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analise filme gênio indomável (2)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS 
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA FENOMENOLÓGICA E EXISTENCIAL II
GABRIEL ELYFRAN OLIVEIRA BONFIM 
MARIA CLARA AQUINO SILVA 
ANÁLISE  DO FILME “GÊNIO INDOMÁVEL” EM UMA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL 
São Luís 
2021
GABRIEL ELYFRAN OLIVEIRA BONFIM 
MARIA CLARA AQUINO SILVA 
ANÁLISE DO FILME  “GÊNIO INDOMÁVEL” EM UMA PERSPECTIVA FENOMENOLÓGICA EXISTENCIAL
Trabalho apresentado à disciplina de Psicologia Fenomenológica e Existencial II como requisito para obtenção de nota da segunda unidade. 
Professora: Cristianne Almeida de Carvalho. 
São Luís 
202
O filme “Gênio Indomável”, narra a trajetória de Will (Mat Damon), um jovem órfão, problemático e arredio, que trabalhava como faxineiro do MIT (Massachussets Institute Of Technology), onde o renomado professor Lambeau dá aulas de Matemática Combinatória. Will vive de forma imoderada, curtia a vida com brigas e bebedeiras com os amigos de infância. Entretanto, Will tinha uma habilidade peculiar, de resolver problemas matemáticos que estudiosos levaram anos para decifrar. O professor Lambeau faz um desafio aos seus alunos, deixando, no quadro-negro do corredor da universidade, um complexo teorema para ser solucionado. Como resultado, todos os alunos se surpreenderam ao deparar com o teorema resolvido, sem que ninguém saiba quem o fez, sendo o Will responsável por tal feito.        
Lambeau acaba descobrindo a identidade do gênio, e ajuda-o a sair da cadeia, por ter agredido um policial, após o juiz impor duas condições: Will teria aulas com Lambeau e sessões de psicoterapias. Dessa forma, Lambeau é encarregado de levar o rapaz a alguns terapeutas, mas sem sucesso. Então resolve chamar um ex-amigo de escola, Sean, um psicólogo nascido em South Boston, assim como Will. Simultaneamente, Will conhece Skylar, uma estudante de Harvard, por quem se apaixona. 
A estória se desenvolve em quatros centros paralelos, porém todos tendo o Will como o eixo das atenções: as sessões de terapia com Sean, as aulas de matemática com Lambeau, a farra com os amigos e o namoro conturbado com Skylar. Progressivamente, o envolvimento de Will com Sean vai crescendo e influindo nas outras relações. 
  	No início da Psicoterapia, Will apresenta resistência e não entra no processo psicoterapêutico, sendo bastante autocentrado. Na primeira sessão com Sean, Will começa fazendo uma análise do quadro de Vincent Van Gogh e, dessa forma, aborda o psicoterapeuta com ideias fixas que o conduz a ter um conhecimento egocêntrico sobre os demais. Nessa perspectiva, há por parte de Will uma rigidez frente ao referencial teórico, no qual o existente, coloca-se como o critério de compreensibilidade e referencial do mundo. De acordo com Feijoo (2010, p.134) “[...] Esquece-se de que o mundo do ser-aí é o mundo compartilhado, o ser-com”. Percebe-se, pelo discurso do paciente que ele se coloca no centro, utilizando excessivamente dos seus conhecimentos lógicos e, por essa razão,  não há possibilidade de divergência, inclusive por parte do psicoterapeuta.  Já nas sessões seguintes, quando Will ainda demonstra certa resistência o psicólogo faz uso de uma abordagem provocativa, que  de acordo com Feijoo (2010, p.145), “ [...] mobiliza o inquietante reconhecimento da indeterminação do seu existir”. Fazendo isso, de uma forma incitadora, Sean demonstra e clarifica como o comportamento do cliente está sendo prejudicial naquele momento, permitindo, assim, uma abertura para que o processo psicoterápico avance. Já que o psicoterapeuta  não pode conduzir a terapia arbitrariamente, a análise só ocorrerá quando houver uma abertura tanto do cliente quanto do terapeuta.
O ser-no-mundo corresponde   a  como  o  sujeito  se  enxerga  na  realidade em que  está  inserido. Will é um jovem que devido às circunstâncias de uma infância conturbada minimiza o sofrimento e, em muitas das vezes, não demonstra seus sentimentos tal como ele o afeta. Na linguagem utilizada há, por exemplo, “Não sei”, “Não quis dizer isso”. Nesse sentido, Will desconsidera falar sobre seus afetos, emoções e sentimentos tal como é afetado. Nesse ponto de vista, existe por parte dele a dificuldade de assumir o sofrimento como uma possibilidade. Segundo Feijoo (2010, p.136): “ [...] Muitas vezes minimizar a dor consiste em uma estratégia que permite o alívio. No entanto, não falar deste sentimento, implica em não deixar que este se desfaça”. Nesse aspecto, podemos dizer que somos seres potencialmente capazes, mas esse conceito de capacidade é uma interpretação única de cada indivíduo, à medida em que ele se coloca no mundo. A relação entre o psicoterapeuta (Sean) e o cliente (Will) é fundamental para que haja uma abertura por parte do paciente. Mesmo entrando em contato com diferentes narrativas, Will entende que as experiências para a sua subjetividade apenas dependem dele.  Sendo assim, fica claro que o psicoterapeuta usa fundamentos da ação clínica como cuidado/preocupação,  pensadas por Heidegger. Segundo Prado e Caldas (2013): 
Na preocupação/solicitude, a reflexão cai sobre o modo como eu me coloco diante do cliente, e pode ajudar a esclarecer se tendo a substituí-lo na responsabilidade que ele tem sobre sua própria existência, ou se tendo a ajudá-lo a se apropriar, a seu modo, da lida com as questões ôntico-existenciárias (p. 96,). 
