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SOCIOLOGIA_EXERCICIO_SEMANA_8_

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SOCIOLOGIA JURIDICA E JUDICIARIA 
AULA 8 
EFEITOS NEGATIVOS DA NORMA. O CÍRCULO VICIOSO IMPUNIDADE-ILICITUDE 
EMENTA DA AULA: Conseqüências sociais dos efeitos da norma. Situações ensejadoras 
de efeitos negativos da norma. Efeitos negativos, impunidade e estímulo à ilicitude. 
Conseqüências sociais da eficácia e ineficácia da norma 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
O aluno deverá ser capaz de: 
• Compreender a dinâmica da produção de efeitos sociais da norma, pela sua 
simples existência; 
• Identificar efeitos sociais positivos e negativos das normas; 
• Analisar a produção normativa brasileira sob o ângulo dos efeitos sociais 
BIBLIOGRAFIA / JURISPRUDÊNCIA: 
FONTES DE PESQUISA SUGERIDAS. Para a resolução dos casos desta aula, faça, 
inicialmente, a leitura do capítulo 9 do livro de CAVALIERI FILHO, Sérgio. 
Programa de sociologia jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004 e da Lição 3 do 
livro de SABADELL, Ana Lúcia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma 
leitura externa do Direito. São Paulo: RT, 2003. REFERÊNCIAS 
COMPLEMENTARES: sites da “Transparência Brasil”: 
http://www.transparencia.org.br/index.html, da Polícia Federal: 
http://www.dpf.gov.br/ e do Ministério da Justiça: http://www.mj.gov.br/. 
CASO 1 
“Toda a sociedade brasileira está empenhada em procurar alternativas para 
melhorar a resposta do Estado a quem comete um crime, seja maior ou menor de 
idade, buscando dessa forma coibir a impunidade. Contudo, a sociedade não tem 
tido muito êxito e as propostas para soluções se avolumam nos escaninhos das 
autoridades competentes. Embora necessitemos de medidas eficazes para conter a 
violência, temos registrado uma série de medidas paliativas como forma de 
responder a crimes de comoção nacional, como o do menino João Hélio, de 6 anos, 
assassinado de forma brutal, ao ser arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro, preso 
ao cinto de segurança do carro da família, por delinqüentes juvenis” (Luiz Flávio 
Borges D’Urso - advogado criminalista, mestre e doutor pela USP, é presidente 
reeleito da OAB-SP - Publicado no jornal Correio Braziliense do dia 4/3/07) 
Em relação ao controle da criminalidade em nosso país, que problemas 
podemos identificar relacionados aos efeitos negativos da norma? De que 
forma a impunidade se relaciona com estes efeitos? 
 
