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Cefaléias: Tipos e Diagnóstico

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5º período Vitória Araújo - Neurologia 
Cefaléias 

➤ Prevalecia estimada de cefaléia ao longo da vida: 93% 
em homens e 99% em mulheres. 
➤ Cerca de 76% das mulheres e 56% dos homens tem ao 
menos um episódio mensal de cafaléia. E maior parte da 
população não procuram assistência médica, somente 
quando é muito intensa. 
➤ Segundo a III classificação internacional das cefaléias, 
existe: 
 - Hierarquização: diagnóstico e depois hierarquização dos 
sintomas, colocando em ordem de prevalência. 
Ex: enxaqueca, divisão conforme os sintomas sem aura e 
com aura. 
 - Dois ou mais diagnóstico: é possível encontrar pacientes 
com mais de um tipo de cefaléia. Cefaléia mista - 
enxaqueca e cefaléia tensional. 
 
 - Primária e secundária: 
Cefaléia primária 
Não é associada a lesões estruturas autonomicamente 
visíveis e causadas por mecanismos difusão neuroquímica 
e neurofisiológico do sistema nervoso. 
 - Enxaqueca ou migrânea 
 - Cefaléia tipo tensão ou tensional 
 - Cefaléia em salvas 
 - Cefaléia trigêmeo-autonômicas 
 - Outras: cefaléia da tosse, cefaléia associada à relação 
sexual, cefaléia a esforço físico, cefaléia idiopática em 
facadas ou pontadas, cefaléia por estímulo frio, cefaléia 
numular etc. 
Cefaleia secundária 
Decorrentes de leões identificadas no segmento cefálico 
ou afecções sistêmicas. 
 - Cefaléia por hipotensão liquórica 
 - Cefaléia pós-traumática 
 - Cefaléia pós-AVC 
 - E outras: cefaléia pós- crise convulsiva, HSA, cefaléia 
cardiogênica. 
➤ A história clínica é a parte mais importante para dar o 
diagnóstico de cefaléia. 
➤ Deve ser avaliada as características da dor como: 
 - Momento e circustância da instalação da dor; 
 - Horário e velocidade de início; 
 - Intensidade e carácter da dor 
 - Duração do ataque individual; 
 - Localização e irradiação da dor; 
 - Frequência das crises; 
 - Ocorrência de sintomas neurológicos ou físicos que 
procedem e/ou acompanhem a dor; 
 - Variações sazonais; 
 - Progressão dos sintomas; 
 - Frequência; 
 - Fatores de desencadeamento e piora; 
 - Tratamento atuais e prévios; 
 - Evidência sobre abuso de analgésicos, ergóticos e de 
cafeína; 
 - História familiar de cefaléia; 
 - Correlação da cefaléia com sono, profissão, problemas 
emocionais; 
 - Impacto da cefaleia na vida diária, prática, social e 
profissional. 
Enxaqueca ou migrânea 
➤ Critérios para diagnóstico: 
 - Pelo menos 5 episódios com duração de 4 a 72h 
(obrigatoriamente). 
 - Cefaléia latejante pulsátil; 
Expressões usadas para descrever a dor: “é como se o coração 
estivesse batendo na cabeça”. 
- Intensidade moderada ou grave (incapacitante) 
 - Unilateral (hemicraniana) 
Na infância e adolescência pode ser dor holocraniana 
 - Agravamento por atividade física de rotina (subir escadas, 
caminhar). 
➤ Dos 4 sintomas clínicos, é necessário pelo menos 2 para 
fechar diagnóstico e 1 dos sintomas associados abaixo. 
 ✅ Náuseas e/ou vômitos (um ou outro) 
 ✅ Fotofobia e fonofobia (geralmente os dois juntos). 
➤ A enxaqueca é dividida em: 
Enxaqueca sem Aura 
Chamada de migrânea simples, sintomas citados acima. 
Enxaqueca sem Aura 
Também pode ser chamada de migrânea clássica. Precisa ter 
tipo pelo menos 2 episódios 
A aura são sintomas geralmente visuais e/ou sensitivos, que 
duram de 5 a 60 minutos, unilaterais e que geralmente 
precedem a cefaléia em até 60 minutos. 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
➤ Existem pacientes que possuem aura durante a dor ou após 
ela, e por isso o “geralmente”, porque é a imensa maioria mas 
existem outros casos. 
➤ Fisiopatogenia: durante o processo da enxaqueca, tem-se a 
presença de mediadores inflamatórios, dilatação de vasos 
cerebrais e a alteração inflamatória acaba atingindo o córtex. 