Desse modo,  possibilita que o cliente se visualize como ser-aí-no-mundo, dotados de possibilidades, afastando-se do impessoal que limita  sua vivência e sua abertura para o mundo. Contudo, o processo psicoterapêutico proposto por Sean é gradual, levando em consideração as outras possibilidades, já que o paciente desconhece suas próprias possibilidades, pois não reconhece naquilo que é e faz, sendo que assume posições que sejam bem-vistas. Por exemplo, quando Shaun pergunta se ele se sente sozinho, e pergunta quem são os amigos, a sua alma gêmea e critica o fato de Will ser inteligente e viver como servente.  Ele responde que gostaria de ser pastor, e Shaun acaba encerrando a sessão por sua brincadeira. 
 	Nas demais sessões de psicoterapia o paciente demonstra o ideal de perfeição nas suas relações sociais e afetivas, por exemplo, quando tece um comentário a sua namorada “Ela é perfeita agora. Eu não estragaria isso”. Neste ponto de vista, Will demonstra ter um projeto idealizado de si mesmo e, como efeito, espera que o outro atenda às suas expectativas e idealizações. Conforme Feijoo (2010, p.138) “[...] Muitas vezes, aquele que assim se encontra chega ao psicólogo com pretensões de curar-se, tornando-se perfeito, inatingível, infalível, não mais vulnerável às contingências do mundo.” Por outro lado, o psicoterapeuta, faz uso de falas clarificadoras da atmosfera afetiva, que conforme Feijoo (2010), esclarecem as falas e emoções confusas  do cliente, nesse caso o Will,  com o intuito de facilitar o reconhecimento, de seu próprio sentimento. Ademais,  com o avanço da terapia Will se mostra cada vez mais aberto ao processo, e é possível observar isto principalmente quando ele deixa, gradativamente, essa idealização de si e a rigidez frente ao referencial teórico para ficar com sua namorada Skylar.
  A angústia existencial se faz presente em seus diálogos com Sean, a primeira sessão, assim como as demais, é um bom exemplo dessa angústia, pois há a todo instante por parte dele referência a quadros, a livros, como uma forma de que aquilo diga algo a respeito de alguém, como também do psicoterapeuta, porém é nítido que essas observações na verdade seja uma projeção dele mesmo. Referindo a sua angústia de não saber o que quer e nem para onde ir. Tendo um referencial do conflito de base de Will relacionado ao abandono. Nesse ponto, Feijoo (2010, p.133), aborda que “[...] não quer ter consciência trata-se de um engodo, fadado a vivenciar a angústia em plenitude, porque se sabe escolhendo, porém se justificando pelo medo, pelo pânico, pelo outro que impede.” Do mesmomodo, o medo existencial o paralisa no momento presente, pois nota-se que Will é bastante relutante em abordar sobre sua infância problemática, seus medos, seus sentimentos. Dessa forma, a dificuldade de abordar sobre seus sentimentos faz com que ele utilize sua grande capacidade de análise, observação e compreensão para tentar descobrir as sensações de outras pessoas a partir de suas atitudes, gestos e objetos. Trata-se, portanto, de uma defesa (atacar o outro para não ser atacado), pois consegue abalá-los emocionalmente, atacando seus pontos fracos e, com isso, impede os demais que abordem os reais sentimentos de Will (ponto que quer manter bem protegido).  Nesta perspectiva, Sean vai fundamentando a análise com base em falas promotoras da responsabilidade, que fazem com que Will tome posse de suas próprias escolhas e consiga decidir por si. De acordo com Feijoo (p. 144, 2013), “o cliente é o único que pode decidir sobre si próprio, e nunca as situações ou pessoas envolvidas em sua vida decidirão por ele”. Além disso, é perceptível que o psicoterapeuta atua com falas que provocam o cliente a sair de sua constante paralisação no presente, não assumindo os riscos de suas possibilidades de ser-aí-no-mundo. É possível observar que com o decorrer da psicoterapia Will vai se abrindo para suas possibilidades e conseguindo tomar suas próprias decisões, superando, assim, o medo existencial tão conflitante e presente durante todas as sessões, o que é demonstrado quando toma a decisão de mudar de emprego, saindo de sua paralisação no presente e seu medo de assumir riscos.
Destarte, o filme “Gênio Indomável” é uma boa representação de uma ação clínica voltada para as noções de cuidado/preocupação, que visa, principalmente, fazer com que  o cliente compreenda  suas possibilidades de ser no mundo, assumindo riscos  e não fique preso em uma impessoalidade que limita sua existência, assim como ocorre com o protagonista. Ademais, vale ressaltar que o avanço, gradativo, de Will durante o processo psicoterápico se deu por que houve uma abertura  tanto por parte dele quanto do psicólogo, como demonstra Prado e Caldas (p. 103, 2013), “cabe ao terapeuta, portanto, incessantemente, estar atento para e refletir sabre o modo como se coloca na relação a fim de .que possa o mais— possível colocar-se como alguém que cuida no modo da consideração e da tolerância [...]. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
“Atitude fenomenológica existencial e o cuidado na clínica. In: Prática Psicológica na perspectiva fenomenológica (2013)
FEIJOO, A. M. L. A Escuta e a fala em psicoterapia: uma proposta fenomenológico existencial. Rio de Janeiro: IFEN, 2010.
 
GÊNIO INDOMÁVEL. Direção: Gus Van Sant. Produção de Lawrence Bender. Estados Unidos: Miramax Films, 1997.

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