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1 Disciplina: Avaliação na Educação Infantil Autores: Esp. Irajá Luiz da Silva Revisão Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2015 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Irajá Luiz da Silva Avaliação na Educação Infantil 1ª Edição 2015 Curitiba, PR Editora São Braz 3 FICHA CATALOGRÁFICA SILVA, Irajá Luiz da. Avaliação na Educação Infantil / Irajá Luiza da Silva. – Curitiba, 2015. 43 p. Revisão de Conteúdos: Marcelo Alvino da Silva. Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso. Material didático da disciplina de Avaliação na Educação Infantil – Faculdade São Braz (FSB), 2015. ISBN: 978-85-94439-48-2 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Claudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais, e grupos de estudos com alunos e tutores, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Apresentação da aula A disciplina de Avaliação na Educação Infantil, requer mais que formação, exige uma reflexão de todas as práticas pedagógicas aplicadas no cotidiano escolar. Necessita além da aquisição do conhecimento um desenvolvimento da habilidade de observar, transformando opiniões em ações metodológicas e busca incessante dos melhores resultados, tanto por parte dos alunos, quanto dos professores. Portanto, a pré-disposição e a consciência do trabalho serão implacáveis nos resultados, oportunizando a transformação necessária para o processo evolutivo da criança. Ser um profissional da Educação é subsidiar elevação e desenvolvimento, mais quando se trata de Educação Infantil, sendo assim, a disciplina apresentada abordará todos os mecanismos avaliativos e provocações para reflexões sobre o tema, lembrando que muito já foi escrito e dito sobre “avaliação” e até o momento é um dos pontos mais polêmicos no processo ensino aprendizagem. No módulo que se inicia o objetivo é ampliar a visão a respeito do tema elucidando e evidenciando a necessidade de buscar o avanço para que as práticas sejam aplicadas de forma eficaz, compreendendo melhor as orientações sobre avaliação contextualizadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, as quais norteiam as orientações e estabelecem comunicações com as demais Diretrizes, percebendo as novas possibilidades para a organização e acompanhamento desses processos de registro das experiências vivenciadas pela criança nas diversas instituições infantis (escolas, creches, pré-escolas e escolas), permitindo uma reflexão sobre a inserção de suas passagens pelos diversos grupos etários contribuindo com a sua formação cognitiva e psicomotora. 6 Aula 1 – Avaliação na Educação Infantil e suas fundamentações Apresentação Aula 1 Nesta aula o assunto abordado terá o foco nas definições e conceitos da Avaliação na Educação Infantil, buscando além das fundamentações uma reflexão dos princípios e subsídios para o desenvolvimento da aplicabilidade no cotidiano escolar. 1. Avaliação e transições na Educação Infantil 1.1 Finalidades da Avaliação na Educação Infantil A avaliação é uma ação cotidiana que se realiza com diferentes finalidades: Avaliar as condições climáticas (para decidir com qual roupa ir); Avaliar as condições financeiras (para a aquisição de um determinado produto ou serviço); Avaliar as situações de um determinado conflito (para decidir qual a melhor decisão à ser tomada). A atividade avaliativa exerce domínio sob diversos fatos e situações que necessitem a tomada de uma decisão. Da capacidade de observar e dimensionar adequadamente o direcionamento que o aluno terá, dependerá do sucesso das ações, ocorrendo ou não o objetivo almejado. Do mesmo modo que ocorre no cotidiano o mesmo estende-se à vida profissional de professores que no exercício de sua função aplica a avaliação em diversas esferas para cumprir o protocolo de medição do conhecimento adquirido pelo discente, pois através de suas avaliações terá subsídios para ações futuras. Entretanto, diferentemente do que acontece no dia a dia, quando se avalia de forma quase intuitiva, avaliar a prática pedagógica é um ato intencional, por isso precisa ser cuidadosamente planejado e orientado por critérios. 7 Quando isso não acontece, a avaliação é compreendida como uma tarefa com um fim em si mesma, atribuir notas ou conceitos ao desempenho dos estudantes com o objetivo de promovê-los ou não a etapas posteriores de escolarização, essa concepção estreita, classificatória e sentenciadora de avaliação, empobrece a prática profissional dos docentes, porque seus resultados não são utilizados para que eles possam reorientar suas ações e obter maior sucesso com seu trabalho; e empobrece também a experiência de crianças e jovens, porque uma avaliação classificatória não consegue apreender os modos como esses sujeitos estão aprendendo e se desenvolvendo. A avaliação na Educação Infantil é de suma importância, a qual possui importante papel no fornecimento de elementos, os quais auxiliaram o professor no conhecimento direcionado das crianças com as quais trabalha, evidenciando as suas características pessoais e grupais, suas emoções, reações, desejos, interesses e modos pelos quais vão se apropriando da cultura na qual estão inseridas, transformando-a. Também tem a importante função na contribuição de estreitamento de laços familiares e com os docentes, auxiliando em diferentes momentos de suas trajetórias nas instituições, na troca de informações visando o bem-estar, conforto e segurança das crianças. Avaliar é, portanto, o exercício de um olhar sensível e cuidadoso ao outro, dito de outro modo, é a parte do exercício de “amorosidade” que o ato educativo encerra e do qual nos fala o mestre Paulo Freire (MICARELLO, 2010, p. 2 grifos do autor). 1.2 A Avaliação na Educação Infantil: Fundamentos e pressupostos Para Bondioli (2004, p. 143), a educação na primeira infância caracteriza-se como um ambiente queobjetiva “a garantia de condições positivas de crescimento e desenvolvimento para as crianças que nela são recebidas”. Neste contexto a educação deverá garantir condições positivas, sendo necessários planejamentos, projetos e atividades pedagógicas dentro da instituição educativa. As mesmas deverão ser contempladas no PPP e pautadas em reuniões pedagógicas (entre os gestores e os professores), com o intuito de contribuir para a criação de um ambiente que possibilite de forma favorável o crescimento e desenvolvimento das crianças. 8 A trajetória histórica percorrida pelas creches e pré-escolas marcou-se por uma concepção assistencialista de atendimento, a qual as responsabilizavam pela gurda e proteção das crianças. Não existia preocupação prioritária no ato de educar e, portanto, não se mostrava necessária a prática avaliativa para acompanhar e medir os cuidados dedicados aos pequenos. A Avaliação na Educação Infantil não seleciona os educandos melhores e piores, mas sim subsidia a busca de meios pelos quais todos possam aprender aquilo que é necessário para seu próprio desenvolvimento, podemos concluir que a avaliação é inclusiva. No decorrer dos tempos, os pais passaram a pressionar as Instituições infantis as quais os seus estavam matriculados para que ocorresse de forma mais eficaz as propostas pedagógicas, com a finalidade de que ocorresse uma maior integração e que o ato de educar tivesse um olhar mais cuidadoso. Dentro dessa concepção a avaliação surge como parte de ação intencional do educador. Os professores responsáveis pela condução dos grupos infantis devem privilegiar as ações que direcionam as atividades para o desenvolvimento das capacidades intelectuais e motoras no corpo discente, com a aplicabilidade da avaliação “como um elemento de controle sobre a escola e sobre os professores que se veem com a tarefa de formalizar e comprovar o trabalho realizado” com seus alunos (HOFFMAN, 2000, p. 9). Neste período de gradativos avanços no que se refere aos objetivos da Educação Infantil, as exigências legais que tratavam da avaliação no âmbito dessa etapa da Educação Básica estabelecem que tal processo deveria ser constituído mediante o acompanhamento do desenvolvimento da criança. Segundo Carneiro (2010): A avaliação na Educação Infantil consiste no acompanhamento do desenvolvimento infantil e por isso, precisa ser conduzida de modo a fortalecer a prática docente no sentido de entender que avaliar a aprendizagem e o desenvolvimento infantil implica sintonia com o planejamento e o processo de ensino. Por isso, a forma, os métodos de avaliar e os instrumentos assumem um papel de extrema importância, tendo em vista que contribuem para a reflexão necessária por parte dos profissionais acerca do processo de ensino (CARNEIRO, 2010. p. 6). 