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Semiologia Otorrino - MEDRESUMOS

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Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
1
MED RESUMOS 2011
NETTO, Arlindo Ugulino.
SEMIOLOGIA
PROPEDÊUTICA OTORRINOLARINGOLÓGICA
(Professor Erich Melo)
A otorrinolaringologia (ORL) é considerada uma das mais completas especialidades médicas do mundo, com 
características clínicas e cirúrgicas. Seu campo de atuação envolve as doenças que acometem o ouvido, o nariz e seios 
paranasais, a garganta, a faringe, a laringe, cabeça e pescoço.
De uma forma geral, as principais doenças que acometem estas estruturas são inflamatórias, infecciosas e 
neoplásicas. As infecções de vias aéreas superiores, por exemplo, são bastante frequentes, acometendo o adulto em 
torno de 4 vezes ao ano e a criança em torno de 6 vezes ao ano. Mesmo sendo infecções virais e auto-limitadas, podem 
complicar, trazendo prejuízos ao indivíduo e à sociedade, o que mostra a importância da ORL.
As sub-especialidades da ORL são aquelas que alcançam as áreas de atuações de outras especialidades 
médicas, tais como: oto-neurocirurgia (para cirurigas específicas da base do crânio), engenharia eletrônica e próteses 
implantáveis; cirurgia estética da face e tratamento de trauma de face; atuação na medicina legal e medicina do tráfego 
aero-espacial; medicina do sono.
Para um melhor entendimento das patologias que a ORL aborda, é necessário uma breve revisão da anatomia 
das estruturas que a especialidade está responsável, facilitando a comunicação e a localização de lesões que 
estudaremos em capítulos subsequentes.
ORELHA
O órgão vestibulococlear, ou simplesmente, orelha ou ouvido, é o complexo morfofuncional responsável pela 
sensibilidade ao som e aos efeitos gravitacionais, do movimento e do equilíbrio. A orelha está abrigada na intimidade do 
osso temporal e consiste em três partes, cada qual com características estruturais e funcionais distintas: a orelha 
externa, a orelha média e a orelha interna.
A primeira parte, a orelha externa, é formada pelo pavilhão da orelha ou pina, que se projeta lateralmente à 
cabeça e é responsável pela captação do som; e, também, pelo meato acústico externo, um curto conduto que se dirige 
do exterior para o interior do órgão e que se apresenta fechado na extremidade interna pela membrana do tímpano.
A segunda parte, a orelha média, é formada principalmente por uma pequena câmara cheia de ar na porção 
petrosa do osso temporal denominada de cavidade do tímpano. Essa cavidade comunica-se com a nasofaringe por um 
canal osteocartilaginoso chamado tuba auditiva. Em direção oposta à tuba, a cavidade do tímpano liga-se também ao 
antro mastóideo e, assim, com as células do processo mastóide do osso temporal. Uma cadeia de três ossículos 
articulados, situados na cavidade do tímpano, estende-se da membrana do tímpano até a orelha interna e é responsável 
pela transmissão das vibrações provocadas pelas ondas sonoras que incidem sobre a membrana timpânica. Pode-se 
dizer que o complexo tímpano-ossicular tem a importante função de transferir a energia das vibrações do meio aéreo, 
elástico e compressível do ouvido externo a fim de modificar a inércia dos líquidos (perilinfa), incompressíveis, que 
envolvem os receptores especializados do ouvido interno.
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
2
A terceira por€o, a orelha interna, consiste em um intricado conjunto de cavidades e canais no interior da 
por€o petrosa do osso temporal, conhecidos como labirinto ‚sseo, dentro dos quais existem delicados ductos e 
vesƒculas membranosas, designadas, no seu conjunto, labirinto membran„ceo, o qual cont…m as estruturas vitais da 
audi€o e do equilƒbrio. O labirinto ‚sseo … constituƒdo por: (1) uma cavidade ‚ssea, de dimens†es milim…tricas, 
denominada vestƒbulo, onde existem duas vesƒculas do labirinto membran„ceo: o utrƒculo e o s„culo; tr‡s canais 
semicirculares ‚sseos; a c‚clea ‚ssea, a qual tem forma semelhante ˆ de um caracol. Nos canais semicirculares, 
localizam-se os ductos semicirculares membran„ceos e, na c‚clea ‚ssea, o ducto coclear, tamb…m membran„ceo. A 
c‚clea e – possivelmente tamb…m o s„culo – so estruturas associada ˆ audi€o enquanto o utrƒculo, o s„culo e os 
ductos semicirculares esto associados ao movimento e ao equilƒbrio.
OSSO TEMPORAL
O temporal … um osso bastante importante da base do crŠnio. Ele … a sede do ‚rgo de audi€o e do equilƒbrio e 
do acet„bulo para a mandƒbula. Portanto, sua estrutura tamb…m tem importŠncia clƒnica. Admite-se que o termo 
“temporal” se deve ao fato de que, com o envelhecimento, os cabelos come€am a embranquecer nesta regio da 
cabe€a.
O temporal se desenvolve a partir de tr‡s brotamentos que se fundem, 
finalmente, em um nico osso. Distinguem-se:
 A parte escamosa, que cont…m o acet„bulo da articula€o 
temporomandibular. A escama temporal, a maior estrutura desta 
por€o do osso, guarda rela€o com a fossa m…dia craniana.