Resposta: A dificuldade de contenção da criminalidade pode ser 
relacionada, por exemplo, a precariedade de estrutura preventiva 
(policiamento) e investigativa, quando sabemos que muitos criminosos 
sequer chegam a ser indiciados, por dificuldades na apuração do crime o 
resultado é que na medida e, que não se percebe a criminalidade contida, 
vai se configurar a situação de impunidade e dessa forma vemos instaurar-
se o circulo vicioso da impunidade estimulando a ilicitude. 
Pesquisa mostra que menos de 8% dos assassinatos e de 3% dos roubos resultam 
em punição no estado 
Publicada em 23/10/2010 às 21h40m 
Antônio Werneck 
RIO - Dia 9 passado, calçadão da Praia do Leblon, próximo ao Hotel Marina. Dois menores 
passam correndo e roubam uma mochila, com documentos e outros objetos pessoais, que 
estava no cesto de uma bicicleta. A vítima é uma estudante de 24 anos, do curso de Ciências 
Sociais da PUC. Sem tempo para esboçar reação, resta a ela seguir para a 14 DP (Leblon), onde 
registra queixa. A universitária conta que, apenas em Ipanema e no Leblon, a região mais 
policiada da cidade, já sofreu três roubos semelhantes. Nenhum dos casos foi esclarecido pela 
polícia até agora. 
"Vai ser difícil prenderem os ladrões. Foram assaltos muito rápidos, não vi o rosto dos 
bandidos e, na delegacia, fiquei em dúvida. Foi impossível apontar um suspeito" - contou a 
estudante, que não quis se identificar. 
Vídeo: Pesquisa mostra dados da impunidade no Rio 
A pequena eficiência da polícia e o grande número de registros de roubos e homicídios são 
fatores que podem explicar o grau de impunidade no Estado do Rio. Pelo menos é o que 
aponta uma pesquisa inédita dos sociólogos Ignácio Cano e Thais Lemos Duarte, da 
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Depois de analisarem centenas de registros 
de ocorrência de roubos (mais de 900 mil) e homicídios (mais de 46 mil) feitos, entre 2000 e 
2007, nas delegacias do estado, eles foram à Justiça buscar os resultados. E encontraram: 
menos de 8% dos homicídios (dolosos, quando há intenção de matar) e de 3% dos roubos 
resultaram em sanção penal para os autores. 
"Em outras palavras, mais de 92% dos homicídios e mais de 97% dos roubos permaneceram 
impunes. Essas altas taxas de impunidade comprometem seriamente a capacidade do estado 
para identificar, processar e punir os criminosos e, como consequência, para fornecer 
segurança aos cidadãos" - afirma Ignácio Cano. 
De quatro assaltos, vítima só registrou um 
Durante a pesquisa, coordenada pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), da 
Universidade Candido Mendes, com financiamento da Secretaria Nacional de Segurança 
Pública (Senasp), os dois sociólogos identificaram fatores associados a uma maior ou menor 
probabilidade de esclarecimento dos crimes e de punição. Segundo Cano, de uma maneira 
geral, os dados descobertos pelo estudo parecem apontar para "o fato de que os crimes 
cometidos contra mulheres e os ocorridos na rua apresentam maiores chances de ficar 
impunes". 
"Por sua vez, delitos com maior número de autores e de vítimas e aqueles cometidos com 
arma de fogo resultam numa maior probabilidade de condenação. Especificamente no caso 
dos roubos, a probabilidade de sanção aumenta nos crimes em que autor e vítima se 
conhecem e naqueles em que o valor dos bens roubados é alto" - diz. 
" É difícil os policiais chegarem aos autores dos crimes. A gente fica com medo e acaba não 
procurando a delegacia " 
O relato da farmacêutica Patrícia Silva Belo, de 30 anos, assaltada em Ipanema, parece 
confirmar os dados da pesquisa. Por volta das 21h do último dia 13, um bandido de cerca de 
30 anos, vestindo bermuda estilo surfista, camiseta e chinelos, exigiu celular e dinheiro da 
vítima. 
"Entrei em pânico: fiquei chorando muito, sem saber o que fazer, enquanto o bandido 
ordenava que eu fingisse ser sua namorada. Depois fugiu" - conta a farmacêutica. 
O assalto em Ipanema foi o quarto sofrido por Patrícia. Em todos os outros casos, ela não 
procurou a polícia para registrar queixa. 
"É difícil os policiais chegarem aos autores dos crimes. A gente fica com medo e acaba não 
procurando a delegacia" - diz Patrícia. 
CASO 2 
“Muito se comenta quanto à demora da prestação jurisdicional, mas pouco se fala quanto aos 
motivos dessa possível morosidade, quando e porque acontece, até para que sejam 
observados e analisados pelo grande público, pelos meios de comunicação e pelos litigantes. 
Na verdade, a Carta Magna, ao tratar dos direitos e deveres individuais e coletivos, prescreve 
que a todos devem ser assegurados a razoável duração do processo. Sim, mas a mesma 
norma constitucional também garante que devem ser destinados os meios para garantir 
a tão falada celeridade, tais como as condições de trabalho, a demanda compatível com 
a estrutura existente, pessoal suficiente e qualificado e o pronto oferecimento de 
elementos e cumprimento de diligências pelos advogados, incluindo ai os defensores 
públicos e procuradores fazendários, Ministério Público, Polícia e outros órgãos 
públicos e privados. Ora, ao magistrado compete conduzir/processar e julgar o feito e para 
tanto ser provocado para que ele se desenvolva e isto depende muitas vezes das partes, por 
seus patronos – os advogados –, que devem oferecer os elementos para tal, inclusive cumprir 
as diligências, pois se isto não acontece com a presteza necessária, pode até resultar em 
extinção do processo, frustrando e prejudicando as partes, na expectativa da resolução de 
suas pretensões. E ainda, o magistrado não pode decidir sem cumprir determinadas 
formalidades impostas pela legislação,a começar pela Carta Magna, que no mesmo capítulo 
dos direitos e deveres individuais e coletivos já em comento, assegura aos litigantes e aos 
acusados em geral, o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. 
(EVERTON, Marcelino Chaves - Juiz de Direito. Publicado no jornal “O Estado do Maranhão” 
coluna Opinião, 24/02/2008). 
A que este magistrado atribui a demora da prestação jurisdicional? Que 
efeitos negativos da norma encontramos neste caso? 
Resposta: As condições de trabalho dos operadores do direito são 
precárias, a demanda é incompatível com a estrutura existente, alguns 
advogados não oferecem os elementos à condução do processo, o que pode 
resultar, até mesmo na sua extinção. O próprio contraditório, a ampla 
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes contribuem para essa 
demora, determinando a ineficácia para o cumprimento da legislação. 
Os efeitos negativos da norma que encontramos neste caso são: 
A ineficácia da norma, e a falta de estrutura. 
A Norma prescreve que a todos devem ser assegurados a razoável duração do 
processo, mas o estado não oferece estrutura suficiente para celeridade do 
processo, também previsto no texto constitucional.

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