9 O ato de avaliar o desenvolvimento infantil nas instituições é uma necessidade percebida e cobrada pela família dos mesmos, o qual em alguns casos não eram atribuídos com relevância por alguns educadores, sendo aplicado de forma mecânica e não acarretava na devida reflexão por parte dos profissionais envolvidos no processo. Nesse contexto, considerando que nos dias atuais a avaliação é formalizada como parte do planejamento docente em caráter de acompanhamento do desenvolvimento da criança e não como critério de promoção para o Ensino Fundamental, é possível afirmar que ainda são muitos os equívocos observados em relação à compreensão do que vem a ser o processo avaliativo no âmbito da Educação Infantil. Segundo Bondioli (2004), avaliar: [...] é uma prática que pode ser empreendida com uma pluralidade de objetivos e, [...] implica uma clareza sobre esses objetivos que devem ser alcançados pela cooperação de todos os atores sociais que nele (no processo avaliativo) podem estar envolvidos (BONDIOLI, 2004. p. 144-145). Mais que uma prática formalizada a ser incluída no cotidiano docente, a avaliação deve ser compreendida pela clareza de seus objetivos a fim de enriquecer a ação pedagógica. Hoffmann (2000, p. 11) traz mensuras que referem-se a uma “excessiva formalização da avaliação” a qual evidencia que o ato de avaliar deve “cumprir o duplo objetivo de controlar a ação do professor e o comportamento infantil”, através de práticas que visam apenas uma exigência formal, as quais reduzem o papel da avaliação a uma exigência legal e que desconsidera o cotidiano da criança e a postura pedagógica do professor. Essa postura é totalmente ineficaz ao processo avaliativo, o qual deve sim, contemplar as experiências que a criança traz de seu aprendizado empírico avaliando sua evolução dentro do que tange o seu desenvolvimento motor e cognitivo. A autora traz como exemplo, em seus estudos, o caso da elaboração de fichas comportamentais classificatórias semestrais, instrumento avaliativo pelas quais as crianças são classificadas em escalas comparativas, tais como: atingiu; não atingiu; muito bom; bom; fraco, etc. 10 Nesta concepção de avaliação, a qual utiliza-se de fichas classificatórias os critérios avaliativos deverão ser elaborados por alguém que participe do dia a dia da criança, geralmente os critérios avaliativos são elaborados por alguém que não participa do dia a dia da criança, a saber, diretores, coordenadores pedagógicos, entre outros profissionais da equipe de gestão cujo objetivo é saber como tem sido o percurso evolutivo de desenvolvimento da criança no interior da Instituição. Tais fichas são construídas de tal forma que, segundo Hoffmann (2000, p. 12-13), não dá margem a discussão e estudos sobre o assunto, por não se fundamentar em “concepções de sociedade, de educação, de criança, de trabalho docente e de desenvolvimento infantil” e por não contribuir para o desenvolvimento da criança e reflexão do trabalho do professor. A avaliação, nesse contexto, se transforma em “preenchimento de registros sem significado pedagógico”, mais uma vez para o cumprimento de processos burocráticos exigidos pelas Instituições. Carneiro (2010) reforça que o modelo clássico retrata-se como: [...] cultura classificatória e dualista, que separa os bons dos maus, afirma o que é certo e o que é errado, julga o outro a partir de valores e juízos pessoais e sociais, sendo alguns deles fortemente embebidos em preconceitos. Assim, a avaliação tem servido como um instrumento de controle social, pois produz seletividade e exclusão (CARNEIRO, 2010. p. 17). Zabalza (2006) evidencia a necessidade de que se exista uma cultura contraria a lógica classificatória, a qual deverá conduzir os educadores a trabalhar a com um olhar especial para a suas ideias e práticas, sendo revistas de um modo especial induzindo a tomada de maneira consciente os pontos fracos e fortes no exercício de sua função como docente. Zabalza (2006) não descarta a importância dos registros cotidianos e da documentação das crianças, reforçando que tal instrumento traz reflexões que possibilitam o professor e ter uma maior sintonia entre a avaliação e o trabalho pedagógico, tendo-o como base mediadora do norteio de suas ações (sendo um elo significativo entre elas). Segundo Hoffman (2000), a avaliação apropriada como referência pelo docente compões as práticas pedagógicas pela “abertura do professor ao entendimento das crianças com quem trabalha, pelo aprofundamento teórico que fundamenta a 11 curiosidade sobre elas, pela postura mediadora, provocativa e desafiadora”. Traçando as diretrizes de uma avaliação mediadora na Educação Infantil são necessários alguns pressupostos básicos: a) Uma proposta pedagógica que vise levar em conta adiversidade de interesses e possibilidades de exploração do mundo pela criança, respeitando sua própria identidade sociocultural, e proporcionando-lhes um ambiente interativo, rico em materiais e situações a serem experienciadas; b) Um professor curioso e investigador do mundo da criança, agindo como mediador de suas conquistas, no sentido de apoiá-las, acompanhá-las e favorecer novos desafios; c) Um processo avaliativo permanente de observação, registro e reflexão acerca da ação e do pensamento das crianças, de suas diferenças culturais e de desenvolvimento, embasador do repensar do educador sobre o seu fazer pedagógico (HOFFMANN, 2000, p.20). A avaliação nesse contexto realiza-se como investigativa e mediadora, e se justifica na relação professor-aluno, assumindo sua real função na esfera educacional. Trata-se de uma atividade que não só perpassa e justifica a relação professor- aluno, a mesma envolve a todos os envolvidos na educação (docentes, discentes e familiares e demais colaboradores da escola) nesse processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança. Para Micarello (2010), os gestores pertencentes ao sistema de ensino possuem importante papel no exercício de prover o contato dos profissionais de uma mesma instituição e os demais espações que atendam as crianças e suas famílias, incentivando assim as práticas integrativas entre os responsáveis pela elaboração das propostas pedagógicas com os profissionais responsáveis pelo ato educativo, resultando na integração de tais propostas com a finalidade de analisá-las e avaliá- las dentro do processo educativo dos alunos de 0 a 5 anos. Importante Efetua-se uma Avaliação Diagnóstica e Processual quando conclui- se que o educando não possui um determinado conhecimento ou 12 habilidade, mais que futuramente venha a apresentar conhecimento esperado. Quando detectam-se algumas dificuldades na aprendizagem dos alunos, a recuperação e o sistema processual deverá ser continuada e paralela. Ví deo Assista o filme Preciosa-uma História de Esperança (1987) com direção de Lee Daniels, leva a reflexão de como os sujeitos chegam alguns patamares quando inseridos em uma Instituição. Claireece Preciosa Jones, uma adolescente de 16 anos que ainda não foi alfabetizada e que sofre uma série de privações durante sua juventude e sua percepção de vida começa a mudar após conhecer Sra. Lichtenstein (professora), que após as suas investigações avaliativas lhe auxilia e consegue inseri-la em uma escola alternativa, a qual lhe oferece uma nova maneira de lidar com a vida. Link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=4x8iidnoNx0 Resumo Aula 1 Nesta evidenciou-se a importância da avaliação na educação infantil, reforçando a sua finalidade e seus fundamentos. Atividade de Aprendizagem A Avaliação na Educação Infantil não seleciona os educandos melhores e piores, mas sim subsidia a busca de meios pelos quais todos possam aprender aquilo que é necessário para seu próprio desenvolvimento. Com base nessa afirmativa discorra sobre o tema. 13 Aula 2 - A avaliação baseada nos documentos legais e políticos da Educação Infantil Apresentação Aula 2 Nesta aula, a aprendizagem terá as fundamentações no conjunto de documentos legais, normativos e de orientações pedagógicas, buscando dispositivos sobre avaliação do desenvolvimento das crianças, bem como sobre a política de educação infantil, nos seus diferentes aspectos e âmbitos de formulação e aplicação. Uma vez que eles são produto de um debate amplamente participativo, do qual tomaram parte estudiosos, pesquisadores, professores, representantes de entidades da área, eles constituem um consistente ponto de partida para as respostas que somos forçados a dar, neste momento, sobre a avaliação na e da Educação Infantil. 