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Aula 5- Reprodução Animal 2 – Professora Teresinha Assumção – 17/8/2021 Exame Andrológico É o exame realizada para avaliar a aptidão reprodutiva de um macho destinado à reprodução. (não significa avaliar apenas o sêmen do animal) Avalia-se: → Saúde geral; → Hereditariedade; → Genital; → Potência coeundi: capacidade do macho de cobrir uma fêmea > condições físicas e de interesse pela fêmea; → Potência generandi: potência de gerar filhos > capacidade de produzir espermatozoides em quantidade e qualidade e que sejam viáveis. I N D I C A Ç Õ E S → Seleção e comercialização de reprodutores → Avaliação do potencial reprodutivo > baixo, médio ou alto potencia como reprodutor → Pré estação de monta > (no caso dos bovinos) A estação de monta dura cerca de 3 meses/ano, então é necessário avaliar o animal antes desse período para avaliar se não teve nenhuma interferência reprodutiva (já que 9 meses do ano o animal ficou ‘parado’), pode ocorrer que ao longo desse tempo o animal tenha se machucado por exemplo, ou ficou doente, etc. → Diagnóstico de subfertilidade ou infertilidade → Diagnóstico da ocorrência da puberdade > Puberdade é o primeiro potencial reprodutivo do animal, neste período o animal inicia a produção espermática, então em uma avaliação de um animal na puberdade em que se encontra o sêmen com espermatozoides com motilidade e em boa concentração pode-se comercializar o animal; → Preservação do sêmen ‘in vitro’ > para preservar um sêmen, é importante avaliar a qualidade antes > o processo de congelamento em si gera perdas na qualidade do sêmen; → Avaliação dos machos levados às exposições e feiras > Em diversas exposições é obrigatório ter realizado o exame andrológico, em alguns leilões também. Nathália Gomes Bernardo A n o ta çõ es d e au la e i m ag en s b as ea d as n a au la d e R ep ro d u çã o A n im al I I d a p ro fe ss o ra T er es in h a A ss u m p çã o H I S T Ó R I C O → Em 190 o pesquisador Willians fez as primeiras observações em exames clínicos reprodutivos e na avaliação do sêmen; Notou, por exemplo, que se um animal tinha lesão testicular, o sêmen era de menor qualidade; → 1934 Lagerlof: O primeiro pesquisador que classificou as patologias dos espermatozóides e relaciona isso com a infertilidade – classificação morfológica. Essas primeiras pesquisas foram realizadas em bovinos; → 1941 Weisman → Brasil: grandes andrologistas: Jordão, Megale, Mies Filho, Fonseca, Barreto, Vale Filho, etc > primeiros pesquisadores; → Atualmente quem regulamenta os exames andrológicos: Colégio Brasileiro de Reprodução Animal; → Manual para exame andrológico e avaliação de sêmen animal: contém todas as normas sobre avaliação de sêmen e níveis de classificação – 3ª ed. 1. I D E N T I F I C A Ç Ã O → Proprietário/ propriedade; → Nome do animal; → Número de registro; → Data de nascimento; → Raça; → Peso; → Filiação; 2. H I S T Ó R I C O E A N A M N E S E → Dados relativos ao indivíduo; → Nutrição: animal de campo? Animal de cocheira? Animal está muito magro? → Manejo: monta natural, nº de fêmeas, repetição de cios, alimentação, estação de monta, índice de fertilidade da fazenda, etc; → Motivo do exame: ex.: proprietário quer saber se o animal está na puberdade; garanhão teve resultado ruim na estação de monte; etc → Tempo de aparecimento do problema, evolução do problema e tratamentos: ex.: animal possui aumento de volume no testículo: quando notou esse aumento? Como que apareceu? Machucou? Animal possui exame de brucelose? Já fez algum tratamento? Etc; → Situação sanitária e reprodutiva do rebanho: animais são vacinados? Brucelose causa orquite por exemplo; → Procedência: reputação da origem de criador do animal; → Etc Observação: o histórico deve ser voltado para o caso em específico do animal. 3. E X A M E C L Í N I C O G E R A L Avaliar os sistemas: → Respiratório; → Circulatório; → Digestivo; → Nervoso; → Tegumentar: ex.: durante a inspeção/ avaliação do animal, pode notar vários carrapatos, inclusive na bolsa escrotal> dermatite > alteração de termorregulação > alteração do sêmen; → Auditivo, visual, olfatório; Aprumos: extremamente importante avaliar, pois durante a monta o bovino apoia-se em suas patas caudais/ trazeiras. Em caso de aprumos lesionados, animal apresenta menor potência de cobertura. Casqueamento pode gerar problemas de aprumos. Laminite em equinos é comum. Atenção para defeitos genéticos: hipoplasia testicular, criptorquidismo, displasia coxofemoral, etc > desclassificam animal como reprodutor e nem é necessário dar prosseguimento ao exame andrológico. Temperamento: tem alta herdabilidade. 