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Economia e Política: Reflexões Sobre Os Governos Vargas, JK E João Goulart O texto tem como objetivo discutir as características gerais do processo de industrialização do Brasil no segundo governo Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, traçando um paralelo entre as políticas desenvolvimentistas, as forças políticas envolvidas e a atuação do movimento de trabalhadores em cada governo. Desde o fim do Estado Novo, o Brasil tentava se firmar com a nação em meio à economia mundial. Buscando independência econômica, o segundo governo de Vargas, investiu fortemente na indústria e infraestruturas nacionais com o objetivo de diminuir as importações e produzir bens de consumo duráveis, porém, contraindo empréstimos junto ao FMI. Desta forma, o seu governo, que era considerado trabalhista e nacionalista, sofria um papel de submissão. As forças conservadoras e os entreguistas, que defendiam o liberalismo econômico com foco apenas na agricultura e sob a cobertura da segurança dos EUA acabaram por pressioná-lo tanto que o mesmo se suicidou. No governo de Kubitschek, o plano de metas 50 anos em 5, possibilitou um grande desenvolvimento na economia, entretanto, aumentou consideravelmente a dependência do capital estrangeiro. A crise estourou no governo de João Goulart, devido ao surto de inflação, desequilíbrio na balança comercial e revolta da burguesia que diminui seus lucros devido melhorias nas condições trabalhistas. Ao tentar aplicar reformas na economia sem perda do desenvolvimento unindo as forças trabalhistas, o mesmo foi deposto pelo golpe militar em 1964 que instaurou a ditadura. As relações econômicas internacionais do Brasil dos anos 1950 aos 80 O autor inicia o artigo explicando que as relações econômicas internacionais conceitualmente são definidas como fluxos que se estabelecem entre as economias nacionais atuando de forma interdependente no plano mundial. Posteriormente, a partir do livro Princípios de Economia Monetária, de Gudin (1947), são expostas as características brasileiras válidas para as décadas de 50 e início de 60, como as importações rígidas, a inelasticidade na oferta de produtos e a baixa diversidade exportadora. Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o Brasil aderiu a todas as organizações criadas para ordenar a expansão eco nômica, porém manteve um perfil discreto nos processos decisórios, devido à reduzida diversificação de sua economia. O grande impulso na industrialização brasileira acabou ocorrendo no Governo JK, como plano de metas, entretanto, também cresceram a inflação e a dívida externa. Após JK, Jânio Quadros também não conseguiu reverter a situação macroeconômica. Em 1964 o regime militar assume e começa a fazer mudanças importantes na política econômica obtendo uma breve estabilização. Contudo, durante as décadas de 1970 e 1980, a economia piora e a ditadura militar termina com uma atmosfera de graves turbulências políticas e econômicas. Quanto às relações internacionais do Brasil, entre 1950 e 1980, pôde-se observar que o país manteve uma postura defensiva devido às restrições cambiais e as fragilidades financeiras, porém, o declínio eco nômico se estendeu até início do século XXI. A inserção defensiva do Brasil no processo de globalização deu origem a uma interdependência limitada do seu sistema nacional e a resultados bastante reduzidos, no que diz respeito a modernização econômica e social. Ainda não se pode afirmar que o Brasil entrou num período eficaz do seu processo de desenvolvimento econômico, integrado a economia mundial. A Nova República e o Plano Cruzado O objetivo do texto é de analisar o período compreendido entre o início da Nova República pós- ditadura militar até o Plano Cruzado. Esse período tem início embrionário com o surgimento de um movimento político e popular pelas eleições diretas que culmina com a eleição indireta de Tancredo Neves, contudo, esse processo só foi possível porque os próprios militares tinham iniciado um processo de abertura política lenta e gradual. No âmbito econômico, o início da Nova República é marcado por um processo inflacionário em aceleração e a tentativa de romper tal processo através de políticas econômicas ortodoxas executadas pelo então Ministro da Fazenda Francisco Dornelles. Tais políticas consistiam em realizar um corte na expansão monetária e na redução do deficit público, acompanhado de uma liberalização dos preços. Tais medidas não surtiram efeito sendo nomeado um novo ministro, Dílson Funaro. Em um primeiro momento o novo ministro manteve medidas ortodoxas de combate à inflação, contudo tais medidas falharam, e um novo plano, agora com medidas heterodoxas foi lançado, o Plano Cruzado. Este consistia em reforma monetária, congelamento de preços, correção salarial e monetária etc. Com essas medidas a inflação foi reduzida a níveis mínimos, o consumo foi estimulado bem com o a produção. Nos últimos anos do governo Figueiredo, já era possível ver que o modelo de desenvolvimento econômico que por um tempo ajudou a legitimar o regime militar acumulava fracassos sucessivos. Esses deveriam estar comprometidos com um tipo de plano de desenvolvimento que proporcionasse crescimento econômico com crescimento do emprego e melhoria na distribuição de renda, como uma forma de melhorar as condições de vida da população brasileira. Como consequência imediata do plano, o governo derrubou a inflação, recuperou o poder de compra das famílias, estimulando o consumo, a produção, o emprego e o aumento da massa de salários pagos na economia. E isso acabou por reestimular o crescimento do consumo. Pensamento Econômico Brasileiro O pensamento econômico brasileiro envolve correntes neoliberais, desenvolvimentistas e socialistas, ao lado da ideologia eclética e independente de Inácio Rangel. O pensamento desenvolvimentista inclui as cadeias vinculadas ao setor privado e as cadeias vinculadas ao setor público, posteriormente divididas em desenvolvimentismo