente em que está inserida. Neste contexto, Machado (1997) afirma que: “...as empresas nada mais são do que um conjunto inter-relacionado de partes, cada qual operando em função de objetivos próprios, coerentes com um objetivo maior da organização. Essas partes não devem ser entendidas como as hierarquias funcionais ou de departamentos, que 27 nada mais são do que formas de divisões de trabalhos, mas sim como elementos diferenciados, figurativos e complementares, que dão base de sustentação à existência de um sistema maior”. Em uma abordagem sistêmica, a empresa é vista como um sistema organizado, composto de subsistemas, que interagem entre si, com uma relação de troca, envolvendo a utilização e consumo de recursos (materiais, humanos, financeiros, tecnológicos etc.), que se transformam em produtos/serviços com valor agregado, resultante da sinergia dos diversos subsistemas interligados que formam o “ambiente empresa”. A empresa está inserida em um conjunto de crenças e valores que são diretamente influenciados pelas crenças e valores dos proprietários. As crenças relacionam-se com o que a empresa acredita ser verdadeiro e válido, e os valores relacionam-se com a valorização dada pela organização. Esse subsistema é a base das diretrizes orientadoras dos demais subsistemas da empresa. Dentre os subsistemas, destacam-se o social, organizacional, de gestão, de informação e o físico. As empresas, como entidade de produção, captam através do sistema de interação social, político e econômico entre os vários componentes existentes no mercado, quais as satisfações e as respectivas exigências dos consumidores, devendo fazê-lo ao menor custo possível. 6 A FUNÇÃO E AS NOVAS TENDÊNCIAS E DESAFIOS DO MARKETING E DE VENDAS NA ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO De acordo com Tavares (2007), o marketing é tão fundamental que não deveria ficar restrito ao departamento de marketing de uma empresa. A sua importância é tamanha que as ações de marketing afetam a própria estratégia empresarial. Explorando essa linha de raciocínio, o conceito de marketing implica abordagem que coloca a sua atividade como epicentro da estratégia organizacional. Se a função do marketing for observada de perto, considerando-se a escolha de um posicionamento estratégico, a gestão de branding, a definição de um mercado-alvo e o processo decisório tático, fica evidente que a estratégia competitiva, e a atuação dos outros departamentos estão relacionadas à visão mercadológica como foco corporativo e empreendedor. 28 Quando se analisa o cenário competitivo atual, pode-se perceber que o sucesso das organizações está ligado à capacidade de gestão de marketing que as empresas têm para se organizar, se destacar e se diferenciar na mente do mercado. Portanto, a importância do marketing às empresas é crucial para que essas consigam alcançar os objetivos e as metas estabelecidas em seus planejamentos estratégicos, principalmente, no que tange ao atingimento de vendas e lucro. 29 UNIDADE II – MIX DE PRODUTOS 1 DEFINIÇÕES E CONCEITOS DE MIX DE MARKETING, DE PRODUTOS E DE SERVIÇOS O marketing, com o propósito de satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores, é composto por vá rios atributos e estratégias. Para isso, é denominado Marketing Mix, que será abordado a seguir, além da separação da classificação de produto, bem como sua diferenciação de serviço. 1.1 MIX DE MARKETING O Mix de marketing, Composto de marketing ou Quatro P‟s (Preço, Praça, Produto e Promoção) consiste no conjunto de ferramentas utilizadas pelas empresas para atingir seus objetivos diante do seu mercado-alvo (KOTLER, 1998). O Mix de marketing abrange as quatro principais variáveis existentes em uma empresa, as quais devem ser administradas a fim de que as estratégias da mesma obtenham êxito no mercado. Essas ferramentas dizem respeito ao Produto, Preço, Praça (distribuição) e Promoção (comunicação), conforme apresentados a seguir e ilustrados pela Figura 1. O aspecto referente ao preço consiste nos preços atribuídos aos produtos e serviços disponíveis no mercado, bem como descontos concedidos, condições de pagamento e concessões oferecidas. A praça (distribuição) diz respeito à forma como os produtos e serviços serão entregues aos clientes, canais de distribuição (direto ou indireto), localização das instalações, cobertura e amplitude de mercado, gestão dos estoques e logística. Já, no que se refere aos produtos podem ser bens físicos ou serviços, envolvendoum pacote de características a fim de satisfazer as necessidades e desejos dos clientes. Por fim, a comunicação ou promoção envolve as diversas formas de divulgação do produto ou serviço no mercado. 