Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO Resolução de equações diferenciais de segunda ordem. PROPÓSITO Identificar, classificar e solucionar equações diferenciais ordinárias de segunda ordem. PREPARAÇÃO Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora científica ou use a calculadora de seu smartphone/computador. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as soluções gerais para resolução de uma EDO de segunda ordem MÓDULO 2 Solucionar as equações lineares de segunda ordem homogêneas MÓDULO 3 Solucionar as equações lineares de segunda ordem não homogêneas EQUAÇÕES DIFERENCIAIS DE SEGUNDA ORDEM MÓDULO 1 Reconhecer as soluções gerais para resolução de uma EDO de segunda ordem SOLUÇÃO GERAL DA EDO DE SEGUNDA ORDEM INTRODUÇÃO Em nossa vida prática, iremos nos deparar com problemas que serão modelados por uma equação diferencial de segunda ordem. Não existe um método único que resolva qualquer equação diferencial de segunda ordem. Assim, precisamos definir algumas ferramentas que nos permitam garantir a existência e a unicidade de uma solução e, até mesmo, um caminho de como obtê-las. Neste módulo, analisaremos alguns teoremas que nos garantirão a obtenção de soluções para uma equação diferencial linear de segunda ordem. TEOREMA DE SOLUÇÕES GERAIS Neste tema, estamos tratando de equações diferenciais ordinárias lineares de segunda ordem. Inicialmente, vamos lembrar os conceitos de equações diferenciais quanto as suas classificações. Uma equação diferencial será ordinária se apresentar apenas uma variável independente. Em outras palavras, na equação aparecerão apenas as derivadas da incógnita, em suas diversas ordens, em relação a uma única variável independente. Por exemplo: 2 D2Y DX2 - X2 DY DX = 3Y Onde a incógnita y só depende da variável independente x. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A ORDEM SERÁ DADA PELA DERIVADA DE MAIS ALTA ORDEM QUE APARECE NA EQUAÇÃO. COMO ESTAMOS TRABALHANDO COM EQUAÇÕES DE SEGUNDA ORDEM, OBRIGATORIAMENTE TEREMOS UMA DERIVADA DE SEGUNDA ORDEM E NENHUMA DERIVADA DE ORDEM SUPERIOR À SEGUNDA. A equação diferencial será linear se: A variável dependente e suas derivadas só podem aparecer na forma simples, isto é, elevadas ao expoente um. Os coeficientes da equação diferencial, isto é, os termos que multiplicam a incógnita ou suas derivadas, só podem apenas depender da variável independente ou serem números reais. Por exemplo: A equação diferencial 2x d2y dx2 - x2 dy dx = 3y é linear. A equação 2y d2y dx2 - x2 dy dx 2 = 3y não é linear por dois motivos: aparece um coeficiente, que multiplica a derivada de segunda ordem, que depende da incógnita y, e a derivada de primeira ordem aparece elevada ao quadrado. Desta forma, pode-se dizer que uma equação diferencial ordinária linear de segunda ordem terá a forma: D2Y DX2 + A(X) DY DX + B(X)Y = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde A(x), B(x) e C(x) são funções que dependem apenas da variável independente. O primeiro teorema que analisaremos para este tipo de equação será o teorema da existência e unicidade. TEOREMA DA EXISTÊNCIA E UNICIDADE Seja a equação linear de segunda ordem: D2Y DX2 + A(X) DY DX + B(X)Y = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se as funções A(x), B(x) e C(x) forem contínuas em um intervalo xa < x < xb e x0 pertence a este intervalo, a equação diferencial terá solução, e somente uma solução, neste intervalo que atenda às duas condições iniciais de y x0 = y0 e y' x0 = y0'. ( ) ( ) ( ) ESTE TEOREMA É IMPORTANTE, POIS GARANTE A EXISTÊNCIA DA SOLUÇÃO E, APÓS OBTÊ-LA, INDEPENDENTEMENTE DO MÉTODO, ELE GARANTE QUE NÃO EXISTIRÁ OUTRA QUE ATENDA ÀS CONDIÇÕES INICIAIS. Em outras palavras, mesmo que consigamos obter a solução simplesmente por observação e substituição, você garante que ela será única. EXEMPLO 1 Mostre que é possível resolver o problema de valor inicial para a equação diferencial y'' + 3 x - 2 y' + 6y = senx - 1 que atenda as condições y(3) = 2 e y'(3) = 2. Determine o intervalo dessa solução. Observe que as funções de x que são os coeficientes da equação diferencial serão: A(x) = 3 x - 2 → que é contínua para todo x com x ≠ 2. B(x) = 6 → que é contínua para todo x. C(x) = sen x - 1 → que é contínua para todo x. Assim, pelo teorema da unicidade e existência, sempre teremos uma única solução no intervalo que os coeficientes forem contínuos. Desta forma, podemos garantir a existência e a unicidade da solução para os intervalos - ∞ < x < 2 ou 2 < x < ∞. Como x0 = 3, que é o ponto do problema de valor inicial, pertence a um deste intervalos, vai existir a solução do problema que atende às duas condições iniciais y(3) = 2 e y'(3) = 2, e ela será única. EXEMPLO 2 Determine a solução da equação diferencial y'' – 2xy' + 3y = 0 e que atenda ao problema de valor inicial y(3) = 0 e y'(3) = 0. Não estudamos ainda nenhum método para resolução de equação diferencial de segunda ordem, mas já conhecemos o teorema da existência e unicidade. Repare que todos os coeficientes da equação diferencial são contínuos para todos os valores de x. Assim, podemos garantir que sempre existirá uma solução única para o problema de valor inicial, sendo o caso, portanto, para x = 3, que é dado no enunciado. Observando a equação pode se verificar que a função y = 0 é uma solução da equação. Veja que, se y = 0, y' = 0 e y'' = 0 A solução y = 0 atende às condições iniciais. Desta forma, pelo teorema da existência e unicidade, esta será a única solução