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Estatuto da Criança e do Adolescente - E.C.A
Aula 3: Dos direitos fundamentais da criança e do adolescente
Apresentação
Iniciaremos os estudos sobre os direitos fundamentais da criança e do adolescente, como o direito à vida e à saúde, o
direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, o direito à convivência familiar e à comunitária, o direito à educação, à cultura,
ao esporte e ao lazer, o direito à pro�ssionalização e à proteção no trabalho, compreendendo que tais indivíduos em
formação são sujeitos de direitos básicos. A condição de pessoas em desenvolvimento desse grupo especial o torna
detentor de oportunidades e faculdades que potencializam seu estado físico, mental, moral, espiritual e social, em
condições de liberdade e dignidade.
Objetivos
Descrever os direitos fundamentais da criança e do adolescente;
Reconhecer que a criança e o adolescente são sujeitos de direitos fundamentais;
Demonstrar que a criança e o adolescente são detentores de oportunidades e faculdades que potencializam o estado
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Direitos e garantias fundamentais da criança e do adolescente
Já sabemos que as crianças e os adolescentes foram reconhecidos, pela Constituição Federal de 1988 e, posteriormente, pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, como sujeitos de direitos humanos fundamentais e, consequentemente,
passaram a receber um tratamento jurídico diferenciado.
Mas quais são os direitos devidos a esse grupo especial
de seres em desenvolvimento?
Eles são os mesmos direitos de qualquer pessoa humana, a
começar pelo direito à vida, pois, sem ela, todos os outros
direitos não fazem sentido. Discutiremos, a seguir, os
direitos fundamentais a que crianças e adolescentes fazem
jus, esclarecendo os principais pontos de cada um deles.
Acompanhe.
 (Fonte: howcolour / Shutterstock)
Dos direitos fundamentais
Recepcionando a Doutrina da Proteção Integral, a Constituição da República Federativa do Brasil (CF), promulgada em 5 de
outubro de 1988, passou a atribuir uma gama de garantias e direitos à criança e ao adolescente, corroborando a teoria de que
são sujeitos de direitos. O artigo 227 faz referência expressa aos direitos considerados fundamentais, os quais, portanto, não
podem ser suprimidos ou desconsiderados por qualquer indivíduo ou pelo Poder Público:
"Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e jovem, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à pro�ssionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão."
- Brasil, 2008-B.
Os direitos descritos no artigo 227 da CF são de caráter prestacional, ou seja, os pais ou responsáveis, a sociedade e o Poder
Público têm o dever de prestá-los. Eles foram recepcionados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) de tal forma
que:

Do art. 7º ao art. 14º
Estão previstos o direito à vida e à saúde.

Do art. 15º ao art. 18º
Estão previstos os direitos relacionados à liberdade, ao
respeito e à dignidade humana.

Do art. 19º ao art. 52º
Estão previstos os direitos relativos ao direito à convivência
familiar e comunitária.

Artigo 59º
Estão previstos os pontos relativo à cultura, ao esporte e ao
lazer.

Do art. 60º ao art. 69º
Estão previstos os direitos relativos à pro�ssionalização e ao
trabalho.
Direito à vida e à saúde
Dentre os direitos fundamentais protegidos e assegurados
pela lei, o direito à vida destaca-se pela importância, pois
não seria possível tratar de qualquer outro tipo de tutela de
direitos ou princípios e regras sem a existência da vida
humana.
Com ele, desponta o direito à saúde, pois não há sentido em
defender o direito à vida sem que haja saúde. Para tanto, o
referido artigo obriga o Poder Público, nas esferas federal,
estadual e municipal, a reservar parte do orçamento à
aplicação de ações com vistas ao atendimento do bem
coletivo.
 (Fonte: yavyav / Shutterstock)
As medidas protetivas não se destinam apenas às crianças
e aos adolescentes, mas também àquele que ainda vai
nascer, passando, por conseguinte, pelo cuidado com a
gestante e o atendimento hospitalar.
 (Fonte: Serhii Bobyk / Shutterstock)
Desse modo, a redação das Leis nº 13.257/2016 e nº
13.798/2019 garante o acesso aos programas e às políticas
de saúde da mulher e de planejamento reprodutivo. Institui a
Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na
Adolescência, objetivando difundir informações sobre
medidas preventivas e educativas que permitam a redução
da gravidez juvenil.
Da mesma maneira, o ECA determina que o Estado e os
empregadores da iniciativa privada têm o dever de
proporcionar condições adequadas para o aleitamento
materno (art. 9º). O direito ao aleitamento está previsto
inclusive na Consolidação dos Direitos Trabalhistas, a qual,
em seu artigo 396, prevê o direito de aleitamento à
empregada, bem como às mães que estejam cumprindo
medida socioeducativa de privação de liberdade, conforme
o artigo 63 §2º da Lei nº 12.594/2012, que cria o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
 (Fonte: ESB Professional / Shutterstock)
Recuperação da criança e do adolescente internados
Assegurar condições adequadas para a recuperação da criança e do adolescente internados também é tema do ECA. Este
determina que as instituições hospitalares devam proporcionar condições aos pais ou responsável, para que permaneçam com
a criança ou o adolescente internado em tempo integral.
