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Thaís Costa - Fono! Aula 2 - Indicação e Seleção de AASI Objetivos do Uso: - O uso da prótese tem como finalidade a amplificação (adequada e satisfatória); - Não restringe-se aos sons da fala; - Facilita o desenvolvimento do deficiente auditivo; O papel do otorrino: ➢ Nos EUA, desde 1977 existe uma lei regulamentando o fornecimento de prótese auditiva; ➢ Após adaptação o paciente deve retornar ao ORL para acompanhamento médico (Cerúmen); ➢ Crianças – Atenção para possíveis infecções de vias aéreas superiores; ➢ Alterações condutivas, mesmo que passageiras, podem afetar o aproveitamento do uso do AASI; ➢ Algumas crianças podem apresentar perdas progressivas ou flutuantes; ➢ Ou seja, o otorrino têm a função de: Pensar - Dialogar - Agir; ➢ O papel do otorrino é extremamente relevante na aceitação do paciente ao uso da prótese; O papel do fonoaudiólogo: ➔ É o profissional que terá o conhecimento necessário para auxiliar o paciente nesse processo de (re)habilitação; ➔ Seleção e adaptação da prótese, treinamento auditivo, orientações quanto ao uso, avaliações periódicas, técnicas auxiliares de comunicação, terapia da fala, compreensão em relação a o que o paciente está passando e comunicação com sua família; ➔ Apenas o AASI não é solução! Requer um tratamento; ➔ É importante que o otorrino tenha ciência do papel do fono e vice versa; A audiologia se beneficia da cooperação dessas áreas – diagnóstico + habilitação! O candidato ao uso dá prótese: Thaís Costa - Fono! Adultos: Do ponto de vista audiológico todo indivíduo portador de uma perda auditiva é candidato ao uso do AASI Na população adulta são dois os aspectos que determinam a procura de ajuda: 1. Auto-percepção 2. Handicap auditivo A decisão em usar (ou procurar) a prótese auditiva é feita com base no sofrimento experimentado; Apenas quando o psicológico, social, financeiro e econômico é afetado o indivíduo se torna realmente um candidato ao uso; Quanto ao grau de deficiência as adaptações mais difíceis são o de perdas mais extremas: muito leves ou muito severas; PERDAS PROFUNDAS A decisão de adaptar uma prótese em perdas profundas dependerá basicamente de ser uni ou bilateral; Se uni como está o outro lado? Possibilidade de CROS?; Sempre devemos testar o AASI mesmo com resíduos auditivos em algumas frequências; Perdas profundas tardiamente adquiridas têm difícil adaptação e alto nível de rejeição; Nesses casos a prótese dificilmente restaura a qualidade da audição mas pode auxiliar na leitura orofacial, feedback auditivo da própria voz e na detecção de sons ambientais; CROS: Orelha normal ou leve sem indicação de AASI BICROS: Melhor orelha com perda leve a moderada PERDAS LEVES Candidatos com perdas leves podem ser divididos em: 1. Comprometimento em várias frequências 2. Frequências agudas 3. Frequências graves Perdas descendentes ou em rampa: contamos com o avanço tecnológico dos algoritmos; Perdas ascendentes: Melhor adaptação graças ao avanço de moldes auriculares e eletroacústicos; Crianças: Pacientes que mais necessitam de boa adaptação; A audição é o principal meio de aquisição da linguagem verbal; Thaís Costa - Fono! Até perdas mínimas podem afetar o desenvolvimento linguístico e escolar; Qualquer criança com perda significante é candidata ao uso de AASI; É necessário aproveitar os períodos críticos para desenvolvimento dá linguagem ( 1 a 3 anos); Crianças com perda profunda bilateral, salvo contra-indicações, devem utilizar AASI; Assim que o diagnóstico for efetuado a criança deve ser protetizada; Perdas profundas bilaterais a melhor solução é o Implante; Fatores importantes a considerar: ● Achados Audiométricos ● Aceitação da perda ● A motivação para