possível para este problema inicial dado no enunciado. A solução do exemplo anterior é denominada por alguns autores como solução zero. Fica claro que se conseguimos determinar a solução por observação, podemos usar o teorema estudado e garantir que ela é única. O fato é que, na maioria das vezes, não é simples obter a solução apenas pela observação, faz-se necessário o estudo de outros métodos de resolução, como veremos nos próximos módulos. ATENÇÃO A solução para o problema de valor inicial y x0 = y0 e y' x0 = y0', atendendo a continuidade das funções que estão nos coeficientes, existe e é única, mas uma condição do tipo y x1 = y0 e y' x2 = y0', com x1 ≠ x2, pode não existir ou até mesmo não ser única. Quando as duas condições iniciais envolvem y x0 = y0 e y' x0 = y0' para o mesmo ponto x0, diz-se que é um problema de valor inicial. Se as duas condições envolverem dados de pontos diferentes, dizemos que se trata de um problema de valor de contorno. ASSIM, O TEOREMA GARANTE A EXISTÊNCIA E UNICIDADE DE PROBLEMAS DE VALOR INICIAL, MAS NÃO GARANTE A EXISTÊNCIA E UNICIDADE DE PROBLEMAS DE VALOR DE CONTORNO. ATENÇÃO Uma outra observação importante: como a equação diferencial de segunda ordem tem uma derivada segunda, a sua solução geral dependerá sempre de duas constantes, necessitando, portanto, de duas condições para se obter uma solução particular. A resolução de uma equação diferencial de segunda ordem começa, na maioria das vezes, pelo cálculo da equação diferencial homogênea, isto é, com C(x) = 0. Portanto, vamos iniciar nossos estudos pela equação homogênea. TEOREMA DA SUPERPOSIÇÃO Esse teorema permite obter uma solução da equação diferencial baseada no conhecimento de pelo menos duas soluções particulares. SE Y1(X) E Y2 X SÃO SOLUÇÕES DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR DE SEGUNDA ORDEM HOMOGÊNEA E M1 E M2 SÃO CONSTANTES REAIS, ENTÃO A SEGUINTE EQUAÇÃO TAMBÉM SERÁ SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL: Y(X) = M1Y1(X) + M2 Y2 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Vamos demonstrar juntos este teorema. Suponha que conhecemos a solução y1 e y2 da equação diferencial, assim: Y1'' + A(X)Y1' + B(X)Y1 = 0 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Y2'' + A(X)Y2' + B(X)Y2 = 0 Atenção! Para visualizaçãocompleta da equação utilize a rolagem horizontal Vamos agora testar se a função y = m1 y1 + m2 y2 será solução. Usando as propriedades da diferenciação, se Y = M1Y1 + M2Y2 → Y' = M1Y1' + M2Y2' → Y'' = M1Y1'' + M2Y2'' Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim: Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = M1Y1'' + M2Y2'' + A(X) M1Y1' + M2Y2' + B(X) M1Y1 + M2Y2 = = M1 Y1'' + A(X)Y1' + B X Y1 + M2 Y1'' + A(X)Y1' + B X Y1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como y1 e y2 são soluções, as equações dentro dos parênteses serão nulas. Assim: Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = M1. 0 + M2. 0 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, y(x) será também solução da equação diferencial dada. O TEOREMA NOS MOSTRA SE CONHECEMOS DUAS SOLUÇÕES PARTICULARES DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL. PODEMOS CRIAR UMA FAMÍLIA DE SOLUÇÕES FAZENDO UMA COMBINAÇÃO LINEAR ENTRE AS SOLUÇÕES CONHECIDAS. EXEMPLO Seja a equação diferencial y'' - 3y' - 4y = 0. Descubra algumas soluções para esta equação diferencial sabendo que y = e - x e e y = e4x são soluções da equação diferencial. Vamos inicialmente verificar se as funções dadas são realmente solução da equação diferencial. Se Y = E - X → Y' = - E - X → Y'' = E - X ( ) ( ) ( ) ( ( ) ) ( ( ) ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim Y'' - 3Y' - 4Y = E - X - 3( - E - X - 4E - X = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal sendo solução: Se Y = E4X → Y' = 4E4X → Y'' = 16E4X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim Y'' - 3Y' - 4Y = 16E4X - 3 4E4X - 4E4X = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal sendo solução. Pelo teorema estudado, qualquer função que é combinação linear das duas soluções também será solução da equação. Assim: y = m1e - x + m2e 4x, com m1 e m2 reais. Assim: y3 = 2e - x - e4x é uma possível solução. y4 = 4 + 3e5x ex também é uma possível solução, pois Y4 = 4 + 3E5X EX = 4 EX + 3 E5X EX = 4E - X + 3E4X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal SAIBA MAIS O princípio da superposição só é válido para equações diferenciais lineares homogêneas. No caso de uma equação linear não homogênea, ou até mesmo de uma equação diferencial não linear, o teorema pode falhar. TEOREMA DA SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGÊNEA ) ( ) Agora vamos ver um teorema mais poderoso ainda. A demonstração deste teorema é bastante complexa e não será objeto deste módulo. O TEOREMA DA SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR HOMOGÊNEA NOS DIZ QUE A SOLUÇÃO GERAL DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL LINEAR DE SEGUNDA ORDEM PODE SER OBTIDA ATRAVÉS DE UMA COMBINAÇÃO LINEAR DE DUAS SOLUÇÕES LINEARMENTE INDEPENDENTES. Este teorema é mais poderoso, pois nos permite não obter apenas um conjunto de soluções, mas definir uma solução geral para equação diferencial, isso é, uma solução que englobe todas as soluções possíveis. Inicialmente, vamos definir o que são soluções linearmente independentes. Duas soluções são linearmente independentes se uma não pode ser obtida através da outra por uma multiplicação por um número real. Por exemplo, y1 = 3x e y2 = - 2x são linearmente dependentes, pois, a partir de uma solução, obtemos a outra multiplicando apenas por um número real. Agora y1 = x 2 e y2 = 2x são linearmente independentes, uma vez que não existe nenhum número real que possamos multiplicar na primeira para obter a segunda e vice-versa. ATENÇÃO Uma equação diferencial linear de segunda ordem sempre terá duas funções linearmente independentes que serão solução da equação. Estas soluções são denominadas de funções ou soluções fundamentais. Vamos agora descrever o teorema de uma forma precisa. SE Y1 X E Y2 X SÃO SOLUÇÕES LINEARMENTE INDEPENDENTES DA EQUAÇÃO DIFERENCIAL DE SEGUNDA ORDEM HOMOGÊNEA: D2Y DX2 + A(X) DY DX + B(X)Y = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ENTÃO, COM M1 E M2 REAIS, SERÁ A SOLUÇÃO GERAL DESTA EQUAÇÃO DIFERENCIAL: ( ) ( ) Y(X) = M1Y1(X) + M2Y2 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Lembre-se que y1 e y2 sempre vão existir. Temos apenas que descobrir quem elas são. As funções y1 e y2 serão as funções fundamentais desta equação e, através delas, será definida uma solução geral que contém todas as soluções da equação diferencial fornecida. EXEMPLO Seja a equação diferencial 3y'' = 12y. Sabendo que e2x e e - 2x são soluções da equação, determine uma solução particular que atenda y(0) = 2 e y'(0) = 0. A EDO fornecida é linear e homogênea. Repare que as soluções dadas são linearmente independentes. Assim, podemos montar a solução geral na forma: y = ae2x + be - 2x, a e b reais Como os coeficientes são constantes, podemos garantir pelo teorema da existência e unicidade que o problema de valor inicial sempre terá solução única. Substituindo as duas condições: X = 0 → Y = AE0 + BE0 = A + B = 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se y = ae2x + be - 2x → y' = 2ae2x - 2be - 2x X = 0 → Y' = 2AE0 - 2BE0 = 2A - 2B = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim a + b = 2 a - b = 0 , então a = b = 1. A solução particular será y = e2x + e - 2x. Neste módulo, estudamos teoremas que nos garantem e nos mostram como definir soluções gerais para equação diferencial linear de segunda ordem. No próximo módulo, vamos estudar métodos que nos permitam resolver e obter a solução de equações diferenciais de segunda ordem homogêneas. Agora, você está pronto para fixar o conteúdo através dos exercícios. TEORIA NA PRÁTICA Um determinado problema prático foi modelado através de uma equação diferencial denominada de equação de Euler de segunda ordem: 2x2y'' - 4xy' - 8y = 0 Determine: ( ) { a) Para que intervalo podemos garantir que sempre existirá uma solução única para um problema de valor inicial para esta equação. b) Sabendo que y = 1 x e y = x 4 são solução desta EDO, determine a solução geral da equação dada. c) Determine uma solução particular que atenda y(1) = 2 e y'(1) = 3. RESOLUÇÃO SOLUÇÃO DE EQUAÇÃO DIFERENCIAL SEGUNDA ORDEM MÃO NA MASSA VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Solucionar as equações lineares de segunda ordem homogêneas RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO LINEAR DE SEGUNDA ORDEM HOMOGÊNEA INTRODUÇÃO No módulo anterior, apontamos alguns teoremas que garantem a existência e unicidade de uma solução para equação diferencial linear de segunda ordem. Também obtivemos uma solução geral a partir do conhecimento de soluções particulares da equação. Neste módulo, apresentaremos métodos de resolução da equação diferencial linear de segunda ordem homogênea. RESOLUÇÃO DE EDO LINEARES HOMOGÊNEAS DE COEFICIENTES CONSTANTES O primeiro passo é a revisão dos conceitos de coeficientes constantes e de coeficientes variáveis de uma equação diferencial para reconhecermos em que caso está a equação estudada. Os coeficientes da equação diferencial são as funções que multiplicam a variável independente e/ou suas derivadas. Se os coeficientes são todos números reais, a equação tem coeficientes constantes. Caso algum destes termos dependa da variável independente, a equação diferencial será de coeficientes variáveis. Veja os exemplos: 3y'' - 2y' + 3y = 0 é uma equação linear de coeficientes constantes. y'' - y' + 8y = cosx é uma equação linear de coeficientes constantes. y'' - xy' + 8x y = 4 é uma equação linear de coeficientes variáveis. y'' - exy' + 8lnx y = x2 é uma equação linear de coeficientes variáveis. Neste item, o método que estudaremos é aplicado em uma equação linear de coeficientes constantes homogênea. Estas equações serão do tipo ay'' + by' + cy = 0, com a, b e c reais. Pelo teoremada existência e unicidade, como as funções coeficientes serão constantes, sendo contínuas para todo x, as soluções da EDO serão sempre válidas, e não é necessário definir o intervalo de sua solução. Da mesma forma, podemos concluir que: UMA EQUAÇÃO LINEAR DE SEGUNDA ORDEM HOMOGÊNEA DE COEFICIENTES CONSTANTES SEMPRE TERÁ DUAS SOLUÇÕES LINEARMENTE INDEPENDENTES Y1 E Y2, APLICÁVEIS EM QUALQUER INTERVALO. SUA SOLUÇÃO GERAL PODERÁ SER EXPRESSA COMO Y = M1Y1 + M2Y2, COM M1 E M2 REAIS. O problema agora se restringe a obter as soluções y1 e y2 para uma equação do tipo: AY'' + BY' + CY = 0, COM A, B E C REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se analisarmos os possíveis candidatos, acharemos alguns tipos de funções que atendem à equação. Repare que estamos procurando uma função em que uma constante vezes sua segunda derivada, mais uma outra constante vezes sua primeira derivada, mais uma constante vezes a função resulte em zero. Uma função que