2. A avaliação e os parâmetros legais 2.1 Situando a questão A avaliação da Educação Infantil é uma das temáticas mais abordadas estando cada vez mais presente, tanto no que refere-se a sua aplicabilidade metodológica ou no que tange as suas concepções, subjacentes à sua formulação, sua adequação ou inadequação, seus objetivos e usos. A Educação Infantil não imuniza-se quanto as vertentes de que a avaliação toma conta do ambiente social e educacional, ela também não sofre as invasões de testes nacionais ou internacionais, os quais contextualizam indicadores argumentativos de que seus impulsos possuem a aplicabilidade nas esferas educacionais. Alguns educadores são resistentes a essas aplicabilidades, as quais utilizam-se testes estandardizados de forma generalizada para as crianças, os quais objetivam pontuar o nível (estágio) de desenvolvimento ao alcance dos objetivos estipulados (pré-definidos) para as suas respectivas idades. 2.2 Política Nacional de Educação Infantil: pelos direitos das crianças de zero a seis anos à Educação 14 No Preâmbulo da Declaração dos Direitos da Criança, das Nações Unidas, afirma-se que a sociedade deve às crianças o melhor dos seus esforços. A Constituição Federal, de 1988, em seu Art. 227, determina que é: [...] dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de coloca-los a salvo de toda forma de negligencia, discriminá-lo, exploração, violência, crueldade e opressão. No ano de 1994, o Ministério da Educação elaborou o documento de Política Nacional de Educação Infantil, a qual tem como definição em que definem-se como principais objetivos para a área, a expansão da oferta de vagas para a criança de 0 a 6 anos, o fortalecimento, nas instâncias competentes, da concepção de educação e cuidado como aspectos indissociáveis das ações dirigidas às crianças e a promoção da melhoria da qualidade do atendimento em creches e pré-escolas. No mesmo ano publicou-se o documento que visava por uma política de formação do profissional para o docente atuante na área de Educação Infantil, o mesmo discutia a necessidade e a importância da qualificação para a atuação em pré-escolas e creches como condição de melhoria na qualidade da educação. Partindo das políticas já vigentes e das discussões decorrentes em torno da elaboração da LDB e das demandas dos municípios e estados, os quais visavam em suas prioridades, o Ministério da Educação, define em 1995 a proposta de melhoria de qualidade no atendimento educacional nas creches e pré-escolas, delimitando-o como seu objetivo principal, evidenciando quatro vertentes de ações: Incentivo à elaboração, implementação e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares; Promoção da formação e da valorização dos profissionais que atuam nas creches e pré-escolas; Apoio aos sistemas de ensino municipais para assumirem sua responsabilidade com a Educação Infantil; Criação de um sistema de informações sobre a educação da criança de 0 a 6 anos. 15 Na função de que esse papel fosse cumprido, aprovou-se em 2001 o Plano Nacional de Educação, expressando-se assim em relação às competências dos entes federados: Na distribuição de competências referentes à Educação Infantil, tanto a Constituição Federal quanto a LDB são explicitas na co-responsabilidade participativa das três esferas de governo: Municípios, Estado e União; além da participação da família. A articulação com a família visa, mais do que qualquer outra coisa, ao mutuo conhecimento de processosde educação, valores, expectativas, de tal maneira que a educação familiar e a escolar se complementem e se enriqueçam, produzindo aprendizagens coerentes, mais amplas e profundas. Quanto às esferas administrativas, a União e os Estados atuarão subsidiariamente, porem necessariamente, em apoio técnico e financeiro aos Municípios, consoante o Art. 30, Inciso VI, da Constituição Federal. 2.3 O Plano Nacional de Educação (2014 / 2024), em movimento O Plano Nacional de Educação (PNE) determina diretrizes, metas e estratégias para a política educacional dos próximos dez anos. O primeiro grupo são metas estruturantes para a garantia do direito a educação básica com qualidade, e que assim promovam a garantia do acesso, à universalização do ensino obrigatória, e a ampliação das oportunidades educacionais. Um segundo grupo de metas diz respeito especificamente à redução das desigualdades e à valorização da diversidade, caminhos imprescindíveis pra a equidade. O terceiro bloco de metas trata da valorização dos profissionais da educação, considerada estratégica para que as metas anteriores sejam atingidas, e o quarto grupo de metas refere-se ao ensino superior. A Emenda Constitucional nº 59/2009, mudou a condição do Plano Nacional de Educação (PNE), que passou de uma disposição transitória da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/96), para uma exigência constitucional com periodicidade decenal, o que significa que planos plurianuais devem tomá-lo como referência. O plano também passou a ser considerado o articulador do Sistema Nacional de Educação, com previsão do percentual do Produto Interno Bruto (PIB) 16 para o seu financiamento. O PNE possui a finalidade de alicerçar a base para os processos de elaboração dos planos estaduais, distrital e municipais, os quais ao serem aprovados deverão prever recursos orçamentários para a sua execução e efetivação. O PNE possui 20 metas para a educação, as quais foram amplamente debatidas e apontadas pela sociedade no CONAE 2010, passando por posterior aprimoramento em sua integração com o Congresso Nacional. Existem metas estruturantes, as quais garantem o direito à educação básica qualificada, incluindo o direito ao acesso, à universalização da alfabetização e à ampliação da escolaridade e das oportunidades educacionais. Esses apontamentos são mencionamos somente na Meta 1, a qual especifica e objetiva a Educação Infantil. Meta 1 – universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches, de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos até o final da vigência deste PNE (BRASIL, 2014. S/p). Saiba Mais Com relação à Meta 1, registra-se que, anualmente, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) publica o Censo da Educação Básica, que engloba os dados da educação infantil, informação disponível na integra no acesso: http://portal.inep.gov.br/basica-censo. O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) oferece orientações sobre como ter acesso aos programas e projetos para a educação infantil, informação disponível na integra no site: www.fnde.gov.br. Resoluções da Câmara de Educação Básica e do Pleno do Conselho Nacional de Educação (CNE) sobre educação infantil estão disponíveis no endereço: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&vi ew=article&id=12812&Itemid=866. 17 O Ministério da Educação (MEC) disponibiliza em seu portal várias publicações sobre educação infantil, entre elas, Indicadores da Qualidade na Educação Infantil estão disponíveis na integra no acesso: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/indic_qualit_educ_in fantil.pdf. Mais informações podem ser encontradas no endereço eletrônico: http://pne.mec.gov.br/programas-metas. 2.4 Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil articulam-se às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, reunindo os princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas e a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação Infantil. 2.4.1 Com relação aos Princípios As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades. Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática. Estético: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais. 2.4.2 Com relação à Avaliação 18 As Instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo: A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano; Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns, etc.); A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da Instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental); Documentação especifica que permita às famílias conhecer o trabalho da Instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil; A não retenção das crianças na Educação Infantil. 2.5 LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 2.5.1 Histórico A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) é a lei brasileira mais importante no que tange-se à educação, a mesma foi aprovada em dezembro de 1996 com o número 9394/96, sendo popularmente conhecida como a Lei Darcy Ribeiro, sendo nomeada em virtude de homenagear esse importante educador, político e um dos principais formuladores desta lei. A LDB compõe-se por 92 artigos, os quais abordam diversas temáticas da educação brasileira, permeando desde Educação Infantil até o Ensino Superior. 2.5.2 Principais características da Lei de Diretrizes e Bases da Educação: 19 Estabelece que todo cidadão brasileiro tem o direito ao acesso gratuito ao Ensino Fundamental; Determina a função do Governo Federal, Estados e Municípios no tocante a gestão de educação; Estabelece as obrigações das Instituições de ensino, desde a Educação Infantil ao Nível Superior; Determina a carga horaria mínima para cada nível de ensino; Apresenta diretrizes curriculares básicas; Aponta funções e obrigações dos profissionais da educação (professores, gestores, etc.). A avaliação pode ser usada em nível federal, estadual, municipal e pela própria escola para orientar a elaboração de políticas, projetos e propostas educacionais, entre outras ações, sendo uma importante estratégia de gestão educacional. 2.5.3 A LDB e a Educação Infantil A expressão Educação Infantil e sua concepção com primeira etapa da educação básica está presentetambém na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Neste contexto a criança de 0 a 6 anos tem seus diretos reforçados à educação em creches e pré-escolas, direitos esses que já estavam assegurados Constituição Federal de 1988 e reafirmado no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, a tradução desse direito em diretrizes e normas, no âmbito da educação nacional, representa um marco histórico de grande importância para a educação infantil em nosso país. A inserção da educação infantil na educação básica, como sua primeira etapa, é o reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida e é essencial para o cumprimento de sua finalidade, afirmada no Art. 22 da Lei: [...] a educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania 20 e fornecer-lhes meios para progredir no trabalho e nos estudos posteriores (LDB, 96. S/p). A Educação Infantil recebeu um destaque na nova LDB n° 9394/96, inexistente nas legislações anteriores. É tratada na Seção II, do Capítulo II (Da Educação Básica), nos seguintes termos: Art. 29 - A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Art. 30 - A Educação Infantil será oferecida em: I – creches ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II – Pré-escolas para crianças de quatro a seis anos de idade. Art. 31 - Na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental. Importante Da leitura dos Artigos nº 29, 30 e 31, é de importante destacar a respeito da Educação Infantil como primeira etapa da educação básica: A necessidade de que a Educação Infantil promova o desenvolvimento do indivíduo em todos os seus aspectos, de forma integral e integrada, constituindo-se no alicerce para o pleno desenvolvimento do educando. O desenvolvimento integral da criança na faixa etária de 0 a 6 anos torna-se imprescindível a indissociabilidade das funções de educar e cuidar. Sendo a ação da Educação Infantil complementar à da família e à da comunidade, deve estar com essas articuladas, o que envolve a busca constante do diálogo com as mesmas, mas também implica um papel específico das Instituições de Educação Infantil no sentido de ampliação das experiências, dos conhecimentos da 21 criança, seu interesse pelo ser humano, pelo processo de transformação da natureza e pela convivência em sociedade. Ao explicitar que a avaliação na Educação Infantil não tem objetivo de promoção e não constitui pré-requisito para o acesso ao ensino fundamental, a LDB traz uma posição clara contra as práticas de alguns sistemas e instituições que retêm as crianças na pré-escola até que se alfabetizem, impedindo seu acesso ao ensino fundamental aos sete anos. Avaliação pressupõe sempre referencias, critérios, objetivos e deve ser orientada, ou seja, deve visar o aprimoramento da ação pedagógica, assim como o acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança, onde deverá ter como referência e objetivo estabelecido no Projeto Político Pedagógico da Instituição. Isto exige que o profissional da Educação Infantil desenvolva habilidades de observação e de registro do desenvolvimento da criança e que reflita permanentemente sobre sua prática, aperfeiçoando-a no sentido do alcance aos objetivos. A finalidade da avaliação na Educação Infantil não objetiva retenção, reprovações e/ou afins. Para Refletir Com Leis tão claras e objetivas, textos redigidos e com eloquência, como está a Educação Infantil em seu município, estado e no país como um todo? Se não está boa, o que você tem feito para reverter o quadro? Resumo Aula 2 Nesta aulas evidenciou-se a legislação, normativas e diretrizes que direcionam as práticas avaliativas no contexto escolar. Atividade de Aprendizagem 22 A Educação Infantil recebe destaque na nova LDB n° 9394/96, inexistente nas legislações anteriores. Discorra sobre seus Artigos n° 29, 30 e 31. Aula 3 - Avaliação na Educação Infantil - Áreas do desenvolvimento e avaliação mediadora Apresentação aula 3 O objetivo desta aula é subsidiar o trabalho docente no que diz respeito as observações e avaliações dentro das áreas do desenvolvimento infantil, criar contextos de aprendizagem que permitam as crianças, qualquer que seja o seu nível, quaisquer que sejam suas estruturas intelectuais, evoluírem na construção de suas hipóteses, do seu conhecimento. Perceber a criança como centro da ação avaliativa, que consiste em observá-la curiosamente e refletir sobre o significado de cada momento de convivência com o aluno. 3. O processo de aprendizagem No processo evolutivo da criança em seu desenvolvimento torna-se mais eficaz quando ela consegue aprender e aprimorar aquilo que já sabe. Nesse contexto a criança avança as etapas de forma gradativa de acordo com a sua faixa etária. Esse processo de desenvolvimento cognitivo passa por transformações em constantes re (construções), fazendo com que a criança permaneça cada vez mais apta para desenvolver o potencial já adquirido. A criança na fase dos 3 a 5 anos de idade encontra-se num período de construções que Piaget chama de estágio pré-operatório, estágio esse que inicia-se, aproximadamente aos 2 anos e pode variar entre os 6 a 8 anos; fase essa que corresponde ao período pré-escolar, no qual o organismo torna- se estruturalmente apto para o exercício de atividades psicológicas mais complexas, 23 como o uso da linguagem articulada. A criança começa a usar símbolos mentais, imagens ou palavras que representam objetos que estão presentes. Piaget (2009) considera que a interação entre os alunos e o ambiente escolar interfere na aprendizagem da criança. O período pré-operatório é dividido em dois estágios: - De dois a quatro anos de idade, em que a criança se caracteriza pelo pensamento egocêntrico demonstrado pela dificuldade em se colocar no lugar do outro. - Dos quatro aos sete anos, em que a criança se caracteriza pelo pensamento intuitivo. As operações mentais da criança, nesse estágio, se limitam aos significados imediatos do mundo infantil. A afetividade também apresenta significativa evolução, aparecendo sentimentos interindividuais, como simpatia, antipatia, respeito, etc., e uma afetividade interior, que se organiza de forma estável (PIAGET, 2009. p. 26). Hoffmann (2010) considera que a interação entre os alunos e o ambiente escolar interfere na aprendizagem da criança. A criança constrói o seu conhecimento na interação com o meio em que vive. Portanto, depende das condições desse meio, da vivência de objetos e situações, para ultrapassar determinados estágios de desenvolvimento e ser capaz de estabelecer relações cada vez mais complexas e abstratas (HOFFMANN, 2010. p. 43). Partindo desse conceito fica evidente que a criança constrói o seu conhecimento com a vivência dos objetos trabalhados, e dessa forma através do conhecimento empírico aprende a fazer melhor, mas para que esta ação se efetive é necessário que ocorra uma intervenção, a qual lhe mostrará quais os caminhos deverão ser percorridos para que ocorra o desenvolvimento de seu aprendizado, avançando assim para as demais etapas, respeitando os limites da criançae construindo um ambiente acolhedor e prazeroso. 