A onda inflamatória começa pela região occipital do córtex, 
responsável pela visão, dessa forma prejudicando-a, seguindo 
para parte frontal desencadeando os sintomas sensitivos. 
 - Unilateral (sintomas do mesmo lado da dor). 
➤ Visual: 
- Escotomas cintilantes: aparece uma luz cintilante em forma de 
arco que invade o campo visual central. 
- Espectro de fortificação (zigue-zague) : alucinação visual, 
imagens em zigue-zague, embaçamento. 
- Macro ou micropsias: percebem que um objeto é muito menor 
ou maior do que o tamanho real. 
- Hemianopsia: perda de um campo visual (temporal ou nasal, 
direita ou esquerda) 
➤ Sensitiva: 
 - Parestesia (“formigamentos”) 
 - No braço - sintomas de distal 
para proximal. Sintomas ao redor 
da boca, na língua e ao redor dos 
olhos. 
➤ Linguagem: afasias (muito rara) 
➤ Motora: hemiplégica (“fraqueza motora”) - mutação genética 
familiar, é muito rara. 
💊 Tratamento 
➤ Exames neurológicos, físicos e complementares não 
apresentam alteração em pacientes com enxaqueca. 
➤ De 50 a 70% dos pacientes com enxaqueca possuem uma 
história familiar, predisposição genética. 
➤ O tratamento é dividido em: 
 
Abortivos (na hora da crise) - é preciso administrar nos 
primeiros minutos de inço da cefaléia!!! 
 - Analgésicos comuns: dipirona, paracetamol 
 - AINEs: naproxeno, ibuprofeno 
Atenção: não pode ser usada em pacientes renais crônicos, 
processos alérgicos antigos, gastrite e etc. 
 - Triptanos (vasoconstrictor): sumatriptano, naratriptano, 
rizatriptano 
Possuem efeitos colaterais como pressão no peito, mal estar. 
Não pode ser usado em cardiopatas e pacientes muito idosos. 
 - Ergotaminicos (associados com dipirona, paracetamol) 
ex: Cefaliv 
 - Antieméticos (para vômitos) 
ex: Plasil, Bromoprida. 
Profiláticos (redução na intensidade e na frequência da 
cefaléia - preventivo) 
 - Tratamento é feito todos os dias entre 6 meses a 1 ano. 
 - Recomendada quando tiver 3 episódios ou 8 dias ao mês. 
 - Crises recorrentes incapacitantes (atrapalhando sua vida 
social e profissional, como falta muitos dias no trabalho). 
 - Específica: migrânea hemiplégica, com aura de tronco 
cerebral, aura desconfortável, infarto migranoso. 
 - Drogas: 
➤ Antidepressivos tricíclicos (amitriptilina, nortriptilina 25 mg) 
 - Efeitos colaterais: sonolência (tomado a noite) e ganho de 
peso. 
➤ Betabloqueadores (propanolol, 40 mg 12/12h) 
 - Remédio barato, encontra no sus, poucos efeitos colaterais. 
 - Atenção: asmáticos, pacientes com insuficiência venosa. 
 - Por ser 2 vezes ao dia, torna o tratamento de difícil adesão 
por esquecer de tomar. 
➤ Anticonvulsivantes (topiramato) dado uma vez ao dia, 25 mg. 
- Efeitos colaterais: com aumento da dose relatam lentificação 
de pensamento e perda de peso. 
➤ Toxina botulínica: aplica-se em 31 pontos diferentes no couro 
cabeludo (região occipital e região cervical). 
 - Indicada para paciente que não responde bem ao 
medicamento via oral. 
 - Além da dor, é muito caro. 
 Obs: geralmente passamos profiláticos + abortivos, pois como 
não fazem efeito imediatamente, é necessário que nesse meio 
tempo o paciente tenha um medicamento em caso de dor. 
➤ Para pacientes com pontos miofaciais (dor ao toque, 
distrupessão): 
➤ Bloqueios de nervos periféricos cefálicos e de pontos 
miofasciais. Pode ser feito com anestésico (corticoide e 
anestésico) e injeta nos pontos dolorosos. Resposta de melhora 
imediata. 