30 Figura 3: Mix de marketing As variáveis/ferramentas do Composto de marketing variam de acordo com o tempo e tipo de organização em questão. Entretanto, nem todas essas variáveis/ferramentas podem ser alteradas em curto prazo, principalmente no que se refere ao desenvolvimento de novos produtos e alterações no canal de distribuição. Os 4 P‟s referem-se às ferramentas utilizadas pelas organizações e por seus vendedores para influenciar os compradores a adquirirem seus produtos e serviços. Cada ferramenta de marketing reflete um benefício ao comprador, dessa forma, os 4 P‟s correspondem aos 4 C‟s do consumidor (Quadro 1). 4 P’S – EMPRESA 4 C’S - CONSUMIDOR PRODUTO Valor para o CLIENTE PREÇO Menor CUSTO PRAÇA CONVENIÊNCIA (logística) PROMOÇÃO COMUNICAÇÃO Quadro 1: 4 P‟S x 4 C‟S (Adaptado de KOTLER, 1998). Sob essa perspectiva, o produto corresponde ao valor para o cliente no sentido amplo, ou seja, não se referindo apenas ao dinheiro, mas também ao benefício que o produto ou serviço pode oferecer ao cliente. O preço vislumbra o menor custo possível e a promoção comunica, expõe o produto ou serviço ao cliente. Já a praça (distribuição) exerce o papel das atividades logísticas, cumprindo os objetivos das mesmas, que sã o: entregar o produto certo, na hora certa, no local onde o consumidor quer comprá-lo. 31 Segundo Kotler (1998), as empresas vendedoras e vencedoras que permanecerão no mercado por mais tempo são aquelas que podem atender às necessidades e desejos dos consumidores de forma econômica e conveniente, com comunicação eficaz. Dessa forma, as empresas que conseguem agregar maior valor através do seu Mix de marketing são as que atingem uma vantagem competitiva sustentada (duradoura e difícil de ser copiada). Na sequencia são apresentadas individualmente as ferramentas que compõem o Mix de marketing, estando subdivididos os produtos (bens físicos) e serviços. 1.2 PREÇO Antes de qualquer coisa cabe ressaltar a diferença entre preço e valor. Enquanto o preço é uma declaração monetária do valor, ou seja, o volume de dinheiro ofertado por um produto ou serviço. O valor diz respeito ao benefício que o produto ou serviço proporciona ao que o consumidor espera do mesmo. Para Berkowitz et al. (2003, p. 85), “preço é o dinheiro ou outras recompensas (incluindo outros produtos e serviços) trocados pela propriedade ou uso de um produto ou serviço”. Kotler e Armstrong (1995, p. 235) dizem que “preço é o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço”. Dessa forma, o preço, em um sentido restrito, pode ser considerado apenas o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço. Entretanto, em um sentido mais amplo, consiste na soma de valores que os consumidores trocam pelo benefício de possuírem/usarem um produto ou serviço (KOTLER e ARMSTRONG, 1995). Diz-se que o preço é o único elemento do Mix de marketing que produz receita, visto que os demais elementos produzem custos. Isso porque o preço oferece um retorno monetário (dinheiro) à organização capaz de fazer com que a mesma se mantenha no mercado. 32 Quadro 2: Estratégias quanto ao Preço 1.3 PRAÇA OU DISTRIBUIÇÃO Distribuir produtos/serviços envolve levar os mesmos até os clientes de forma eficiente e eficaz, ou seja, levar o produto ou serviço da maneira certa, quando e onde o cliente deseja, a fim de efetuar trocas de valor. Para isso, podem-se utilizar canais (diretos ou indiretos) com o intuito de economizar e tornar mais acessível o preço dos produtos ao cliente. Os canais de marketing ou de distribuição podem ser diretos ou indiretos, variando de acordo com o ramo de atividade da organização ou tipo de produto ou serviço disponibilizado no mercado (Figura 4), apresentados na sequencia. QUE PREÇO COLOCAR? · Custos, sensibilidade dos clientes, concorrência, descontos, preço psicológico. · Qual a base para definir o preço? Tarefa, admissão, unidades de tempo, comissão, recursos físicos consumidos, distância, peso ou tamanho do objeto servido, faturamento independente, preço conjunto. · A quem devo cobrar? Ao fornecedor, ao intermediário especialista. Como deve ser este pago? · Local para realização do pagamento? Entrega loja de conveniência ou intermediário financeiro ou casa do comprador? · Quando deve ser efetuado o pagamento? Antes ou após a entrega do serviço? A que horas do dia? Em que dias da semana? · Como deve ser efetuado o pagamento? Dinheiro, penhor, crédito, cheque, transferência eletrônica. · Como devem ser comunicados os preços ao mercado alvo? Meios de comunicação, ênfase na mensagem. 33 1.4 PROMOÇÃO OU COMUNICAÇÃO Promoção, no sentido de comunicação, é toda e qualquer forma de comunicação que a organização realiza com seus diversos públicos. São diversas as ferramentas de comunicação: Propaganda, Publicidade, Relações Públicas, Venda Pessoal, Marketing Direto, Promoções, Merchandising e marketing viral. 