3.1 Do processo evolutivo do desenvolvimento da criança Para acompanhar todo o processo evolutivo do desenvolvimento da criança, a Avaliação na Educação Infantil deve ser efetivada através de observações cotidianamente pelo educador, as quais auxiliaram no processo de percepção e 24 registro das evoluções obtidas pela criança durante o processo de aprendizagem, identificando o que ela atingiu e quais os pontos poderão ser ajustados, auxiliando nos quais poderá melhorar. Considerando que o conhecimento de uma criança é construído em momentos de idas e vindas, é fundamental que o educador seja o mediador e que faça intervenções pedagógicas, interagindo e desafiando através de muito diálogo com a criança para que ela consiga aprender cada vez mais e se desenvolver de acordo com a sua idade. Assim, deve-se pensar em avaliação também como meio e possibilidade de modificar o planejamento do educador em determinadas situações, relações ou atividades em sala de aula e não como simples registros burocráticos a ser apresentado na escola. 3.2 A Avaliação na Educação Infantil como processo contínuo Estudos de Hoffmann (1996 apud Godoi, 2010) apontam que a avaliação pode ser formal e informal: A Avaliação na Educação Infantil é formal por se tratar da existência de fichas de avaliação, pareceres, etc., informal porque é controlado o comportamento e a disciplina das crianças e também apresenta um modelo de avaliação classificatória nas instituições de educação infantil (creches e pré-escolas), sendo que nessas, avaliar é registrar ao final de um período (bimestral, trimestral ou semestral) (HOFFMANN, 1996 apud GODOI, 2010, p. 19). Portanto, o educador deve ter o cuidado para não prejudicar a criança com esses instrumentos de avaliação, que deverão ser considerados apenas para registrar. É necessário partir do pressuposto de que a Avaliação na Educação Infantil tem que ser um processo contínuo e dinâmico, através do qual o educador acompanha constantemente a evolução da criança com observações, as quais auxiliam o trabalho do educador, favorecendo caminhos para que ele consiga conhecer a criança em suas dificuldades na aprendizagem, promovendo assim o seu pleno desenvolvimento com um constante acompanhamento individual e do grupo. A avaliação apresenta-se como uma ferramenta de melhoria para o ensino, a qual auxilia o professor no processo de melhorias e de mediação e construção do conhecimento (ensino/aprendizagem), dando subsídios para as tomadas de decisões 25 e aplicabilidades de mudanças educacionais, as quais visam o aluno ao desenvolvimento esperado da mesma. Deve-se estar claro que esse conhecimento deverá contar com o acompanhamento do educador, o qual deverá verificar e analisar os pontos positivos e negativos. Nesse processo os dados deverão ser coletados individualmente e sistematicamente, para que efetue-se uma aprendizagem significativa, evidenciando também as mudanças e evoluções comportamentais que deverão ser contempladas e trabalhadas pelo educador nesse processo condutivo à construção de uma educação com qualidade. 3.3 Áreas do desenvolvimento infantil Na Educação Infantil, as áreas de desenvolvimento necessitam de um maior entendimento dentro de uma perspectiva interdisciplinar, a qual terá a principal função de contribuir para a não fragmentação do desenvolvimento, respaldando o entendimento e a organização dos contextos educativos. As áreas de desenvolvimento são: 3.3.1 Área Motora Inclui tudo aquilo que se relaciona com a capacidade de movimento do corpo humano, tanto de sua globalidade como dos segmentos corporais. Na Área Motora serão avaliados, em permanentes observações pelo educador, os seguintes aspectos físicos da criança em seu desenvolvimento: Expressão corporal; Equilíbrio; Ritmo; Caminhar; Corridas; Saltos; Recortes; Uso da cola; Como a criança pinta; 26 Se consegue respeitar limites da folha e do desenho, dentre outros. Segundo Cunha (2010): [...] o domínio do corpo, sobretudo nas suas funções de movimento, é importante progresso diante do mundo e daqueles de quem a criança depende pessoalmente. A criança precisa da intervenção de um adulto par se desenvolver fisicamente, tendo, autonomia para construir sua aprendizagem com o outro e melhorar suas habilidades (CUNHA, 2010. p. ) 3.3.2 Área Cognitiva Aborda as capacidades que permitem compreender o mundo nas diferentes idades, e de atuar nele, através do uso da linguagem ou mediante resoluções das situações problemáticas em que se apresentam. Os aspectos cognitivos a serem avaliados nessa área se apresentam em: Linguagem oral e escrita; Raciocínio logico matemático; Capacidade de comunicação; Interesse pela descoberta das letras e escritas de palavras; Comunicação clara; Capacidade de observação de semelhanças e diferenças entre objetos; Capacidade de classificação; Ordenamento e quantificação com base em atributos de cor, forma, tamanho e espessura; Reprodução de histórias com detalhes; Identificação de partes do seu corpo. À medida que a criança avança no desenvolvimento do pensamento e da fala socializada, ela passa a fazer uso da fala egocêntrica: a criança fala para si mesma, independente da presença de outra pessoal. Nessa fase, a fala tem uma função pessoal, responde às necessidades do pensamento e auxilia mentalmente a criança na resolução de problemas mais complexos. (Oliveira, 1993, apud IESDE, 2003, p.54). 3.3.3 Área Afetiva 27 Engloba os aspectos relacionados com as possibilidades de sentir-se bem consigo mesma (equilíbrio pessoal), o que permite confrontar-se com situações e pessoas novas (relação interpessoal) e ir estabelecendo relações cada vez mais alheias, distanciadas, bem como atuar no mundo que o rodeia (atuação e inserção social). Os aspectos avaliados na área em relação à criança são os seguintes: Se tem iniciativa para perguntar, Se demonstra interesse por coisas novas; Se concentra atenção; Se é independente na realização de suas tarefas; Se é alegre, triste, agressivo, etc. 3.3.4 Área Afetiva (aspecto social) Se a criança interage com os amigos, empresta brinquedos, respeita regras e combinações, expõem novidades e acontecimentos do seu cotidiano, participação compartilhada, disciplina, etc. 3.3.5 Área Afetiva (aspecto emocional) Se a criança sabe ganhar ou perder nos jogos, como chega à escola, como se relaciona com os colegas, educadores e funcionários da Instituição, sente-se seguro no ambiente escolar, como reage quando contrariado, acalma-se facilmente ou precisa de um tempo, se reconhece os colegas identificando-os pelos nomes, gosta dos colegas, se é criativo, curioso e inventivo, participativo e cooperativo, dentre outros. 3.4 A Avaliação na Educação Infantil nas áreas do desenvolvimento A avaliação das áreas do desenvolvimento infantil deverá efetivar-se por intermédios de permanentes observações, as quais deverão partir do princípio de que 28 cada criança é única (diferente) e caberá ao educador observar e analisar todos esses aspectos, para que a criança possa desenvolver-se respeitando o seu ritmo e sua faixa etária. Ao abordar o assunto sobre a avaliação escolar na educação infantil, deve-se ter a clareza de que isto significa: observar, intervir, interagir com a criança nos seus momentos de aprendizagem, nas situações as quais o docentedeverá proporcionar subsídios para que a criança possa seguir adiante, em um caminho a qual irá fazer novas descobertas em seu aprendizado, dentro de uma avaliação mediadora. Neste contexto o docente deverá dedicar-se a um acompanhamento reflexivo contínuo, o qual vise identificar as conquistas e os possíveis problemas que surgirão no decorrer do processo de ensino/aprendizado, respeitando sempre o tempo e a bagagem de vida da criança. 