 A parte petrosa, que cont…m o ‚rgo da audi€o e do equilƒbrio.
 A parte timpânica, que forma a maior parte do meato acstico 
externo.
Devido ao seu desenvolvimento, o processo estil‚ide deriva da parte 
petrosa e no da parte timpŠnica, como sua posi€o poderia erroneamente 
sugerir. J„ o processo mast‚ide … formado por duas partes do osso temporal: 
a parte petrosa e a parte escamosa.
ORELHA EXTERNA
Pavilhão auricular.
O pavilho auricular (pina) … formado por uma placa irregular de cartilagem el„stica coberta de pele, que lhe 
confere forma peculiar, com depress†es e eleva€†es; no conjunto, exibe uma superfƒcie lateral de aspecto cŽncavo e 
uma superfƒcie medial convexa correspondente. As depress†es e relevos desta face cŽncava recebem nomenclaturas 
anatŽmicas especƒficas – demonstradas na figura abaixo – e so importantes no fenŽmeno de acstica sonora para 
amplifica€o do som. Tanto … que, os antigos gregos construƒam seus anfiteatros com formado de pavilho auricular 
para melhorar a propaga€o sonora. 
Estruturalmente, a orelha … constituƒda por uma fina placa de 
cartilagem el„stica, coberta por pele e unida ˆs partes adjacentes por 
msculos e ligamentos.  contƒnua ˆ parte cartilaginosa do meato 
acstico externo, que se prende ˆ por€o ‚ssea por tecido fibroso.
Esta cartilagem, por ser avascular, … suprida pelos vasos da pele. 
Quando o pavilho sofre algum tipo de trauma, a cartilagem pode 
perder a sua vasculariza€o devido ao descolamento do pericŽndrio, 
causando fibrose, fazendo com que ele perca a sua conforma€o 
anatŽmica, como ocorre com as orelhas de lutadores de jiujitsu, que 
perde seu relevo natural devido aos microtraumas causados durante 
as lutas. 
Na parte posterior da orelha, existe um pequeno coxim 
gorduroso que aumenta a maleabilidade da pele nesta regio. O 
l‚bulo, por sua vez, … formado por tecido fibroso e adiposo, sem 
cartilagem.
Meato acústico externo.
O meato acstico externo estende-se da concha ˆ membrana do tƒmpano e mede, aproximadamente, 2,5 cm de 
comprimento na parede p‚stero-superior. Estruturalmente, o meato consiste em um ter€o lateral cartilaginoso e dois 
ter€os mediais ‚sseos. O meato tem a forma de S, e ˆ sec€o transversal apresenta-se de forma ovalada. A 
extremidade medial do meato ‚sseo … mais estreita do que a lateral e … marcada por um sulco, o sulco timpŠnico, onde 
se insere o Šnulo fibrocartilaginoso da membrana do tƒmpano.
No tecido subcutŠneo da por€o cartilaginosa do meato, so encontradas glŠndulas seb„ceas e ceruminosas e 
folƒculos pilosos. Na pele da por€o ‚ssea do meato no existem pelos, exceto na parede superior.
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
3
ORELHA MÉDIA
A orelha m…dia compreende a cavidade timpŠnica, o antro mast‚ideo e a tuba auditiva que, no conjunto, 
representam uma cŠmara pneum„tica, irregular e contƒnua atrav…s de passagens, em sua maior parte localizada no osso 
temporal.A cavidade timpŠnica … uma fenda cheia de ar, comprimida lateralmente, forrada por mucoperi‚sseo, a qual se 
estende em um plano oblƒquo Šntero-posterior.
A cavidade timpŠnica … fechada lateralmente pela membrana do tímpano, que serve como limite entre a orelha 
m…dia e o meato acstico externo. Essa membrana, de forma elƒptica, … fina, semitransparente, e est„ colocada 
obliquamente, inclinando-se em sentido medial. Ela exibe aspecto levemente cŽncavo na face externa devido ˆ tra€o 
do manbrio do martelo (o primeiro dos tr‡s ossƒculos do ouvido), firmemente fixo ˆ face interna da membrana, fazendo 
com que ela permane€a como uma lona de circo tracionada. Se a orelha m…dia estiver repleta por secre€o purulenta, 
esta membrana pode mostrar-se abaulada, perdendo seu formato cŽnico.
O ponto mais deprimido desta “tenda”, no centro da membrana, chama-se umbigo do tƒmpano e corresponde ˆ 
extremidade do manbrio do martelo. A partir deste ponto, uma linha esbranqui€ada, a estria malear, causada pelo brilho 
do manbrio, … vista na face externa passando em dire€o ˆ margem superior. Na extremidade superior da estria 
aparece uma proje€o delgada, a proemin‡ncia malear, formada pelo processo lateral (curto) do martelo. Daƒ, partem as 
pregas maleares posterior e anterior, que se dirigem as extremidades do sulco timpŠnico do anel timpŠnico do osso 
temporal.
OBS1: A membrana timpŠnica normal apresenta cor p…rola-acinzentada e reflete um cone de luz no quadrante Šntero-
inferior, usualmente chamado de cone luminoso.
