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Aminoglicosídeos: Mecanismo de Ação e Uso Clínico

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Aminoglicosídeos 
@ med.resumosdabhia 
 
Os aminoglicosídeos são mais usados em 
combinação com um antibiótico β-
lactâmico em infecções graves por 
bactérias Gram negativas, em combinação 
com a vancomicina ou com um antibiótico 
β-lactâmico para a endocardite por Gram 
positivos e para tratamento de 
tuberculose. 
 estreptomicina, 
 neomicina, 
 canamicina, 
 amicacina, 
 gentamicina, 
 tobramicina, 
 sisomicina, 
 netilmicina 
Mecanismo de ação 
Os aminoglicosídeos são inibidores 
irreversíveis da síntese proteica, com 
atividade bactericida. 
O evento inicial consiste na difusão 
passiva por meio dos canais de porina 
através da membrana externa. Em 
seguida, o fármaco é transportado de 
maneira ativa através da membrana 
celular para dentro do citoplasma por 
meio de um processo dependente de 
oxigênio. O gradiente eletroquímico 
transmembrana fornece a energia para 
esse processo, e o transporte está 
acoplado a uma bomba de próton. O pH 
extracelular baixo e as condições 
anaeróbias inibem o transporte ao 
reduzirem o gradiente. 
O transporte pode ser estimulado por 
fármacos ativos na parede celular, como 
penicilina ou vancomicina; este aumento 
 
pode ser a base do sinergismo desses 
antibióticos com os aminoglicosídeos. 
Dentro da célula, os aminoglicosídeos se 
ligam a proteínas ribossomais específicas 
da subunidade 30S. A síntese proteica é 
inibida por aminoglicosídeos pelo menos 
de três maneiras: 
(1) interferência com o complexo de 
iniciação de formação do peptídeo; 
(2) leitura errônea do mRNA, o que 
provoca a incorporação de aminoácidos 
incorretos no peptídeo e resulta em uma 
proteína afuncional ou tóxica; 
(3) clivagem dos polissomos em 
monossomos não funcionais. Essas 
atividades ocorrem de modo mais ou 
menos simultâneo, e o efeito global é 
irreversível e letal para a célula. 
 
Mecanismos de resistência 
Foram definidos três mecanismos 
principais: 
(1) produção de uma enzima transferase 
ou de enzimas que inativam o 
aminoglicosídeo por adenilação, 
acetilação ou fosforilação. Esse é o 
Aminoglicosídeos 
@ med.resumosdabhia 
 
principal tipo de resistência encontrado 
clinicamente (as enzimas transferases 
específicas serão discutidas adiante); 
(2) impedimento da entrada do 
aminoglicosídeo na célula. Esse mecanismo 
pode ser genotípico, resultando de 
mutação ou deleção de uma proteína 
porina ou de proteínas envolvidas no 
transporte e na manutenção do gradiente 
eletroquímico; ou fenotípico, decorrendo, 
por exemplo, de condições de crescimento 
sob as quais o processo de transporte 
dependente de oxigênio acima descrito 
não esteja funcional; 
(3) a proteína receptora na subunidade 
ribossomal 30S pode ser deletada ou 
alterada em consequência de uma 
mutação. 
Farmacocinética e dose única diária 
Os aminoglicosídeos são muito mal 
absorvidos no trato gastrintestinal, e 
quase a totalidade da dose oral é 
excretada nas fezes após administração 
oral. 
Os aminoglicosídeos geralmente são 
administrados por via intravenosa em 
infusão por 30 a 60 minutos. 
Após injeção intramuscular, os 
aminoglicosídeos são bem absorvidos, 
proporcionando concentrações máximas 
no sangue em 30 a 90 minutos. 
A meia-vida normal dos aminoglicosídeos 
no soro é de 2 a 3 horas, aumentando para 
24 a 48 horas nos pacientes com 
comprometimento significativo da função 
renal. 
Tradicionalmente, os aminoglicosídeos têm 
sido administrados em duas ou três doses 
 
distribuídas igualmente ao longo do dia 
nos pacientes com função renal normal. 
Quando administrados com um antibiótico 
ativo contra a parede bacteriana (um β-
lactâmico ou a vancomicina), os 
aminoglicosídeos apresentam um efeito de 
morte sinérgica contra determinadas 
bactérias. 
Os aminoglicosídeos são depurados pelo 
rim, e a excreção é diretamente 
proporcional à depuração da creatinina. 
Para evitar acúmulo e níveis tóxicos, 
geralmente se evita usar dose única diária 
de aminoglicosídeos quando a função 
renal está comprometida. 
Quando a depuração da creatinina é > 60 
mL/min, recomenda-se uma dose única 
diária de 5 a 7 mg/kg de gentamicina ou 
tobramicina (15 mg/kg para a amicacina). 
Para pacientes com depuração de 
creatinina < 60 mL/min, recomenda-se a 
posologia tradicional.

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