Mudança de hábitos de vida 
➤ Alimentação 
➤ Atividade física (pelo menos 3x por semana, por 30 minutos) 
Qualidade do sono 
Fatores desencadeantes da enxaqueca: 
➤ Alimentos: vinho, chocolate, café, gorduras, frituras, queijo 
(corante e gordura), laticínios, refrigerante (fanta laranja - 
corante), shoyo (glutamato de sódio)… 
➤ Jejum prolongado 
➤ Cheiros fortes (perfume, álcool) 
➤ Estresse prolongado 
➤ Extremos de temperatura 
➤ Períodos sem sono adequado (dormir a tarde, dormir pouco 
ou dormir muito). 
 Importante: os alimentos desencadeantes são muito 
particulares de cada paciente. 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
➤ Ciclo menstrual: miniprofilaxia caramenial: triptanos - início 2 
dias antes até o término. 
➤ Historia familiar: hemiplégica: mutações CACNA1, ATP1A2, 
SCN1A. 
Enxaqueca crônica:> ou igual 15 dias/mês (>ou igual 8 dias 
com padrão migrando), por mais de 3 meses consecutivos. 
Geralmente fazer uso abusivo de analgésico. 
Cefaléia tipo tensão ou tensional 
➤ Tipo de cefaléia mais comum 
➤ Duração: 30 minutos a 7 dias (obrigatório!!) 
➤ Critérios diagnósticos: 
 - Dor em pressão ou aperto 
 - Intensidade leve a moderada 
 - Bilateral (holocraniana) 
 - Não é agravada por atividade física de rotina 
 - Ausência de náusea se/ou vômitos 
 - Apenas um: fotofobia e fonofobia. 
➤ Episódica pouco frequente (menos de 10 episódio em um 
ano) 
➤ Episódio frequente (presença de dor entre 10 e 180 dias no 
ano) 
➤ Crônica (mais do que 14 dias de dor no mês) 
 
💊 Tratamento 
Abortivo (utilizados no momento da crise) 
 - Analgésicos comuns (dipirona, paracetamol) 
 - AINEs (naproxeno, ibuprofeno) 
Profilático 
 - Cefaléia tipo tensão frequente (1 a 14 dias ao mês) 
 - Cefaléia tipo tensão crônica (maior ou igual a 15 dias ao 
mês, por mais de 3 meses) 
 - drogas: antidepressivos tricíclicos (amitriptilina ou 
nortriptilina). 
➤ Avaliar sempre sensibilidade pericraniana e presença de 
pontos miofasciais. 
➤ A cefaleia tensional recebe esse nome por a dor ter relação 
com tensão muscular, por isso é recomendado massagem, 
acupuntura. 
➤ Muito importante a atividade física e sono regular!! 
Cefaléia trigêmino-autonômicas 
➤ É um conjunto de cefaléias que tem como etiologia um 
gatilho no gânglio trigeminal (gânglio do nervo trigêmeo). 
➤Possui sintomas autonômicos (lagrimejamento, ptose, miose, 
edema de face, rinorreia). 
➤ Tipos: 
 - Cefaléias em Salvas (única que será abordada por enquanto) 
 - Hemicrânia Paroxística 
 - Cefaléia de curta duração, unilateral, nevralgiforme (SUNA, 
SUNCT). 
 - Hemicrânica Contínua 
O que as diferencia são o tempo de duração 
Cefaléia em salvas 
➤ Características obrigatórias: 
 - Dor orbitária, supraorbitária e/ou temporal (tampe um lado 
dos olhos com a palma da mão de modo que abranja todas 
essas áreas para lembrar onde a dor pode se localizar) 
 - Unilateral 
 - Grave ou muito grave, muito intensa. 
 - Duração de 15-180 minutos (quando não tratada) 
➤E associada a uma ou ambas as seguintes: 
 1. Ao menos um dos seguintes sintomas e sinais ipsilaterais (do 
mesmo lado) à cefaleia: 
 - Infiltração conjuntiva e/ou lacrimejamento 
 - Rinorreia e/ou contestação nasal 
 - Edema palpebral 
 - Sudorese facial e fronte 
 - Rubor facil e fronte 
 - Sensação de plenitude na orelha ("ouvido tampado - avião”) 
 - Miose e/ou ptose 
 2. Sensação de inquietude e/ou agitação. 
➤ Possui frequência de uma, em dias alternados, a oito crises 
por dia na fase ativa da cefaléia. 
➤ Mais comum em homens em meia idade (acima de 50 anos). 
Mas também encontrada em mulheres e jovens. 
➤ Tipos: 
 - Episódica, crônica e Salva-tic. 