A cavidade timpŠnica propriamente dita … limitada lateralmente pela membrana timpŠnica; superiormente por 
uma placa de osso compacto que forma o assoalho da fossa m…dia da cavidade craniana; inferiormente pela parede 
jugular, marcada pela presen€a de c…lulas timpŠnicas delimitadas por trab…culas ‚sseas irregulares; posteriormente pela 
parede mast‚idea; anteriormente pela chamada parede car‚tica, que contem o chamado msculo tensor do tƒmpano e o 
‚stio timpŠnico da tuba auditiva (de Eust„quio). A parede anterior … separada da art…ria car‚tida interna por uma placa 
‚ssea fina, na qual so descritas raras deisc‡ncias. Essa parede … perfurada por pequenos pertuitos que do passagem 
aos vasos sanguƒneos e aos nervos caroticotimpŠnicos para o plexo timpŠnico. Por fim, a parede medial ou labirƒntica 
apresenta v„rias estruturas, a maioria das quais estreitamente relacionadas com o ouvido interno.
As c…lulas a…reas localizadas no osso temporal (principalmente no processo mast‚ide) se abrem na cavidade 
timpŠnica, auxiliando na manuten€o da presso desta cavidade juntamente ˆ tuba auditiva (ver OBS3).
Cruzando a cavidade timpŠnica existe um delgado ramo nervoso denominado corda do tƒmpano. Este, que 
consiste em um ramo do nervo lingual, … respons„vel por levar as informa€†es gustat‚rias dos dois ter€os anteriores da 
lƒngua at… o nervo facial, al…m de levar fibras eferentes viscerais (parassimp„ticas) para as glŠndulas submandibular e 
sublingual.
Os ossículos da orelha média formam uma cadeia articulada suspensa na cavidade do tƒmpano, respons„vel 
pela condu€o e amplifica€o das ondas sonoras da orelha externa para a orelha interna. So eles:
 Martelo: derivado da cartilagem de Meckel, … o primeiro e maior ossƒculo da cadeia. Consiste em cabe€a, colo, 
processo lateral, processo anterior e manbrio ou cabo. O manbrio … longo, com a extremidade achatada, em 
forma de esp„tula firmemente presa ˆ membrana do tƒmpano, cuja lŠmina pr‚pria se divide para envolver o 
manbrio ao nƒvel do umbigo. O martelo … sustentado pela sua fixa€o na membrana timpŠnica, pelo msculo 
tensor do tƒmpano (inervado pelo nervo do msculo pterig‚ideo medial, ramo do mandibular do trig‡meo; … 
respons„vel por modificar os movimentos da cadeia ossicular junto ao pequeno msculo estap…dio), por 
ligamentos pr‚prios e por sua articula€o com a bigorna.
 Bigorna: … o mais longo dos tr‡s ossƒculos. Consiste em um corpo, um processo curto, um processo longo e no 
processo lenticular. Assemelha-se a um dente pr…-molar, com duas raƒzes divergentes compar„veis aos 
processos longo e curto.
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
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 Estribo: … o menor e mais medial elo da cadeia ossicular. Consiste na cabe€a, na base e em dois ramos ou 
cruras. Nota-se uma „rea irregular imediatamente acima do ramo posterior representada pelo local de inser€o 
do tendo do msculo estap…dio (inervado pelo nervo para o msculo estap…dio, ramo do nervo facial). A base, 
ou platina do estribo, apresenta formas muito vari„veis e est„ acoplado ˆ janela oval da c‚clea.
Os ossƒculos, por meio de dois mecanismos, promovem a amplifica€o do som: (1) a alavanca entre os 
ossículos; e (2) o mecanismo hidráulico, que concentra na pequena janela oval todo o som que chega na grande 
membrana timpŠnica, aumentando a energia sonora. Estes mecanismos garantem a amplifica€o do som em torno de 
22 vezes, o que … importante no que diz respeito ˆ mudan€a de meio de propaga€o do som: este passar„ de uma 
propaga€o a…rea para uma propaga€o lƒquida, onde o som torna-se mais lento e com menor energia. Daƒ a 
importŠncia de ampliar a energia sonora.
OBS2: Admite-se que o msculo tensor do tƒmpano e o estap…dio (menor msculo do corpo humano) se contraem 
simultaneamente e reflexamente, reagindo a sons de alta intensidade e exercendo um efeito protetor pelo amortecimento 
das vibra۠es que atingem o ouvido interno.
OBS3: A presen€a de ar na cavidade timpŠnica … bastante importante na manuten€o press‚rica regional, o que mant…m 
a harmonia no funcionamento dos ossƒculos da orelha m…dia. Se nesta cavidade houver uma presso negativa ou 
positiva com rela€o ao seu padro normal, ocorre um distrbio no funcionamento dos ossƒculos, causando altera€†es 
na audi€o. A entrada ou saƒda de ar na cavidade timpŠnica e, deste modo, o controle da presso regional, … realizada 
pela tuba auditiva (de Eust„quio). Esta promove a comunica€o da orelha m…dia com a rinofaringe e, a cada degluti€o, 
o ostio farƒngeo da tuba auditiva se abre, permitindo o controle adequado desta presso. Quando h„ uma varia€o 
abrupta da presso atmosf…rica, esta diferen€a atinge a tuba auditiva e, consequentemente, a cavidade timpŠnica, 
causando uma distor€o da membrana timpŠnica, causando um desconforto auditivo.