Desfrutar a companhia dos pais é um direito deles e, como tal, deve ser
resguardado. Caso haja violação desse direito, responde-se judicialmente.
O artigo 10º do ECA traz um rol de obrigações a serem cumpridas por todos os estabelecimentos de saúde e hospitais, sejam
eles públicos ou particulares, visando regular a adequada identi�cação dos recém-nascidos e de suas genitoras, para evitar a
troca de identidades e garantir a orientação e o acompanhamento técnico no período das primeiras amamentações:
"Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados
a:
I. Manter registro das atividades desenvolvidas, através de
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II. Identi�car o recém-nascido mediante o registro de sua
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela
autoridade administrativa competente;
III. Proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutico
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido,
bem como prestar orientação aos pais;
IV. Fornecer declaração de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
V. Manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
permanência junto à mãe;
VI. Acompanhar a prática do processo de amamentação,
prestando orientações quanto à técnica adequada,
enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar,
utilizando o corpo técnico já existente.
- Brasil, 2008-A.
A seguir veremos mais sobre o assunto.
 SUS, pessoa com de�ciência e integridade da criança
 Clique no botão acima.
SUS, pessoa com de�ciência e integridade da criança
Conforme prevê o ECA, �ca a cargo do Sistema Único de Saúde (SUS) a promoção de programas de assistência
médica e odontológica (art. 14, ECA) para a prevenção das enfermidades que afetam a população infantil, bem como a
realização de campanhas de educação sanitária para pais e educadores de modo que o “oferecimento irregular ou não
oferecimento dos programas preventivos poderá implicar em responsabilidade civil e administrativa do gestor” (art.
208, VII, ECA). Assegura, ainda, que criança e adolescentes tenham acesso integral às linhas de cuidado voltadas à
saúde, por intermédio do SUS, observado o princípio da equidade (art. 11, ECA).
Este dispositivo está deacordo com as diversas normas internacionais e pátrias sobre a matéria, como a Convenção
dos Direitos da Criança (art. 23), a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência, a Lei nº
7.853/1989, que dispõe sobre as pessoas portadoras de de�ciência e sua integração social, e a Lei nº 13.146/2015,
que instituiu o Estatuto da Pessoa com De�ciência.
Com o �m de evitar a violência contra a criança ou o adolescente, a suspeita de que tenham sofrido castigo físico,
tenham sido submetidos a tratamento cruel e degradante, ou estejam sofrendo ou tenham sofrido maus-tratos,
indiferentemente de quem esteja praticando tais atos, ou ainda que decorra de negligência, deverá ser comunicada ao
Conselho Tutelar, que encaminhará a notícia ao Ministério Público (art. 136, IV, ECA), para que seja proposta a ação
penal competente contra os infratores ou seja requerido o afastamento do agressor da moradia comum, resguardando
a criança ou o adolescente (art. 130, ECA; art. 21, II, Lei nº13.431/2017), ou ainda a suspensão ou destituição do poder
familiar (art. 201, III; art. 155 a 163, ECA).
Como se vê é necessária a perfeita articulação entre os órgãos para que os direitos da criança e do adolescente sejam
efetivamente resguardados e respeitados. Os doutrinadores a�rmam que a clara omissão da comunicação exigida
pelo ECA representa uma infração administrativa, conforme previsto no artigo 245 do estatuto.
Ainda no que se refere à integridade da criança e do adolescente, e visando inibir práticas ilegais, o ECA prevê, em seu
artigo 13º §1º, o parto anônimo. As gestantes que tiverem interesse em entregar o �lho para adoção devem ser
encaminhadas, sem qualquer forma de constrangimento, à Justiça da Infância e Juventude, bem como deverão
receber orientação não apenas jurídica mas psicológica. Dessa forma, a criança, resguardada a identi�cação da
paternidade (Lei nº 8.560/1992), poderá permanecer no seio familiar ou então ser adotada legalmente. O §2º confere
máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira infância caso haja suspeita ou con�rmação
de violência de qualquer natureza. Um projeto terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário,
acompanhamento domiciliar deve ser formulado.
A Lei nº 13.010/2014 (BRASIL, 2014), que ampliou a redação do caput do art. 13, para estabelecer o direito da criança
e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou
degradante , foi batizada inicialmente como “Lei da Palmada”. Atualmente ela é reconhecida como “Lei Menino
Bernardo”, em homenagem ao menino gaúcho Bernardo Boldrini, de 11 anos, que foi encontrado morto no mês de
março de 2014, na cidade de Três Passos (RS). O crime foi cometido pelo pai e pela madrasta.