atende a este caso é a função exponencial y = ekx, k real. Veja, se Y = EKX → Y' = KEKX → Y'' = K2EKX Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, substituindo: AK2EKX + BKEKX + CEKX = 0 → EKX AK2 + BK + C = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim a função y = ekx será solução se e somente se: AK2 + BK + C = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ESTA EQUAÇÃO É DENOMINADA DE EQUAÇÃO AUXILIAR OU EQUAÇÃO CARACTERÍSTICA. Será uma equação do segundo grau que pode obter três possibilidades quanto as suas raízes: duas raízes reais e diferentes, duas raízes reais iguais ou duas raízes complexas conjugadas. Assim, são obtidas duas raízes reais e diferentes obtidas pela equação: ( ) K = - B ±√B2 - 4AC 2A Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Vamos analisar cada caso. Observe que, obtendo estas duas soluções, elas serão linearmente independentes e poderão definir a solução geral da equação diferencial. Caso 1: raízes reais e diferentes k1 ≠ k2 Este caso é obtido quando o discriminante da equação característica for maior ou igual a zero: ∆ = B2 - 4AC > 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para este caso, as duas funções fundamentais soluções da equação serão as funções ek1x e ek2x, onde k1 e k2 são as raízes reais da equação característica. Estas funções serão linearmente independentes. Assim, a solução geral da equação diferencial será dada por: Y = M1E K1X + M2E K2X, COM M1 E M2 REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Caso 2: raízes reais e iguais k1 = k2 Este caso é obtido quando o discriminante da equação característica for igual a zero: ∆ = B2 - 4AC = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Para este caso, as duas soluções fundamentais serão ekx e xekx , onde k é a raiz real da equação característica. As duas funções serão linearmente independentes. A solução geral da equação diferencial será dada por: Y = M1EKX + M2XEKX, COM M1 E M2 REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Caso 3: raízes complexas (k = α ± jβ) Este caso é obtido quando o discriminante da equação característica for menor que zero: ∆ = B2 - 4AC < 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim, as duas raízes serão números complexos conjugados k1 = α + jβ e k2 = α - jβ. ( ) ( ) Neste caso, as duas funções fundamentais serão eαxcos βx e eαxsen βx , onde α ± jβ são as raízes complexas da equação característica. As duas funções serão linearmente independentes. A solução geral da equação diferencial será dada por: y = m1e αxcos βx e m2e αxsen βx , com m1 e m2 reais Para o caso particular em que as raízes são imaginários puros, isto é, α = 0, a solução geral será dada por: y = m1 cos βx + m2sen βx , com m1 e m2 reais Vamos ver um exemplo para cada caso: EXEMPLO 1 Determine a solução geral da equação diferencial 2y '' + 2y ' - 4y = 0. Trata-se de uma EDO de segunda ordem linear de coeficientes constantes e homogênea. Precisamos achar as raízes da equação característica. 2Y'' + 2Y' - 4Y = 0 → 2K2 + 2K - 4 = 0 → K2 + K - 2 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O discriminante da equação será ∆ = 12 – 4. 1. ( - 2) = 9 > 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Logo, terá duas raízes reais e distintas. K = - B ±√B2 - 4AC 2A = - 1 ±√9 2 = - 1 ± 3 2 = 1 -2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal As funções fundamentais serão ex e e - 2x. Portanto, a solução geral será dada por: y = m1e x + m2e - 2x EXEMPLO 2 Determine a solução geral da equação diferencial y '' - 6y ' + 9y = 0. Trata-se de uma EDO de segunda ordem linear de coeficientes constantes e homogênea. Precisamos achar as raízes da equação característica. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) { Y'' - 6Y' + 9Y = 0 → K2 - 6K + 9 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O discriminante da equação será ∆ = 62 – 4. 1. 9 = 0. Logo, terá uma raiz real dupla. K = - B ±√B2 - 4AC 2A = 6 ±√0 2 = 3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal As funções fundamentais serão e3x e xe3x. Portanto, a solução geral será dada por: y = m1e x + m2xe 3x Uma observação importante: as condições iniciais ou as condições de contorno devem ser aplicadas à solução geral da EDO, isso é, à solução homogênea mais solução particular. EXEMPLO 3 Determine a solução da equação diferencial y '' - 2y ' + 5y = 0 que atenda às condições y(0) = 2 e y'(0) = 2 Trata-se de uma EDO de segunda ordem linear de coeficientes constantes e homogênea. Precisamos achar as raízes da equação característica. Y'' - 2Y' + 5Y = 0 → K2 - 2K + 5 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O discriminante da equação será ∆ = – 2)2– 4. 1. 5 = – 16 < 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Logo, terá duas raízes complexas. K = - B ±√B2 - 4AC 2A = 2 ±√ - 16 2 = 2 ± 4J 2 = 1 ± 2J Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ( ) ( As funções fundamentais serão excos(2x) e exsen 2x . Veja que α = 1 e β = 2. Portanto, a solução geral será dada por: Y = M1E XCOS(2X) + M2E XSEN 2X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Aplicando as condições para obter a solução particular: X = 0 → Y = M1. 1. COS(0) + M2. 1. SEN(0) = M1 = 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se Y = M1E XCOS(2X) + M2E XSEN(2X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal então: Y' = M1EXCOS(2X) - 2M1EXSEN(2X) + M2EXSEN(2X) + 2M2EXCOS(2X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal X = 0 → Y' = M1. 1. COS(0) - 2M1. 