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O Mundo do Trabalho - resumo + anotações

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1 Psicologia e Trabalho 
Sabrina Feitosa 
 
Na nossa língua a palavra trabalho se origina do 
latim tripalium. Segundo Albornoz, tripalium é o 
instrumento feito de três paus aguçados, 
algumas vezes ainda munidos de pontas de 
ferro, com o qual os agricultores bateriam o trigo, 
as espigas de milho, o linho, para rasgá-los e 
esfiapá-los. 
Essa conotação dada ao trabalho foi utilizada 
até início do século XV, quando passa do 
sentido de sofrer, para sentido de laborar, 
obrar, transformar. 
Mas seja o trabalho denotando sofrimento, seja 
denotando esforço, a verdade é que nos 
nossos dias, ele é sinônimo muitas vezes de 
tortura, sobretudo se analisarmos a lógica da 
exploração da mão de obra. 
Essa exploração nos remete ao conceito de 
mais-valia, desenvolvido por Marx, onde o 
trabalhador vende sua força de trabalho, por um 
valor bem aquém daquilo que é produzido com 
este trabalho; a diferença, ou seja, o lucro, o que 
vale a mais é “subtraído” do trabalhador, 
passando às mãos dos donos dos meios de 
produção. 
▪ Exaltação da ociosidade. Para Platão, o 
cidadão deveria ser poupado do trabalho 
para que pudesse se dedicar à 
contemplação. Aristóteles valorizava a 
atividade política e referia-se ao trabalho 
como atividade inferior que impedia as 
pessoas de possuírem virtude. 
▪ O trabalho era para os escravos. 
Aristóteles entendia a escravidão como um 
fenômeno natural, pois há pessoas 
destinadas a fazer uso exclusivo de sua 
força corporal. O escravo jamais estaria apto 
para as descobertas, para os inventos. 
▪ O Império Romano (que fornece as bases 
do Direito até os dias atuais) também teve e 
estruturou a sociedade baseada no 
escravismo e sustentava a forma de pensar 
clássica sobre o trabalho. 
▪ Troca da manufatura para produção 
industrial. 
▪ Capitalista: quem detém os meios de 
produção. 
▪ Operário: quem vende a força de trabalho 
como mercadoria; aliena o valor de uso no 
que produziu; mais-valia (diferença entre o 
valor do trabalho e o valor do que é 
produzido). 
▪ Houve o prolongamento da jornada de 
trabalho, ou seja, a exploração máxima do 
trabalhador. 
▪ O luteranismo criou a noção de vocação: 
valoriza o cumprimento do dever. A profissão 
como um dom divino. Weber não defende 
essa percepção, ele critica. 
▪ As tendências do protestantismo ascético 
exaltavam o trabalho para a glorificação de 
Deus, juntamente com o incentivo à 
poupança. 
▪ Difunde a noção de prosperidade. 
▪ Quanto mais duro se trabalhava, mais se 
provava ser merecedor da graça divina. 
Assim, atribuía a responsabilidade individual 
de ter ou não a graça. 
Para Karl Max, o trabalho é importante por dois 
motivos: 
1- Produz a própria condição de ser humano: 
“O que os indivíduos são coincide, com sua 
produção, tanto com o que produzem quanto 
com a maneira pela qual produzem. O que os 
indivíduos são depende, portanto, das 
condições materiais de sua produção” 
 