1.5 PRODUTOS No que diz respeito a produtos, pode-se afirmar que consiste em qualquer coisa que possa ser objeto de troca entre as pessoas e as organizações (KOTLER, 1998). Segundo o mesmo autor, os produtos disponibilizados no mercado incluem bens físicos (automóveis, livros, roupas), serviços (cortes de cabelo, concertos musicais, atendimento em bares e restaurantes), pessoas, locais, organizações e ideias. Entretanto, para melhor explanação e conceituação de produto/bem físico e serviço esses serão abordados em itens separados. Um produto pode ser entendido como algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisiçã o, uso ou consumo e para satisfazer um desejo Canal direto Consumidores Produtor Canais indiretos Varejistas Consumidores Produtor Atacadistas Varejistas Consumidores Produtor Atacadistas Agentes Produtor Varejistas Consumidores Figura 4: Canais de distribuição de consumo (CHURCHILL e PETER, 2007). 34 ou necessidade. Produtos são mais que bens tangíveis, entretanto muitos estudiosos ao se referirem a bens físicos utilizam a nomenclatura „produto‟. Toda vez que uma pessoa passa por um estado de carência, sede, por exemplo, sente uma necessidade que se manifesta por meio de diferentes tipos de desejos (água, refrigerante, cerveja etc.) e, para satisfazê-la, estará disposta a fazer um esforço, que tem custos financeiros, de tempo, físicos, sociais etc. Dessa forma, cabe destacar e diferenciar o significado de cada tipo de produto que pode ser utilizado para satisfazer desejos e necessidades dos consumidores, os quais são apresentados a seguir: • Bem físico: é o produto tangível que pode ser apalpado, cheirado, apertado etc. Consiste em uma solução para uma necessidade ou desejo específico, e a pessoa só compra porque ele tem uma finalidade, como por exemplo, o martelo para pregar um quadro na parede. • Serviço: é o produto em que a pessoa não leva nada físico com ela. São os bens intangíveis, que não podem ser vistos antes de serem adquiridos. Por exemplo, numa aula a pessoa nãoleva nada físico, mas obtém algo intangível, no caso, a aprendizagem. Essa classificação de produto é mais amplamente detalhada na sequência. • Experiência: uma experiência também é um produto, por exemplo: ter a oportunidade, como um hobby de gastronomia, por exemplo, de conviver com um chef famoso, durante um fim de semana e, com essa convivência, aprender receitas e dicas, trocar ideias com esse ídolo e sentir-se um pouco como ele. • Pessoa: entre pessoas e personalidades temos o marketing pessoal, ou seja, o desenvolvimento da imagem de um funcionário, artista, cantor, escritor, consultor etc., que se oferece como resposta a necessidades de mercado. • Lugar: um lugar também pode ser considerado um produto. Nesse caso podemos exemplificar com cidades, região, estado ou país que desejam atrair turismo, como Paris, Londres, Nova Iorque, Rio de Janeiro na virada do ano, que é promovido como o lugar ideal para passar o réveillon, Salvador, conhecida pelo carnaval etc. • Título Patrimonial: um produto também pode ser um título patrimonial, que é um direito de propriedade de bens imóveis e financeiros, como ações. • Organização: as organizações desenvolvem problemas para manter uma boa imagem corporativa e reconhecimento do público de sua responsabilidade 35 social. • Informação: também pode ser produzida e comercializada como produtos, principalmente nessa nova era em que a sua oferta e uso são tão grandes. • Ideia: representa uma proposta ou conceito a ser defendido. Um exemplo é o das ONGs (Organizações Não Governamentais), que têm como base uma ideia de fundo social – combate do desemprego, proteção da Mata Atlântica, assistência veterinária para cães de rua – e buscam outras pessoas que tenham essa ideia em comum para solicitar trabalho e contribuições voluntárias. 1.5.1 NÍVEIS DE PRODUTO Sabendo-se que há diversos tipos de produtos, passa-se para o conhecimento dos níveis dos mesmos. Ao planejar sua oferta ao mercado, o profissional de marketing precisa pensar em cinco níveis de produto, partindo de dentro para fora, ou seja, do benefício central em direção ao produto em potencial (Figura 5). Cada um agrega mais valor para o cliente e, juntos, constituem uma hierarquia de valor (KOTLER, 1998). Esses cinco níveis de produto são o referencial do administrador de marketing para aumentar a oferta de valor agregado a seus clientes. Com o nível de competição existente no mercado atual, cada vez mais a disputa ocorre por meio de ações relacionadas aos dois últimos níveis (produto ampliado e produto potencial). Por exemplo, churrascarias que vão buscar seus clientes de van nos hotéis, lojas de confecções que mandam um alfaiate e costureiras à casa ou ao escritório do cliente 36 para preparar seus ternos, pet shops que oferecem cursos de nutrição animal, empresas de eventos que organizam todos os detalhes de um casamento, supermercados que oferecem cursos de culinária e muito mais. O profissional de marketing deve se perguntar se os clientes pagarão o suficiente para cobrir os custos extras, considerando que os benefícios extras logo se tornarão benefícios esperados e outros deverão ser criados e, além disso, alguns concorrentes podem oferecer uma versão mais simples a um preço mais baixo. 