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Laudo pericial

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LAUDO PERICIAL 
LP 000/2018 
 
AUTOS NR. xxxxxx 
AUTOR(es) - BRUNA GABRIELA SCHADLER MAHMAD 
RÉU(s) – 
VARA - 
TIONILIO JOSÉ RIBEIRO, IDÁLIA ANA RIBEIRO 
1º VARA CÍVEL DA COMARCA DE CASCAVEL PARANÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bruna Gabriela Schadler Mahmad, Arquiteta e Urbanista, pós-
graduanda em Engenharia de Avaliações e Perícias, CAU PR – 
A135320-9, Perita nomeada por Vossa Excelência nos autos supra, 
vem apresentar as conclusões que chegou através deste Laudo 
Pericial investigatório de Manifestações Patológicas da Edificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cascavel 2018 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES .................................................................... 4 
1.1. GERAL ................................................................................................................ 4 
1.2. PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES ............................ 5 
2. OBJETIVO .............................................................................................................. 5 
2.1. Geral ................................................................................................................... 5 
2.2. Específico ............................................................................................................ 6 
3. OBJETO ................................................................................................................. 6 
4.2. CRITÉRIOS ADOTADOS PARA INSPEÇÃO DA EDIFICAÇÃO ......................... 8 
4.2.1. Classificação das Anomalias e Falhas ............................................................. 8 
4.2.1.1. Anomalia ....................................................................................................... 9 
4.2.1.2. Falhas ......................................................................................................... 10 
4.2.2. Grau de Risco ................................................................................................ 11 
4.3. CRITÉRIO DA INSPEÇÃO PREDIAL ADOTADO ............................................. 12 
4.3.1. Nível de inspeção .......................................................................................... 12 
4.3.2. Tipo de inspeção ............................................................................................ 13 
5. ANÁLISE TÉCNICA .............................................................................................. 13 
6. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS PERICIAIS ........................................ 14 
7. CAUSAS DOS PROBLEMAS APRESENTADOS ................................................ 14 
8. CONCLUSÕES DA PERÍCIA ............................................................................... 15 
10. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO .............................................................................. 16 
11. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO SEGUNDA 
VISTORIA…………………………………………………….…..18 
12. TERMO DE ENCERRAMENTO ........................................................................... 29 
ANEXO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 30 
ANEXO II – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………31 
 
3 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Localização do Imóvel em questão .................................................................. 7 
Figura 2 - Danos causados em toda lateralidade do imóvel ........................................... 14 
Figura 3 - Tabela de preços CUB ................................................................................... 16 
Figura 4: Rachaduras ocorridas pela força aplicada horizontalmente na residência 
devido à sobrecarga de aterro em estrutura insuficiente de muro.................................. 17 
Figura 5: A incidência de rachaduras ocorreu após o aterramento do lote vizinho. ....... 17 
Figura 6: Os danos à residência foram generalizados, porém, em alguns lugares a 
intensidade foi maior. ..................................................................................................... 18 
Figura 7: Lateral danificada do imóvel. ........................................................................... 18 
Figura 8: Além de rachaduras e deslocamento, estão ocorrendo infiltrações nas paredes 
danificadas. .................................................................................................................... 19 
Figura 9 - Vista da sala – a fratura aumentou desde a última vistoria ............................ 20 
Figura 10 - Vão entre a sala e a cozinha – aumento das patologias .............................. 20 
Figura 11 - Aumento da fratura tanto em extensão quanto em diâmetro ....................... 21 
Figura 12 - Aumento considerável da avaria .................................................................. 21 
Figura 13 - Aumento considerável da avaria .................................................................. 22 
Figura 14 - Aumento considerável da avaria .................................................................. 22 
Figura 15 - Afastamento do forro ainda continua ........................................................... 23 
Figura 16 - Aumento considerável da avaria .................................................................. 23 
Figura 17 - Aumento considerável da avaria .................................................................. 24 
Figura 18 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria .................................... 24 
Figura 19 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria .................................... 25 
Figura 20 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria .................................... 25 
Figura 21 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria .................................... 26 
Figura 22 - Aumento da avaria ....................................................................................... 26 
Figura 23 - Porta não fecha mais ................................................................................... 27 
Figura 24 - Aumento das fraturas no piso ...................................................................... 27 
Figura 25 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria .................................... 28 
Figura 26 - A fratura aumentou em extensão ................................................................. 28 
 