1
2
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0015/aula3.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0015/aula3.html
Atividade
1. Acerca dos direitos fundamentais inerentes à criança e ao adolescente, assinale a opção correta:
a) Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe no pré e no pós-natal, desde que esta não
manifeste interesse em entregar os filhos à adoção.
b) No SUS, não há previsão legal de atendimento preferencial da parturiente pelo médico que a acompanhou no período pré-natal.
c) É previsto atendimento pré e perinatal à gestante, por meio do SUS, incluindo assistência psicológica, como forma de prevenir ou
minorar as consequências de estado puerperal.
d) Incumbe ao poder público proporcionar apoio alimentar somente à nutriz; pois isso, resultará no desenvolvimento físico adequado da
criança.
e) Para que a gestante seja encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, basta que haja necessidade específica.
Do direito à liberdade, ao respeito e à dignidade
O Capítulo II do ECA vincula-se ao princípio da dignidade humana referenciado pelo texto constitucional em seus artigos 1º e
5º. O princípio reconhecido internacionalmente aplica-se a todo e qualquer indivíduo indiferentemente de idade, sexo, raça, cor e
condição econômica, entre outros.
Dessa forma, a liberdade, o respeito e a dignidade da pessoa humana são
valores sociais que permeiam todo o sistema normativo.
 (Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock)
O artigo 15º do ECA garante a liberdade, o respeito e a dignidade às crianças e adolescentes, considerando a peculiaridade de
se tratar de pessoas em processo de desenvolvimento e sujeitos de direitos civis, humanos e sociais.
O texto legal garante a liberdade sob as suas mais variadas formas:
A liberdade de ir e vir bem como de estar nos logradouros públicos e espaços comunitários ressalvadas as restrições
legais;
A liberdade de opinião e de expressão;
O direito de crença e de culto religioso, de brincar, de praticar esportes e se divertir;
A liberdade de participar da vida familiar e comunitária sem discriminação, de participar da vida política e buscar refúgio,
auxílio e orientação.
São direitos que devem ser assegurados e muitos
dependem da articulação de diversos órgãos para
efetivação, a exemplo da Lei nº 10.891/2004 que criou a
Bolsa Atleta para atletas olímpicos e paraolímpicos, de
forma a incentivar a prática de esportes; a necessidade de
participação da família na orientação e educação das
crianças e dos adolescentes que, muitas vezes, acabam por
necessitar de apoio e orientação de órgãos e programas
especí�cos de atendimento à criança.
No que diz respeito ao divertimento, há outros dispositivos
que tutelam o ingresso e a permanência de crianças e
adolescentes em shows e casas de espetáculos (art. 74-76,
ECA).
Atenção
O direito ao respeito previsto no ECA se vincula à integridade física, psicológica e moral, abrangendo a preservação da
identidade, da autonomia, dos valores, da ideias e das crenças bem como a preservação dos espaços e objetos pessoais da
criança e do adolescente, evitando traumas e exposições que muitas vezes trazem consequências irreversíveis. Ressaltamos
que a violação de qualquer desses direitos caracteriza o desrespeito ao princípio da proteção integral e do melhor interesse da
criança, sendo passível, em algumas situações, de indenização, como na divulgação de imagem sem autorização dos pais ou
responsáveis.
Diante do exposto é que a lei estabelece que não se trata apenas de um dever dos pais ou do Estado mas de todos, sejam
governantes ou não, a proteção da criança e do adolescente inibindo todo o tratamento desumano, violento, aterrorizante,
vexatório ou constrangedor (art. 18, ECA). A criança e o adolescente detêm o direito de serem educados sem o uso de castigo
físico, tratamento cruel ou degradante como forma de correção, disciplina e educação.
Dessa forma, e considerando o respeito aos direitos da criança e do adolescente, todos têm o dever de atuar em defesa destes
diante de uma violação ou ameaça de violação, sob pena de responsabilização pela omissão.
Como vimos, a liberdade de participar da vida familiar e comunitária sem discriminação é um direito garantido pelo artigo 15º
do ECA. Agora, veremos mais detalhe sobre esse direito.
 Direito à convivência familiar e comunitária
 Clique no botão acima.
Direito à convivência familiar e comunitária
O ECA enfatiza a necessidade da convivência familiar e comunitária, sendo percebida como direito fundamental, uma
vez que os laços familiares têm como objetivo educar, preparar e proteger emocionalmente as crianças e os
adolescentes, conduzindo-os no desenvolvimento integral. Por sua vez, a comunidade permitirá ao jovem em fase de
aprendizado o envolvimento com os valores sociais e políticos que lhe regerão a vida cidadã. Essa percepção encontra
embasamento e fortalecimento no artigo 6º da Declaração Universal dos Direitos da Criança e do artigo 226 da CF.