4. E X A M E D O S I S T E M A R E P R O D U T I V O → Inspeção, palpação, ultrassonografia, termografia e outros exames se necessário; A n o ta çõ es d e au la e i m ag en s b as ea d as n a au la d e R ep ro d u çã o A n im al I I d a p ro fe ss o ra T er es in h a A ss u m p çã o 6: termografia ideal de um testículo > porção basal mais fria, porção próxima ao corpo mais quente. 1: testículo com a temperatura bastante elevada > pode indicar inflamação 2: algumas regiões bem quentes e outras bem frias > não é o ideal. → Escroto: o Pele da bolsa escrotal: feridas, cicatrizes, ectoparasitas (dermatite pode interferir na termorregulação); o Conteúdo: o conteúdo da bolsa de movimenta normalmente? Ou está preso? o Mobilidade o Sensibilidade: sensibilidade aumentada pode ser indicativo de infecção; o Espessura: ex.: de um lado a bolsa escrotal está com espessura maior: sinal que houve uma lesão e ocorreu fibrose; o Temperatura → Cordões espermáticos: volume, comprimento → Testículos: (é possível avaliar juntamente quando se avalia o escroto) o Forma o Tamanho: dar uma leve puxada nos testículos e avaliar se ambos são do mesmo tamanho e simétricos; o Simetria: os testículos devem ser simétricos possuindo o mesmo tamanho; o Consistência: No caso de bovinos, existem 3 texturas/consistência: flácido, elástico, puro elástico (testículo em pura produção espermáica); o Mobilidade o Sensibilidade o Temperatura o Posição o Biometria: medida do testículo > medir a circunferência do testículo de acordo com os parâmetros da raça; nas espécies que não é possível medir circunferência/ fazer a biometria, mede-se comprimento e largura. Realizar em bovinos equinos e caprinos da forma como demonstra a imagem ao lado> puxa os testículos e mede a circunferência dos testículos na região de maior circunferência. Não pode apertar a fita de forma que enrugue a pele, mas também não pode deixar sobrar espaço entra e fita e o escroto. Cada espécie tem o mínimo de circunferência de acordo com a idade. Biometria média de bovinos de acordo com a idade: Em equinos não é possível realizar a biometria, porque os testículos tem posicionamento diferente (em comparação ao bovino) e são mais arredondados; então realiza-se medida de cumprimento e largura com paquímetro simples. obs: tamanho mínimo -> Suínos também se mede o comprimento e largura. o Volume testicular: pode calcular de qualquer espécie, mas é mais comum de ser realizado em cães e gatos; o Estruturas ovoides: [Vol= 4/3x π x (L/2)² x (h/2) (individual de cada testículo – Bailey et al. 1998) o Estruturas pouco alongadas: [Vol= π x (r²) x h (individual de cada testículo Fields et al 1979) Π= 31416 r= raio da largura testicular (L/2) h= comprimento testicular → Epidídimos: cabeça, corpo e cauda (reserva espermática, fica na ponta do testículo); O animal pode ter pequena diferença de tamanho de cauda do epidídimo comparando os epidídimos, mas os testículos devem ser do mesmotamanho. → Prepúcio: tamanho, sensibilidade > touros com prepúcio muito longo não são ideais para serem reprodutores, pois tem maior casuística de lesão prepucional. É necessário observar, principalmente em quadros de sensibilidade, se o animal não tem nenhuma lesão na porção do prepúcio voltada ao interior; → Pênis: o Tamanho; o Mobilidade; o Desvios; o Mucosa; o Secreções (não ideais) Avaliação da genitália externa: saída da uretra (lesão); → Genitália interna: avaliação das glândulas por ultrassom ou por palpação retal (nos bovinos é possível – palpa glândulas vesiculares); ultrassonografia pode ser utilizada em garanhões, bovinos, ovinos e caprinos, em cães a avaliação é por US abdominal para avaliar próstata. → Comportamento sexual e índole: avaliar o comportamento do animal perante uma fêmea (avaliar a sequência de eventos que leva a cobertura), etc > é importante porque mesmo que o animal tenha todos os requisitos anteriores, caso não tenha interesse por uma fêmea não é ideal para reprodutor. → Libido e capacidade de serviço: é importante porque mesmo que o animal tenha todos os requisitos anteriores, caso não tenha interesse por uma fêmea não é ideal para reprodutor. 