3.5 Avaliação Mediadora na Educação Infantil A ação mediadora é uma postura construtivista em educação, onde a relação dialógica, de troca discussões, provocações dos alunos, possibilita entendimento progressivo entre professor/aluno. A Avaliação Mediadora possibilita investigar, mediar, aproximar hipóteses aos alunos e provocá-los em seguida; perceber pontos de vistas para construir um caminho comum para o conhecimento científico aprofundamento teórico e domínio do professor. Pressupõe uma análise qualitativa, uma avaliação não de produto, mas do processo, se dá constantemente através de cadernos, observações do dia a dia, de forma teórica utilizando-se de registros. Segundo Hoffmann (2009), o caminho posto para o processo de avaliação passa por um novo olhar. Olhar que perceba o indivíduo de forma singular. A Avaliação não pode ser confundida com os instrumentos avaliativos, devendo ser mediadora, implicando também no coletivo sem esquecer de focar no individual, analisando através: tempo de admiração do aluno; tempo de reflexão sobre aprendizagem; 29 tempo de reconstrução e de invenções de novas estratégias (situações de aprendizagens). 3.6 Tempo de Admiração do aluno No ambiente escolar a ideia central deverá ser a motivação do aluno e das práticas educativas na busca do compreender (avaliar), para posteriormente agir. Compreender o aluno é projetar o futuro, as possibilidades cognitivas, buscar as potencialidades dos educadores, onde a aplicabilidade da Avaliação Mediadora pauta-se na multidimensionalidade do olhar, questionando-se com o intuito de favorecer a aprendizagem. 3.7 Tempo de reflexão O tempo de reflexão, não é olhar para trás, explicando o que o aluno não fez, não alcançou ou não sabe. Mas, de projetar o futuro, tempo de prospecção. A reflexão é referência para os próximos passos. 3.8 Tempo de Reconstrução O tempo de reconstrução começa com um questionamento: Avaliar para “aprovar/reprovar” ou formar para a vida? O questionamento deve remeter aos objetivos da avaliação e das ações pedagógicas para o desenvolvimento das crianças. Ou seja, se o foco for classificatório será desenvolvido os processos de competição e seleção, ou na condição não classificatória, a ação será no contexto ético e inclusivo. 3.9 Dinâmica da Avaliação Mediadora Mediar à mobilização; Mediar à experiência educativa; Mediar à expressão do conhecimento (relação com o saber). 30 Saiba Mais Para saber mais sobre Avaliação Mediadora na Educação Infantil, assista entrevista dada pela Professora Jussara Hoffmann. Link: https://www.youtube.com/watch?v=FL3gjVUWs2M Ví deo Assista o filme Escritores da Liberdade (Freedom Writers)(2007) dirigido por Richard LaGravenese, comédia dramática a qual retrata o idealismo de uma professora e suas práticas avaliativas evidenciam um processo dialético, processual e contínuo, a qual não aplica a avaliação unicamente como o ato de aplicar provas, atribuir notas e classificar os alunos; sua prática avaliativa vai muito além, ultrapassando a cobrança daquilo que o aluno memorizou, avaliando também suas atitudes. Através das análises de suas práticas avaliativas cria diretrizes para seus alunos que aos poucos retomam a tolerância e o respeito ao próximo. Link: https://www.youtube.com/watch?v=uV4OBYdcEps Resumo Aula 3 Nesta evidenciou-se a importância da avaliação na contextualização da aprendizagem e seus processos. Reforçando que na educação a avaliação é um processo que deve ser continuo, o qual deverá contemplar as áreas do desenvolvimento. Atividade de Aprendizagem A Avaliação não deve ser confundida com os Instrumentos avaliativos, a avaliação deve ser mediadora, e focar de forma especial na criança de forma individual, através do tempo (de admiração, reflexão sobre aprendizagem, tempo de reconstrução e de invenções de novas estratégias. Discorra sobre o tema. 31 Aula 4 - Procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico Apresentação da aula 4 Nesta aula, o objetivo será apresentar os Instrumentos e Recursos utilizados na prática avaliativa do desenvolvimento das crianças na Educação Infantil. Será compostas dos Instrumentos e Recursos mais utilizados, que poderão subsidiar os docentes na composição dos documentos pedagógicos na forma legal e também para o acompanhamento da equipe pedagógica e familiares, algo extremamente necessário para aplicabilidade de ações interventoras no processo de ensino aprendizagem, dando condições ao avanço da criança e a apresentação da qualidade Institucional que as referidas estão inseridas. 4. Procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico A Educação Infantil ocupa significativamente uma posição de grande importância. Sua evolução vem sendo construída a partir da década de 90, e com maior expansão atualmente. O segmento educativo institucionalizado visa na promoção do desenvolvimento integral da criança em seus aspectos: físico, psicológico, intelectual e sociocultural, complementando a ação da família e da comunidade. Sua proposta pedagógica de mediação e de orientação especificam diretamente o atendimento à infância. Outro documento que baliza os procedimentos da Educação Infantil é a proposta avaliativa, que de acordo com o Art. 10 da Resolução nº 05 de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. As Instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para o acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, [...] 32 As atuais discussões acerca desse assunto apontam diferentes procedimentos de acompanhamento pedagógico que se configuram na organização de Instrumentos e recursos utilizados na prática avaliativa para o desenvolvimento global da criança na Educação Infantil. 4.1 Instrumentos da Prática Avaliativa na Educação Infantil 4.1.1 Portfólio da Criança O portfólio é um instrumento que deverá ser elaborado e organizado pelos educandos com a participação efetiva da criança, o qual deverá contemplar os elementos e recursos que auxiliam na organização e análise das informações. O portfólio é continente de diferentes classes de documentos (notas pessoais, experiências de aula, trabalhos pontuais, acompanhamento do processo de aprendizagem, conexões com outros temas fora da escola, representações visuais, dentre outros) que proporciona uma reflexão crítica do conhecimento construído, das estratégias utilizadas, e da disposição de quem o elabora em continuar aprendendo. O portfólio constitui uma forma de avaliação dinâmica realizada pelo próprio aluno e que mostra seu desenvolvimento e suas mudanças através do tempo (HERNÁNDEZ, 2000. p. 9). O portfólio deve constituído de produções que resultam de atividades supervisionadas sugeridas em materiais de apoio ao estudo do aluno. Na Educação Infantil, além das produções resultantes das atividades, anexar uma por Eixo de Conhecimento, o portfólio poderáser composto por elementos como desenhos, produções das crianças, podendo anexar-se também recursos fotográficos, registros escritos pelo docente, os quais poderão representar os relatos das crianças em situações relevantes. É um instrumento que servirá como arquivo das produções da criança, que poderá ser analisados pelos docentes, coordenadores pedagógicos, familiares das crianças e outros profissionais, conforme a necessidade. Além das produções e registros da criança, esse instrumento deve estar organizado com outras informações que identifiquem o processo do seu desenvolvimento, contextualizando-o. 33 Fonte: http://img.elo7.com.br/product/original/A66345/portfolio-de-educacao-infantil- escolar.jpg Neste contexto, dois Portfólios nunca serão iguais, pois tanto os alunos quanto os professores são diferentes, e consequente mente os seus interesses e atividades, independente da padronização do material e de seus recursos de montagem. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia a obra Manual de Portfólio - Um guia passo a passo para o professor, de autoria de Elizabeth Shores e Cathy Grace. Nesta obras as autoras mostram que a avalição com portfólio aumenta a cooperação e o entendimento entre professores e pais. 4.1.2 Fichas (Indicadores do Processo de Aprendizagem) É um dos campos que compõe o Diário de registros avaliativos na Educação Infantil. A ficha é composta pelos indicadores do processo de aprendizagem por Eixo de Conhecimento (Identidade e autonomia, Artes Visuais, Música, Movimento, Linguagem Oral e Escrita e Matemática), indo ao encontro do grupo, faixa etária, período em consonância com as expectativas de aprendizagens descritas nas Diretrizes Curriculares para esse segmento educativo. As fichas são documentos de registros com periodicidade bimestral, trimestral ou semestral, variando de acordo a Proposta Pedagógica de cada instituição, sendo 34 fichas sinalizadas por legendas, as quais irão apontar os avanços expressos nas habilidades de cada criança, facilitando o trabalho e as suas tomadas de decisões dos docentes e da equipe pedagógica. As mesmas deverão ser preenchidas pelos profissionais ligados diretamente aos alunos. Para melhor entendimento, visualize os modelos de fichas de acompanhamento abaixo: EDUCAÇÃO INFANTIL - AVALIAÇÃO TRIMESTRAL Professor (a): Auxiliar: Aluno: OBJETIVOS Sempre Às vezes Em construção Identifica e escreve palavras simples do cotidiano Identifica palavras simples e relaciona com suas imagens Identifica o próprio nome em meio ao nome dos colegas Copia o próprio nome com modelo coordenando os movimentos Escreve o próprio nome sem modelo e sem ajuda Identifica o nome dos familiares, colegas e da professora Copia sozinho palavras do quadro Faz perguntas relacionadas a escrita Escreve palavras de maneira independente Pronuncia com nitidez os fonemas das palavras Compreende historias e consegue representá-las em desenhos Consegue montar e desmontar brinquedos de encaixe Emparelha objetos em sequência lógica estabelecida Discrimina as semelhanças entre os objetos Realiza agrupamentos em diferentes bases 35 Identifica e escreve os numerais até 20 com auxílio da régua Identifica e escreve os numerais até 20 sem auxílio da régua Identifica as cores Identifica as cores e consegue aplicá-las de maneira harmônica Interage com os colegas Possui autonomia Respeita os acordos e combinados OBSERVAÇÕES DATA___/___/___ Fonte: Elaborado pelo autor (2015) EDUCAÇÃO INFANTIL - AVALIAÇÃO BIMESTRAL Professor (a): Auxiliar: Aluno: ASPECTOS FÍSICOS C E ASPECTOS EMOCIONAIS C E Respeita limites da folha e desenho Relaciona-se com os colegas e professores Tem equilíbrio e agilidade na locomoção Sente-se seguro no ambiente Se expressa corporalmente É participativo e cooperativo Usa e aplica a força positivamente Acalma-se facilmente Adapta-se com facilidade ao ambiente Reconhece os colegas Brinca e interage Reconhece-se pelo nome Tem capacidade de resolver conflitos Toma iniciativa É curioso e criativo É comunicativo ASPECTOS SOCIAIS C E ASPECTOS COGNITIVOS C E Obedece as regras Descoberta das letras e escrita Trabalha em equipe Nível de escrita Tem responsabilidade com as atividades Comunica-se com clareza e objetividade Interage com os colegas nas atividades Apresenta sequência lógica Empresta brinquedos Observa as semelhanças e diferenças Respeita as regras dos combinados Calcula e identifica oral/escrita numérica Expõe novidades Classifica, ordena numericamente Manifesta as opiniões pessoais Segura corretamente o lápis ÁREA EM QUE SE DESTACA OBSERVAÇÕES DATA___/___/___ C - construção 36 E - em construção Fonte: Elaborado pelo autor (2015). As legendas servem para indicar se a criança apresenta ou ainda não apresenta os avanços nas expectativas de aprendizagens que já foram desenvolvidas junto à prática docente. Ressaltando, que a ficha também é um norteador para o replanejamento e busca de ações pedagógicas para trabalhar com a criança que ainda não conseguiu atingir os objetivos da aprendizagem. Os professores devem elaborar, com clareza e precisão, os objetivos do ensino, estabelecendo uma estreita relação entre os objetivos comportamentais, os processos de ensino e a sistemática de avaliação. Essa abordagem denomina-se de avaliação por Objetivos. 4.1.3 Pareceres Descritivos ou Relatórios sobre o Desenvolvimento Global da criança Os Pareceres Descritivos ou Relatórios, também servem de apoio e fazem parte dos campos de apoio quem compõe o Diário de Registros Avaliativos na Educação Infantil, sua periodicidade deverá ser conforme o Regimento Interno de cada instituição, respeitando o prazo e o cronograma proposto. Os pareceres (e ou relatórios), são o resultado das reflexões e registros efetuados pelos docentes a partir das observações das mediações e acompanhamentos realizados no decorrer do período e acontecimentos relevantes do cotidiano. Both (2011) reforça que no período de formação esse instrumento descreverá como está o processo de Desenvolvimento Global, no que tangem também os diferentes aspectos do ser integral. O processo de avaliação na Educação Infantil concretiza-se eminentemente por procedimentos de orientação com consequência das ações de observação e acompanhamento pelos professores do comportamento e do desenvolvimento social, psicológico, físico e cultural harmonioso da criança.” (BOTH, 2011, p. 114). 37 Ao registrar Pareceres Descritivos ou Relatórios dos níveis de aprendizagens das crianças, os profissionais docentes precisam considerar os aspectos globais do desenvolvimento, ou seja, considerar a criança como um ser integral, que interage, aprende e se expressa através de diferentes aspectos. EDUCAÇÃO INFANTIL - AVALIAÇÃO DESCRITIVA DE LINGUAGEM ORAL Professor (a): Auxiliar: Aluno: O referido aluno revela boa capacidade de conversar com os colegas e professores; Utiliza-se sempre de expressões novas em suas conversas; Consegue repetir histórias contadas pela professora, utilizando-se das próprias palavras; Cria e utiliza-se de oportunidade de comunicação com outras pessoas; Recebe e transmite recados de forma clara e objetiva; Demostraorganização lógica de pensamento; Consegue classificar oralmente objetos, lhes atribuindo corretamente cores, formatos e tamanho; Verbaliza a localização de elementos a partir de um dado referencial (perto, longe, dentro, fora, ...); Pronúncia correta dos fonemas; Possui espontaneidade em expressar-se utilizando-se de vocabulário e situações vivenciadas. OBSERVAÇÕES DATA___/___/___ Fonte: Elaborado pelo autor (2015). ATENÇÃO! Cada aluno é único e diferente. 38 Pareceres iguais pressupõem alunos iguais; o olhar precisa ser inter e transdisciplinar. Portanto, vale abranger todos os campos do saber, que de alguma forma sobressaem no aluno. O Parecer Descritivo é um documento que será utilizado na confecção do Histórico Escolar do aluno. Portanto, cuidado com expressões pejorativas, julgamentos ou ambiguidades. Numa perspectiva formativa e emancipadora, que a função principal do parecer descritivo avaliativo é desencadear e consolidar o diálogo entre professores, alunos e suas famílias, a partir de uma descrição compreensiva e crítica sobre o processo de aprendizagem dos alunos. Importante Nos Pareceres Descritivos devem constar o que o nome já diz, a descrição. A função do profissional docente é descrever como está o nível de competências, habilidades, expressividade e interação da criança, indicando isso através dos seus aspectos de desenvolvimento: Cognitivo, Afetivo/Emocional, Psicomotor, Linguístico e sociocultural. 