A Lei nº 13.257/2016, Lei da Primeira Infância, estabelece políticas públicas para a primeira infância, período que
abrange os primeiros 06 anos de vida (art. 2º). As políticas públicas para qualquer pessoa entre 0 e 18 anosnão
podem ser iguais, é necessário elaborar programas diferentes a partir das necessidades de cada faixa etária,
peculiaridade social e regional.
O ECA, em suas disposições gerais, estabelece no art. 19 que “é direito da criança e do adolescente ser criado e
educado no seio de sua família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente que garanta seu desenvolvimento integral”. Dessa forma, em busca da efetividade do
princípio do melhor interesse, a preferência para a criação das crianças e dos adolescentes será em primeiro lugar dos
parentes consanguíneos; porém, ao se tornar nociva ou mesmo perigosa, ou a manutenção da convivência com a
família natural não sendo mais possível, a lei permite que a criança ou o adolescente seja inserido numa família
substituta por meio de um processo de guarda, tutela ou mesmo adoção.
Se, de um lado, a lei prioriza o convívio familiar; por outro, ela possibilita o convívio fora dela. Há programas de
acolhimento institucional que con�guram uma situação transitória, a qual não pode durar mais de dois anos. Fica
claro, portanto, que o principal objetivo é evitar o afastamento prolongado ou inde�nido da criança ou do adolescente,
não prejudicando os laços familiares. Durante o período de acolhimento há, também, a preocupação com a família.
Esta deverá ser inserida em programas e serviços de orientação e promoção social. Até mesmo em casos em que os
pais estejam privados da liberdade deve ser assegurado à criança ou ao adolescente o direito de visitá-los para que
não percam os vínculos familiares.
A mesma lei também introduziu o artigo 19-B, destacando o apadrinhamento. Este consiste em um programa de
atendimento, nos termos do artigo 86 e seguintes do ECA, podendo ser realizado no âmbito das entidades de
atendimento governamental ou não. Consiste em oferecer à criança e ao adolescente com poucas chances de adoção
a oportunidade de desenvolver vínculos externos às instituições em que residem e proporcionar o fortalecimento de
valores sociais, morais, educacionais e cognitivos. O ECA (art. 20), em consonância com o texto constitucional (art.
227 §6º, CF), veda expressamente toda e qualquer discriminação entre os �lhos, sejam eles havidos ou não durante a
relação do casamento.
Ainda sobre a convivência familiar, é importante mencionar o artigo 2º do ECA, no qual se adota a expressão “poder
familiar” em substituição à expressão “pátrio poder”, sendo percebido o conjunto de direitos e deveres que competem
aos pais, em absoluta igualdade de condições. O poder familiar, porém, somente poderá ser exercido por aquele que
possuir plena capacidade civil, sendo inerentes a ele o dever de sustento, de guarda e de educação, bem como cumprir
e fazer cumprir as determinações judiciais.
Conforme determinação do artigo 23 do ECA, a falta ou a carência de recursos �nanceiros e materiais não caracteriza
motivo su�ciente para afastar a criança ou o adolescente dos pais, não implicando nem podendo tal argumento ser
utilizado como motivação para a perda ou a suspensão do poder familiar. Essa possibilidade é vinculada a uma
decisão judicial após procedimento pautado no princípio do contraditório e nos casos previstos pela legislação civil,
bem como na hipótese de descumprimento injusti�cado dos deveres e obrigações dos pais (art. 24, ECA).
Em 26 de agosto de 2010 foi promulgada a Lei nº 12.318 (BRASIL, 2010) que trata da alienação parental. O artigo 2º
estabelece que “Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do
adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente
sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este”.
Da família natural
O conceito de família natural ou família de origem está
previsto no art. 25 do ECA. Trata-se da comunidade formada
por pais, ambos ou um só, e �lhos, abarcando também a
família monoparental (formada por apenas um dos pais e
seus descendentes), não fazendo nenhuma menção ao
casamento.
Como já mencionado, em prol do princípio do melhor
interesse, a preferência será sempre assegurar a
convivência da criança e do adolescente com sua família
natural e somente em situações excepcionais ela será
adotada por uma família substituta.
Para dar uma amplitude à noção de família, o ECA, no
parágrafo único do artigo 25, trata da família extensa ou
ampliada, ou seja, aquela que se estende para além da
unidade de pais e �lhos ou da unidade do casal, formada
por parentes próximos com os quais a criança ou o
adolescente convive e mantém vínculos de a�nidade e
afetividade.
Um exemplo são as crianças ou os adolescentes criados
por irmãos mais velhos, tios ou avós. É importante frisar
que não estão inclusos na família ampliada todos os
parentes dos pais, mas somente aqueles que possuírem
vínculos de afetividade e a�nidade.
Saiba mais
Também existe a família recomposta. Apesar de não ser mencionada no ECA, ela é reconhecida pela doutrina e caracteriza-se
por homens e mulheres, com �lhos de relacionamentos anteriores, que se casam ou vivem em relação de união estável.