 
2 Psicologia e Trabalho 
Sabrina Feitosa 
(superestrutura – desejo, conjunto de 
ideologias - e infraestrutura - material). 
2- A história da humanidade é a história das 
relações de produção. 
▪ A transformação da produção manufatureira 
(artesanal) para o modo de capitalista da 
“cooperação”. 
▪ Simplificando a atuação de cada um 
(individualismo). 
▪ Isto é, o produto manual passou a ser 
produzido em larga escala, dividindo as 
tarefas, produzindo mais. 
Entretanto, o trabalho que deveria ser 
humanizador, se torna: 
▪ Alienante: porque o trabalhador 
desconhece o próprio processo produtivo e 
o valor que agrega ao produto, além de não 
se identificar com o produto de seu trabalho. 
▪ Explorador: mais-valia vinculada ao 
processo de acumulação do capital. 
▪ Monótono: organização e conteúdo da 
tarefa repetida. 
▪ Discriminante: classifica os homens pelo 
trabalho (quem pensa e quem faz), basta 
observar as pessoas se apresentando, 
geralmente, começam dizendo qual é a sua 
profissão. 
▪ Embrutecedor: inibe as potencialidades 
pelo conteúdo pobre e repetitivo das tarefas. 
▪ Submisso: aceitação passiva das 
condições de organização do processo de 
trabalho. 
▪ Substituição dos métodos tradicionais pelos 
científicos: sistematiza e descreve os 
processos, disponibilizando-os para serem 
repetidos. 
▪ Adoção do método dos tempos e 
movimentos – substitui movimentos 
lentos e ineficientes por rápidos. Há 
sempre um método mais rápido e um 
instrumento melhor. 
▪ Máxima decomposição de cada tarefa em 
operações mínimas e cronometragem. 
▪ Gerentes devem reunir todos os 
conhecimentos tradicionais antes dos 
trabalhadores, classificá-los, tabulá-los, 
reduzi-los a normas, leis, fórmulas. Assim, o 
gerente tem conhecimento do processo todo 
(é o mais próximo do artesão). 
▪ Na execução, o trabalhador é poupado de 
pensar para que possa repetir os 
movimentos ininterruptamente. O método 
prescinde a reflexão. 
▪ Influente até o final da década de 80. 
▪ Tira o gerente e acrescenta a esteira. Em 
vez de ter alguém que conhece todo o 
processo, temos a esteira que leva a peça 
para cada trabalhador, impondo a 
velocidade que o trabalho deve ser feito. O 
controle externo passa a ser interno, o 
trabalhador acaba controlado os próprios 
movimentos. 
▪ Cadeia de montagem sobre a esteira rolante 
(produção de automóveis). 
▪ Utilização de moldes e de máquinas 
especializadas. 
▪ Movimento das peças e seus subconjuntos 
na esteira, eliminando deslocamento de 
operários. 
▪ Fluxo contínuo de produção. 
▪ Controle do ritmo do trabalho pela cadência 
da máquina e não mais pela supervisão 
humana. 
▪ Políticas de remuneração para suprir: 
indisciplina, absenteísmo, rotatividade, 
desinteresse pela produção e dificuldades 
de comunicação e adaptação dos imigrantes 
▪ Flexibilidade da organização do trabalho e 
remuneração variável por produtividade. 
▪ O fenômeno da globalização cada vez mais 
se consolida e o trabalho mostra-se cada vez 
mais complexo, especializado e raro. 
▪ O crescimento da informalidade: surgem 
mais “autônomos” nos nossos dias. 
▪ A terceirização, subcontratação, 
precarização = degradação do trabalho, 
 
 
3 Psicologia e Trabalho 
Sabrina Feitosa 
produção de um novo proletariado com 
menos proteção social. 
▪ A aceleração dos processos de 
trabalho/vida. 
▪ Enfraquecimento dos sindicatos (redes de 
proteção) que passam a lutar pelo emprego, 
com generalizada percepção de 
instabilidade no emprego. 
▪ Persistência de várias formas de 
discriminação (por exemplo, qualificação e 
gênero). 
▪ Intensificação das desigualdades sociais 
pelas características da distribuição de 
renda. 
▪ O trabalho tem a ver com subsistência, 
manutenção da vida, criatividade, 
transformar a própria existência. 
▪ Além do homem: como supera a forma 
homem para procurar outros meios de ser. 
▪ Trabalho como esforço: é algo que eu, 
enquanto ser cidadão, preciso fazer para 
sobreviver em uma sociedade capitalista. 
▪ Mais-valia (Karl Marx): o excedente, a 
compra da mão de obra pelo dono dos meios 
de produção. 
▪ Alienação (Karl Marx): a transformação do 
produto artesanal para a lógica fábril que 
estabelece que o trabalhador conheça 
apenas uma parte do processo, enquanto o 
artesão, antigamente, saberia todo o 
processo. Trazendo esse conceito para a 
família: alienação parental – afastar o outro 
da criação – “produção” - da criança. 
▪ No capitalismo, o trabalho não é apenas 
para sobrevivência, é para o excedente. 
▪ Lógica Transcendente de Lutéro: o 
sentido está fora da vida, mas a sua noção 
de prosperidade está na vida – vocação. 
▪ Trabalho humanizador: a forma que se 
trabalha produz o trabalhador. 
▪ Lógica da especialização: está dentro do 
mesmo processo do trabalhador não 
precisar conhecer todo o processo. 
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de 
Janeiro: Bertharnd Brasil, 2010 
 
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 8. 
ed. Rio de Janeiro: Graal, 1989. 
 
MARX, Karl. O capital. Livro 2: O processo de 
circulação do capital. Trad. Reginaldo 
Sant’anna.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
1970. 
 
NIETZSCHE, Friedrich. A Gaia Ciência 
(tradução de Paulo César de Souza). São Paulo: 
Companhia das Letras, 1ª ed. 2001. 
 
Assim falou Zaratustra (tradução de Mário da 
Silva). São Paulo: Civilização Brasileira, 1977. 
 
Além do Bem e do Mal (tradução de Paulo 
César de Souza). São Paulo: Companhia das 
Letras, 2ª ed. 2002. 
 
Genealogia da Moral (tradução de Paulo César 
de Souza). São Paulo: Companhia das Letras, 
1999. 
 
WEBER, M. A Ética Protestante e O Espírito 
do Capitalismo. São Paulo: Companhia Das 
Letras 2007. 
Veja Também: 
Trabalho e Produção de Subjetividade

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