Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * LINGUAGENS DA ARTE E REGIONALIDADES ARTE E ETNIA II Profa. Angela Rego * * * ARTE E ETNIA II – O AFRICANO A língua portuguesa, importada pelo regime colonial, manteve um léxico indígena, mas que se estratificou em nomes próprios que não se organizam sintaticamente. As línguas africanas, ao contrário, não só contaminaram o léxico português como adaptaram-se à sua estrutura morfossintática. Historicamente, explica-se: os índios não conviveram diretamente com os colonos portugueses e seus descendentes, como ocorreu com os escravos africanos. * * * As manifestações culturais brasileiras, oriundas das culturas africanas que aqui se mesclaram, se fazem representar em quase todas as nossas atividades cotidianas. A dança para fins de festividades, como o Lundu e o Jongo; com propostas religiosas, como o Maracatu e o Congado; para fins de defesa contra o massacre sofrido durante a escravidão, como a Capoeira e o Maculelê. A música, dentre as mais importantes, o Samba, também marca a presença do africano no Brasil. A culinária, a qual estava sempre associada a um ritual. A religiosidade animista (crença na existência do espírito), que deu origem às religiões afro-descendentes constituídas em nosso país. * * * Mais recentemente, a cultura Hip Hop, iniciada nos Estados Unidos, integrou-se às nossas expressões culturais e foi imediatamente assimilada no Brasil por nossa identificação com as culturas africanas. Acima de tudo, forma nossa identidade o nosso rosto, a cor de nossa pele, a nossa relação com o cosmos. Trazidos da África para substituir a escravização indígena, difícil porque os nativos tinham muito conhecimento do território brasileiro e fugiam com facilidade, os africanos passaram a pertencer à colônia e, no Brasil imperial e o Brasil republicano, permaneceram entre nós, gerando o povo brasileiro. * * * Algumas contribuições das culturas africanas para a identidade brasileira O SAMBA As primeiras manifestações do samba acontecem na Pedra do Sal, no bairro da Saúde, no Estado do Rio de Janeiro. O lugar era ponto de comercialização dos escravos trazidos diretamente da África ou da Bahia. Surge, assim, uma comunidade conhecida como “Pequena África”. Nomes como Donga (cantor e compositor que gravou pela primeira vez um samba, “Pelo Telefone”, em 1917), Pixinguinha e João da Baiana reuniam-se na Pedra do Sal. Assim, com os experimentos musicais, surge o samba carioca. * * * Tom Jobim, Pixinguinha, Donga Tia Ciata (1854-1924), mais e Chico Buarque conhecida “tia baiana”. * * * A CAPOEIRA A capoeira é uma dança em forma de luta de origem banto trazida para o Brasil pelos escravos angolanos. As primeiras exibições da Capoeira podem ter ocorrido no Quilombo dos Palmares. Os passos de dança e a música disfarçavam o objetivo primeiro, que é a defesa pessoal. A capoeira foi proibida e adquiriu caráter marginal, mas por representar a identidade e a resistência negras, sobreviveu aos tempos e, na década de 30, foi reconhecida como esporte. * * * * * * A CULINÁRIA A culinária africana é uma manifestação do sagrado. A natureza combina seus elementos — frutos, vegetais, caça e pesca — para alimentar os homens. Além disso, a culinária representa o próprio caráter da África: diversidade. Nela se misturam a gastronomia nativa e as de influência europeia e muçulmana. * * * Porém, podemos destacar alguns elementos que foram facilmente aceitos no Brasil: o leite de coco, a pimenta malagueta, o milho, o feijão preto, as carnes salgadas e curadas, o quiabo, as ervas aromáticas e o azeite de dendê. * * * BAIANAS As africanas alforriadas, para sobreviver, vendiam comida nas ruas de Salvador. Em seus tabuleiros havia beijus, cuzcuz, bolinhos e outras iguarias da culinária afro-baiana. Vestiam-se com asseio e beleza: batas e saias brancas, torso e pano da costa, enfeites como colares, brincos e pulseiras (os balandangãs). O dia 25 de novembro foi dedicado a essa tradicional figura baiana e é marcado por diversas manifestações comemorativas. * * * * * * CULTURA HI-HOP A cultura Hip Hop foi criada em meados de 1968 como expressão dos movimentos negros dos guetos africanos e na sua forma popular de dançar movimentando os quadris (hip) e saltando (hop). Os quatro elementos do Hip Hop são: O BREAK, que representa o corpo através da dança; O MC, que é a consciência, o cérebro; o DJ, representante da alma, essência e raiz; o GRAFFITI, expressão da arte, um meio de comunicação. * * * * * * Kool Herc é conhecido como o "pai" da cultura Hip Hop. Ele representa a força da cultura como alternativa à marginalização social. * * * Afrika Bambaataa criou uma ideologia para o movimento Hip Hop, transformando o que era arte espontânea das ruas em ideário que iria conduzir jovens em todo o ocidente. Assim, a cultura Hip Hop passou a ser respeitada para além das ruas de Nova Iorque. * * * Vozes e gestos: manifestações da cultura negra no Brasil Literatura Cruz e Sousa Castro Alves * * * Música * * * Política e História Francisco José do Nascimento, o “Dragão do Mar”, líder do movimento dos jangadeiros do Ceará que conseguiu abolir a Escravidão no estado em 1884. José do Patrocínio, o “Gigante Negro da Abolição”. * * * João Candido, o “Almirante Negro” mentor da Revolta da Chibata (1910) Abdias do Nascimento Ativista do movimento negro, professor, artista plástico, escritor, poeta, dramaturgo, foi senador e fundou o Teatro Experimental do Negro. * * * Artes Plásticas e Fotografia Di Cavalcanti Mestre Didi, obra: “Pássaro Ancestral” * * * MÃE PRETA Mãe preta, me conta uma história. Então fecha os olhos, filhinho: “Longe, longe, era uma vez o congo. Despois...” Os olhos da preta velha pararam. Ouviu barulho de mato no fundo do sangue. Um dia os coqueiros debruçados naquela praia vazia. Depois o mar que não acaba mais. Despois... Ué, mãezinha, por que você não acaba o resto da história? (Raul Bopp)
Compartilhar