4.2 Recursos que servem de apoio para o registro e análise avaliativa 4.2.1 Fotografias Inicialmente a ideia de se fazer registros fotográficos está muito ligada ao sentimento de guardar os momentos que serão inesquecíveis. Fazer registro, apreciação e análise fotográfica no âmbito da educação com o proposito avaliativo, precisa ter essa intencionalidade definida. Desde o momento de fotografar, pensando na estética, nos ângulos, nas situações e principalmente o foco nos que estarão interagindo e expressando-se durante os acontecimentos. O olhar sensível que se 39 precisa ter para analisar uma fotografia é o mesmo olhar sensível que se precisa ter para fazer a fotografia. Quais seriam os usos da fotografia enquanto recurso que serve de apoio para a análise e registro avaliativo? A fotografia é nesta situação um recurso que serve como meio de coleta de informações e análise da criança na expressão de suas habilidades e capacidades. A imagem fotográfica é também um recurso que serve para a criança se autoavaliar. Normalmente, as instituições constroem painéis ou exibições de slides, expondo os registros fotográficos dos eventos ocorridos, como forma de socializar os momentos e ações desenvolvidas. Compartilhar as fotografias das crianças com as famílias é uma excelente estratégia, que pode ter sentido avaliativo também. Assim como o portfólio, que deve ser acessível para a família, os registros fotográficos também podem servir como recurso para analise junto com a família, sobre determinadas situações que envolve a criança. Apreciar as fotografias das crianças junto com elas é outra estratégia muito significativa. Os olhares das crianças sobre elas mesmas despertam e provocam a autoavaliação de uma forma natural. Esse processo de se ver nas situações pretéritas e de falar sobre si mesma, das suas impressões e expressões estéticas e emotivas, proporciona à criança possibilidades de reflexão sobre suas ações, atitudes e imagem. As crianças podem ser instigadas pelos docentes, estimulando-as a expressarem, por exemplo, o que sentiam naquele momento. Momentos como esses são significativos para a prática educativa, porque dinamizam as estratégias e configuram-se em importantes fontes de coletas de informações para os registros avaliativos das crianças. A fotografia é nesse sentido um recurso que auxilia os docentes tanto a produzir seus relatórios sobre o desenvolvimento das crianças, quanto para a reflexão e dinamização da sua prática. 4.2.2 Audiovisuais A produção, apreciação, analise e registro de audiovisuais no âmbito da educação com o proposito avaliativo, assim como a fotografia, precisa ter uma 40 intencionalidade definida. Diferente da fotografia que é uma imagem parada, o recurso audiovisual, capta os acontecimentos de forma global. O que está em seu foco, e o que acontece no seu perímetro. São gravados as falas, as expressões imagéticas em movimento, as intervenções e são capitados também aspectos sonoros que o ambiente proporciona. Esse recurso, assim como o fotográfico, potencializa as estratégias da prática, assim como a coleta de informações para análise e registros avaliativos. Compartilhar com a família tendo foco apreciativo e também em momentos avaliativos é ação relevante na prática educativa. A apreciação de audiovisuais produzidos com as crianças a partir das vivências, experiências, expressões e impressões das mesmas, geram inúmeras possibilidades de estratégias pedagógicas, motivando a autoavaliação da prática docente, facilitando a análise e registro avaliativo que o docente precisa fazer sobre o desenvolvimento das crianças, o qual proporciona instigantes momentos, que serviram para a autoavaliação da criança. A apreciação desses materiais também servem para: a reflexão, a dinamização do seu planejamento e das suas mediações e intervenções, auxiliando no desenvolvimento das práticas pedagógicas com as crianças e nas divulgações que utilizam-se além do uso das práticas educativas. Importante Os Instrumentos utilizados na prática avaliativa do desenvolvimento da criança na Educação Infantil são documentos Institucionais, formatados, orientados e monitorados pelos respectivos sistemas que os gerenciam. Os recursos que vão servir de apoio para a observação e analise são estratégias que os profissionais docentes podem desenvolver. Cuidado com o uso de imagens. Fotos e vídeos jamais poderão ser postados em redes sociais e ou ter cunho de divulgação da Instituição, de forma externa. Portanto, antes de fazer uso de imagens, converse 41 com a Direção e Coordenação Pedagógica, para aquisição de autorização escrita dos pais ou responsáveis. Esse procedimento poderá ser efetuado no ato da matrícula. Ví deo O documentário SER E TER (Être et avoir), de Nicolas Philibert, conta a história de um professor chamado Georges Lopes. Georges trabalha em uma escola que fica localizada em uma pequena cidade rural no centro da França, nos anos 90, la ele leciona sozinho pois tem apenas uma sala de aula, mas se dedica muito aos seus alunos. A intenção do professor nesse vídeo é que as crianças não aprendam apenas as disciplinas, mas principalmente a cortesia e valores. Esse modelo escolar é bastante comum no interior da França, onde crianças de várias idades dividem a mesma sala de aula, idades essas que varia de 4 e 11 anos. Georges está sempre valorizando suas relações pessoais para que dessa forma possa manter uma harmonia entre os alunos em sala de aula, pois já que está vivendo no mesmo espaço, precisam ter uma boa convivência. Em sala de aula o professor tenta passar para os alunos o tempo todo que é mais importante ser do que ter, foi a partir daí que surgiu o nome do documentário. Sinopse e imagem extraídas do site: http://abrindoosolhosparaaeducacao.blogspot.com.br/p/resenha.htm l Resumo Aula 4 Nesta aula foram evidenciados os vários tipos de procedimentos para a aplicabilidade da avaliação, medição e arquivamento das mesmas dentro dos protocolos escolares. Reforçou-se a importânciados Instrumentos da Prática Avaliativa na Educação Infantil e suas vantagens e funcionalidades. 42 Atividade de Aprendizagem As fichas são documentos de registros com periocidade bimestral, trimestral ou semestral, variando de acordo a Proposta Pedagógica de cada instituição. Nesse contexto avaliativo elabore uma ficha avaliativa, sem esquecer-se de contemplar os eixos de conhecimento. Resumo da disciplina Na prática escolar, muitos professores justificam a necessidade de atribuição de notas ou conceitos a partir da aplicação de provas, exercícios e atividades avaliativas, afirmando que esses são os meios mais adequados e justos para se avaliar turmas numerosas e para entregar os resultados no prazo estabelecido pelas coordenações pedagógicas. Nesse contexto os professores devem compreender a diferença entre mensuração e avaliação, constituindo perspectiva de avaliação formativa e emancipadora, constatando que as provas escolares, notas e conceitos estão sendo usadas para legitimar um modo de organização escolar antidemocrático, o que poderia dificulta a adoção de metodologias capazes de contribuir com a aprendizagem dos alunos. Os recursos das fotografias e audiovisuais, podem ser utilizados na composição do portfólio e na ajuda ao processo de análise na avaliação da criança na Educação Infantil, esses recursos são considerados importantes, mas não obrigatório, sendo considerados recursos de apoio no processo avaliativo e também na composição dos portfólios, sendo de extrema importância para visualização e analise nos recursos metodológicos, auxiliando no direcionamento de novas ações 43 pedagógicas, vale reforçar que para utilizar-se desse recurso é necessário se ter autorização escrita assinada pelos pais ou responsáveis pelos alunos. Referências: BONDIOLI, A. O projeto pedagógico da creche e sua avaliação: a qualidade negociada. Campinas: Autores Associados. 2004. BOTH, I. Avaliação: “voz da consciência” da aprendizagem. Curitiba: IBPEX, 2011. (Série Avaliação Educacional) Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC, SEB, 2010. 36 p.: il. ISBN: 978-85-7783-048-0 1. Educação Infantil. 2. Proposta Pedagógica. I. Título. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino – SASE/MEC Diretoria de Articulação com os Sistemas de Ensino – Brasília: MEC, 2015 CARNEIRO, M.P.A.K.B. Processo avaliativo na Educação Infantil. 2010. 45f. Monografia (Pós graduação em Ed. Infantil). Escola Superior Aberta do Brasil, Vila Velha, 2010. Disponível em: http://www.esab.edu.br/arquivos/monografias/maria-da-penha-aparecida-klug- basilio-carneiro.pdf. Acesso em: 09 out. 2015. FREIRE, P. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1984. 44 HOFFMANN, J. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. 3ª ed. Atualizada ortografia. Porto Alegre: Mediação, 2009. HOFFMANN, J. Avaliação na pré-escola: um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre: Mediação, 2000.
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