💊 Tratamento 
Agudo (o mais relevante para graduação, os outros dois 
tratamento são mais dados por especialistas); 
 - Realizado quando tiver crises de cefaléia com características 
descritas acima 
 - Sumatriptano subcutâneo (6 mg) 
 - Zolmitriptano intranasal (5 mg) 
 - Colocar o paciente com máscara não reinalante, O2 100%, de 
12L/min por 15 minutos (mais importante e mais fácil de se 
encontrar em emergências). 
Transição 
 - Realizada em pacientes com cefaléia em salvas episódica de 
alta frequência 
 - Duração: 1-3 semanas, exceção: bloqueio do nervo occipital 
 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
- Corticosteróides oral: 60 mg por 3 dias, após desmame de 10 
mg a cada 3 dias. Bloqueio de nervo occipital com 
corticosteróides. 
Profilático 
 - Realizada no tipo episódica (duração de 1-2 meses após 
torna-se assintomático) e crônica (indefinidamente). 
 - Varapamil: aumento de 80 mg em cada dose a cada 1 
semana, acima de 480 mg: acima de 80 mg em cada dose a 
cada 2 semanas. 
 - Lítio: 300 mg 2x? Dia, acima de 300 mg 3x/dia após 1 
semana (dosagem séria, TSH e função renal). 
Neuralgia do trigêmeo 
➤ Não é considerada uma cefaléia trigêmeo autonômica, sem 
sintomas autonômicos. 
➤ A dor tem que seguir obrigatoriamente a anatomia do nervo 
trigêmeo, dessa forma tendo uma distribuição em um ou mais 
ramos do nervo. 
 - Dor em hemiface (ramo mandibular e/ou ramo oftálmico e/ou 
ramo maxilar) 
➤ Características: 
 - Dor súbita 
 - Do tipo choque elétrico, fisgada ou facada. 
 - Recorrente em acessos paroxístico com duração de fração de 
segundos a 2 minutos. 
 - Intensidade grave 
 - Desencadeada por estímulos inócuos (estímulos que não 
deveriam causar dor, como: abrir a boca, mastigar) no lado 
afetado da face. 
➤ É indicado solicitar uma angiorressonância de vasos 
cerebrais, porque pode ser causada por uma alça vascular - 
vaso perto do nervo produz um turtuosidade que pode tocar o 
nervo - que causa a dor. 
➤ Com a angio é possível ver os vasos e o parênquima, de 
modo, a excluir esclerose múltipla (lesão no núcleo do nervo). 
➤ Etiologias secundárias: herpes zoster, esclerose múltipla. 
💊 Tratamento 
➤ Medicamentoso: 
 - Carbamazepina (padrão ouro); 
Possui muito efeitos colaterais (vômito, ataxia, vista embaçada) 
por isso, é necessário que aumente a dosagem devagar. 
 - Lamotrigina 
➤ No PS pode ser prescrito um anti-inflamatório, AAS. 
➤ Cirúrgico: descompressão microvascular, rizotomia por 
radiofrequência. 
➤ Bloqueio do gânglio de Gasset 
➤ Toxina botulínica (bloquear os receptores dolorosos). 
Fatores de cronificação das cefaléias 
Situações especiais em cefaléia 
Cefaléia na mulher 
 - Mais comum em mulheres do que em homens. 
 - Pode ter influência por variação de níveis hormonais 
 - No período perimenstrual são desencadeadas pela diminuição 
dos níveis de estrogênios (estudos, nada confirmado de fato) 
 - Maioria das mulheres possui uma piora nas crises de cefaléia 
nos seguintes períodos: 
 Menarca / Menstruação / Climatério 
 - A maioria das mulheres possuem uma diminuição das crises 
de cefaléia nos seguintes períodos: 
 Gestação / Amamentação / Pós-menopausa 
Essas migrâneas podem ser também com aura. 
💊 Tratamento cefaléia perimenstrual 
➤ É necessário mudanças de hábitos de vida 
➤ Miniprofilaxia 
 - 2-3 antes do dia da menstruação, por cerca de 5 a 7 dias, 
com AINEs, ergotamínicos ou triptanos. 
➤ Tratamento preventivo 
 
Cefaléia na gravidez 
➤ É preciso sempre verificar se o padrão de uma cefaléia pré-
existente modificou durante a gravidez. 
➤ Crises novas durante a gravidez, geralmente são migrânea 
com aura. 
➤ A migrânea aumenta em risco de pré-eclampsia em quatro 
vezes, e também de náuseas e vômitos. 