1. SEN(0) + M2. 1. SEN(0) + 2M2. 1. COS(0) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Y' = M1 + 2M2 = 8 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como m1 = 2, então 2M2 = 8 – 2 = 6 E M2 = 3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, a solução particular será ( ) ( ) Y = 2EXCOS(2X) + 3EXSEN 2X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal PARA COEFICIENTES VARIÁVEIS NÃO EXISTE MÉTODOS SIMPLES DE RESOLUÇÃO, A NÃO SER EM CASOS PARTICULARES. RESOLUÇÃO DE EDO LINEARES HOMOGÊNEAS DE COEFICIENTES VARIÁVEIS Como já informado, não existe um método simples para obtenção de solução de uma equação linear homogênea de coeficientes variáveis. Uma primeira formaé tentar verificar por observação duas soluções independentes da equação diferencial. Se y1 e y2 são soluções independentes da equação diferencial, a solução geral será dada por y(x) = m1y1(x) + m2 y2 x , com m1 e m2 reais. Neste tópico, veremos o caso de algumas equações particulares. O primeiro caso será para equação do tipo y '' + A(x)y' = 0, isto é, não existe termo B(x)y. Faremos uma substituição de variável para obter a solução desta equação. A substituição será v(x) = y'. Assim: v ' + A(x)v = 0 Então: V' = - A(X)V → V' V = - A(X) → ∫ 1 V DV = - ∫A(X)DX + K Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal LN|V| = - ∫A(X)DX + K → V = CE - ∫ A ( X ) DX, ONDE C É UM NÚMERO REAL Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Como y' = v, então: y = C∫e - ∫ A ( u ) dudx EXEMPLO Determine a solução geral da equação y '' - 1 x y ' = 0, para x > 0. Faremos uma substituição de variável para obter a solução desta equação. A substituição será v(x) = y’. Assim: v ' - 1 x v = 0 Então: ( ) ( ) V' = 1 X V → V' V = 1 X → ∫ 1 V DV = ∫ 1 X DX + K = LN X + K Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim ln|v| = ln(x) + k Dessa forma: v = Cx, onde C é um número real Como y' = v, então: y = C∫x dx = C x2 + K, C e K reais Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Outro método estudado será para um tipo de equação diferencial ordinária linear homogênea com constante variáveis denominada equação de Euler. A equação de Euler terá a forma x2y'' + bxy' + cy = 0. Em sua forma padrão, y '' + b x y ' + c x2 = 0, para x diferente de zero. Limitaremos o intervalo de solução da equação de Euler para x > 0 ou para x < 0. Escolheremos o intervalo x > 0. Para resolver a esta equação, vamos usar uma mudança de variável de forma que x = et. Portanto, lnx = t Assim: Y' = DY DX = DY DT DT DX = 1 X DY DT Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Y'' = D2Y DX2 = D DX DY DX = D DX 1 X DY DT = 1 X D DX DY DT - 1 X2 DY DT Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Y'' = 1 X D DT DY DT DT DX - 1 X2 DY DT = 1 X D DT DY DT 1 X - 1 X2 DY DT = 1 X2 D2Y DT2 - DY DT Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Substituindo na EDO: ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 1 X2 D2Y DT2 - DY DT + B X 1 X DY DT + C X2 = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal D2Y DT2 + (B - 1) DY DT + CY = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ATENÇÃO Repare que foi transformada em uma equação de coeficientes constantes, e pode ser resolvida pelo método estudado anteriormente. EXEMPLO Determine a solução da equação diferencial x2y '' + 3xy ' + y = 0 para x > 0. Observando a equação, podemos verificar que trata-se de equação de Euler. Colocando na forma padrão y '' + 3 x y ' + 1 x2 = 0 Fazendo a substituição de variável x = et Y' = 1 X DY DT Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Y'' = 1 X2 D2Y DT2 - DY DT Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Substituindo na EDO: 1 X2 D2Y DT2 - DY DT + 3 X 1 X DY DT + 1 X2 = 0 ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal D2Y DT2 + (3 - 1) DY DT + Y = 0 → D2Y DT2 + 2 DY DT + Y = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Transformou-se em uma EDO linear homogênea de coeficientes constantes. A equação característica será X2 + 2X + 1 = 0 → X = - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal que é uma raiz real dupla. Assim, y = k1e - t + k2te - t Mas t = lnx Y = K1E - LNX + K2(LNX)E - LNX = K1ELNX - 1 + K2(LNX)ELNX - 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal y = k1 x + k2 1 x ln x, k1 e k2 reais TEORIA NA PRÁTICA Considere o movimento de uma mola com um corpo de massa m preso em sua extremidade que está sujeita a uma força de atrito. Esta força de resistência é denominada força de amortecimento. Pode-se modelar o movimento através da equação: m d2x dx2 + p dx dt + kx = 0 K é a constante da mola e p é a constante de amortecimento. O movimento foi modelado através da seguinte equação: 2 d2x dx2 + 8 dx dt + 26x = 0 Determine a equação do movimento da mola. RESOLUÇÃO EDO LINEAR HOMOGÊNEA DE COEFICIENTES CONSTANTES MÃO NA MASSA VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Solucionar as equações lineares de segunda ordem não homogêneas RESOLUÇÃO DE EQUAÇÃO LINEAR DE SEGUNDA ORDEM NÃO HOMOGÊNEA INTRODUÇÃO No módulo anterior, estudamos o método de resolução de equações lineares homogêneas. Neste módulo, estudaremos o método para resolução de equações diferenciais ordinárias de segunda ordem lineares não homogêneas. A solução geral da equação não homogênea é definida pela soma da solução da equação homogênea associada e de uma solução particular. Neste módulo, também abordaremos dois métodos para obter a equação particular para uma equação diferencial não homogênea: método