No que se refere ao reconhecimento de �lho, o artigo 26 do ECA possibilita que tal ato jurídico ocorra no termo de nascimento,
por meio de escritura pública ou outro documento público competente, independentemente da origem da �liação, podendo
preceder o nascimento ou mesmo suceder ao falecimento, sendo irrevogável, ainda que feito em testamento (art. 1.610, CC).
Considerando que é um ato jurídico, não poderá ser de�nida a gama de efeitos que dele irão decorrer ou não, ou seja, não há a
possibilidade de reconhecido o �lho negar-lhe os direitos sucessórios ou mesmo o sobrenome.
Paralelo ao direito do pai de reconhecer o �lho existe o direito do �lho de conhecer a �liação e de ver reconhecido o vínculo
familiar, conforme o art. 27 do ECA. Nesse caso, o reconhecimento é personalíssimo, indisponível e imprescritível. Como se
trata de direito da criança e do adolescente, não compete à genitora dele dispor ou mesmo abrir mão. Conhecer a paternidade
biológica é um direito fundamental da criança e do adolescente devendo, portanto, ser apurada na forma da lei.
Da família substituta
Por família substituta se entende aquela em que a criança ou o adolescente é inserido quando é impossível a permanência
com a família natural. O ECA indica, no artigo 28, as três formas de inserção em família substituta:
Clique nos botões para ver as informações.
A guarda é uma forma de inserção da criança ou do adolescente em família substituta que, conforme prevê o ECA,
objetiva regularizar a posse de fato, podendo ser concedida liminar ou incidentalmente nos procedimentos de tutela e
adoção (art. 33, ECA), com exceção dos pleitos de estrangeiros em que não é autorizada a concessão de liminar,
conforme previsto no artigo 31 do ECA. Trata-se de uma situação provisória, sendo preferencial para que se evite o
acolhimento institucional.
O guardião será responsável pela criança ou pelo adolescente de modo que se estabelece como pressuposto a
permanência destes na companhia daquele.
Ao contrário do que se possa pensar, a guarda não suspende e nem retira dos pais o poder familiar. Trata-se de medida
excepcional para suprir a ausência dos pais (art. 33, §2, ECA), não sendo concedida ao guardião, por exemplo, a
representação, que deve ser conferida expressamente pelo juiz para determinados atos (art. 33, §2º, in �ne). Embora a
guarda seja concedida a terceiros, será preservado o direito de visitas dos pais naturais à criança ou ao adolescente, bem
como o dever deles de prestar alimentos aos �lhos.
A criança ou o adolescente sob os cuidados do guardião podem ser percebidos como dependentes economicamente,
inclusive para �ns previdenciários.
O ECA trata, no artigo 34, da possibilidade da guarda subsidiada ou por incentivo. Nesses casos, a guarda é concedida
àqueles que aceitamparticipar de programas de acolhimento familiar. A União tem o dever de promover o acolhimento
familiar como política pública (art. 34, §3º), inclusive mediante o repasse de recursos diretamente à família acolhedora
(art. 34, §4º).
Por �m, da mesma forma que a guarda é instituída por autoridade competente, assim será a revogação dela, também
dependendo de ato judicial. A revogação deverá estar fundamentada e serão ouvidos o guardião e o Ministério Público,
observando-se os princípios do contraditório e da ampla defesa, bem como os princípios vinculados ao ECA voltados a
resguardar o interesse da criança e do adolescente.
Guarda 
A tutela é instituto previsto no Código Civil que deve ser interpretado em consonância com o ECA que a regulamenta em
seus artigos 36 a 38. Pode ser percebida como um substituto do poder familiar em que uma pessoa maior assume o
dever de assistência e representação da criança ou adolescente, administrando os bens e interesses do tutelado.
Pode estabelecer dois aspectos que diferenciam o instituto da tutela do instituto da guarda.
O primeiro se refere à representação, pois na tutela o responsável pela criança não possui o direito de representação; o
segundo é que a tutela não pode coexistir com o poder familiar, ao contrário da guarda, que por ser provisória coexiste
com o poder familiar. Dessa forma, para que a tutela exista é preciso que o poder familiar tenha sido retirado dos pais, ou
pelo menos tenha sido suspenso (art. 36, parágrafo único, ECA; art. 1635, CC).
Em conformidade com o ECA, a tutela cessa quando o tutelado completa 18 anos de idade, ou seja, ao adquirir a
maioridade civil ou então for emancipado. A lei civil menciona ainda a possibilidade de a criança ou o adolescente ser
adotado ou, diante do reconhecimento de paternidade (art. 1763, CC), quando então estará submetido ao poder familiar.
Permanecendo a incapacidade, deverá ocorrer a interdição, colocando-o aos cuidados de um curador.
O ECA contempla, ainda, a tutela testamentária (art. 37, ECA), que se refere à possibilidade de o tutor ser indicado em
testamento, legado ou codicilo.
