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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL corrigido[3345]

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A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
OLIVEIRA, Renata de Almeida[footnoteRef:1] [1: Aluna do curso de Pedagogia da Faculdade FAEL.] 
RESUMO
O presente artigo tem como tema a importância do brincar na educação infantil, demonstrando a relação entre as crianças e o ato de brincar. O enfoque de que a brincadeira é uma estrutura ligada às características da infância mostra que há uma ligação muito forte entre o brincar e o aprender através da decisão na brincadeira. Para atingir o objetivo foi feita uma pesquisa bibliográfica, por meio de análise de textos e artigos disponíveis em publicações impressas e digitais, buscou investigar as questões que envolvem o processo da aprendizagem, mostrando as contribuições deixadas por alguns autores sobre o tema. A totalidade do artigo demonstra que muitos autores concordam que a ludicidade é de suma importância para aquisição da aprendizagem em todos os momentos do desenvolvimento infantil, e que essa independente da época em que se vive é de extrema importância para a aprendizagem. Brincando, a criança constrói consciência da realidade e a possibilidade de modificá-la formando um mundo bem melhor no espaço escolar, pois o brincar é importante para o crescimento psicomotor, cognitivo, afetivo e social.
Palavras-chave: Brincadeira. Lúdico. Aprendizagem. Desenvolvimento.
	
INTRODUÇÃO
O tema proposto ressalta a relevância das brincadeiras na educação infantil como atividade lúdica no processo educativo proporcionando uma aprendizagem prazerosa desenvolvendo a criança nos aspectos físico, emocional e intelectual, além de estabelecer relações sociais e construir o conhecimento.
O brincar estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Através das brincadeiras, o educador exerce um papel central na observação, na organização do espaço e das atividades, criando relações para que possa desenvolver e atender o individual e o coletivo nas necessidades do seu educando.
Quanto mais a criança participar de atividades lúdicas, novas buscas de conhecimentos se manifestam e seu aprender será sempre mais prazeroso.
O enfoque de que a brincadeira da criança é uma estrutura ligada às características da infância, e que há uma ligação muito forte entre o brincar e o aprender, através da decisão na brincadeira. O brincar constitui-se em uma atividade em que as crianças, sozinhas ou em grupo, procuram compreender o mundo e as ações humanas nas quais se inserem cotidianamente. O brincar promove a socialização, a administração da relação com o outro e a aproximação da cultura, o exercício da decisão e da invenção. E também o cognitivo, o afetivo e o social.
Brincando, as crianças constroem a consciência da realidade e a possibilidade de modificá-la. É na situação de brincar que as crianças colocam desafios e questões, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos pelas pessoas e pela realidade com a qual interagem. O brincar é tão importante para a criança quanto o trabalhar para o adulto. Isso explica porque encontramos tanta dedicação da criança em relação ao brincar e através disso imita gestos e atitudes do mundo adulto, descobre o mundo, vivencia leis, regras, experimenta sensações. Então o brincar surge, como espaço da partilha, da cooperação e da competição, atitudes que são negociadas naturalmente nas atividades lúdicas. Vivenciando esses conflitos, a criança pode enriquecer a relação com o outro, buscando autonomia e cooperação, compreendendo e agindo, na realidade, de forma ativa e construtiva. (SMOLE, DINIZ E CÂNDIDO, 2014, p. 13)
O objetivo principal do artigo é demonstrar a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil, evidenciando que o lúdico é metodologia indispensável para o processo de aprendizagem, auxiliando os alunos para a aquisição do desenvolvimento integral. Ainda mostra que ao desenvolver-se a criança vai aprendendo várias brincadeiras, começa a tomar gosto por essas e são estimuladas a interagir com outras crianças.
Para alcançar o objetivo proposto, utilizou-se metodologicamente pesquisa bibliográfica, alicerçada em artigos e publicações impressas e digitais.
O texto final foi fundamentado em ideias e concepções de autores como Smole, Diniz e Cândido (2014), Lopes (2006), Vygotsky (1984 e 1998), Lopes (2006), Zorzi (1996), Winnicott (1982) e Friedmann (1996).
1. O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
1.1 – A BRINCADEIRA NA EDUCAÇÃO: CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS
O ato de brincar é um recurso indispensável e significativo que auxiliam no desenvolvimento da aprendizagem infantil, um assunto muito relevante para todos que trabalham diretamente com a educação, porém poucas são os estudos que demonstram a evolução histórica dos brinquedos e das brincadeiras no Brasil. 
Diferentemente do que acontece em outros países, estudos e reflexãos a respeito da importancia do brinquedo na educação sugiu ainda na Roma antiga e na Grecia, e trazia contribuições de Platão e Aristoteles que enfatizavam a utilização das brincadeiras como forma de desenvolvimento.
Na maioria das vezes percebemos, ao longo da história que as brincadeiras eram vistas como imitação das atividades realizadas pelos adultos, que de acordo com Aristóteles, seria uma forma de prepara para a vida adulta. Porém ainda eram pouco discutidas a relação dos jogos e brincadeiras como recursos para aprendizagem.
A sociedade Romana trouxe um outro enfoque para a utilização dos jogos, estes eram vistos como a preparação do físico com o intuito de desenvolver a sociedade mais obediente as leis e ordem impostas na época. A Grécia leva para as escolas romanas uma nova concepção, enfatizando que os jogos deveriam está ligados ao desenvolvimento estético e espiritual.
Com o desenrolar da história, a psicologia infantil torna um grande aliado dos estudos e produções de pesquisas que irão discutir a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil.
Neste sentido, estudiosos como Piaget, Bruner, Vigotsky ganham notoriedade, desenvolvendo estudos e pesquisas que envolvem o desenvolvimento psicogenético do indivíduo, tendo como metas promissoras o estudo sobre a contrução das representações infantis, ambos os estudiosos demonstraram que a brincadeira sobre influencia cultural, através das relações que estas crianças tem na sociedade.
A cultura é extremamente importante para o desenvolvimento integral do educando, é através dela que as criação serão levadas a refletir sobre sua realidade, e as atividades lúdicas oportuniza uma continuidade histórica, ao valorizar os brinquedos e brincadeiras antigas, ao mesmo tempo que desenvolve o conhecimento auxlia na manutenção da cultura histórica de um determinado povo.
Varios são os autores e estudiosos que trouxeram a importância dos brinquedos e brincadeiras para o desenvolvimento infantil, neste campo destaca-se também Maria Montessori, que ao longo de suas pesquisas elaborou metodologias especificas para trabalhar com crianças deficientes, empregando materiais sensoriais com o objetivo de auxiliar no maior desenvolvimento desses educandos, ela traz concepções importantíssimas que relaciona materiais/brinquedos e suas formas de utilização. Muitas escolas adotam seus métodos no trabalho com crianças pequenas.
2. RELAÇÃO ENTRE BRINCADEIRA E APRENDIZAGEM
2.1- O LÚDICO E A APRENDIZAGEM
O lúdico auxilia na representação da realidade e, ao simbolizá-lo, ela estará vivenciando uma situação acontecida no ambiente familiar, partilhando com os colegas suas alegrias e frustrações e consequentemente se socializando e promovendo seu desenvolvimento emocional.
Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo poder se comunicar por gestos, sons e mais tarde, representar determinado papel na brincadeira, faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumascapacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papeis sociais. (LOPES, 2006 p.110).
Partindo da visão do autor, cabe ao professor aproveitar essas oportunidades para trabalhar com os jogos e dramatizações formando conceitos, esclarecendo dúvidas, ensinando a respeitar as regras, associando o ensino com as experiências de mundo que cada um leva ao ingressar no ambiente escolar.
Avaliar a importância do lúdico vai ajudar a entender o quanto é importante utilizarmos esses recursos em atividades pedagógicas.
Quando a criança brinca de casinha, de polícia, com suas bonecas ela está representando a realidade, produzindo diálogos e repetindo modelos dos adultos que a cercam, demonstrando a maneira como são tratadas.
2.1 O PAPEL DO BRINQUEDO NA APRENDIZAGEM INFANTIL
O brinquedo desempenha fundamental papel no trabalho do professor nos dias atuais. E as teorias que ignoram, erroneamente, o fato de que o brinquedo preenche necessidades da criança, obscurecem a visão do profissional, fazendo com que eles não sejam capazes de entender os avanços da criança de um estágio para outro, porque descartam as motivações, tendências e incentivos da criança nas diversas etapas e nos diferentes aspectos do desenvolvimento.
Conforme a criança vai crescendo os interesses pelos brinquedos também vai modificando, isso se dá pela maturação, sendo assim faz-se necessário enquanto educador reconhecer a necessidade das crianças atendidas, levando para elas brinquedos e brincadeiras condizentes com sua faixa etária.
Por meio da atividade lúdica que a criança edifica seu conhecimento, conduz seus anseios e desenvolve as funções sociais, enfim, tudo aquilo que não seria capaz de realizar na realidade.