5. A N Á L I S E F Í S I C A D O S Ê M E N Principais Análises Físicas: → Volume → Motilidade → Vigor → Turbilionamento → Gel → Concentração V O L U M E → Varia de acordo com: espécie, clima, estação, tempo de repouso (animal em repouso tem reserva maior espermática) e método de coleta; → O volume de sêmen é medido em tubos graduados: pode ser coletado diretamente no tubo ou em grandes espécies pode-se utilizar uma proveta; → Algumas espécies, como suínos, que possuem gel, deve-se retirar > gel não faz parte do sêmen, é apenas tampão – produzido pelas glândulas bulbouretrais; → Aspecto e coloração: durante a coleta já é possível avaliar esses parâmetros > coloração: branco leitoso? Avermelhado (investigar)? Aspecto soroso? > sêmen normal é de leitoso a soroso; → Odor > em casos por exemplo em que o sêmen está mais amarelado, pode ser que o animal tenha urinado durante a ejaculação, então ao cheirar o material coletado sente-se o cheiro de urina → Sangue, urina, pus, sujeira, etc APARÊNCIA E VOLUME: Coloração uniforme e aparência opaca (indica alta concentração espermática) > quanto maior a concentração, melhor. VOLUME MÉDIO EJACULADO: o Bovino: 5-8 mL o Ovino: 0,8-1,2 mL o Caprino: 0,8-1,2 mL o Suíno: 150-200 mL o Equino: 60-100 mL o Cão: 0,5-4,0 mL o Gato: 0,04-0,3 mL M O T I L I D A D E → Porcentagem de espermatozóides com motilidade progressiva: em lâmina aquecida a 37 º C colocar uma gota de sêmen, lamínula em cima, avaliar em 4 a 5 campos e faz média de quantos porcento estão com motilidade progressiva ( movimento em que o espermatozoide tem motilidade); → Estimativa subjetiva da viabilidade e qualidade espermática → Lâmina e lamínula aquecidas a 37ºC → Feita sob microscopia de 100 a 400 x → Análise muito deve ser feita rapidamente após a coleta (primeira análise que indica se o sêmen é muito ou pouco viável) VALORES MÉDIOS DE MOTILIDADE: (OBS: são dados de literatura, mas é muito variável) o Bovino: 40-75% o Ovino: 60-80% o Caprino: 60-80% o Suíno: 50-80% o Equino: 40-75% o Cão: 80-90% o Gato: 50-95% V I G O R → Medir a intensidade do movimento espermático, ou seja, a velocidade do movimento do espermatozoide > fixar o olhar sobre uma célula e avaliar a velocidade do movimento; → Avaliado de 0 a 5: o 0: ausência de movimento; o 1: movimento oscilatórios, mas a maior parte imóvel; o 2: movimentos oscilatórios e progressivos, mas metade imóvel; o 3: maioria com movimento progressivo; o 4: maioria com movimento progressivo energético e retilíneo; o 5: todos com movimento progressivo energéticos e retilíneos. CASA (COMPUTER ASSISTED SPERM ANALYSIS) As analises de sêmen são muito subjetivas, e dependem da experiência do Médico Veterinário, então, para minimizar a subjetividade, criaram o CAS que é um sistema automatizado (hardware e software) para visualização e digitalizar imagens sucessivas dos espermatozoides. T U R B I L H O N A M E N TO O U M O T I L I D A D E M A S S A L É realizado apenas em ruminantes: como bovinos e caprinos. É uma análise em que se vê o movimento da massa espermática. → É o movimento em forma de ondas observado em uma gota de sêmen puro. > deve ser realizado rapidamente após a coleta; → Técnica: o 10µL de sêmen puro em uma lâmina sem lamínula aquecida o Observar no microscópio na objetiva de menor aumento (4x) → É uma análise para sêmen de alta concentração; sêmen de baixa concentração não tem movimento de massa. → Ondas de evolução dos espermatozoides – quanto mais concentrado mais turbilhonamento, então o turbilhonamento indica a concentração espermática. → Resultado de concentração elevada com motilidade e vigor; → Não tem em suínos e equinos; → É possível classificar o turbilhonamento de 0-5. G E L → Produzido por suínos e equinos pelas glândulas bulbouretrais; → Ao coletar o sêmen dessas espécies> filtrar e retirar o gel, ou seja, separar da porção líquida; → Função apenas biológica: faz tempão para evitar perda de sêmen por refluxo – estes animais produzem muito sêmen → Analise feita no gel: o Se o animal produziu ou não; o Verificar aspecto, coloração e volume> geralmente é transparente cheio de micelas; caso esteja amarelado ou avermelhado pode indicar processo infeccioso (raro). O volume é variável de animal para animal. C O N C E N T R A Ç Ã O → Mede a quantidade de células por mL e no ejaculado; → Métodos: o Câmara de Neubauer: o Espectofotometria: o ‘Micro-cell-counter’ CONCENTRAÇÃO MÉDIA ESPERMÁTICA MILHÕES/ML: o Bovino: 800-2000 x106 SPTZ/mL o Ovino: 2000-6000x 106SPTZ/mL o Caprino: 2500-5000 x 106 SPTZ/mL o Suíno: 200-300 x 106 SPTZ/mL o Equino: 150 – 300 x 106 SPTZ/mL o Gato 100-350 x 106 SPTZ/mL
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