Por �m, da mesma forma que a tutela é instituída por decisão judicial, a sua destituição também dependerá de decisão de
autoridade judicial (art. 129, IX, ECA; art. 761-763, CPC) podendo o processo ser movido inclusive pelo Ministério Público.
Tutela 
3
É o instituto de natureza excepcional voltado à proteção da criança e do adolescente, somente sendo utilizado na total
impossibilidade de mantê-los com a família natural ou extensa. A excepcionalidade da medida deriva do dever assumido
pelo Estado em buscar sempre o melhor interesse da criança e do adolescente, o qual, na hipótese, seria evitar o máximo
possível o rompimento dos laços familiares, estando prevista no ECA, nos arts. 39 a 50.
Deve-se recorrer à adoção apenas quando esgotados os recursos de manutenção da criança ou do adolescente na família
natural ou extensa. É vedada a adoção por procuração e deve sempre prevalecer o princípio do melhor interesse da
criança e do adolescente. Ainda que haja situação de risco, antes de extinguir o poder familiar e inserir a criança ou o
adolescente em outra família de forma de�nitiva, o Estado deverá procurar mecanismos voltados à orientação, ao apoio e
à promoção social. Somente após uma rigorosa avaliação técnica realizada por pro�ssionais é que se optará pelo
rompimento de�nitivo dos laços familiares. Tal conduta não poderia ser diferente, até porque a adoção é irrevogável e
integra completamente o adotado à família, surgindo vínculos para todos os envolvidos.
Segundo o ECA, existem duas espécies de adoção: a adoção unilateral (art. 41, §1º, ECA) e a adoção bilateral 
(art. 42 §2º, ECA). Tem-se, ainda, a adoção alateral e a plurilateral . No tocante ao momento da adoção, esta pode
ser em vida ou póstuma , ou post mortem.
O ECA traz em seu texto os requisitos objetivos e subjetivos necessários para a adoção.
Considerando sempre que o pretendido é resguardar os direitos e interesses da criança e do adolescente, a lei permite
ainda que a adoção seja realizada por pessoas ou casais estrangeiros que residem fora do Brasil (art. 51, ECA). Porém,
somente quando esgotadas as possibilidades de inserção em família substituta brasileira, e quando a adoção for de
adolescente, e este tiver sido efetivamente consultado por meios adequados ao seu estágio de desenvolvimento e estiver
preparado para a efetivação da adoção.
Talvez você já tenha ouvido falar em “adoção à brasileira”. É importante frisar que a “adoção à brasileira” não é uma forma
legitimada de adoção. Ocorre quando alguma pessoa registra �lho alheio como próprio, o que con�gura crime, estando
previsto no Código Penal (CP), no art. 242 (BRASIL, 1940).
Adoção 
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Ainda que se considere como fundamento a impossibilidade da
permanência do convívio com a família natural, o ECA, em respeito ao
princípio do melhor interesse, ressalta que a criança deve ser ouvida e que o
adolescente deve consentir em ser inserido em família substituta.
A identi�cação de uma família substituta é realizada com a
máxima responsabilidade, pois ela deve proporcionar um
ambiente adequado ao crescimento saudável. Dessa forma,
considera-se o grau de parentesco e a�nidade ou
afetividade, pois o intuito é assegurar à criança e ao
adolescente uma vida digna. Trata-se de um trabalho
gradativo no que diz respeito à adaptação e ao
acompanhamento posterior.
Na hipótese de irmãos, o objetivo será a manutenção do
grupo no momento da substituição familiar, evitando
separá-los ao colocá-los em lares diversos.
 (Fonte: pixelheadphoto digitalskillet / Shutterstock)
Considerando que o ECA se direciona a toda e qualquer criança ou adolescente, a lei faz referência de forma expressa a
crianças e adolescentes provenientes de comunidade remanescente de quilombo ou indígena, mencionando que é obrigatório
observar e respeitar a identidade social e cultural, os costumes e as tradições, devendo a inserção ocorrer no seio da
comunidade ou em meio a membros de mesma etnia (art. 28, ECA).
Atenção
A inserção da criança ou do adolescente em famílias substitutivas é ato de competência privativa da autoridade judiciária.
Sendo assim, não poderão ser transferidos a terceiros ou a entidades governamentais, pois isso somente ocorrerá mediante
intervenção de autoridade judiciária, que procederá cautelosamente respeitando os direitos fundamentais da criança ou do
adolescente, bem como o princípio do melhor interesse.
Por �m, o ECA esclarece que a inserção da criança e do adolescente em famílias substitutivas estrangeiras será medida de
natureza excepcional, pois a preferência será sempre das famílias nacionais (art. 31, ECA).
Atividade
2. Julgue se a a�rmativa é verdadeira ou falsa.
“Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e �lhos ou da unidade do casal,
formada por parentes próximos com os quais a criança ou o adolescente convive e mantém vínculos de a�nidade e
afetividade.”