nacionalista e não nacionalismo. Segundo os atuais incorporadores, a transformação da economia brasileira não seria possível sem a industrialização, o planejamento econômico e a ampla participação do Estado no processo produtivo. O tema do desenvolvimento econômico tem sido um tanto polêmico na história das Constituições brasileiras. Até o texto da atual Carta Política Nacional apresentou opiniões contraditórias. Ao mesmo tempo, os documentos constitucionais limitam a ação do governo, impondo limites ao Estado. A contribuição de Keynes pode ser percebida claramente nos pontos em que os documentos constitucionais permitem ao Estado intervir na esfera econômica. Portanto, a expressão da influência também é influenciada por ideias de natureza livre. É preciso lembrar que um dos maiores defensores brasileiros do liberalismo econômico, Roberto Campos, foi um dos parlamentares constituintes. Embora suas principais ideias tenham sido rejeitadas na conferência eleitoral, a influência de suas ideias nas diversas políticas implementadas no Brasil foi inegável. Em termos do enorme destaque que a escola estruturalista tem na história do pensamento econômico brasileiro, até porque um de seus principais fundadores, Celso Furtado, é brasileiro, o texto da Carta Magna de 1988 apresenta algumas de suas ideias. No entanto, a influência das ideias livres mostrará força nos anos seguintes à promulgação da Constituição de 1988. Um exemplo clássico nesse sentido pode ser visto a partir da política de privatizações vigente na década de 1990, que limitou ainda mais a atuação do Estado na esfera econômica. A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco no poder e desenvolvimento econômico No governo Lula, apesar da importância das políticasde redistribuição de renda e inclusão social, a manutenção das linhas gerais do regime de política econômica foi um reflexo da permanência do bloco no poder sob FHC. Em particular, é um reflexo da hegemonia do setor financeiro bancário no contexto da dependência financeira externa e do domínio financeiro da valorização, que foi o verdadeiro “legado amaldiçoado” do governo anterior. Assim, surgiu um debate sobre o caráter do governo Lula, ou seja, poderia se dizer que era um governo dos trabalhadores e dos mais pobres, ou que havia apenas um continuum em relação às políticas neoliberais do governo anterior. Em contrapartida, a manutenção da política econômica ortodoxa é fundamental para entender outra reorganização que foi fundamental para entender o apoio do governo Lula, uma vez que a hegemonia do setor bancário financeiro se consolidou ainda durante o governo trabalhista que tradicionalmente criticava essas políticas. A análise anterior procurou mostrar que a combinação de política social e conservadorismo da política econômica do governo Lula não foi a fórmula que levou ao apoio do baixo proletariado ao governo, como sugeriu Singer, porque a política ortodoxa se opôs a ela, no interesse desta fração, porque limita a capacidade financeira do Estado para manter e expandir a agenda social. Mostraram-se importantes centros de poder de ação estatal sobre os quais não prevaleceu a influência da facção hegemônica. É verdade que até o momento as iniciativas de políticas governamentais voltadas para a promoção do crescimento têm se fragmentado de forma não orgânica, em parte pela retirada da capacidade de planejamento e desempenho do Estado apoiada pelas políticas neoliberais da década de 1990. Uma crescente influência tanto na academia quanto no governo de que o Estado deve desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento contínuo. A situação econômica pós-crise também mostrou os limites do modelo de crescimento que relaciona a redistribuição de renda e o consumo de massa à ortodoxia da política econômica do governo Lula. Economia Brasileira: Breve Análise dos Governos FHC, Lula E Dilma O Brasil, na época de FHC, limitava o aparato estatal a três aspectos básicos: economia, educação e saúde. Houve muitos problemas sociais. Em governos anteriores, não havia controle sobre a inflação, e aqueles que não tinham muitos recursos viram seu capital erodir em poucos dias. Cabia ao governo Lula avançar com o parco aparato estatal. Livres do monstro da inflação e dos grandes negócios, que não atendiam mais às necessidades de investimento, sucateados pela falta de investimento e pela defasada classe trabalhadora de profissionais estrangeiros que passaram a competir em pé de igualdade com a abertura do mercado promovida pelos governos anteriores. O objetivo do governo FHC era seguir o plano real. Nesse sentido, considerando que a economia brasileira luta há anos com a inflação elevada, medidas têm sido tomadas para garantir o sucesso da estabilidade monetária. No entanto, o plano de estabilização econômica também desencadeou alguns efeitos negativos, como o fraco crescimento econômico, aumento do desemprego, aumento do défice primário, queda do consumo, falência de empresas nacionais, dos quais existem muitos desequilíbrios internos e externos. Além disso, o governo implementou alguns programas sociais com o objetivo de reduzir as transferências diretas de renda e as desigualdades sociais, entre outros, como o Fome Zero, o Bolsa Família e a expansão da saúde. No final de seu primeiro mandato, o governo Lula criou uma política econômica híbrida ao vincular a política econômica neoliberal a uma nova política de desenvolvimento. Nesse cenário, o governo criou o Plano Brasil Maior e aplicou a nova matriz macroeconômica, o que flexibilizou o tripé macroeconômico. Além disso, implementou uma política econômica contracionista para controlar a inflação e reduzir a demanda agregada. No entanto, essas medidas em relação à situação internacional crítica resultaram em uma deterioração da economia. Nesse cenário, o governo elaborou o plano Brasil Maior e aplicou a nova matriz macroeconômica, o que flexibilizou o tripé macroeconômico.
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