 
4 
 
1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES 
 
1.1. GERAL 
 
i. A Perícia em Edificações caracteriza-se pela determinação da origem, causa e 
mecanismo de ação de um fato, condição ou direito relativo a uma edificação, tendo como 
foco central a análise das manifestações patologias identificadas no imóvel. Sendo assim 
serão apontadas as causas dos fatos, condição ou direito e encontrar o nexo causal aos 
seus efeitos, permitindo a posterior apuração das responsabilidades; 
ii. Os profissionais que sobrescrevem este laudo efetuaram levantamento e coleta 
de dados no imóvel vistoriado com registro fotográfico datado e depoimento dos 
moradores, funcionários e outros interessados; 
iii. No contexto aqui apresentado a ANOMALIA representa a irregularidade relativa à 
construção ou funcional, enquanto que a FALHA diz respeito à manutenção, operação e 
uso inadequado ou inexistente da edificação, conforme Norma de Inspeção Predial do 
IBAPE/SP; 
iv. Aceitam-se como verdadeiros os documentos enviados e/ou consultados, bem 
como informações prestadas por terceiros, como de boa fé e confiáveis; 
v. Este trabalho visa unicamente a constatação e análise de vícios construtivos, 
patologias que foram expressamente solicitados nos autos, vícios ocultos ou demais 
anomalias existentes não apontadas neste laudo pericial não são de responsabilidade 
deste trabalho ou do profissional aqui envolvido; 
vi. No escopo dessa perícia não está previsto a realização de ensaios destrutivos ou 
não destrutivos ao imóvel. Inicialmenteserão realizados levantamentos e coletas de 
dados gerais nos imóveis vistoriados, com registro fotográfico datado, análise das 
patologias alegadas, fundamentação teórica e análise da documentação como: projetos, 
 
5 
 
memoriais descritivos e de cálculos, relatórios, laudos, certidões, contratos, alvarás 
fornecidos por órgãos de fé pública e outros. 
Caso os procedimentos anteriores não sejam suficientes e havendo a real 
necessidade para apuração e conclusão dos fatos, será solicitado a Excelentíssimo(a) 
Doutor(a) Juiz(a) de Direito procedimentos complementares, como análise e ensaios 
laboratoriais ou qualquer outro recurso imprescindível para finalização da peça técnica; 
vii. A profissional responsável, Arquiteta e Urbanista, pós graduanda em engenharia 
de avaliações e perícias Bruna Gabriela Schadler Mahmad, com registro no CAU/PR 
A135320-9 e IBAPE/PR xxx vem apresentar este Laudo Pericial que obedece às 
diretrizes preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e pelo 
Instituto Brasileiro de Avaliações e Pericias – IBAPE. Bem como declara respeitar os 
preceitos do Código de Ética da Profissão elaborado pelo CREA/CONFEA. 
 
1.2. PRESSUPOSTOS, RESSALVAS E FATORES LIMITANTES 
 
Foram realizados questionamentos e inquirições aos presentes no dia da Perícia 
para melhor compreensão dos fatos, conforme preconiza o Art. 429 do Código de 
Processo Civil. Informações essas que foram usadas como subsídio para a confecção 
desse laudo. 
2. OBJETIVO 
2.1. Geral 
 
O objetivo geral da perícia técnica visa fornecer elementos técnicos objetivos, 
racionais e lógicos, fundamentados em princípios físicos e matemáticos aplicados à 
engenharia, como auxílio à apuração da verdade dos fatos. Desta forma, fornecer, ao 
Eminente Julgador, subsídios contundentes e esclarecedores de todas as questões 
relativas aos aspectos técnicos de Engenharia envolvidos na lide. 
 
6 
 
Em especial, constatar e analisar a existência de manifestações patológicas na 
edificação, levantada nos Autos, mediante a verificação “in loco” e “visum et repertum” - 
perpetuar a memória – através de registro fotográfico das características físicas e do 
estado de conservação do edifício. 
O escopo do presente trabalho consiste em apuração da ocorrência de danos na 
residência objeto desse parecer, e, confirmando-se os eventos, apurar 
responsabilidades. 
 