3. Julgue se a a�rmativa é verdadeira ou falsa.
“Existe cláusula impeditiva na Lei nº 8.069/90 à adoção por irmão e pelos ascendentes do adotando.”
Do direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer
O direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer estão
ligados ao desenvolvimento sadio e pleno das crianças e
adolescentes. Por isso, estão elencados no rol dos direitos
fundamentaisdos artigos 53 a 59.
No que se refere ao direito à educação, e alinhado ao texto
constitucional (art. 208, CRFB), o ECA ressalta a
necessidade de promover meios para que a criança e o
adolescente sejam preparados efetivamente para o
exercício da cidadania, além de serem quali�cados para o
trabalho.
 (Fonte: wavebreakmedia / Shutterstock)
Vejamos sobre as responsabilidades relacionadas a educação:
Responsabilidade do responsável Responsabilidade da instituição de ensino
Da mesma forma que se impõem ao Estado deveres voltados
à inserção da criança e do adolescente no sistema
educacional de forma isonômica, também se preveem deveres
dos pais (art. 55, ECA) ou responsável, por exemplo, a
obrigação de matricular o �lho ou pupilo em rede regular de
ensino. Seu descumprimento caracteriza crime de abandono
intelectual (art. 246, CP).
O ECA, no artigo 56, traz importante previsão quanto à
responsabilidade dos dirigentes de estabelecimentos de
Ensino Fundamental reportarem ao Conselho Tutelar maus-
tratos, reiteração de faltas injusti�cadas, evasão escolar e
elevado nível de repetência. Isso alinhado ao artigo 57, que
determina a obrigação do Poder Público ao estímulo a
pesquisas e novas propostas pedagógicas com vistas à
inserção de jovens excluídos do Ensino Fundamental.
Por �m, o ECA aponta a preocupação com o respeito às particularidades culturais, artísticas e históricas, de forma que obriga
os municípios, com o apoio dos estados e da União, a estimularem e facilitarem o destino dos recursos e espaços para
programações culturais, esportivas e de lazer (art. 59, ECA).
Do direito à pro�ssionalização e à proteção no trabalho
 (Fonte: Monkey Business Images / Shutterstock)
O último capítulo do ECA referente aos direitos
fundamentais trata do direito à pro�ssionalização e à
proteção ao trabalho (art. 60 a 69, ECA). Os direitos
garantidos aqui estão direcionados aos adolescentes, pois a
criança, sendo considerada como a pessoa que ainda não
completou 12 anos, não pode trabalhar. O adolescente, a
partir de 14 anos completos, pode trabalhar na condição de
aprendiz.
Dessa forma, o trabalho realizado pelo adolescente não
possui apenas o viés de contraprestação pecuniária,
devendo respeitar a condição de pessoa em
desenvolvimento e a capacitação pro�ssional adequada ao
mercado de trabalho.
Atenção
Segundo o ECA, o adolescente possui direito à pro�ssionalização, mas devem ser observados o respeito à condição de pessoa
em desenvolvimento e à capacitação pro�ssional adequada ao mercado de trabalho.
Atividade
4. Julgue se a a�rmativa é verdadeira ou falsa.
“De acordo com o ECA, o conselho tutelar pode aplicar, conforme a gravidade do caso, medida de encaminhamento a
tratamento psicológico ou psiquiátrico aos pais que apliquem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas
de disciplina ou correção de comportamento de criança e adolescente.”
5. Considerando os direitos fundamentais à pro�ssionalização e à proteção do trabalho de crianças e adolescentes, discorra
sobre a imagem a seguir.
 (Fonte: SOMO)
Notas
Castigo físico 1
É toda ação de natureza disciplinar ou punitiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte
em: a) sofrimento físico; ou b) lesão.
Tratamento cruel ou degradante 2
É a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: a) humilhe; ou b) ameace gravemente;
ou c) ridicularize.
Tutela testamentária 3
O tutor indicado deverá ingressar com o pedido de sua nomeação no prazo legal e não o fazendo poderá o Ministério Público
fazê-lo, do que se depreende que necessita de autorização judicial, até porque existem pressupostos que deverão ser
preenchidos (art. 28 e 29, ECA), como a�nidade e afetividade, pressupostos também considerados quando da inserção da
criança ou do adolescente em uma família substitutiva, tudo em prol do melhor interesse. Dessa forma, havendo pessoa em
melhores condições de cuidar dos interesses do tutelado do que aquela indicada pelos pais, �cará afastada a disposição de
última vontade (art. 37, parágrafo único, ECA).
É importante ressaltar que a tutela testamentária somente poderá ser aplicada diante do falecimento dos pais ou do
falecimento de quem detém o poder familiar, de modo que, existindo apenas um dos pais e este estando no exercício do poder
familiar, não será a criança ou o adolescente submetido a tutela testamentária.