Para Vygotsky (1998), uma criança de três anos não possui ainda habilidade de coordenação motora fina, mas já realiza exercícios de pentear uma boneca com a finalidade de transpor, futuramente, ao real esta atividade, Vygotsky (1998), ainda afirma que:
É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não por incentivos fornecidos por objetos externos. (VIGOTSKY, 1998, p. 109)
No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das ideias e não das coisas: Um pedaço de madeira torna-se um boneco e um cabo de vassoura torna-se um cavalo (VYGOTSKY, 1994, p.128).
Já Zorzi (1996, p. 17) acredita que a brincadeira se torna realmente representativa quando a criança começa a usar substitutivos simbólicos que podem corresponder a objetos, gestos e palavras.
Nesse sentido o faz de conta entra no imaginário infantil, e a simbologia se complementa a partir do momento que os objetos são transformados por outros deixando de lado o contexto no qual está inserido e passando originar situações independentes da presença do objeto. Tal simbologia se materializa na criança, a partir do momento em que ela descreve ações e as explicam a partir de situações já vivenciadas.
Resgatar as brincadeiras, não somente no âmbito educacional, mas também na esfera familiar é de fundamental importância, visto que as crianças perderam o encanto pelos jogos e brincadeiras, atualmente os meios eletrônicos tomaram espaço, as crianças pouco se movimentam, ficam confinadas em espaços fechados, muitas das vezes limitadas ao computador, celular e televisão, e deixam de desenvolver habilidades motoras que as brincadeiras proporcionam.
Winnicott (1982, p. 74), na teoria da brincadeira, mostra que o desenvolvimento do simbolismo é dado por sequências de relacionamentos e pela percepção da criança no que refere ao lugar que pertence o brincar.
Assim, a criança sente-se ligada ao objeto de modo que o professor, por meio das interações, vai fornecendo gradativamente elementos e segurança à criança, com isso ela passará de um ser passivo, para um agente de transformação das suas ações e conseguira se relacionar melhor com o outro.
É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: O brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia; finalmente, a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros. (WINNICOTT, 1975, p. 63).
Partindo desse princípio, o brincar fornece em seu íntimo vários conteúdos indispensáveis para a formação integral do indivíduo, proporcionando a quem dele se utiliza, diversas possibilidades de explorações intrínsecas ao ser humano, especialmente, na infância, idade em que se estabelece a alicerce fundamental para toda uma vida.
Esquecer-se do brincar é também esquecer de viver com qualidade de vida, e, ao oferecer às crianças a possibilidade de brincar, oferece-se muito mais do que o ato em si mesmo, visível aos olhos, estende-se uma perspectiva de vida melhor, um desenvolvimento mais natural e eficiente, uma socialização decorrente de tão somente brincar, e ainda mais, a possibilidade de se reconhecer como ser.
A fase do brincar é fundamental e estruturante. É através de suas brincadeiras que a criança imita os adultos com os quais precisa se identificar, a fim de compreender as experiências vividas com elas.
O lúdico é a atuação da criança sobre a realidade que a cerca, e através dos jogos e brincadeiras que esses pequenos seres demonstram suas vivencias, através da imaginação, além de aplicar as tensões e conflitos vivenciados no dia-a-dia, resolvendo por vezes suas frustrações e demonstrando seus desejos.
Há a necessidade que o trabalho pedagógico seja realizado, mas visando um currículo dinâmico e contextualizado, no qual a escolarização aconteça de forma lúdica e prazerosa, assim a brincadeiras devem visar a socialização, a integração e a recriação de experiências vivenciadas, estimulando o desenvolvimento integral do educando.
Propiciar o brincar, cria-se um espaço no qual as crianças podem experimentar o mundo, interpretar, significar e compreender de maneira ativa e própria os comportamentos, usos, costumes e sentimentos inerentes do ser humano.
2.3 LUDICIDADE: APRENDER BRINCANDO
A brincadeira é uma atividade importante no desenvolvimento da criança e também preponderante no processo de sua inclusão no contexto da Educação Infantil. O professor tem um papel central na organização do espaço, na observação sensível, de modo a avaliar o que pensa a criança quando brinca.
Tais reflexões remete à discussão das concepções exercitadas sobre a brincadeira, sua relação com a criança, a necessidade de criar uma atmosfera acolhedora e que a considera na perspectiva de suas necessidades e interesses.
Vygotsky (1988), aponta o brincar como meio para criar situações simbólicas predominantes na primeira infância e que configuram o desenvolvimento dos processos psicológicos e a inserção social e cultural da criança. O brincar assume uma função fundamental no desenvolvimento do comportamento infantil pela criação da situação imaginária, considerando que o que passa despercebido na vida da criança torna-se regra de comportamento na brincadeira. 
Para Vygotsky (1998) a linguagem e a percepção estão interligadas desde os estágios iniciais do desenvolvimento humano, pois o aprendizado começa muito antes dela iniciar o período escolar. Desde de sua concepção o indivíduo já inicia o seu aprendizado através do ambiente em que vive e com os estímulos que são transmitidos pela mãe o bebê já é inserido no mundo do aprendizado. Segundo o mesmo autor, o desenvolvimento da criança não necessita ter relação com a sua aprendizagem ou com o seu potencial. O brinquedo pode criar uma zona de desenvolvimento proximal, pois na brincadeira a criança pode comportar-se num nível que ultrapassa o que está acostumada a fazer, funcionandocomo se fosse maior e melhor do que é.
Fazendo a interação as diversas areas do conhecimento cognitivo, psicomotor e afetivo na criança proporcionam o seu desenvolvimento global e o lúdico é a melhor forma de se conseguir este desenvolvimento. O lúdico faz com que a criança aprenda a agir cognitivamente e desde bebê ela já vê os objetos como motivadores para a aprendizagem e a percepção faz com que a criança se movimente.
De acordo com Vygotsk (apud REGO, 1995, p. 95): “O desenvolvimento dos processos, que resultam na formação de conceitos, começa na fase mais precoce da infância, mas as funções intelectuais que, numa combinação específica, formam as a base psicológica do processo de formação de conceitos”.
Será necessário trabalhar a criança em todos os aspectos psicomotores, afetivos e cognitivos de forma conjunta para que não acarrete problemas no desenvolvimento de algumas habilidades indispensáveis para a vida adulta, estando sempre alertas para oferecer oportunidade de desenvolvimento.
Os jogos e as brincadeiras tem a capacidade de desenvolver diferentes habilidades, criatividade, expressividade, coordenação motora, sensibilidade, são algumas dessas competências que o lúdico pode alcançar. E uma das mais importantes é a imaginação, que denota no poder criativo do indivíduo, que quando consegue desenvolver essa habilidade na infância, com certeza será um adulto mais criativo.
Quando a criança tem o seu lado emocional bem desenvolvido tem mais chance de sentir-se satisfeita e de ser eficaz na sua vida, no entanto, os que não conseguem desenvolver o controle sobre sua vida emocional sentem-se incapazes de superar as dificuldades nos anos posteriores. A maior contribuição da escola será criar oportunidades de aprendizagem que ajudem na construção de uma autoimagem positiva porque crianças bem-sucedidas no ambiente escolar gostam mais de si mesma, são confiantes, abertas, felizes, seguras de si e capazes de conviver com os outros.
2.4. A IMPORTÂNCIA DOS JOGOS NA FORMAÇÃO EDUCATIVA
Providenciar um ambiente adequado para o jogo infantil: A criação de espaços e tempos para os jogos é uma das tarefas mais importantes do professor, principalmente na escola de educação infantil. Cabe-lhe organizar os espaços de modo a permitir as diferentes formas de jogos, de forma, por exemplo, que as crianças que estejam realizando um jogo mais sedentário não sejam atrapalhadas por aquelas que realizam uma atividade que exige mais mobilidade e expansão de movimentos.
Selecionar materiais adequados: É preciso que o professor esteja atento à idade e às necessidades de seus alunos para selecionar e deixar à disposição materiais adequados. O material deve ser suficiente tanto quanto à quantidade, como pela diversidade, pelo interesse que despertam, pelo material de que são feitos. Lembrando sempre da importância de respeitar e propiciar elementos que favoreçam a criatividade das crianças. A sucata, é um exemplo de material que preenche vários destes requisitos.
Mesmo com tantas ferramentas inovadoras na educação (informática, uso de multimídia, internet), o professor ainda encontra resistência em sala, não sabendo o que fazer para atrair a atenção de seus alunos. E, talvez, a solução seja até mais simples do que se imagina.
Os jogos pedagógicos podem ser uma valiosa ferramenta na busca da melhor aprendizagem. Podem ser usados como facilitadores do processo. Com estes, aprende-se limites, regras, alcançando metas claras de forma lúdica.