2.2. Específico 
 
a. Vistoriar e inspecionar os imóveis dos autores; 
b. Descrever e caracterizar as manifestações patológicas apresentadas na 
edificação, referenciando segundo a bibliografia consultada, como livros, artigos 
e trabalhos acadêmicos; 
c. Apontar as possíveis origens, causas e mecanismos de ocorrências das falhas 
e anomalias identificadas na residência; 
d. Apresentar o diagnóstico das manifestações patológicas e possíveis 
responsáveis; 
e. Constatar os possíveis danos causados pelas falhas e anomalias construtivas; 
f. Elaborar o presente laudo e responder aos quesitos formulados pelas partes, 
esclarecendo todas as questões relativas aos aspectos técnicos de engenharia 
envolvidos na lide. 
 
3. OBJETO 
 
O objeto de análise investigatória é uma residência habitacional unifamiliar 
localizada na Rua Quintino Bocaiúva, bairro Parque São Paulo na cidade de Cascavel - 
Paraná. 
 
 
7 
 
 
Figura 1 - Localização do Imóvel em questão. Fonte: Google Earth 
 
Padrão do Construtivo: BAIXO (R1-B) em face de classificação normatizada pela 
NBR 12721/06 - Avaliação de custos unitários de construção para incorporação 
imobiliária e outras disposições para condomínios edilícios — Procedimento da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 
 
Idade real: 15 anos (aprox.). 
Idade aparente: 15 a 18 anos. 
Estado de conservação: Médio 
Data do Habite-se: não tive acesso. 
 
8 
 
 
4. METODOLOGIA E CRITÉRIOS ADOTADOS 
 
A metodologia para realização da perícia, em geral, consiste em etapas 
fundamentais sendo estas o trabalho de campo, a investigação técnica e a fase 
conclusiva. 
A vistoria e análise do trabalho de campo podem e devem ser acompanhadas de 
investigações “in loco”, havendo a necessidade de serem complementadas com estudos 
baseados em documentos técnicos e outras fontes de informação, para se alcançar a 
conclusão, com fundamentação. 
 
4.1. MÉTODOS UTILIZADOS PARA LEVANTAMENTO DOS DADOS 
 
 Vistoria ”in loco” das manifestações patológicas com registro fotográfico; 
 Análise dos documentos; 
 Análise técnica e diagnóstica dos problemas patológicos; 
 Parecer conclusivo. 
 
4.2. CRITÉRIOS ADOTADOS PARA INSPEÇÃO DA EDIFICAÇÃO 
 
Como suporte para a análise técnica e diagnóstica das manifestações patológicas 
utilizou-se alguns critérios de classificação das falhas e anomalias encontradas. Abaixo 
encontra-se os critérios utilizados. 
4.2.1. Classificação das Anomalias e Falhas 
 
Anomalias construtivas são aquelas que prejudicam o desempenho e a vida útil 
prevista e estão relacionadas às deficiências de ordem construtiva ou funcional. As falhas 
 
9 
 
são as não conformidades decorrentes de ações de manutenção e, portanto, possuem 
origem em atividades de manutenção, uso e operação inadequada ou inexistente. 
As anomalias e falhas constituem não conformidades que impactam na perda 
precoce de desempenho real ou futuro dos elementos e sistemas construtivos, e redução 
de sua vida útil projetada. Podem comprometer, portanto: segurança; funcionalidade; 
operacionalidade; saúde de usuários; conforto térmico, acústico e luminoso; 
acessibilidade, durabilidade, vida útil, dentre outros parâmetros de desempenho definidos 
na ABNT NBR 15575. 
As não conformidades podem estar relacionadas a desvios técnicos e de 
qualidade da construção e/ou manutenção da edificação. Podem, ainda, não atender aos 
parâmetros de conformidade previstos para os sistemas construtivos e equipamentos 
instalados, tais como: dados e recomendações dos fabricantes, manuais técnicos em 
geral, projetos e memoriais descritivos, normas, etc. 
 
4.2.1.1. Anomalia 
 
As origens das Anomalias (ou Avarias) construtivas são originárias de fatores 
Endógenos, Exógenos, Naturais e Funcionais. 
 - Endógena: originaria da própria edificação (projeto, materiais e 
execução); 
Os fatores Endógenos ou internos são intrínsecos ao próprio sistema edificante 
periciado e podem ser provenientes de erro de projeto, desacerto na execução ou 
execução descuidada assim como emprego de material diverso ao especificado pelo 
projetista ou de pouca qualidade, ou ainda, da combinação dessas etapas, assim, 
infiltrações, trincas, portas e janelas empenadas e outros problemas aparentes ou 
ocultos, devem ser reparados na fase inicial para evitar agravamentos posteriores. 
 
10 
 
 - Exógena: originaria de fatores externos a edificação, provocados por 
terceiros; 
Os fatores Exógenos ou externos são decorrentes da ação de terceiros na 
edificação, tais como os danos causados por obra vizinha, choques de veículos em partes 
da edificação, vandalismo etc., e podem ameaçar seriamente o prédio, sugerindo-se a 
imediata correção desses. 
 - Natural: originaria de fenômenos da natureza (previsíveis ou 
imprevisíveis); 
Os fatores Naturais decorrentes principalmente das condições climáticas, 
previsíveis ou não, onde o calor e sol intensos, o frio excessivo, as chuvas torrenciais, o 
granizo, as ventanias e demais ações imprevisíveis da natureza, tais como, as excessivas 
descargas atmosféricas, as enchentes, os tremores de terra e outras, podem causar 
avarias ou alterar as condições de funcionamento dos sistemas projetados, colocando 
em risco as edificações. 
 - Funcional: originaria do uso. 
Já os fatores Funcionais, que também podem colocar em risco as edificações e 
poderiam ser evitados, provocam danos decorrentes do desgaste do material ou da sua 
degradação, após significativo tempo de vida em uso repetitivo e contínuoou de uso 
inadequado e de falta de manutenção, tais como as sujidades e desgastes dos 
revestimentos e fachadas, as incrustações e corrosões das tubulações hidráulicas, os 
ataques de pragas urbanas (cupins), as infiltrações das jardineiras e outras. 
 
4.2.1.2. Falhas 
 
As falhas podem ser classificadas em: 
 
11 
 
 - De Planejamento: decorrentes de falhas de procedimentos e 
especificações inadequados do plano de manutenção, sem aderência a questões 
técnicas, de uso, de operação, de exposição ambiental e, principalmente, de 
confiabilidade e disponibilidade das instalações, consoante a estratégia de Manutenção. 
Além dos aspectos de concepção do plano, há falhas relacionadas às periodicidades de 
execução. 
 - De Execução: associada à manutenção provenientes de falhas causadas 
pela execução inadequada de procedimentos e atividades do plano de manutenção, 
incluindo o uso inadequado dos materiais. 
 - Operacionais: relativas aos procedimentos inadequados de registros, 
controles, rondas e demais atividades pertinentes. 
 - Gerenciais: decorrentes da falta de controle de qualidade dos serviços de 
manutenção, bem como da falta de acompanhamento de custos da mesma. 
 
4.2.2. Grau de Risco 
 
Conforme a referida Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e falhas 
são classificadas em três diferentes graus de recuperação, considerando o impacto do 
risco oferecido aos usuários, ao meio ambiente e ao patrimônio. 
 
“GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO IRRECUPERÁVEL – é 
aquele que provoca danos contra a saúde e segurança das pessoas 
e meio ambiente, com perda excessiva de desempenho e 
funcionalidade, causando possíveis paralisações, aumento 
excessivo de custo, comprometimento sensível de vida útil e 
desvalorização imobiliária acentuada. 
 
GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE 
RECUPERÁVEL – é aquele que provoca a perda parcial de 
 
12 
 
desempenho e funcionalidade da edificação, sem prejuízo à 
operação direta de sistemas, deterioração precoce e 
desvalorização em níveis aceitáveis. 
 
GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é aquele 
causado por pequenas perdas de desempenho e funcionalidade, 
principalmente quanto à estética ou atividade programável e 
planejada, sem incidência ou sem a probabilidade de ocorrência 
dos riscos relativos aos impactos irrecuperáveis e parcialmente 
recuperáveis, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor 
imobiliário. ” 
 
Neste caso, devido a avaliação e perícia realizadas, constatou-se que se tratam de 
anomalias de grau de risco regular (impacto parcialmente recuperável). 
 
4.3. CRITÉRIO DA INSPEÇÃO PREDIAL ADOTADO 
 
4.3.1. Nível de inspeção 
 
Segundo IBAPE/SP (2011), a Inspeção Predial pode ser classificada com o nível 
pretendido e da finalidade da mesma, sendo: 
“Nível 1: Identificação das anomalias e falhas aparentes, elaborada por profissional 
habilitado. 
Nível 2: Vistoria para a identificação de anomalias e falhas aparentes 
eventualmente identificadas com o auxílio de equipamentos e/ou aparelhos, bem como 
análises de documentos técnicos específicos, consoante à complexidade dos sistemas 
construtivos existentes. 
A Inspeção Predial nesse nível é elaborada por profissionais habilitados em uma 
ou mais especialidades. 
Nível 3: Equivalente aos parâmetros definidos para a inspeção de NÍVEL 2, 
acrescida de auditoria técnica conjunta ou isolada de aspectos técnicos, de uso ou de 
 
13 
 
manutenção predial empregada no empreendimento, além de orientações para a 
melhoria e ajuste dos procedimentos existentes no plano de manutenção. ” 
Esta inspeção é classificada como “INSPEÇÃO DE NÍVEL 01”. 
Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições técnicas de 
uso e de manutenção do sistema da edificação, de acordo com a Norma de Inspeção 
Predial do IBAPE, respeitado o nível de inspeção adotado, com a classificação das 
deficiências encontradas quanto ao grau de risco que representa em relação à segurança 
dos usuários, à habitabilidade e à conservação do patrimônio edificado. 
 
4.3.2. Tipo de inspeção 
 
Os tipos de mais usuais de inspeção são seguintes: 
• Inspeção de recebimento de obra; 
• Inspeção de edifício em garantia; 
• Inspeção predial; 
• Inspeção de manutenção predial; 
 
5. ANÁLISE TÉCNICA 
 
5.1. ANÁLISE DOS VICÍOS E DEFEITOS CONSTRUTIVOS 
A autora reclama de erros de execução/projeto e/ou imperícia na movimentação 
de terra da edificação vizinha, onde após o aterramento houve o embarrigamento do muro 
devido à sobrecarga de aterro e/ou insuficiência estrutural do muro, que ocasionaram 
inúmeros danos à sua residência. 
Após apuração preliminar, constatou-se que a residência sofreu um efeito de 
alavanca, onde a força horizontal aplicada pelo muro teve incidência maior em um dos 
lados da edificação, que por consequência, ocasionou trincas e rachaduras 
características desta configuração de dano. 
 
14 
 
O requerido executou às suas expensas serviços que são atribuição exclusiva da 
profissão de engenheiro Civil, logo, ele atuou no EXERCÍCIO ILEGAL DA PROFISSÃO. 
Conforme resolução do CREA/PR, movimentações de terra com mais de 1,0m de altura 
necessitam de acompanhamento de profissional habilitado. 
O aterro executado sem acompanhamento técnico prejudicou o imóvel do 
requerente em toda a sua extensão. 
Abaixo, uma imagem explicativa do fenômeno aqui citado: 
Aterro
Sobrecarga
Danos
Casa Danificada
FACHADA FRONTAL
 
Figura 2 - Danos causados em toda lateralidade do imóvel. Fonte: acervo da autora 
 
6. DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS PERICIAIS 
 
Apurou-se que realmente ocorrem os danos relatados pelo autor e evidenciaram-
se mais alguns, os quais são citados no item 7. Estiveram presentes na vistoria, além 
dos proprietários do imóvel, também seu filho, nora e filha. 
 
7. CAUSAS DOS PROBLEMAS APRESENTADOS 
 
Apurou-se que as principais causas dos problemas reclamados são: 
 
15 
 
a) Erros de execução e/ou projeto, bem como imperícia na movimentação de 
terra da edificação vizinha que ocasionaram os danos a seguir elencados: 
- Estufamento/embarrigamento, recalque e deflexão das paredes devido à 
sobrecarga do aterro; 
- Rachaduras generalizadas na residência; 
- Desalinhamento estrutural da edificação, onde portas e janelas estejam 
emperradas; 
- Peças cerâmicas trincadas; 
- Desnível de até 4,00 cm dos pisos. 
 
8. CONCLUSÕES DA PERÍCIA 
 
As reclamações procedem. 
Houve ligação entre o muro e a parede da casa da reclamante. Essa ligação é 
condenável do ponto de vista técnico de engenharia civil. 
Não há dúvidas de que os danos foram provocados pela movimentação de terra. 
Parte da casa está comprometida estruturalmente. 
Os danos são progressivos, podendo avançar em até dez anos. 
 
9. CUSTOS PARA REPARAÇÃO 
 
A metodologia para determinação dos custos prováveis para recuperação do 
imóvel é baseada no CUB do projeto padrão que mais se encaixa à edificação e seu 
estado atual de conservação. 
O CUB do projeto padrão R1B, ou seja, casa residencial baixo padrão 1 pavimento 
é o mais apropriado para esse caso. 
Dados retirados do site sinduscon/PR: 
 
16 
 
 
Figura 3 - Tabela de preços CUB. Fonte: site Sinduscon-PR. 
 
O CUB para padrão baixo monta em R$ 1.329,11/m². 
Apurei que os reparos são necessários em 55,00m² da residência. 
Podemos utilizar, com razoável precisão, 50% do CUB para emprego em 
orçamentos de reformas, ou seja, R$ 664,55/m². 
Para determinação do valor total multiplicamos R$ 664,55x45m² = R$ 29.904,75 
(vinte e nove mil, novecentos e quatro reais e setenta e cinco centavos). 
Entretanto o CUB desconsidera a margem de lucro da empreiteira bem como 
acompanhamento técnico de engenheiro ou arquiteto. Logo, há que se incidir a esse total, 
30%. Assim, temos: R$ 29.904,75 + 30% = R$ 38.876,17 (trinta e oito mil, oitocentos e 
setenta e seis reais e dezessete centavos). 
 
10. RELATÓRIOFOTOGRÁFICO 
 
 
17 
 
 
 Figura 4: Rachaduras ocorridas pela força aplicada horizontalmente na residência devido à 
sobrecarga de aterro em estrutura insuficiente de muro. Fonte: acervo da autora. 
 
 
 Figura 5: A incidência de rachaduras ocorreu após o aterramento do lote vizinho Fonte: 
acervo da autora. 
 
18 
 
 
Figura 6: Os danos à residência foram generalizados, porém, em alguns lugares 
a intensidade foi maior. Fonte: acervo da autora. 
 
 
Figura 7: Lateral danificada do imóvel. . Fonte: acervo da autora 
 
 
19 
 
 
Figura 8: Além de rachaduras e deslocamento, estão ocorrendo infiltrações nas paredes danificadas. . 
Fonte: acervo da autora 
 
11. RELATÓRIO FOTOGRÁFICO DA SEGUNDA VISTORIA 
 
Uma segunda visita foi realizada no local após um período de 3 meses para 
verificar se havia avanço das anomalias, e foi constatado que está havendo um aumento 
progressivo das patologias, conforme relatório fotográfico registrado abaixo: 
 
 
20 
 
 
Figura 9 - Vista da sala – a fratura aumentou desde a última vistoria. Fonte: 
acervo da autora 
 
Figura 10 - Vão entre a sala e a cozinha – aumento das patologias. Fonte: acervo 
da autora 
 
21 
 
 
Figura 11 - Aumento da fratura tanto em extensão quanto em diâmetro. Fonte: 
acervo da autora 
 
Figura 12 - Aumento considerável da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
22 
 
 
Figura 13 - Aumento considerável da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
Figura 14 - Aumento considerável da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
23 
 
 
Figura 15 - Afastamento do forro ainda continua. Fonte: acervo da autora 
 
Figura 16 - Aumento considerável da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
24 
 
 
Figura 17 - Aumento considerável da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
Figura 18 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria. Fonte: acervo da 
autora 
 
25 
 
 
Figura 19 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria. Fonte: acervo da 
autora 
 
Figura 20 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria. Fonte: acervo da 
autora 
 
26 
 
 
Figura 21 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria. Fonte: acervo da 
autora 
 
Figura 22 - Aumento da avaria. Fonte: acervo da autora 
 
27 
 
 
Figura 23 - Porta não fecha mais. Fonte: acervo da autora 
 
 
Figura 24 - Aumento das fraturas no piso. Fonte: acervo da autora 
 
28 
 
 
Figura 25 - Fratura não percebida na ocasião da última vistoria. Fonte: acervo da 
autora 
 
Figura 26 - A fratura aumentou em extensão. Fonte: acervo da autora. 
 
 
 
 
29 
 
12. TERMO DE ENCERRAMENTO 
 
 Nada mais tendo a acrescentar, o laudo principal é encerrado com 29 folhas e 2 
anexos, dando um total de 32 folhas. 
 
 
 Cascavel, 7 de Dezembro de 2018. 
 
 
 
________________________________________ 
BRUNA G. S. MAHMAD 
Arquiteta e Urbanista 
CAU A135320-9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
ANEXO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
Segundo Sika (2007), a junta pode ser definida como a separação física provocada 
intencionalmente em locais pré-estabelecidos, num dado elemento da estrutura de modo 
que as duas partes dessa estrutura possam-se movimentar, uma sobre a outra, sem a 
interferência de esforços entre elas, designada como junta de dilatação. Outro fato 
importante que destaca Lobo, Ferreira e Renófio (2003, P. 174), “Um aspecto que tem 
sido negligenciado por muitos construtores é a “junta de movimentação”, que 
necessariamente deve ser deixada entre o muro de arrimo e a edificação existente, o que 
corresponde a uma folga de alguns centímetros”. 
Ripper (1996) diz “As juntas de dilatação entre paredes e pisos sempre devem 
existir, para que recalques da parede ou estrutura não sejam transmitidos ao piso e vice-
versa”. 
Dabus (2008, p. 04) também cita que “quando não são providenciadas juntas entre 
as construções, o recalque dos muros de arrimo acaba arrastando, para baixo, as 
paredes da edificação vizinha”. 
Consoli, Milititsky, Schnaid (2005, p. 134) diz que em uma nova construção 
edificada sem o cuidado essencial de promover juntas entre ela e a já existente pode 
ocasionar grandes problemas, pois à medida que a nova obra carrega suas fundações e 
provoca recalques, induz a distorção significativa na obra existente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
ANEXO II – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
ABNT, Associação brasileira de Normas Técnicas. NBR 12721/06 - Avaliação de 
custos unitários de construção para incorporação imobiliária e outras disposições 
para condomínios edilícios. Rio de Janeiro, 2005. 
 
ABNT, Associação brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575/13 – Norma de 
desempenho. Rio de Janeiro, 2013. 
 
 BRASIL. (mar de 2015). Artigo 429. Código de Processo Civil. 
 
DABUS ARQUITETURA. Ambientes que devem ser impermeabilizados. 
Disponível em: http://www.dabus.com.br/dicas/8. Acesso em: 11/09/2018. 
 
IBAPE, Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia – Norma de 
inspeção predial nacional. São Paulo, 2018. 
 
MILITITSKY, Jarbas; CONSOLI, Nilo Cesar; SCHNAID, Fernando. Patologia das 
fundações. 2ª ed. São Paulo: Oficina de textos, 2015. 
 
RIPPER, Ernesto. Como evitar erros na construção. 3ª ed.rev. São Paulo: Pini, 
1996. 168p. 
 
SILVA SANCHES, Maryam Caiena. Estudo de casos de patologias estruturais 
ocasionadas por ação das águas pluviais e aterros na região de Campo Mourão, 
PR. 2013. Trabalho de conclusão de curso de engenharia civil – Universidade tecnológica 
federal do Paraná, Campo Mourão, 2013. 
 
 
32 
 
SINDUSCON, (2018). Acesso em 5 de Dezembro de 2018, disponível em: 
<https://sindusconpr.com.br/tabelas-cub-pr>. 
 
SIKA Portugal – “Catálogo de fichas de produtos – Prontuário”. Edição nº 7. 2007.

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