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Atividade avaliativa - ADO26 HOMOFOBIA COMO CRIME RESULTANTE DE DISCRIMINAÇÃO OU PRECONCEITO DE RAÇA

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS 
 CCSA – Centro de Ciências Sociais Aplicadas 
 DPCS – Departamento de Política e Ciências Sociais 
 Curso de Graduação em Ciências Sociais 
 Tamires Clei Nunes 
Disciplina optativa: Sociologia, Desigualdade e Reconhecimento – Prof.ª Maria Railma Alves 
Atividade Avaliativa: como a Lei pode contribuir (ou não) para a redução da desigualdade 
social? 
 
 “III.1 HOMOFOBIA COMO CRIME RESULTANTE DE DISCRIMINAÇÃO OU 
PRECONCEITO DE RAÇA” 
A construção do argumento para enquadrar a homofobia como crime de racismo tem suas 
bases no princípio da igualdade, que é um dos princípios fundamentais. Eles não podem ser 
alterados e a demais Leis devem respeitar esses princípios, por isso são chamados de cláusulas 
pétreas. 
art. 3º, IV, da CR. “promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, 
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” 
A mesma base, de defesa às liberdades e direitos que definiu o racismo como crime 
inafiançável e imprescritível, com função de punir discriminação atentatória de direitos e 
liberdades. 
Tendo em vista o caráter discriminatório presente tanto em injúrias raciais quanto em 
ações Homofóbicas e transfóbicas, é defendida a criminalização da LGBTfobia. 
Para enquadrar a LGBTfobia como crime de racismo, é perceptível uma alusão ao 
esvaziamento do conceito de raça. Quando no voto é mencionado na p. 70 que, 
(...) limitar o racismo a simples discriminação de raças, considerado apenas o sentido 
léxico ou comum do termo, implica a própria negação do princípio da igualdade, 
abrindo-se a possibilidade de discussão sobre a limitação de direitos a determinada 
parcela da sociedade, o que põe em xeque a própria natureza e prevalência dos direitos 
humanos. 
Pensando na perspectiva do movimento antirracista, em que as pautas são especificas, 
porém é evidente que há intersecções, como por exemplo um caso de gay negro. No mais, as 
razões são distintas, mesmo que há quem considere que a origem é a mesma. Cada opressão 
possui um modo de operar diferente, e o conceito ou nomenclatura é importante quando se trata 
de combate a opressão. Existem critérios para a definição de raça, mesmo existindo diferença 
entre os grupos que são tratados, basear somente no caráter discriminatório pode haver 
interpretações equivocadas, assim seria possível enquadrar as mulheres, ciganos os pobres e 
isso não faria sentido. 
No voto ainda é colocado na p. 72 que: 
Sempre que um modelo de pensamento, fundado na exploração da ignorância e do 
preconceito, põe em risco a preservação dos valores da dignidade humana, da igualdade 
e do respeito mútuo entre as pessoas, incitando a prática da discriminação dirigida 
contra uma comunidade exposta aos riscos da perseguição e da intolerância, mostra-se 
indispensável que o Estado ofereça proteção adequada aos grupos hostilizados, 
adotando mecanismos eficientes, aptos a evitar os confrontos sociais e a reprimir os atos 
de injusta agressão, sob pena de ofensa ao postulado que veda a proteção penal 
insuficiente. 
A grande questão é que criminalização não vai prevenir atos de homofobia, assim como 
não previne o racismo, em suma será uma ação corretiva. O Estado vai agir após os atos de 
discriminação já ocorreram, e observando nosso sistema carcerário é possível afirmar que nosso 
modelo de reclusão vingativo não reforma o sujeito para reinseri-lo na sociedade, ele volta ainda 
pior e tem grande dificuldade na ressocialização. Portanto, neste sentido considero que essa Lei 
não contribua para a redução da desigualdade social, mas a existência dela é importante para 
que crimes dessa natureza sejam corrigidos, questão visivelmente ambígua que nos coloca 
diante de um dilema.

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