Buscar

artigo_WELDER

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

0
Fulano de tal
TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO ESCOLAR E COMPROMISSO NA AÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS PARA UM ENSINO DE QUALIDADE
RIO BANANAL/ES
2021
Fulano de tal
TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO ESCOLAR E COMPROMISSO NA AÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS PARA UM ENSINO DE QUALIDADE
Artigo Científico encaminhado à Faculdade como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Gestão do Trabalho Pedagógico.
Orientador(a): Profª Ana Maria Soek.
RIO BANANAL/ES
2021
TRANSPARÊNCIA NA GESTÃO ESCOLAR E COMPROMISSO NA AÇÃO DOS RECURSOS FINANCEIROS PARA UM ENSINO DE QUALIDADE 
Fulano de Tal
RESUMO
Pensando nos dias que ocorrem na gestão escolar democrática dos recursos financeiros designados à educação para a compra de materiais e organização das instituições, pagamentos de profissionais qualificados, entre outros, se torna essencial compreender como está sendo investido esses recursos procedente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e como são repassados e distribuídos. A concepção da gestão democrática nos sistemas escolares devem sempre considerar a alta participação coletiva da comunidade escolar. Para que aconteça uma gestão democrática é preciso que o gestor conheça os recursos financeiros atribuídos a sua instituição escolar e incentivar a participação de todos. Dessa forma, foi elaborado um trabalho focando nesses recursos e programas financeiros numa pesquisa qualitativa, com levantamento bibliográfico e de referências de vários autores e da legislação vigente para observar os conceitos de gestão escolar democrática e suas implicações nas tomadas de decisões com maior transparência nas suas prestações de contas e compromisso na aplicação dos recursos financeiros para oferecer um ensino de qualidade em especial a educação básica da rede pública para a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.
Palavras-chave: FNDE / Recursos / Educação.
1. INTRODUÇÃO
A Gestão Democrática das instituições públicas é um dos conceitos constitucionais do ensino sendo essencial como um fator na melhoria da qualidade da educação, trazendo o desenvolvimento da qualidade de ensino para se formar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade.
A concepção da gestão democrática nos sistemas escolares devem sempre consideram a grande participação coletiva do meio escolar. Para que se suceda uma gestão democrática é fundamental que o gestor conheça os recursos financeiros determinados a sua instituição escolar e incentivar a participação de toda a comunidade nas tomadas de decisões de como aplicar esses recursos para que se possa apanhar uma educação de qualidade com comprometimento e transparência.
Os diversos avanços nos indicadores educacionais brasileiros nos últimos anos apesar de ainda se atingir em algumas regiões taxas de analfabetismo altas, sobretudo se comparado com países desenvolvidos, o Brasil vem conseguindo minimizar esses números de analfabetismo. Uma das conquistas alcançadas pelo país no campo educacional está associada à universalização do ensino fundamental onde o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundeb), associado a programas como o Bolsa Escola, o Bolsa Família e o de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) tiveram papel decisório nessa conquista. Paralelo ao esforço de ampliação do acesso à escola ergue-se a necessidade de se investir na qualidade da educação, principalmente a educação pública básica a gestão democrática com aplicação dos recursos determinados à educação com uma prestação de contas transparente objetivando a prioridade para uma educação de qualidade e investindo-se na qualidade do material didático e na formação dos professores.
Pensando nessa ligação da gestão escolar democrática e os recursos financeiros repassados para as instituições, esse trabalho foca numa pesquisa qualitativa, com levantamento bibliográfico e de referências de variados autores e da legislação vigente a respeito do tema, com o objetivo levantar conceitos de gestão escolar democrática e suas implicações nos recursos financeiros e avaliar os recursos recebidos pelos estabelecimentos de ensino por meio dos programas do FNDE da rede de ensino e os mecanismos e seus processos.
2. RECURSOS DO FNDE DESTINADOS A EDUCAÇÃO
Conforme a história no site do programa do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ele é uma autarquia Federal criada pela Lei nº 5.537, de 21 de novembro de 1968, e alterada pelo Decreto–Lei nº 872, de 15 de setembro de 1969, é responsável pela execução de políticas educacionais do Ministério da Educação (MEC). 
Pensando na melhoria e na educação de qualidade a todos, em específico a educação básica da rede pública, o FNDE se tornou o maior parceiro dos 26 estados, dos 5.565 municípios e do Distrito Federal. 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) é o órgão responsável pelo andamento da maioria das ações e programas da Educação Básica do nosso País, como a alimentação e o transporte escolar, além de atuar também na Educação Profissional e Tecnológica e no Ensino Superior, além de modificar o modelo de compras governamentais, os diversos projetos e programas em execução fazem do FNDE uma instituição de referência na Educação Brasileira.
2.1. PROGRAMAS DO FNDE – FUNDEB
O Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (FUNDEF) foi criado em 1996, e implementado em 1998, procurando acertar os problemas na distribuição de recursos para educação, utilizando recursos próprios para a educação básica.
O FUNDEF foi estabelecido para um período de 10 anos, chegando em 2006 com diversas propostas de melhorias e criação de outros fundos. Dessa forma nasce o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB), que segue com basicamente a mesma maneira de distribuição de recursos do FUNDEF, porém aumentando o recebimento de recursos para toda educação devendo vogar até 2020. 
O Fundeb foi criado pela Emenda Constitucional nº 53/2006 e regulamentado pela Lei nº 11.494/2007 e pelo Decreto nº 6.253/20071, em substituição ao Fundef, que vigorou de 1998 a 2006. Trata-se de fundo especial, de natureza contábil e de âmbito estadual (um Fundo por Estado e Distrito Federal, num total de vinte e sete Fundos), construído por parcela financeira de recursos federais e por recursos procedentes dos impostos e das transferências dos Estados, Distrito Federal e Municípios ligados à educação por força do disposto no art. 212 da Constituição Federal. 
O Fundeb foi criado pelo Governo Federal para garantir que Estados, DF e Municípios pudessem contar com recursos garantidos à educação básica. Para operacionalização do Fundeb, porcentagens fixas de algumas transferências recebidas por Estados, DF e Municípios são retidas e incorporadas ao Fundo, que atribui os recursos fundamentados no número de alunos matriculados na educação básica, equilibrando os gastos entre as regiões do País e propiciando a valorização dos profissionais do magistério, concorrendo para a melhoria quantitativa e qualitativa da educação.
Os repasses dos recursos do FNDE ocorrem perante três tipos de ações de assistência financeira: a direta, a automática e a decorrente de convênios.
A LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – nº 9.394/96), no art. 69, § 5º, estabelece que o órgão responsável pela educação seja o gestor/administrador dos recursos da educação. Os recursos do Fundeb devem ser apresentados de acordo com esse dispositivo legal, sendo:
Federal – a União participa da composição e distribuição dos recursos; 
Estadual – os Estados participam da composição, da distribuição, do recebimento e da aplicação final dos recursos; 
Municipal – os Municípios participam da composição, do recebimento e da aplicação final dos recursos.
Dessa forma o Governo Federal junta a maior parte dos recursos que serão enviados à educação básica do país e depois distribui da mesma forma para os estados, Distrito Federal e municípios de acordo com o número de alunos matriculados,conforme os dados do censo escolar do ano anterior a vigência. São tidos entre os critérios de distribuição as modalidades (regular, especial, Educação de Jovens e Adultos – EJA, integral, indígena e quilombola) e os tipos de estabelecimentos de ensino da educação básica das redes públicas de ensino estaduais e municipais.
Na Educação básica é considerada uma jornada escolar com duração igual ou superior a sete horas diárias, no decorrer de todo o período letivo, atingindo o tempo total que um mesmo aluno permanece na escola ou em atividades escolares; anos iniciais do ensino fundamental: as primeiras quatro ou cinco séries ou os primeiros quatro ou cinco anos, de oito ou de nove anos de duração, de acordo com o caso.
O Conselho do Fundeb tem a função principal de atuar ao acompanhamento e ao controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do Fundo, no espaço de cada esfera municipal, estadual, distrital ou federal. Os trabalhos a cargo do Conselho do Fundeb não são remunerados e não engloba a estrutura administrativa do Governo. 
O parágrafo único do artigo 27 da Lei nº 11.494/2007, acrescentam outras funções ao Conselho do Fundeb, tais como: 
· Supervisionar a realização do censo escolar;
· Elaborar a proposta orçamentária anual, no meio de suas concernentes esferas governamentais de atuação;
· Instruir, com parecer, as prestações de contas a serem expostas ao respectivo Tribunal de Contas. O declarado parecer deve ser apresentado ao Poder Executivo respectivo até 30 dias antes do vencimento do prazo para apresentação da prestação de Contas ao Tribunal;
· Acompanhar e fiscalizar a execução dos recursos federais transferidos à conta do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar – PNATE, analisando os registros contábeis e os demonstrativos gerenciais relativos aos recursos repassados, sendo responsável pelo recebimento e análise da Prestação de Contas desses Programas, encaminhando ao FNDE o Demonstrativo Sintético Anual da Execução Físico-Financeira, acompanhado de parecer conclusivo e, além disso, notificar o órgão Executor dos Programas e o FNDE quando houver ocorrência de eventuais irregularidades na utilização dos recursos.
Os Conselhos Municipais do Fundeb devem ser formados por, no mínimo, 9 (nove) membros seguindo o seguinte quantitativo:
· 02 representantes do Poder Executivo Municipal, dos quais pelo menos 01 da Secretaria Municipal de Educação ou órgão educacional equivalente;
· 01 representante dos professores da educação básica pública;
· 01 representante dos diretores das escolas básicas públicas;
· 01 representante dos servidores técnico-administrativos das escolas básicas públicas;
· 02 representantes dos pais de alunos da educação básica pública;
· 02 representantes dos estudantes da educação básica pública, um dos quais indicado pela entidade de estudantes secundaristas. 
Apesar de que exista o número mínimo de nove membros para a composição do Conselho do Fundeb, na legislação não existe limite máximo para esse número, devendo, contudo, ser atentada a igualdade na distribuição das representações citadas acima.
A legislação determina a obrigatoriedade dos governos estaduais, distritais e municipais apresentarem a comprovação do uso dos recursos do Fundo em três momentos diferentes, quais sejam: mensalmente ao Conselho de Acompanhamento e Controle Social do Fundeb, através de apresentação de relatórios gerenciais sobre o recebimento e emprego dos recursos do Fundo (art. 25 da Lei nº 11.494/2007), bimestralmente por meio de relatórios do respectivo Poder Executivo, resumindo a execução orçamentária, comprovando as despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, em favor da educação básica e anualmente ao especifico Tribunal de Contas (Estadual/Municipal), de acordo com instruções dessa Instituição. Essa prestação de contas deve ser formada com parecer do Conselho (art. 27 da Lei nº 11.494/2007, c/c arts. 56 e 57 da LC nº 101/2000).
2.2. OUTROS PROGRAMAS DO FNDE
O (PNAE) que é o Programa Nacional de Alimentação Escolar foi elaborado em 1954, proporcionando aos estados e municípios recursos financeiros para a compra de alimentos para a educação infantil e ensino fundamental. Atualmente, o valor é repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada aluno, é definido conforme a etapa e modalidade de ensino. 
O Programa Brasil Alfabetizado que difunde o ensino fundamental a jovens com 15 anos ou mais, adultos e idosos promovendo a alfabetização para todos.
O (PNLD) Programa Nacional do Livro Didático que tem o objetivo de ofertar material didático gratuito, a todas as escolas com ensino fundamental público que são parceiras do programa Brasil Alfabetizado. 
O (PDDE) Programa Dinheiro Direto na Escola que destina recursos calculados conforme o número de alunos do ano anterior por meio do Censo escolar para a compra de material permanente, materiais de manutenção e de consumo, que proporciona o bom funcionamento de uma escola; capacita os profissionais da educação; avalia a aprendizagem; implementa o projeto pedagógico; e desenvolve atividades educacionais. 
O (PEJA) que apoia o Atendimento a Educação de Jovens e Adultos usa verbas para acrescentar na compra de livros didáticos, contratação temporária de professores, aquisição de gêneros alimentícios e formação constante de docentes. 
O (PNATE) Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar transfere recursos financeiros para o transporte escolar rural da educação básica aos Estados e Municípios. 
O (PNBE) Programa Nacional Biblioteca na Escola que incentiva a leitura e dá ingresso à cultura a alunos, professores e a comunidade em geral, com a distribuição de livros de diversas literaturas para apoiar o desenvolvimento do leitor. 
O (PNSE) Programa Nacional de Saúde do Escolar desfruta de ajuda financeira aos municípios para a compra e distribuição de óculos para alunos da 1ª série do ensino fundamental de escolas públicas municipais e estudais que estão com problemas na visão.
3. GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA DOS RECURSOS FINANCEIROS 
Hoje se fala muito sobre uma gestão escolar democrática, mas para que isso aconteça no ambiente escolar é essencial um amplo conhecimento dos recursos enviados para a instituição que são fundamentais para uma gestão financeira organizada, comprometida e conhecedora de procedimentos eficientes atuando o gestor como um ampliador e disseminador de competências, além de oferecer um ensino de qualidade com transparência e compromisso focando e ajudando também na parte pedagógica.
No ponto de vista da gestão democrática, são essenciais os princípios da autonomia, descentralização e participação. A autonomia escolar em algumas situações são reduzidas ao meio financeiro. Porém este princípio é muito mais abrangente e essencial para a gestão democrática, pois abrange aspectos jurídicos, financeiros, pedagógicos e administrativos. 
Ao analisar a LDB 9394/96 no que diz respeito à Gestão Democrática, pode se considerar um avanço, uma vez que seu Art. 14 afirma que “os Sistemas de Ensino definirão as normas da Gestão Democrática do ensino público na Educação Básica, conforme as suas peculiaridades”, de acordo com os seguintes princípios: 
I – Participação dos profissionais da educação no projeto pedagógico da escola; 
II – Participação das comunidades escolar e local em conselhos Escolares ou equivalentes. 
Assim, o gestor deve incluir toda a comunidade nas tomadas de decisões em todo o meio escolar especialmente em quais as prioridades e necessidades da escola para serem investidos os recursos recebidos pela instituição para que o mesmo não seja destinado de uma maneira mal elaborada.
A gestão escolar administrativa engloba as questões de equipamentos materiais que a escola possui, patrimônio, o prédio, até a legislação escolar, financeira, entre outros. Dessa forma a equipe gestora tem como função coordenar e orientar todos os esforços, para que a escola obtenha os melhores resultados possíveis no sentido de atendimento às necessidades dos processosde ensino e aprendizagem como um geral.
Observando a gestão democrática o autor relata: 
O sentido etimológico do termo gestão vem de “gentio”, que por sua vez vem do “gerere” (trazer em, produzir). Gestão é o ato de administrar um bem fora-de-si (alheio), “mas também é algo que traz em si porque nele está contido. E o conteúdo deste é a própria capacidade de participação, sinal maior da democracia”. (CURY, 1997, p. 27). 
Os processos compostos dentro de uma escola devem ser compartilhados proporcionando uma gestão mais democrática e transparente até mesmo na formação do projeto político pedagógico, a implementação de conselhos de escolas que induzem a gestão escolar como um todo, à medida que, garantem a autonomia administrativa, pedagógica objetivando a qualidade no ensino público.
A administração escolar ou gestão escolar é uma prática educativa onde no Brasil podemos dizer que existem três modelos de gestão escolar, a gestão burocrática, a gestão democrática e a gestão gerencial alguns ficando mais visíveis que outros, em determinados momentos no andamento da história da educação.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96, declara o princípio da gestão democrática, evidenciando que: 
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: 
[...]. VIII - gestão democrática do ensino público na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino [...]. 
Artigo 14 - Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola; 
II - participação da comunidade escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes; (BRASIL, 1996).
Tendo um papel importante na gestão democrática e que são instrumentos para se exercitar a autonomia da escola e o exercício desta autonomia é uma construção constante e coletiva a Associação de Pais e Mestres (APMs) e o conselho escolar se tornam um meio de atuação daqueles que esperam melhorias na qualidade de ensino proporcionando o envolvimento dos mesmos nas importantes decisões tomadas pela escola. 
Segundo Antunes (2000, p.72):
 “Acredita-se que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola, gestão, professores, pais promovem, para todos, o domínio dos conhecimentos e do desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos...” 
Desta forma observa-se que a democracia tem um foco na qualidade do ensino oferecido pela instituição por meio da participação coletiva nas tomadas de decisões para o desenvolvimento integral do aluno tendo apenas onde exista a pratica da gestão democrática.
Nesse sentido, Luck (2002, p. 66), diz que: 
 “A participação significa, portanto, a intervenção dos profissionais da educação e dos usuários (alunos e pais) na gestão da escola. Há dois sentidos de participação articulados entre si: a) a de caráter mais interno, como meio de conquista da autonomia da escola, dos professores, dos alunos, constituindo prática formativa, isto é, elemento pedagógico, curricular, organizacional; b) a de caráter mais externo, em que os profissionais da escola, alunos e pais compartilham, institucionalmente, certos processos de tomada de decisão”. 
Quando a comunidade participa da tomada de decisões, ela toma conhecimento da forma e do uso dos recursos aplicados, pelos governantes e pelos gestores, ajudando para um bom andamento e desenvolvimento da educação e assim com essa gestão democrática e transparente o gestor estará sendo um multiplicador de competências em gestão dos recursos financeiros atribuídos a sua instituição além de oferecer um ensino de qualidade com transparência e compromisso.
Desta maneira o governo lança mão de planos que se juntam ao discurso da gestão democrática assim como o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), o Programa Nacional de Fortalecimento de Conselhos Escolares, Plano de Mobilização Social pela Educação, entre outros que mostram o discurso da responsabilidade da sociedade civil no assentamento de uma escola pública de qualidade.
O PDDE atende desde 1995 escolas públicas do Ensino Fundamental e escolas privadas de Educação Especial. No caso das públicas, o dinheiro é depositado anualmente em uma conta do conselho escolar, da associação de pais e mestres (APM) ou do caixa escolar. O dinheiro proporciona uma maior autonomia da gestão, já que é usado conforme as necessidades físicas e pedagógicas da escola.
As prioridades são definidas com a comunidade escolar. Para que se atenda o maior número de alunos possível, não basta apenas ouvir os professores, mas também pais e os funcionários.
 Para que a escola continue no programa, precisa prestar contas à prefeitura ou ao estado, que depois envia os dados para o FNDE. Uma das regras para usar o dinheiro do PDDE é a permissão de compra de material permanente, como televisor, bebedouro ou impressora. Conservação, manutenção e pequenos reparos. Exemplos: contratação de serviços de jardinagem, troca de lâmpadas ou conserto de encanamento e de instalação elétrica, papel higiênico e produtos de limpeza, implementação de projetos pedagógicos, a aplicação dos recursos deve sempre requerer à melhoria da qualidade do ensino, mas é proibido pagamento de funcionários, despesas com festas e comemorações como recepções, pagamento de contas de água, luz, telefone e qualquer outra taxa, compra de combustível e manutenção de veículos para ações administrativas, pagamento de tributos que não refletem sobre bens obtidos ou serviços contratados de acordo com o programa, despesas de ações que sejam objeto de outros programas e projetos do FNDE.
Conhecer esses programas e suas aplicações é essencial para se ter uma educação de qualidade focada no ensino de forma efetiva sendo a participação a condição básica para a gestão democrática, pois uma não é possível sem a outra, a gestão democrática e o diálogo vasto e transparente são, pois, os caminhos para motivar pessoas, garantir e efetivar a qualidade social da educação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo que tenha um papel central na garantia de um ensino de qualidade nas escolas públicas, o FNDE ainda é um órgão desconhecido de grande parte da sociedade precisando assim o gestor das instituições entender sobre os recursos enviados a sua escola e com uma gestão democrática incentivar e dispersar a ideia da participação coletiva de toda a comunidade na tomada de decisões principalmente ao destino do investimento desses recursos para o aumento da educação de qualidade.
O Governo Federal criou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) com o objetivo de garantir que Estados, Distrito Federal (DF) e Municípios pudessem contar com recursos financeiros relacionados à educação, concorrendo para o aumento do atendimento à educação básica e à melhoria qualitativa do ensino ofertado.
Dessa forma é essencial lembrar que o Fundeb tem por obrigação a redução das desigualdades socioeconômicas e culturais, precisando criar condições materiais adequadas à obtenção da igualdade real e de uma existência digna, uma vez que o acesso à educação é um direito social previsto na Constituição Federal por isso a importância da participação do gestor e de toda a comunidade nesse instrumento de política educacional.
Porém, não se deve julgar a eficiência e eficácia da gestão escolar como se dependesse somente do gestor educacional, mas também depende da ligação, da responsabilidade e participação da comunidade escolar, em que o Círculo de Pais e Mestres e/ou o Conselho Escolar, os alunos, professores e demais profissionais da educação, em um trabalho em conjunto, esperam pelos mesmos objetivos, mas é importante que cada um compreenda seus direitos e construam em conjunto no cotidiano escolar relações educativa e democrática.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo.Os sentidos do trabalho pedagógico. São Paulo: Biotempo, 2000.
BRASIL, FNDE, História. Disponível em: <http://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional>. Acesso em 10 de Junho de 2021.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília.
BRASIL. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos escolares. In: Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil. Brasília-DF. 2006.
CURY, C. R. J. Gestão democrática da educação, 1997.
CURY, C.R.J. Os conselhos de educação e a gestão dos sistemas. In: FERREIRA, N. S. C. Gestão democrática da educação: ressignificando conceitos Declaração de Nova Dehli, 6 de dezembro de 1993.
EDNIR, Mazda. Bicho de sete cabeças: para entender o financiamento da educação brasileira. São Paulo: Petrópolis. Ação Educativa, 2009.
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996(1996). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. <http://www.fnde.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/legislacao/item/3308-lei-n%C2%BA-9394-de-20-de-dezembro-de-1996>. Acesso em 24 de Junho de 2021.
LUCK, Heloisa. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
Manual de orientação para constituição de unidade executadora. Brasília, DF: [s.n.], 2009b.
Ministério da Educação. FNDE. FUNDEB – Manual de Orientação. Brasília: FNDE, 2009. 
Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Prestação de contas ordinárias anual. Relatório de gestão do exercício de 2010. Brasília, DF: FNDE, 2011a. <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/gde/index.htm>. Acesso em 27 de Junho de 2021.

Outros materiais