dos parâmetros a serem determinados e o método das variações dos parâmetros. RESOLUÇÃO DE EDO LINEARES NÃO HOMOGÊNEAS O primeiro ponto importante é que a solução da equação não homogênea está diretamente relacionada à solução da equação homogênea correspondente, que denominamos equação homogênea associada. Para solução da equação não homogênea, o primeiro passo é resolver a equação associada y '' + A x y ' + B x y = 0. Esta solução, que pode ser obtida pelos métodos estudados no módulo anterior, é denominada solução homogênea ou complementar. Para complementar esta solução de forma que atenda à equação diferencial não homogênea utilizaremos o teorema da solução geral da EDO linear não homogênea. TEOREMA DA SOLUÇÃO GERAL DA EDO LINEAR NÃO HOMOGÊNEA SE YP É UMA SOLUÇÃO PARTICULAR DE UMA EQUAÇÃO DIFERENCIAL NÃO HOMOGÊNEA Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = C X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal COM A(X), B(X) E C(X), AS FUNÇÕES CONTÍNUAS EM UM INTERVALO XA < X0 < XBE YH COMPÕEM A SOLUÇÃO GERAL DA EQUAÇÃO HOMOGÊNEA ASSOCIADA, ENTÃO, A SOLUÇÃO GERAL PARA ESSA EQUAÇÃO NÃO HOMOGÊNEA NESTE INTERVALO É: Y = YH + YP = M1Y1 + M2Y2 + YP , M1 E M2 REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ONDE Y1 E Y2 SÃO SOLUÇÕES FUNDAMENTAIS DA EQUAÇÃO HOMOGÊNEA. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ( ) ( ) ( ) Desta forma, basta obter uma solução particular, mesmo por inspeção e juntar à solução homogênea associada para chegar à solução geral para equação não homogênea. ATENÇÃO Um ponto importante: existem várias soluções particulares, qualquer uma pode ser usada na composição da solução geral EXEMPLO Determinar a solução da equação y'' – y' = 8. Necessitamos resolver inicialmente a equação homogênea associada. Y'' - Y' = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Temos a equação característica K2 - K = 0 → K K - 1 = 0 → K = 0 OU K = 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Tem-se duas raízes reais e diferentes. Portanto, a solução da equação homogênea será: YH = AE0X + BEX = A + BEX, A E B REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Agora, é necessário definir uma solução particular que atenda a EDO não homogênea. Por inspeção, necessitamos de uma função em que a diferença da segunda e primeira derivadas resulte no número 8. Vamos tentar a função yP = am + nx + p, m, n e p reais. Para tentar encontrar os valores da constante, substituiremos na EDO. Se YP = MX 2 + NX + P →YP' = 2MX + N → YP'' = 2M Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Então: ( ) Y'' – Y' = 2M - (2MX + N) = - 2MX + (2M - N) = 8 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Na comparação termo a termo, temos: 2M = 0 → M = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2M – N = 8 → N = - 8 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim: yp = - 8x Repare que se YP = - 8X → YP' = - 8 → YP'' = 0 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto: yp'' - yp' = 8, satisfazendo a EDO não homogênea. Obtivemos a solução geral da equação não homogênea: Y = YH + YP = A + BE X - 8X, A E B REAIS ATENÇÃO Outro ponto importante é que, quando o termo não homogêneo for uma combinação de vários termos, podemos usar o princípio da superposição, determinar uma solução particular para cada termo e usar a soma deles como a solução particular a ser utilizada. Em outras palavras, se yp1 é a solução particular para equação diferencial: Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = C1 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal E se yp2 é a solução particular para equação diferencial: ( ) Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = C2 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Então yp = yp1 + yp2 é solução particular para equação diferencial: Y'' + A(X)Y' + B(X)Y = C1(X) + C2 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Usaremos este teorema na resolução de um exemplo do próximo item. A obtenção da solução particular por inspeção nem sempre é simples. Existem métodos que ajudam a obtenção de uma solução particular para a equação não homogênea, os quais veremos a seguir. MÉTODO DOS PARÂMETROS A SEREM DETERMINADOS Como estudado, a solução geral de uma equação diferencial não homogênea de segunda ordem combina a solução geral da equação homogênea associada a uma solução particular. A solução particular pode, às vezes, ser obtida por pura inspeção, mas este procedimento nem sempre é simples. Existe um método denominado parâmetros a serem determinados, ou parâmetros indeterminados, que permite obter a solução particular para alguns tipos de equações não homogêneas. O PRIMEIRO PASSO DESTE MÉTODO É FAZER UMA HIPÓTESE INICIAL COMO SOLUÇÃO PARTICULAR. ESTA SOLUÇÃO PARTICULAR ENVOLVE ALGUNS PARÂMETROS NUMÉRICOS A SEREM DETERMINADOS. TAIS PARÂMETROS SERÃO DETERMINADOS DE FORMA QUE A SOLUÇÃO ATENDA À SOLUÇÃO NÃO HOMOGÊNEA. Este método deve ser utilizado para uma equação do tipo y '' + A(x)y ' + B(x)y = C x quando C(x) for do tipo ou um produto finito das seguintes funções: UMA CONSTANTE REAL UM POLINÔMIO ( ) ( ) ( ) UMA EXPONENCIAL UMA FUNÇÃO DO TIPO COS(KX) OU SEN(KX) Repare que é bem semelhante à forma por intuição no exemplo do item anterior. Pode-se definir uma forma geral para o termo não homogêneo no qual podemos usar este método epxPn(x) cos kx e/ou e pxPn(x) sen kx , onde Pn(x) é um polinômio de grau n, k e p números reais e n é um inteiro não negativo. O método, portanto, consiste em substituir o termo em sua forma geral na equação diferencial e obter os valores dos parâmetros. Veja os exemplos a seguir. EXEMPLO Determine a solução geral da equação y'' + 3y' + 2y = x2. Inicialmente, necessitamos achar a solução para equação homogênea associada: y'' + 3 y' + 2y = 0 Trata-se de uma EDO linear de coeficientes constantes. Resolvendo a equação característica: k2 + 3k + 2 = 0 Assim: K = - B ±√B2 - 4AC 2A = - 3 ±√32 - 4.1 . 