Friedmann (1996, p. 64) aponta que:
o jogo oferece uma importante contribuição para o desenvolvimento cognitivo, dando acesso a mais informações e tornando mais rico o conteúdo do pensamento infantil, paralelamente o jogo consolida habilidades já dominadas pelas crianças e a prática dos mesmos em novas situações. (FRIEDMANN, 1996, p. 64)
Para o melhor aproveitamento do uso deste instrumento, o professor precisa organizar o seu planejamento.
O trabalho docente consiste em dar um apoio afetivo e em fornecer riqueza de experiências, que aos poucos favorecem a descoberta dos conhecimentos. Ele deve criar espaços, disponibilizando materiais, participando de brincadeiras, sendo o ele de mediação na construção do conhecimento.
A presença dos jogos no desenvolvimento da criança é fundamental para o seu aprendizado. Além disso, as aulas ficam mais atraentes, dinâmicas, dando ao aluno a possibilidade de ampliar os seus conhecimentos, facilitando o processo ensino-aprendizagem. Por isso, o professor nunca deve começar a ensinar pelo o que o educando desconhece. Sempre deve se usar de meios que aproximem ao máximo do que cerca o aluno. O brinquedo, o jogo é algo bem próximo, por isso facilita esse processo.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com os objetivos que motivaram o presente trabalho, a pesquisa comprova a influência e a contribuição das brincadeiras no desenvolvimento físico, emocional, social, cognitivo e intelectual da criança.
Estudando alguns teóricos ao longo do trabalho, percebeu-se que a criança é vista como um ser capaz de construir conhecimentos, como ser ativo, e o brincar se constitui em um instrumento fundamental da prática pedagógica do professor na Educação Infantil.
As brincadeiras das crianças estão ligadas e a sua constituição cultural, ao seu meio familiar e social, ao brincar de faz-de-conta, a brincadeira protagonizada ou a brincadeira de papéis é assumida pela criança e que revela e possibilita ao mesmo tempo o desenvolvimento da criança nas suas observações, percepções, de regras, de gestos e ações significativas, muitas vezes retratando uma situação.
Dentro da pedagogia moderna, estabelece-se o uso da pedagogia do jogo, da brincadeira, do lúdico, o que é um avanço para as escolas, pois é a entrada do lúdico na sala de aula, o que torna as aulas mais interessantes, agradáveis, e dinâmicas para o cotidiano escolar.
Estamos vivendo numa década extremamente importante, de transição e mudança de paradigma. Sendo assim, são necessárias várias estratégias para que o brincar torne-se uma prática consciente.
O brincar surge como instrumento de desenvolvimento e fonte para a aprendizagem; como possibilidade de resgatar o patrimônio lúdico-cultural nos diferentes contextos socioeconômicos.
O brincar deve ser pensado como um desafio, possibilidade criativa e instrumento de inserção na sociedade desse novo século.
Diante do exposto, observa-se que as brincadeiras precisam ser resgatadas nos dias atuais, os adultos que vivem com as crianças, por falta de tempo ou simplesmente por considerarem mais fácil, desde bem cedo, confinam as crianças a aparelhos tecnológicos que não contribuem para o desenvolvimento de competências que as crianças irão adquirir com o ato de brincar.
Conclui-se que devemos exercitar habilidades necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem significativa através do lúdico, para que elas possam aprender brincando num ambiente acolhedor e propício. O lúdico aliado ao aprendizado fará com que o educando tenha maior interesse em aprender brincando facilitando o trabalho do educador e estimulando o aprendizado.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRIEDMANN, A. O direito de brincar: a brinquedoteca. 4ª ed. São Paulo: Abrinq, 1996.
LOPES, Vanessa Gomes. Linguagem do Corpo e Movimento. Curitiba, PR: FAEL, 2006.
REGO, Tereza Cristina. Vygotsky: Uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação. Petrópolis: Vozes, 1995.
SMOLE, Kátia Stocco, DINIZ, Maria Ignez e CÂNDIDO, Patrícia. Brincadeiras Infantis nas Aulas de Matemática. Porto Alegre: Penso. 2014.
VYGOTSKY, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In: VYGOTSKY, Lev Smenovich; LURIA, Alexsander Romanovich; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem Desenvolvimento e Aprendizagem. Tradução de Maria da Penha Villalobos. 2. ed. São Paulo: Icone, 1988.
__________. A formação social da mente. São Paulo: Editora Bisordi, 1994.
__________. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Trad. José Octavio de Aguiar Abreu e Vanede Nobre. Rio deJaneiro: Imago. 1975.
__________. A criança e o seu mundo. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1982.

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