obter ajuda ● Necessidade de comunicação ● Preocupações Estéticas ● Aspectos financeiros Aceitação e motivação: Adultos tendem a relutar a existência da perda auditiva; Os de perda leve ou gradual tendem a atribuir suas dificuldades à família (falam baixo, assistem a TV baixo, falam ao mesmo tempo, a casa é barulhenta); Precisam ser aconselhados (Folhetos, Sites, Médico); Só podemos ajudar se o paciente quiser ser ajudado; Profissionais devem promover campanhas de informação sobre perda auditiva, suas causas, seus riscos, e a possibilidade de correção; Fator estético: Muitas pessoas negam-se a até mesmo testar o AASI por achar que irá causar uma imagem negativa; Interfere na sua auto-estima, auto-imagem, visto como um símbolo de velhice e degeneração; Preferência por próteses intra-aurais (em especial intracanais e microcanais); O paciente precisa ser bem instruído sobre as diferentes características em relação ao seu tamanho; Paciente deve estar ciente sobre possíveis limitações de uma prótese menor, deve ser bem orientado para evitar frustrações; Necessidades acústicas sobrepõem necessidades estéticas; Thaís Costa - Fono! Com pacientes inflexíveis podemos compremeter a princípio às necessidades eletroacústicas na tentativa de, com o passar do tempo, à qualidade sonora seja mais importante que questões estéticas; Aspectos financeiros: Algumas vezes as as próteses são indicadas com base no seu custo e não somente nos resultados; A legislatura prevê obrigatoriedade na distribuição de próteses auditivas bem como o seu acompanhamento pelo SUS; Próteses auditivas são aparelhos de considerável custo financeiro para a maioria da população, principalmente no BR; SELEÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE AMPLIFICAÇÃO ★ ASHA (1997) ★ REVISÃO DAS DIRETRIZES – ASHA ★ FÓRUNS ABA: 27º EIA (2012) e 31º EIA (2016) DIRETRIZES DE ADAPTAÇÃO DE AASI EM ADULTOS ● Formação do Profissional ● Pré-requisitos para determinação dos candidatos ao uso do AASI ● Candidatos ao uso de AASI ● Seleção do AASI ● Verificação do desempenho ● Avaliação de resultados (Validação) ● Orientação e Acompanhamento ● Laudo/ Prescrição/ Indicação Determinando os candidatos ao uso do aasi: ➔ Avaliação otorrinolaringológica; ➔ Anamnese (zumbido, hipersensibilidade e exposição a ruídos); ➔ Avaliação audiológica completa: audiometria tonal, LRF e IRF, medidas de imitância acústica como regra geral (Quando necessário: Limiar de detecção de fala – LDF, o nível de maior conforto –MCL); Thaís Costa - Fono! ➔ Levantamento das limitações de atividades e restrições de participações derivadas da perda auditiva;* ➔ Expectativas do indivíduo com relação ao uso do AASI.* ➔ Se necessário, realizar exames eletrofisiológicos e comportamentais (retrococlear, central, processamento) *Por meio de instrumentos padronizados Qualquer indivíduo que apresente dificuldades em situações de comunicação decorrentes de uma perda auditiva, deve ser considerado um candidato potencial ao uso de AASI: - Perda auditiva bilateral; - Perda auditiva unilateral; - Perda auditiva flutuante (monitoramento médico e audiológico); - Perda auditiva profunda pré-lingual (detecção de fala com AASI). Seleção do AASI: CARACTERÍSTICAS FÍSICAS (Tipo do AASI) ➢ Grau; ➢ Configuração da Perda; ➢ Necessidades individuais (tamanho e geometria do MAE, conforto, oclusão, estética, facilidade de inserção e manipulação, sensibilidade da pele); ➢ Componentes específicos (Mic direcional, botões de programa, controle de volume, etc); ADAPTAÇÃO UNI ou BILATERAL ➔ Bilateral, a não ser que existam contra-indicações; ➔ Se Unilateral, determinar o lado com base nas características audiológicas, necessidades comunicativas, condições físicas e preferências individuais