É
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É vedada a adoção por procuração 4
Considerando que a adoção depende de aspectos subjetivos e personalíssimos, como a�nidade, afetividade e convivência, ela
se volta à proteção da criança e do adolescente. Portanto, não pode ser percebida como um contrato �rmado entre as partes e,
desse modo, a lei veda o uso da adoção por procuração.
MENOR. SITUAÇÃO IRREGULAR. ADOÇÃO. Pedido formulado através de procuração por casal estrangeiro que não teve o
mínimo contato com a criança a ser adotada. Inadmissibilidade. Necessidade de estágio de convivência, ainda que reduzido,
para que não ocorra arrependimento futuro quanto à escolha efetuada pelo procurador. Aplicação do art. 39, parágrafo único da
Lei 8.069/90. Adoção simples. Pedido formulado por procurador. Requerentes estrangeiros. Ausência de estágio de
convivência. Não obstante o interesse do Poder Judiciário de que menores em situação irregular adquiram pais adotivos, �ca
vedada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente a adoção por procuração, uma vez que os adotantes, ainda que estrangeiros,
têm que ter o mínimo contato com a criança a ser adotada, isto é, um reduzido estágio de convivência, para que não ocorra
arrependimento futuro quanto àquela escolhida pelo procurador.
(TJSP. 4ª C. Cív. A.I. n° 22.243-4. Rel. Des. Monteiro de Barros. J. em 20/06/1991)
Adoção unilateral 5
Na adoção unilateral tem-se que o adotando possui vinculo anterior materno ou paterno. Ocorre, por exemplo, quando o novo
parceiro da mãe adota o �lho desta.
Adoção bilateral 6
Na adoção bilateral ou conjunta, o adotando não possui nenhum vínculo com a família biológica (art. 42 §2º, ECA).
Adoção alateral 7
Nesse tipo, a criança tem apenas um vínculo no registro de nascimento, geralmente materno.
Adoção plurilateral 8
Quando a criança tem vários vínculos no registro de nascimento, por exemplo, dois pais biológicos.
Adoção póstuma 9
Neste caso, um dos adotantes vem a falecer no trâmite do processo de adoção, de forma que a sentença proferida pelo juízo
terá efeitos a partir do óbito do adotante, resguardando, dessa forma, os direitos sucessórios do adotado (art. 42, §6º). Cabe
ressaltar que o Superior Tribunal de Justiça (2002) já acolheu a adoção realizada após a morte do adotante:
ADOÇÃO PÓSTUMA. PROVA INEQUÍVOCA. O reconhecimento da �liação na certidão de batismo, a que se conjugam outros
elementos de prova, demonstra a inequívoca intenção de adotar, o que pode ser declarado ainda que ao tempo da morte não
tenha tido início o procedimento para a formalização da adoção. Procedência da ação proposta pela mulher para que fosse
decretada em nome dela e do marido pré-morto a adoção de menino criado pelo casal desde os primeiros dias de vida.
Interpretação extensiva do art. 42, §5º, do ECA. Recurso conhecido e provido.
(STJ. 4ª T. RECURSO ESPECIAL nº 457635/PB. Rel. Min. Rui Rosado de Aguiar. J. em 19/11/2002. In RT 815/225)
Requisitos objetivos 10
São objetivos:
A idade mínima de 18 anos para o adotante e a diferença mínima de 16 anos de idade entre o adotando e o adotante;
O consentimento dos pais, ou destituição do poder familiar, e do adolescente;
A procedência de estágio de convivência e prévio cadastramento.
Requisitos subjetivos 11
O requisitos subjetivos são:
A idoneidade do adotante;
Motivos legítimos e desejo de �liação;
Reais vantagens para o adotando e prevalência dos interesses deste. Nesse contexto, estão impedidos de adotar: adotante ascendente de adotando;
adotante irmão do adotando; adotante tutor ou curador, enquanto não prestadas as contas.
Referências
BRASIL.Lei nº 13.798, de 3 de janeiro de 2019. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2019 -2022 /2019
/Lei /L13798 .htm. Acesso em: 25 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.257, de 8 de março de 2016. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2015 -2018 /2016
/Lei /L13257 .htm. Acesso em: 24 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_ato2015 -2018 /2015
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BRASIL. Lei nº 13.010, de 26 de junho de 2014. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_ato2011 -2014 /2014
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BRASIL. Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2011 -2014
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BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_ato2007 -2010 /2010
/lei /l12318 .htm. Acesso em: 25 jul. 2019.
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente: constituição. São Paulo: Saraiva, 2008-A.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2008-B.
BRASIL. Lei nº 10.891, de 9 de julho de 2004. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2004 -2006 /2004
/Lei /L10 .891 .htm. Acesso em: 25 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /leis /2002 /l10406
.htm. Acesso em: 24 jul. 2019.
BRASIL. Lei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /leis /L7853 .htm.
Acesso em 25 jul. 2019.
BRASIL. Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Disponível em: http ://www .planalto .gov .br
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