➤ Uso de fármacos deve ser evitado no primeiro trimestre de 
gravidez (prescrição de triptanos) 
➤ Ergotamínicos são contraindicados, bem como dipirona, por 
serem teratogênicos. 
Não modificáveis Modificáveis 
Idade Hipo ou hipertireoidismo
Sexo feminino Abuso de medicamentos 
(AINEs > 10 dias/mês; 
triptanos 10-14 dias/mês; 
barbitúricos, opióides.
Caucasianos Abuso de cafeína
Baixo nível educacional Apnéia do sono 
Baixo nível 
socioeconômico
Comorbidades 
psiquiátricas (ansiedade e 
depressão)
Fatores genéticos Anemia e policitemia 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
➤ AINEs, tricíclicos e anticonvulsivantes no geral contra-
indicados também. 
Cefaléia na amamentação 
➤ Recorrência da dor no primeiro mês após o parto 
➤ Pode ser adiada pela amamentação 
➤ Preferência pelas modalidades não-farmacológicas (pois 
passa pela amamentação para o bebê). 
Cefaléia no climatério 
➤ Cefaleia nova no climatério justifica investigação de causas 
secundárias, apesar de na maioria dos casos ser uma cefaléia 
primária. 
➤ Terapia de reposição hormonal (ter cuidado pois em alguns 
casos aumentam as crises de cefaléia e aumentam os riscos de 
trombose). 
➤ Tratamento habitual, agudo ou preventivo 
➤ Flunarizina CONTRAINDICADA!! Porque em uso prolongado 
desse medicamento pode levar a quadros de parkinsonismo. 
Cefaléia e AVC 
➤ Pacientes com migrânea com aura possuem maior risco para 
AVC. 
➤ Atenção aospacientes com migrânea com aura quanto a 
terapia de reposição hormonal (anticoncepcionais orais 
combinados). 
➤ Risco aumenta se outros fatores de riscos associados como: 
hipertensão, diabetes, aumento de trigliceridemia, obesidade. 
➤ Usar contraceptivos de baixas doses de etinilestradiol e 
suspender anticoncepcionais se piora da migrânea, ou 
surgimento de dor nova. 
Cefaleia em idosos 
Cefaleia hípinica 
➤ Características: 
 - Ocorre principalmente em mulheres e idosos (acima dos 60 
anos); 
 - Durante o sono e causa o despertar do paciente (geralmente 
na fase REM do sono - fase profunda); 
 - Para fechar diagnóstico é preciso de 10 ou mais dias por mês, 
por mais de 3 meses dessa dor que desperta o paciente. 
 - Duração entre 15 minutos e 4 horas. 
 - Não tem sintomas autonômicos ou inquietação 
 - Tratamento: cafeína, AAS são eficazes. 
Triptanos são ineficazes!!! 
 - Profilaxia, quando as dores são muito frequentes, com lítio, 
cafeína ou indometacina 
➢ Arterite de células gigantes 
 - É uma inflamação da artéria temporal gerando uma dor 
local da artéria + edema à palpação, diminuição do pulso e 
aumento do VHS. 
 - Quadro que tem início recente e após os 50 anos; 
 - possui anormalidade da artéria temporal, tais como, dor/
edema à palpação ou diminuição da pulsação. 
🔬 Diagnóstico 
 - Ao realizar um exame laboratorial o VHS é igual ou maior que 
50 mm/hora e indica alterações inflamatórias. 
 - USG duplex-scan colorida de artéria temporal 
 - RNM de alta resolução das artérias temporais. 
 - A Biopsia é o exame que de fato mostrará a anormalidade da 
artéria apresentando vasculite com células mononucleares ou 
inflamação granulomatose, geralmente com células gigantes 
(apesar de difícil sua realização). 
💊 Tratamento 
➤ Depende basicamente dos sintomas relacionados a visão. E se 
não tratado imediatamente e essa inflamação atingir outros 
ramos o paciente pode ficar cego. 
➤ Sem sintomas visuais: 
 - Corticoterapia (prednisona 40-60 mg/dia em um período de 
6-12 meses e monitorização de VHS de 3/3 meses e clinicamente 
com exame físico). 
➤ Se risco de perda visual: 
 - Urgência!! 
 - Internação do paciente e realizar uma pulsoterapia 
(medicamento em altíssima dose) 
 - Iniciar corticoterpia - metilprednisolona 250 mg EV 6/6h, por 
5 dias. 