2 2 = - 3 ± 1 2 = -1 -2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, a solução da equação homogênea será: yH = ae - x + be - 2x, a e b reais Agora necessitamos de uma solução particular para atender a equação diferencial não homogênea. A forma geral a ser utilizada será yP = e pxPn(x) cos kx . Observe que no termo não homogêneo só temos um polinômio. Assim, tanto a parte exponencial como a parte do cos(x) podem ser retiradas. Como o termo homogêneo é um polinômio, x2, vamos tentar como solução particular um polinômio também. Por hipótese tentaremos yP = mx 2 + nx + p, m, n e p reais No caso, quando o termo não homogêneo é um polinômio, devemos nos preocupar em não definirmos Pn x com número insuficiente de termo. De forma contrária, ter número excedente de termo não representa problema, pois o próprio processo matemático irá zerar os termos em excesso, como pode ser visto no exemplo realizado no item anterior. Para tentar encontrar os valores da constante, substituiremos na EDO. Se ( ) ( ) { ( ) ( ) YP = MX2 + NX + P → YP' = 2MX + N → YP'' = 2M Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Então: Y'' + 3Y' + 2Y = 2M + 3 2MX + N + 2 MX2 + NX + P = Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal = 2MX2 + X(6M + 2N) + (2M + 3N + 2P) = X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Na comparação termo a termo, temos: 2M = 1 → M = 1 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 6M + 2N = 0 → 3M + N = 0 → N = - 3M = - 3 2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal 2M + 3N + 2P = 0 → P = - M - 3 2 N = - 1 2 - 3 2 - 3 2 = - 1 2 + 9 4 = 7 4 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal O polinômio obtido foi yP = 1 2 x 2 - 3 2 x + 7 4 . Teste novamente na equação diferencial e chegará ao resultado será x2. Portanto, a solução geral da equação diferencial não homogênea será: Y = YH + YP = AE - X + BE - 2X + 1 2 X 2 - 3 2 X + 7 4 , A E B REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ( ) ( ) ( ) Quando o termo não homogêneo for uma soma de funções, devemos usar o princípio da superposição estudado no item anterior. Vide o exemplo a seguir. EXEMPLO Determine a solução geral da equação y '' + 3y ' + 2y = x2 + cosx. A equação homogênea associada é y '' + 3y ' + 2y = 0 A solução da equação homogênea foi calculada no exemplo anterior dada por: yH = ae - x + be - 2x, a e b reais Agora o termo não homogêneo é composto por duas funções, x2 e cos (x). A solução particular que atende a parte do x2 também já foi calculada no exemplo anterior. yP1 = 1 2 x 2 - 3 2 x + 7 4 Precisamos obter a solução particular que atende ao termo não homogêneo cos (x) Analisando o termo geral e como só se tem termo em cos (x), vamos tentar a função yP2 = mcos(x) + n sen x , m e n reais. Se: YP2 = MCOS(X) + N SEN(X) → YP2' = - MSEN(X) + NCOS(X) → YP2'' = - MCOS(X) - NSEN X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Substituindo na EDO: -MCOS(X) - NSEN(X) + 3(-MSEN(X) + NCOS(X)) + 2(MCOS(X) + N SEN(X)) = = (-M + 3N + 2M)COS(X) + (-N - 3M + 2N)SEN X = COSX Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto: -M + 3N + 2M = 3N + M = 1 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal -N - 3M + 2N = N - 3M = 0 → N = 3M Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim ( ) ( ) 3N + M = 1 → 3(3M) + M = 10M = 1 → M = 1/10 → N = 3/10 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Dessa forma YP2 = 1 10 COS(X) + 3 10 SEN X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Teste novamente na equação diferencial e verá que o resultado será cos(x). De acordo com o teorema da superposição: Y = YH + YP1 + YP2 = AE - X + BE - 2X + 1 2 X 2 - 3 2 X + 7 4 + 1 10 COS(X) + 3 10 SEN X , A E B REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontalO método dos parâmetros a serem determinados terá uma limitação quando a função C(x) for uma solução da equação homogênea associada. Neste caso, o método sofre uma alteração: a forma da solução particular deve ser multiplicada por x. Caso xC(x) também seja solução da equação homogênea, devemos multiplicar por x2. EXEMPLO Determine a solução geral da equação diferencial y '' - 4y = e2x. Agora veremos o método denominado método das variações dos parâmetros. MÉTODO DAS VARIAÇÕES DOS PARÂMETROS O método anterior geralmente é utilizado no caso de uma equação linear de coeficientes constantes e quando os termos não homogêneos tiverem a forma epxPn(x) cos kx ou e kxPn(x) sen kx . Um outro método que pode ser empregado é o método das variações dos parâmetros. Este método também é denominado método de Lagrange, que pode ser empregado em equações com coeficientes constantes ou variáveis. ENTRETANTO, A SOLUÇÃO DA EQUAÇÃO HOMOGÊNEA ASSOCIADA À EDO NÃO HOMOGÊNEA ANALISADA DEVE SER CONHECIDA PREVIAMENTE. No caso das equações de coeficientes constantes, já conhecemos método para obter a solução da equação homogênea. Para o caso das equações lineares com coeficientes variáveis, o conhecimento desta solução homogênea pode ser mais complexo. Retornando à EDO linear não homogênea: ( ) ( ) ( ) ( ) D2Y DX2 + A(X) DY DX + B(X)Y = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Com A(x), B(x) e C(x) como funções contínuas no intervalo de interesse. Considere a equação homogênea associada d2y dx2 + A(x) dy dx + B(x)y = 0, com y1 e y2 duas soluções linearmente independentes desta equação. Assim a solução da equação homogênea será dada por: YH = M1Y1 + M2Y2, COM M1 E M2 REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal A solução particular será do tipo: YP = U1(X)Y1 + U2 X Y2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Onde u1 e u2 são duas funções arbitrárias. Como as funções são arbitrárias, impomos às funções duas condições: Atender a equação diferencial. Atender uma solução imposta pelo método de u1'(x)y1 + u2'(x)y2 = 0. Assim: Se YP = U1(X)Y1 + U2(X)Y2 → YP' = U1'Y1 + U1Y1' + U2'Y2 + U2Y2' Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Com a segunda condição, teremos yp' = u1y1' + u2y2'. Calculando a segunda derivada, yp'' = u1'y1' + u1y1'' + u2'y2' + u2y2''. Substituindo na equação diferencial: U1'Y1' + U1Y1'' + U2'Y2' + U2Y2'' + A X U1Y1' + U2Y2' + B X U1Y1 + U2Y2 = C X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Reorganizando: ( ) ( ) ( )( ) ( )( ) ( ) U1 Y1'' + A X BY1' + B X Y1 + U2 Y2'' + A X Y2' + B X Y2 + U1'Y1' + U2'Y2' = C X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Mas, como y1 e y2 são soluções da equação complementar, os dois primeiros parênteses são nulos. Dessa forma: U1'Y1' + U2'Y2' = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Assim, teremos que resolver o seguinte sistema para obter as funções arbitrárias: U1'Y1 + U2'Y2 = 0 U1'Y1' + U2'Y2' = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Após obter u1' e u2', basta integrar para obter u1 e u2 e, então, obter a solução particular desejada. EXEMPLO Determine a solução geral para equação diferencial y '' - 2y ' + y = ex x2 , com x > 0. A solução da parte homogênea será dada pela função yh = ay1 + by2 = ae x + bxex, a e b reais. Você já sabe calcular esta solução da homogênea associada? Faça como exercício. Vamos agora nos concentrar na obtenção da solução particular. Ela será do tipo yP = u1(x)y1 + u2(x)y2. Pelo método, necessitamos resolver o sistema a seguir para obter as funções auxiliares u1 e u2. U1'Y1 + U2'Y2 = 0 U1'Y1' + U2'Y2' = C(X) Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Mas Y1 = EX → Y1' = EX E Y2 = XEX → Y2' = EX + XEX Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal ( ( ) ( ) ) ( ( ) ( ) ) ( ) ( ) { { Além disso C(X) = EX X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal U1'Y1 + U2'Y2 = 0 U1'Y1' + U2'Y2' = C(X) → U1'E X + U2'XEX = 0 U1'E X + U2' E X + XEX = EX X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal → U1'(X) + U2'(X)X = 0 U1' + U2' 1 + X = 1 X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Da primeira equação u1'(x) = - xu2'(x). Substituindo na segunda: U1' + U2'(1 + X) = 1 X2 → U1' - 1 X U1'(1 + X) = 1 X2 → - 1 X U1' = 1 X2 → U1' = - 1 X → U2' = 1 X2 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Se U1' = - 1 X → U1 = ∫- 1 X DX = - LN X E U2' = 1 X2 → U2 = ∫ 1 X2 DX = - 1 X Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Portanto, a solução particular será: YP = U1(X)Y1 + U2(X)Y2 = - LN(X) EX - 1 X XE X = LN 1 X E X - EX Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal { { ( ) { ( ) ( ) ( ) ( ) Assim: Y = YH + YP = AEX + BXEX + LN 1 X E X - EX, A E B REAIS Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal TEORIA NA PRÁTICA A corrente elétrica em um circuito RLC da figura a seguir pode ser obtida através de uma equação diferencial de segunda ordem. O modelo utilizado é: L d2i dt2 + R di dt + 1 C i = v' t Determine a função geral para corrente elétrica do circuito com os seguintes dados: R=40Ω C=1600 μF L = 1 H v(t)=100 cos(10t) Sabendo que t = 0, temos i = 0 e t = πs se tem i = 10 A. RESOLUÇÃO EDO LINEAR NÃO HOMOGÊNEA MÃO NA MASSA VERIFICANDO O APRENDIZADO ( ) ( ) CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Este tema apresentou e aplicou o conceito das equações diferenciais de segunda ordem. No primeiro módulo, estudamos os principais teoremas relacionados à resolução de equações diferenciais de segunda ordem, como o teorema de soluções gerais, o teorema da existência e unicidade. o teorema da superposição e o teorema da solução geral da equação diferencial linear homogênea. Em seguida, apresentamos métodos de resolução de equações diferenciais lineares de segunda ordem homogêneas de coeficientes constantes e variáveis. Por fim, no terceiro módulo, abordamos os métodos para equações não homogêneas como teorema da solução geral da EDO linear não homogênea e os métodos dos parâmetros a serem determinados e das variações dos parâmetros. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ÇENGEL, Y.; PAUL III, W. J. Equações Diferenciais. Porto Alegre: Mc Graw Hill Education, 2012. cap. 3, p. 99-186. GUIDORIZZI, H. L. Cálculo, Volume 4. 5. ed. São Paulo: LTC, 2013. cap. 11, p. 226-277, cap.13, p.335-362. STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 5. ed. São Paulo: Thomson Learning, 2008. cap. 17, p. 1137-1163. EXPLORE+ Para compreender um pouco mais sobre as aplicações das equações diferenciais ordinárias de segunda ordem, leia o artigo científico Determinação de funções aproximadas para a solução numérica de uma equação diferencial ordinária. CONTEUDISTA Jorge Luís Rodrigues Pedreira de Cerqueira CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar