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Propedêutica da Tireóide Quais são as queixas do paciente com doenças na tireóide? Cansaço, nervosismo, dispnéia, palpitações, outras vezes o paciente percebe o aumento da tireóide, queixando-se de um “caroço” no pescoço Quais são os sinais e sintomas das afecções tireoidianas? Há sintomas locais e sintomas gerais. Podem ser divididos em sinais e sintomas de hiperfunção ou de hipofunção As manifestações locais que se destacam são: dor, dispnéia, disfonia e disfagia Dor→ a principal causa é a tireoidite aguda ou subaguda Dispnéia→ causada pela compressão da traquéia Disfonia→ compressão do nervo laríngeo intercorrente Disfagia→ compressão/invasão neoplásica do esôfago Quais são os sinais e sintomas da hiperfunção tireoidiana? Tem como base o aumento do metabolismo basal, os principais sintomas são: hipersensibilidade ao calor, sudorese e perda de peso(mesmo com aumento do apetite) Sistema cardiovascular→ taquicardia, palpitação e dispnéia de esforço Sistema digestório→ aumento da motilidade intestinal Sistema Genital→ nas mulheres: alterações menstruais e nos homens: perda do libido e impotência Sistema Locomotor→ Fraqueza muscular(intenso catabolismo e atrofia muscular) Sintomas oculares→ exoftalmia Sistema nervoso→ Inquieto, hipercinético, tremores Pele e fâneros→ Pele fina, sedosa, quente Quais são os sinais e sintomas da hipofunção tireoidiana? Tem como base a redução do metabolismo basal As principais queixas são: cansaço, hipersensibilidade ao frio e tendência para engordar Apatia, lentidão de movimento e de fala, letargia Constipação intestinal Galactorreia, amenorreia, infertilidade Parestesia, dores musculares e dores articulares Osteoporose, hipercalcemia Pele seca e descamada Edema devido a redução de filtração glomerular Em casos mais graves: fácies mixedematosa PA normal ou um pouco elevada Como é realizado o exame físico da tireóide? É composto de inspeção, palpação e ausculta Quais as manobras para a palpação da tireóide? Para a palpação, utilizam-se 3 manobras: - Abordagem Posterior: Paciente sentado e o examinador de pé atrás dele. As mãos e os dedos rodeiam o pescoço, com os polegares fixos na nuca e as pontas dos indicadores e médios quase a se tocarem na linha mediana. O lobo direito é palpado pelos dedos da mão esquerda, enquanto os dedos da outra mão afastam o esternocleidomastóideo. Para o lobo esquerdo, as coisas se invertem - Abordagem anterior: Paciente sentado ou de pé e o examinador sentado ou de pé, postado à sua frente. São os polegares que palpam a glândula, enquanto os outros dedos apoiam-se nas regiões supraclaviculares - Paciente e examinador nas mesmas posições da abordagem anterior, fazendo-se a palpação com uma das mãos, que percorre toda a área correspondente à tireoide. A flexão do pescoço, ou a rotação discreta do pescoço para um lado ou para o outro, provoca relaxamento do músculo esternocleidomastóideo, facilitando a palpação da tireoide Ao inspecionar e palpar a tireoide, solicita-se ao paciente que realize deglutições “em seco” Por meio da palpação, determinam-se o volume ou as dimensões da glândula, seus limites, a consistência e as características da sua superfície, temperatura da pele, presença de frêmito e sopro, hipersensibilidade à consistência e à presença de nódulos. Sinal de Pembertom: "Ao pedir para o paciente elevar os membros superiores paralelamente a cabeça, na presença de bócio mergulhante, este poderá apresentar rubor facial." Pode ocorrer também dispnéia por compressão traqueal e até estridor, além de distensão das veias do pescoço por compressão das subclávias. Exame Físico Geral no hipertireoidismo Há 2 achados principais: oftalmopatia e mixedema pré tibial → Oftalmopatia: deve-se observar se há edema palpebral, exoftalmia, hiperemia, edema conjuntival e quemose → Mixedema(edema duro e opaco) Pré Tibial: As lesões cutâneas afetam a face anterolateral da perna Nódulos e Bócio Formações nodulares que podem ser visíveis ou palpáveis na tireóide. A ausculta investiga-se se há sopros ou frêmitos sobre a tireóide Aumento da tireóide→ bócio Quais são as principais doenças que alteram o exame físico da tireóide? Bócios: Bócio Difuso Atóxico: Aumento da tireóide, sem sintomatologia de disfunção Bócio Difuso Tóxico(Doença de Graves): Aumento da tireóide acompanhado de sintomatologia de hipertireoidismo Bócio Uninodular Atóxico: Nódulo único, sem sinais de disfunção Bócio Uninodular Tóxico(Doença de Plummer): Nódulo único, com sinais e sintomas de hipertireoidismo Bócio Multinodular(tóxico ou atóxico): É encontrado dois ou mais nódulos na tireóide Sinais e sintomas de hipertireoidismo caracterizam o bócio multinodular tóxico Tireoidites: Tireoidite Aguda: Decorre da invasão bacteriana ou fúngica da glândula Tireoidite de Hashimoto: Processo inflamatório crônico de etiologia autoimune Tireoidite Granulomatosa Subaguda: É causada por vírus. Há dor local intensa, febre, mal estar. Tireoidite de Riedel: Proliferação de tecidos fibrosos em toda a tireóide Câncer da Tireóide As neoplasias malignas estão presentes em 5 a 10% dos nódulos tireoidianos HIPERTIREOIDISMO Síndrome Clínica em que os tecidos ficam expostos a quantidades excessivas de T3 e T4 Entre os pacientes com hipertireoidismo, de 65 a 80% apresentam o quadro de Basedow Graves(além do aumento da tireóide, há oftalmopatia, mixedema pré tibial e acropatia→ o mecanismo fisiopatológico dessa síndrome é imunológico(principalmente humoral): Há produção de linfócitos B, de imunoglobulinas estimuladoras da tireóide causando hiperplasia e hiperfunção No hipertireoidismo provocado por bócio nodular (único ou múltiplo), não ocorrem alterações autoimunes e, consequentemente, não surgem a oftalmopatia ou a dermopatia características da doença de Graves Na tireotoxicose que surge na tireoidite subaguda e na tireoidite de Hashimoto, o processo inflamatório lesiona os folículos tireoidianos, causando liberação dos hormônios ali estocados. O hipertireoidismo da síndrome de Jod-Basedow é causado pelo iodo contido em medicamentos ou pela exposição ao iodo “frio” (não radioativo) em pacientes que já apresentam doença nodular de tireóide. HIPOTIREOIDISMO Síndrome Clínica causada pela secreção diminuída de T3 e T4, pelo comprometimento da tireóide, hipófise ou hipotálamo O diagnóstico precoce do hipotireoidismo congênito, no máximo com 20 a 30 dias de vida, adquire excepcional importância. Após esse período, as lesões cerebrais podem se tornar irreversíveis. No adulto, a mais importante causa de hipotireoidismo adquirido é a tireoidite de Hashimoto. Tal como na doença de Basedow-Graves, o mecanismo do hipotireoidismo é por autoimunidade, aqui com predomínio inicial de alterações da imunidade celular e, mais tarde, das alterações humorais. Pode haver ou não bócio. Caracteristicamente, os anticorpos antitireoidianos estão elevados. No hipotireoidismo iatrogênico, além da tireoidectomia ou da ação do 131I, são causas importantes os medicamentos antitireoidianos (propiltiouracila) e os fármacos que contêm iodo ou lítio
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