 - E depois é feito também a prescrição via oral da prednisona. 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
Cefaléia na Unidade de Emergência 🚨 
➤ 10% dos atendimentos em unidade primárias de saúde são 
relacionadas a dores de cabeça. 
➤ Abordagem inicial 
→ Caracterizar a dor (tempo da dor? localização? tipo da dor? 
intensidade? piora com atividade? Presença de náuseas e/ou 
vômitos?) 
→ Sempre fazer exame neurológico (exame de reflexo, exame 
de força e reflexo fotomotor) 
 → pressão arterial e temperatura 
→ Palpação do crânio e da face (busca de artrite temporal, por 
exemplo). 
Sinais de alarme - SNOOP 
 - Sintomas sistêmicos: febre, calafrios, perda ponderal, HIV, 
neoplasia 
 - Sintomas e sinais neurológicos: confusão, alteração de 
consciência , reflexos assimétricos, perda de força. 
 - Instalação (Onset): aguda, súbita ou frações de segunda - 
“cefaléia em trovoada”. 
 - Idade > ou igual 50 anos (Older): cefaléia nova ou em piora 
progressiva 
 - Historia Prévia de cefaléia: primeiro evento ou diferente 
(mudança na frequência, na intensidade ou nas características 
ou nas características clínicas). 
➤ Atenção: 
 - Cefaléia em crianças < 5 anos de idade. 
 - Cefaléia piorando durante a observação. 
➤ Esses sinais de alarme são importantes pois dentro de uma 
unidade de emergência não tem unicamente cefaléias 
primárias. 
 Cefaléia secundária: 
 - Pode ter uma história de trauma craniocefálico ou cervical 
 - Dissecção vacilar 
 - Hemorragia subaracnóide 
 - Cefaléia em trovoada 
 - Cefaléia com hipertensão ou hipotensão liquórica 
 - Meningite e encefalite 
 - Artrite de células gigantes. 
Papiledema é um alteração focal que indica uma alteração 
neurológica e está relacionada a hipertensão intracraniana. 
 💊 Tratamentos na Unidade de emergência 
Tratamento de cefaléia em salvas 
 - 02 100% sob máscara não reinalante, 12L/ min por 15 
minutos + triptano se tiver disponível na unidade 
 - Sumatriptano subcutâneo (6 mg) 
 - Zolmitriptano intranasal (5 mg) 
Tratamento da migrânea 
➤ Tipos de medicamentos que podem ser feito para o 
tratamento: 
 - Dipirona 1g-3g EV 
 - Dipirona 1g-3g EV + metoclopramida 10 mg EV (ou 
ondansetrona 4-8 mg EV) em casos de náuseas e/ou vômito, 
associar. 
➤ Pode também administrar AINEs: 
 - Diclofenaco sódico 75 mg VO ou IM 
 - Tonoxicam 20 a 40 mg IM ou EV 
 - Cetorolaco 30 a 90 mg IM 
 - Possível associar prometazina 50 mg IM (anti-histamínico, 
porém é um remédio controlado). 
➤ Haloperidol (possui mecanismos analgésicos) 
Administrar endovenoso de 2,5-5 mg diluído em 250 ml de soro 
fisiológico, passar em 60 minutos. 
Por ter risco de hipotensão postural, paciente fica sentado e a 
administração é feita lentamente. 
➤ Sumatriptano 
 - Subcutâneo 6 mg, podendo ser repetido em 1 hora. 
 - Intranasal de 10-20 mg, podendo ser repetido em 4 horas. 
 
➤ Valproato de sódio 
Administração EV 500 a 1000 mg (15 mg/kg) em 50 mL SFO, em 
30-60 minutos. 
➤ Dexametasona - não usada como primeira escolha 
para tratamento de enxaqueca. 
Administração IM 4-10 mg ou EV em 5 minutos. 
Usada apenas em casos de intuito de diminuir 
recorrência em pacientes que revisitam o PS muitas 
vezes nas últimas semnas. Realizada APÓS a melhora 
da dor com outro medicamento no PS ainda. 
➤ Opióides: EVITAR USO! 
 - Morfina, meperidina ou tramadol 
 - Baixa eficácia, altas taxas de efeitos adversos, 
alta taxa de recorrência a curto prazo e revisitas ao 
PS 
 5º período Vitória Araújo - Neurologia 
 - Taxa de uso abusivo de 7-19%. 
Tratamento de cefaléia tensional 
➤ Medicamento endovenoso: 
- Dipirona 
- Anti-inflamatório - Diclofenaco ou Tenoxicam.

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