ORELHA INTERNA
O som, captado pela concha auditiva no pavilho auricular, percorre o meato acstico externo e faz vibrar a 
membrana timpŠnica. Esta, por sua vez, propaga o som ao longo dos ossƒculos que vibram e passam o estƒmulo sonoro 
para a orelha interna. Esta, localizada na por€o petrosa do osso temporal, cont…m as partes vitais dos ‚rgos da 
audi€o e do equilƒbrio, que recebem as termina€†es dos ramos coclear e vestibular do nervo vestibulococlear.
Consiste em tr‡s partes principais: o labirinto ‚sseo ou perilinf„tico, o labirinto membran„ceo ou endolinf„tico e a 
c„psula ‚tica ou labirƒntica circunjacente.
 O labirinto ‚sseo est„ dentro da parte petrosa do osso temporal, medindo cerca de 20 mm de comprimento no 
seu eixo maior e constitui o estojo que aloja o labirinto membran„ceo. Apresenta tr‡s componentes no 
completamente divididos: o vestƒbulo, os canais semicirculares e a c‚clea.  forrado por fino peri‚steo, o qual … 
revestido com uma delicada camada epiteli‚ide e cont…m um lƒquido – a perilinfa – que envolve todo o labirinto 
membran„ceo. 
 As estruturas que comp†em o labirinto membranoso esto contidas nos compartimentos formados pelo labirinto 
‚sseo. O labirinto membranoso … um sistema de vesƒculas e ductos preenchidos por um lƒquido claro, a 
endolinfa. As partes fundamentais do labirinto membran„ceo so ducto coclear, o utrƒculo, o s„culo, os tr‡s 
ductos semicirculares e suas ampolas, e o saco e o ducto endolinf„ticos.
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
5
NARIZE CAVIDADE NASAL
A palavra nariz 
(do latim, nasus; do 
grego, rhinus) diz 
respeito ao nariz 
externo e à cavidade 
nasal. O nariz tem como 
funções a olfação, a 
condução e o 
condicionamento do ar, 
por meio da filtração, do 
aquecimento e da 
umidificação, e a 
recepção de secreções 
dos seios paranasais e 
de lágrimas 
provenientes do ducto 
nasolacrimal.
O nariz externo é uma formação piramidal que se projeta no centro da face, trazendo harmonia a mesma. No 
crânio seco, observa-se a abertura piriforme, que é delimitada pelos ossos nasais e pelo processo frontal de cada 
maxila. A raiz do nariz corresponde à área de articulação dos ossos nasais com o frontal. O ápice é a extremidade livre 
do órgão, e o dorso é a margem que se estende da raiz ao ápice. A face inferior do nariz apresenta duas aberturas 
ovaladas, as narinas, que dão acesso à cavidade nasal.
A cavidade nasal estende-se das narinas anteriormente, às coanas, posteriormente. O teto dessa cavidade, 
estreito e encurvado, está associado aos seios esfenoidal e frontal e à fossa anterior e média do crânio, além de 
apresentar o nervo olfatório. É formado, de diante para trás, pelos ossos frontal, etmóide (lâmina crivosa) e corpo do 
esfenóide. A cavidade relaciona-se, de cada lado, acima com a órbita e as células aéreas etmoidais; abaixo, com o seio 
maxilar e com as fossas pterigopalatina e pterigóidea. O assoalho da cavidade nasal, mais largo que o teto, corresponde 
ao palato duro, formado pelos processos palatinos dos maxilares e pelas lâminas horizontais dos ossos palatinos, que 
separa a cavidade nasal da oral. 
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
6
A parede lateral da cavidade nasal … bastante acidentada, complexa e importante.  formada por parte dos 
ossos nasal, maxilar, lacrimal, etm‚ide (c…lulas a…reas e conchas nasais superior e m…dia), concha nasal inferior, lŠmina 
perpendicular do osso palatino e lŠmina medial do processo pterig‚ide do osso esfen‚ide. As conchas nasais e seus 
respectivos meatos, que so espa€os em forma de fenda entre a curvatura da concha e a parede propriamente dita, so 
observados em cortes sagitais da cavidade nasal. As conchas superior e m…dia pertencem ao osso etm‚ide, e a concha 
nasal inferior … um osso isolado, que se articula com o maxilar, lacrimal, etm‚ide e palatino. 
As conchas so, portanto, estruturas ‚sseas revestidas por mucosa, que apresentam um plexo venoso interno 
controlado pelo sistema nervoso central, sendo respons„vel por filtrar e umedecer o ar. Contudo, estas conchas tornam-
se edemaciadas ou “turbinadas” seguindo o denominado ciclo nasal, de modo que os vasos, sob comando nervoso, 
geram um edema que reveza por todas as conchas: a cada seis horas (aproximadamente), uma concha estar„ sob 
tŽnus parassimp„tico (fase de limpeza e prepara€o do ar), o que causa o edema, a secre€o glandular, batimento ciliar
e obstru€o nasal parcial; enquanto as demais estaro sob tŽnus simp„tico (fase respirat‚ria). O edema da concha nasal 
faz com que o ar entre em maior contato com a mucosa, melhorando a fun€o de filtrar, umedecer e purificar o ar. Este 
rodƒzio, ao longo do dia, … quase que imperceptƒvel, uma vez que a resist‡ncia nasal total no se altera. O ciclo envolve, 
principalmente, a concha nasal inferior.
OBS4: Medicamentos que cont…m cloridrato de nafazolina ou efedrina (como o Sorine) so simpatomim…ticos, e atuam 
causando uma vasoconstric€o regional na mucosa nasal, diminuindo o edema respons„vel pela obstru€o nasal. 
Contudo, estes medicamentos causam uma vasodilata€o rebote para compensar o perƒodo em que a mucosa sofreu a 
pequena isquemia.
Como foi comentado, entre as conchas nasais existem fendas 
denominadas de meatos nasais. Estes espa€os so importantes por 
marcarem a desembocadura dos ‚stios das principais estruturas anexas ˆ 
cavidade nasal: os seios paranasais e o ducto lacrimal. A rela€o entre 
estas estruturas e os meatos se d„ da seguinte forma:
 Meato nasal inferior: ducto nasolacrimal.
 Meato nasal m…dio: seio frontal, seios etmoidais anteriores e seio 
maxilar. Desembocam no chamado complexo ostiomeatal, 
constituindo a estrutura mais importante das doen€as paranasais.
 Meato nasal superior: seio esfenoidal e c…lulas etmoidais 
posteriores.
OBS5:  importante destacar ainda as rela€†es dos seios etmoidais com a fossa anterior do crŠnio e com as ‚rbitas, o 
que justifica os casos de rinussinusites que acometem as semi-c…lulas a…reas do osso etm‚ide causarem quadros de 
infec€†es intracranianas. Al…m disso, os seios etm‚ides so separados das ‚rbitas por meio de uma delgada membrana 
‚ssea denominada de lŠmina papir„cea do osso etm‚ide, o que pode causar uma dissemina€o das infec€†es 
paranasais para a ‚rbita, comum em crian€as, causando, inclusive, amaurose (d…ficits visuais).
FARINGE E LARINGE
A faringe … dividida, didaticamente, em tr‡s „reas anatŽmicas: partes nasal, oral e larƒngica, sendo constituƒda 
por uma arma€o fibrosa (f„scia faringobasilar – tnica m…dia), msculos constrictores e levantadores (tnica externa) e 
um revestimento mucoso (tnica interna). As paredes da faringe so constituƒdas de tr‡s msculos que esto envolvidos 
com o ato da degluti€o. Esses msculos so os constrictores da faringe superior, m…dio e inferior. Essas fibras 
musculares estriadas originam-se na rafe mediana, no meio da parede posterior da faringe, estendem-se lateralmente e 
se inserem no osso e no tecido mole localizado anteriormente.
Arlindo Ugulino Netto – OTORRINOLARINGOLOGIA – MEDICINA P6 – 2010.1
7
Em todas as divis†es da faringe, existem focos de tecido linf‚ide associado ˆ mucosa (MALT) respons„veis por 
combater infec€†es respirat‚rias e digestivas. Existem tonsilas (agregado de MALT) presentes no teto da parte nasal da 
faringe (tonsila farƒngea ou aden‚ide); as tonsilas tub„rias esto localizadas pr‚ximas aos ‚stios farƒngeos da tuba 
auditiva; as tonsilas localizadas entre os pilares amigdalianos so chamadas de tonsilas palatinas (amƒgdalas); e, mais 
inferiormente, as tonsilas linguais, localizadas na base da lƒngua. O conjunto destas tonsilas forma um verdadeiro anel 
ao longo das aberturas de entrada da faringe – o chamado anel linfático de Waldeyer.
A laringe … um ‚rgo complexo, envolvido com a fona€o, formado por 9 cartilagens interconectadas por 
membranas, ligamentos e articula€†es sinoviais. Situa-se na parte anterior e mediana do pesco€o ao nƒvel de C3 a C6, 
presa ao osso hi‚ide e ˆ raiz da lƒngua. A laringe … separada da faringe atrav…s de um muro de membrana localizado 
entre a cartilagem epiglote e as cartilagens ariten‚ides (membrana ou prega ariepigl‚tica). Bilateralmente a esta prega, 
encontramos os chamados recessos (ou seios) piriformes, que se continuam diretamente com o esŽfago. A presen€a de 
alimentos nestes seios piriformes causam o chamado engasgo, o que desencadeia reflexos como o da tosse.
O esqueleto cartilaginoso da laringe … formada por 3 cartilagens ƒmpares (tire‚idea, cric‚idea e epigl‚tica) e por 
3 cartilagens pares (ariten‚idea, corniculada e cuneiforme).
 Cartilagem tire‚ide: Composta por duas lŠminas que se fundem anteriormente no plano mediano, em seus 2/3 
inferiores para formar a proemin‡ncia larƒngea (relevo mais visƒvel em homens). T‡m-se como meios de fixa€o 
dessa cartilagem:
 Membrana tireo-hi‚idea (fixa€o superior com o hi‚ide): ligamento tireo-hi‚ideo mediano e ligamentos 
tireo-hi‚ideos laterais.
 Articula€o cricotire‚idea (sinovial): entre corno inferior e face lateral da cartilagem cric‚ide.
 Cartilagem cric‚ide: tem forma de anel, possuindo um arco anterior e uma lŠmina posterior.  uma cartilagem 
espessa e resistente, representando o nico anel completo de cartilagem. Possui duas superfƒcies articulares: 
duas inferiores para os cornos inferiores da cartilagem tire‚ide; e duas superiores paraas cartilagens ariten‚ides. 
Tem como meios de fixa€o:
 Ligamento cricotire‚ideo mediano: espessamento na membrana cricotire‚idea que serve como fixa€o 
superior com a margem da cartilagem tire‚idea.
 Ligamento cricotraqueal: fixa€o inferior com o 1‘ anel traqueal.
 Cartilagem ariten‚idea: cartilagem com forma piramidal articulada com as faces articulares superiores da 
cartilagem cric‚ide, na por€o lateral da margem superior da lŠmina da cartilagem cric‚ide. O ligamento vocal 
estende-se da jun€o das lŠminas da cartilagem tire‚idea ao processo vocal da ariten‚ide. Corresponde ˆ 
margem superior do ligamento cricotire‚ideo, sendo revestido pela prega vocal.  a vibra€o desse ligamento 
que vai dar os sons das vogais na fona€o.  constituƒda por: ’pice (superiormente), Processo vocal 
(anteriormente) e pelo processo muscular (lateralmente).
 ’pice: sustenta a cartilagem corniculada
 Processo vocal: fixa o ligamento vocal e presta inser€o ao msculo vocal.
 Processo muscular: fixa os msculos cricoariten‚ideos posterior e lateral
 Articula€†es cricoariten‚ides: articula€†es sinoviais que permitem a mobilidade das ariten‚ides, importante 
nos movimentos das pregas vocais.
 Cartilagem epigl‚tica: nica cartilagem da laringe do tipo el„stica (o restante … do tipo hialina). Situa-se atr„s da 
raiz da lƒngua e do osso hi‚ide. Forma a margem superior e parede anterior do „dito da laringe. Sua extremidade 
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superior é livre e sua extremidade inferior é mais afilada (percíolo epiglótico) e está fixada ao ângulo formado 
pelas lâminas da cartilagem tireóide pelo ligamento tireoepiglótico. Tem como meios de fixação:
 Ligamento tireoepiglótico: fixa às lâminas da cartilagem tireóidea.
 Ligamento hioepiglótico: fixa a face anterior ao hióide.
 Membrana quadrangular: fixa as faces laterais da cartilagem à aritenóide. A partir dessa membrana, 
têm-se a formação do: ligamento vestibular (margem livre inferior da membrana quadrangular); as 
pregas vestibulares (estende-se da cartilagem tireóidea à aritenóidea, acima da prega vocal); ligamento 
ariepiglótico (margem superior livre da membrana quadrangular) e prega ariepiglótica (contém as 
cartilagens corniculadas e cuneiformes em sua região posterior).
O som que caracteriza a voz resulta da variação da relação de contração e relaxamento das pregas vocais 
(tensão e comprimento das pregas), na largura da rima da glote (consiste no espaço entre as pregas vocais e processos 
vocais da aritenóide) e na intensidade do esforço respiratório.
As pregas vestibulares (falsas cordas vocais) estão localizadas superiormente às pregas vocais, mantendo uma 
função protetora. Elas envolvem os ligamentos vestibulares.
As pregas vocais (cordas vocais verdadeiras) são compostas pelo ligamento vocal e o músculo vocal. São as 
principais responsáveis pela vibração que produz os sons (de vogais).
De acordo com sua funcionalidade, esses músculos são classificados em: músculos extrínsecos da laringe 
(Supra-hióideos e Infra-hióideos) e músculos intrínsecos da laringe, que alteram o comprimento e tensão das pregas 
vocais e tamanho e formato da rima da glote. Estes últimos podem funcionar como: esfíncteres, adutores, abdutores, 
tensores e relaxadores.
Os músculos intrínsecos podem originar-se na cartilagem cricóide (músculos cricotireóideos, músculos 
cricoaritenóideos laterais e músculos cricoaritenóideos posteriores) ou podem unir as cartilagens tireóide e aritenóide, 
como os músculos tireoaritenóideos (fibras paralelas ao ligamento vocal), o músculo vocal (fibras fixadas ao ligamento 
vocal). Podem também unir as cartilagens aritenóideas entre si (músculo aritenóideo transverso e músculo aritenóideo 
oblíquo) e unir as cartilagens aritenóides e epiglote, com faz o músculo ariepiglótico (fibras do aritenóideo oblíquo que se 
estendem até a epiglote na prega ariepiglótica).
Esses músculos podem ser classificados como:
 Adutores: aproximam as pregas. Músculos cricoaritenóideos laterais e aritenóideos (oblíquo e transverso). Nota: 
alguns autores consideram tais músculos como esfíncteres devido à sua ação.
 Abdutores: alargam a rima da glote. Músculos cricoaritenóideos posteriores
 Esfíncteres: fecham e abrem a glote durante a deglutição. Músculos cricoaritenóideos laterais, Músculos 
aritenóideos oblíquos, Músculos ariepiglóticos.
 Tensores: tensionam as cordas vocais ao inclinar a cartilagem tireóidea anteriormente (gerando a voz alta). 
Músculos cricotireóideos e m
 Relaxadores: deixam as cordas flácidas tracionando as aritenóides (gerando voz baixa). Músculos 
tireoaritenóideos.
SEMIOLOGIA OTORRINOLARINGOLGICA
ANAMNESE
Na anamnese para a ORL, não se faz de forma completa, mas sim, uma forma específica e dirigida para as 
afecções do nariz, orelha, cavidade oral, faringe e laringe. Contudo, o seguinte protocolo deve ser seguido: identificação 
do paciente, queixa principal e duração, história da doença atual, doenças pré-existentes e medicamentos, interrogatório 
sintomatológico, antecedentes pessoais e familiares, etc.
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SINAIS E SINTOMAS
 Do ponto de vista auditivo, os principais sintomas são:
 Otalgia: dor auditiva. Pode ser causada por doenças infecciosas que acometam a orelha externa e 
média.
 Otorréia: presença de secreção que drena pelo meato acústico externo. Patologias inflamatórias ou 
tumorais podem causar otorréia com aspecto purulento, mucóide e/ou sanguinolento. Pode ser 
classificada como contínua ou intermitente. A otoliquorréia, isto é, secreção de líquor pelo ouvido, é um 
sintoma comum em fraturas de base do crânio.
 Otorragia: sangramento oriundo do meato acústico externo, que pode ter várias etiologias: trauma da 
orelha externa, da orelha média (rompimento da membrana timpânica), etc.
 Zumbidos: sensação de distorção auditiva.
 Vertigem: sensação de rotação do meio.
 Disacusia: déficit auditivo, que se manifesta na dificuldade que o paciente tem de ouvir ou distinguir os 
sons. Pode ser leve ou moderada (hipoacusia), acentuada (surdez) ou total (anacusia ou cofose). Os 
principais tipos de disacusia são condutiva (obstrução do meato acústico externo ou da membrana 
timpânica), neurossensorial (lesão do nervo vestibulococlear), mista ou central (lesão cortical: giro 
temporal transverso anterior).
 Pacientes com doenças rinussinusais podem apresentar os seguintes sintomas:
 Obstrução nasal
 Espirro
 Prurido
 Coriza
 Descarga nasal (gotejamento) anterior e 
posterior
 Dor, cefaléia e pressão facial
 Alterações do olfato e alucinações olfativas
 Alterações gustatórias
 Alterações da fonação
 Epistaxe
 Indivíduos com afecções da laringe ou da faringe poderão apresentar:
 Dor: incômodo doloroso na região da garganta.
 Odinofagia: dor ao deglutir.
 Disfagia: dificuldade de deglutição
 Dispnéia
 Tosse
 Pigarro
 Halitose
 Disfonias
EXAME FÍSICO
Os materiais básicos necessários para a realização do exame físico são:
 Espéculos auricular e otoscópio ou microscópio;
 Pinças auriculares;
 Estiletes e curetas de ouvido;
 Espelho frontal e foco de luz (fotóforo);
 Espéculos nasais;
 Pinças e estiletes nasais;
 Abaixadores da língua;
 Espelho de Garcia;
 Endoscópios flexíveis ou rígidos.
As etapas do exame físico são: inspeção, palpação, otoscopia, rinoscopia anterior e posterior, oroscopia, 
laringoscopia indireta.
Inspeção e palpação.
As seguintes estruturas devem ser avaliadas e devidamente palpadas:
 Orelha: avaliar a forma do pavilhão auricular, a integridade das cartilagens, a região retro e pós-auricular, palpar 
linfonodos.
 Nariz e seios paranasais: avaliar o vestíbulo (entrada do nariz), estruturas da pirâmide nasal e seu eixo 
(pesquisar por desvios nasais) e integridadedas narinas.
 Boca e orofaringe: avaliar, separadamente, os lábios, vestíbulos, gengivas, mucosas jugais (bochechas), língua, 
assoalho, teto (palato duro e mole, tonsilas.
 Realizar o exame do pescoço.
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Otoscopia.
A otoscopia consiste no exame direto do conduto auditivo e da membrana do tƒmpano, com uso de aparelho 
denominado otosc‚pio. A t…cnica para a realiza€o do exame … peculiar, e consiste nas seguintes manobras: 
primeiramente, com a mo no-dominante, o examinador deve tracionar o pavilho auricular para tr„s e para cima, no 
intuito de retificar o meato acstico externo; introduz-se o espectro com tamanho adequado para conseguir chegar o 
mais profundo possƒvel.
Todas as etapas de introdu€o devem ser avaliadas: integridade dos ter€os laterais e mediais do meato acstico 
externo (existem doen€as, como a foliculite, que s‚ se manifesta no ter€o externo do meato) e avaliar a integridade da 
membrana timpŠnica. As caracterƒsticas desta devem ser avaliadas minuciosamente: normalmente, a membrana 
timpŠnica … transparente, de colora€o p…rola-acinzentada e que permite a observa€o de algumas estruturas mais 
profundas da orelha m…dia. O manbrio ou cabo do martelo e o processo lateral do martelo so estruturas de proje€o 
na membrana timpŠnica. Este processo determina a posi€o anatŽmica da membrana timpŠnica: sendo sua inclina€o 
mais anterior, para onde o processo apontar (se estiver mais pr‚ximo do plano direito ou esquerdo), ser„ o lado 
correspondente da membrana timpŠnica (na figura abaixo, temos a viso da membrana timpŠnica direita). 
Dois ligamentos que se destacam do processo lateral do martelo tamb…m so evidentes: o ligamento malear 
anterior e o ligamento malear posterior. Eles dividem a membrana em duas regi†es: uma menor e mais superior – a 
parte fl„cida – e outra maior, localizada inferiormente aos ligamentos – a parte tensa. Al…m desta diviso, para a melhor 
localiza€o das les†es da membrana timpŠnica, devemos dividi-la em quadrantes a partir de duas linhas, uma paralela 
ao martelo e outra perpendicular ao umbigo do martelo. Os quadrantes so Šntero-superior, Šntero-inferior, p‚stero-
inferior e p‚stero-superior.
Devemos sempre procurar a presen€a do chamado cone de luz ou triangulo luminoso que, normalmente, est„ 
localizado no quadrante Šntero-inferior. Este cone de luz nada mais … que um reflexo da luz do otosc‚pio.
Les†es no quadrante p‚stero-superior so consideradas mais graves devido as suas rela€†es mais amplas com 
as articula€†es dos ossƒculos e com o nervo corda do tƒmpano. Contudo, acessos cirrgicos no quadrante Šntero-inferior 
correm o risco de leso da art…ria car‚tida interna (que passa nesta regio do osso temporal separada da orelha m…dia 
por uma fina placa ‚ssea) e no quadrante p‚stero-inferior, leso do seio sigm‚ide.
Rinoscopia anterior e posterior.
A cavidade nasal deve ser examinada com uma fonte de luz que permita trabalhar com as mos livres (espelho 
frontal e/ou fot‚foro) para manipula€o da cavidade nasal. A avalia€o completa da cavidade nasal pode ser feita por 
meio da rinoscopia anterior e da posterior. 
A rinoscopia anterior consiste na avalia€o da cavidade nasal atrav…s das narinas, com o auxƒlio de um esp…culo 
nasal. O instrumental b„sico da rinoscopia anterior … constituƒdo do espelho de Glatzell, do esp…culo nasal, da pin€a 
baioneta, do algodo laminado e da solu€o de efedrina a 2%. A viso especular da cavidade nasal permite a avalia€o 
das conchas nasais, dos meatos e parte do septo nasal, de maneira bastante clara. Para a realiza€o da rinoscopia, 
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devemos fazer duas manobras em tempos diferentes: (1) manter a cabeça parada para o exame do assoalho da 
cavidade nasal; (2) com a cabeça levantada, para avaliar o meato nasal médio.
A rinoscopia posterior consiste na utilização do espelho de Garcia (o mesmo utilizado para a laringoscopia 
indireta), cuja lente será voltada para cima, no intuito de observar a rinofaringe e as coanas. Devidos aos inconvenientes 
deste exame, a rinoscopia posterior vem entrando em desuso, sendo substituída pelo uso de endoscópios.
Oroscopia.
A oroscopia, muito frequentemente, necessita do auxílio de uma espátula ou abaixador de língua. Para a 
realização do exame, o paciente abaixa a boca sem por a língua para fora. Isso porque, ao projetar a língua, as 
formações anatômicas posteriores da cavidade oral também são projetadas (como a faringe e as tonsilas), falsificado a 
inspeção. 
Durante a oroscopia, devemos avaliar a boca e a orofaringe. Para isso, é necessário uma iluminação adequada, 
que preferencialmente deve ser com espelho frontal ou fotóforo; em alguns casos em que a lesão deve ser observada 
com muitos detalhes, pode ser usada lente de aumento. 
Na boca, devemos avaliar todas as estruturas da cavidade oral propriamente dita e as outras estruturas a ela 
relacionadas: tecido ósseo, glândulas salivares (e seus ductos de desembocadura), língua, linfonodos regionais que 
possam estar aumentados de volume e articulação temporomandibular. A palpação da cavidade oral é indispensável 
para alguns diagnósticos.
Laringoscopia indireta.
Apesar da enorme tradição de exames da laringe por meio da 
rinoscopia posterior e da laringoscopia indireta, ambos com espelho de 
Garcia, não podemos deixar de considerar estes exames complementares 
como obsoletos nos dias da fibra óptica. Contudo, ao se realizar a 
laringoscopia indireta, devemos lembrar que a imagem é invertida.
A videolaringoscopia é bem mais utilizada que a inspeção direta da 
laringe por aumentar a imagem em pelo menos 30 vezes. Contudo, a 
técnica de inspeção da laringe utilizando o espelho de Garcia é descrita na 
figura ao lado e anatomia da parte superior da laringe na figura abaixo.

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