do usuário; MOLDE AURICULAR Thaís Costa - Fono! ➔ Sempre que necessário o paciente deve testar o aparelho utilizando o molde adequado ao tipo de AASI; ➔ Tipo e material do molde: características de amplificação, conforto físico, aspectos estéticos, facilidade de inserção e manipulação, sensibilidade dá pele; ➔ Quando necessário realizar modificações acústicas; CARACTERÍSTICAS ELETROACÚSTICAS ➔ Saída máxima; ➔ Ganho e resposta em frequências; ➔ Características Especiais: Múltiplas memórias, redução digital do ruído, sistema decontrole de realimentação, expansão, sistemas de agravamento de frequências, tipo e tecnologia de microfones, conectividade sem fio; SELEÇÃO DE AASI - CRIANÇAS FÓRUM – 2016 1. Considerações para a seleção das características da amplificação (condução do sinal amplificado, Seleção do tipo de AASI, Adequação do molde auricular, considerações sobre segurança); 2. Características de processamento do sinal; 3. Adaptação e Verificação (Métodos prescritivos, métodos de verificação - RECD, audibilidade para frequências altas, verificação de recursos especiais, sinais utilizados na verificação eletroacústica, limiares auditivos amplificados em campo livre); 4. Orientação e Aconselhamento; 5. Validação – Assegurar se a criança está recebendo a amplificação adequada; 6. Acompanhamento* DESEMPENHO E RESULTADOS VERIFICAÇÃO DE DESEMPENHO Thaís Costa - Fono! ● Microfone sonda ● Medidas em acoplador AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ● Ganho Funcional ● Questionários para avaliação de percepção de fala ● Respostas subjetivas informais ORIENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO - Um ponto importante para monitorar a perda e a efetividade do uso do AASI - A orientação adequada durante o período de adaptação e o acompanhamento do paciente são essenciais para o uso efetivo do AASI; - Durante os estágios iniciais da adaptação a amplificação, as características eletroacústicas podem ser alteradas; - Inicialmente acompanhamentos mais próximos, conforme o uso e satisfação dor paciente encontros mais esporádicos; - Dúvidas podem ser elucidadas, novas informações podem ser fornecidas para auxiliar quanto às expectativas reais do procedimento; - Importante envolvimento da Família (Independente da idade) - A orientação deve incluir: informações com relação ao funcionamento, manipulação, colocação e retirada do AASI; cuidados gerais; inserção e remoção da pilha; uso no telefone, entre outros; Crianças ➔ Conteúdo deve ser discutido, demonstrado em profundidade e complementado com ➔ materiais para que os pais e responsáveis possam rever em casa (materiais por escrito, vídeos educativos, sites, etc); ➔ Proporcionar suporte cognitivo e emocional para que estes possam entender e lidar com os sentimentos, emoções e atitudes originadas pela perda auditiva e pelo uso do AASI; ➔ Dispositivos eletrônicos funcionando adequadamente são essenciais. Reavaliações sistemáticas devem ser regularmente realizadas; Thaís Costa - Fono! LAUDO, PRESCRIÇÃO E INDICAÇÃO Dados de identificação do AASI: Marca - Modelo - Regulagens - Tipo de Molde - Orelha em que foi adaptado PERDAS ASSIMÉTRICAS E UNILATERAIS ❖ É importante determinar como é a audição em cada orelha, normal ou rebaixada? E Protetizável? Haverá proveito na amplificação? ❖ Perda Unilateral: É importante lembrar que o indivíduo continuará a ter percepção auditiva normal de um lado; ❖ Protetizar o lado comprometido, implica na “mistura” da entrada acústica normal contralateral com o som amplificado (o que pode ser desafiador, analisar cada caso); ❖ Opções de Adaptação: Condução Óssea, CROS, CROS Transcraniano, Próteses osteo ancoradas implantáveis;
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