1.5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS Os produtos podem ser classificados de acordo com vá rios aspectos inerentes às suas características. Conforme é possível visualizar na Figura 6, os bens de consumo são subdivididos em duráveis, não duráveis e serviços, que, por sua vez, também são subdivididos de acordo com as características inerentes a cada tipo de classificação. BENS NÃO DURÁVEIS cerveja, sabão, sal DURÁVEIS refrigeradores, ferramentas BENS DE CONSUNO tabacaria, jornais GERAL creme dental, bolacha IMPULSO chocolate, revistas EMERGÊNCIA guarda-chuva, boné COMPARAÇÃO vestuários, móveis HOMOGÊNEOS batedeira, chuveiro HETEROGÊNEOS roupas, móveis ESPECIALIDADE artigos de luxo, carros NÃO PROCURADOS enciclopédia, jazigos SERVIÇOS corte, cabelo, reparos 37 1.5.3 OS PRODUTOS CONFORME A DURABILIDADE E TANGIBILIDADE De acordo com a durabilidade e tangibilidade, os produtos podem ser classificados em três categorias – bens não duráveis, bens duráveis e serviços (Figura 7). 1.5.4 CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS O ciclo de vida de um produto/serviço possui quatro etapas que possuem estratégias de marketing específicas para cada estágio. Os produtos e as organizações são como os seres vivos: nascem, crescem e morrem; assim, o ciclo de vida é composto pelos seguintes estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. (Figura 8). Unidades Vendas Totais no Mercado Lucros Totais no Mercado Monetárias INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO Tempo FIGURA 7. Classificação dos produtos conforme a durabilidade e tangibilidade (CHURCHILL e PETER, 2007). Figura 8: Ciclo de vida do produto (CHURCHILL e PETER, 2007). 38 1.6 SERVIÇOS Há inúmeras definições de serviços sugeridas por vários autores, eis algumas: “É qualquer ato ou desempenho que uma parte oferece a outra, desde que seja intangível e não resulte na propriedade de nada”. (KOTLER,1998) Já para DIAS (2003, p.106) “Serviço é um bem intangível, podendo ser entendido como uma ação ou desempenho de criar valor por meio de uma mudança desejada no cliente em seu benefício”. 2 CARACTERÍSTICAS DA DIMENSÃO DO MIX DE PRODUTOS E SERVIÇOS O Mix de produtos, por ora considerados como bens físicos e serviços consiste no sortimento ou conjunto de produtos e serviços colocados à venda. O Mix é composto por famílias, ou subfamílias de produtos. Essas procuram responder a uma necessidade global e idêntica de vá rios consumidores. Todavia, sua classificação baseia-se nas necessidades do cliente. A seleção da variedade de produtos ocorre com a natureza do negócio, com as suas limitações e com os seus objetivos. A dimensão do Mix de produtos é caracterizada pela abrangência, extensão, profundidade e consistência (Figura 9) apresentadas a seguir. Figura 9. Dimensão do Mix de Produtos (CHURCHILL e PETER, 2007). 39 Um Mix de produtos, também chamado de sortimento de produtos, é o conjunto de todos os produtos e itens que um vendedor põe à venda. O Mix de produtos e serviços nada mais é que a linha de produtos que a empresa possui para oferecer aos seus clientes. O Mix é composto pelas linhas e sublinhas, a linha seria, por exemplo, em uma revendedora de cosméticos o próprio cosmético e a sublinha o batom. O Mix de produtos de uma empresa tem áreas importantes: abrangência ou extensão, profundidade e consistência. Amplitude ou extensão: mede o número de famílias de produtos oferecidos pelo ponto de venda e, por consequência, o número de necessidades satisfeitas, depende do número total de itens do Mix. Profundidade do Mix: depende do número de opções de cada produto na linha, mede o número de referências (variedade) oferecidas pelo ponto de venda, como por exemplo, Tamanhos P, M e G. Consistência do Mix: depende da similaridade para sua distribuição. Corresponde à homogeneidade do Mix: a correlação entre as necessidades do consumidor e os produtos selecionados para satisfazê-las. Também se diz que um Mix é coerente quando todas as suas famílias de produtos possuem
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