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etica tema1 aula 29 10 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação 
 
 
ENGENHARIA ELÉTRICA 
ÉTICA 
Ano letivo 2012 / 2º Semestre 
 
Tema 1: Noções sobre filosofia, método dialético e método cartesiano 
 
 
A seguir são apresentados três pequenos textos que tratam respectivamente de: 1) conceitos elementares de 
filosofia (“o que é filosofia?”1); 2) conceitos sobre o pensamento (método) cartesiano2; e 3) conceitos sobre o 
pensamento (método) dialético3. Estes textos servem de subsídio para discutirmos sobre noções de filosofia e os 
métodos cartesiano e dialético. 
Atividades para a aula 2 – dia 29/10/2012 
 
1) Apresentação dos grupos 
Grupo responsável: Éder Mesquita, Eduardo Neto, Pedro Henrique e Rubens Pires – (grupo 6). 
 
O grupo apresentará o tema 1 de forma crítica, buscando fazer uma abordagem objetiva e trazendo novos 
aspectos sobre o assunto. Ou seja, visando destacar os aspectos mais relevantes dos textos de forma objetiva, 
organizada e assertiva em um período de 30 minutos. Sugere-se fortemente a utilização de recursos áudio 
visuais, tais como projetor, imagens, músicas, etc, de forma criativa e motivadora. 
Após a apresentação do grupo, o assunto será discutido por toda a sala. Portanto, é interessante que todos os 
participantes anotem suas questões e observações, para participarem nesse segundo momento de discussão do 
tema. 
 
2) Questões escritas 
As questões a seguir, a respeito dos textos apresentados, devem ser respondidas por escrito e entregues no 
início da aula, de forma individual, por todos os alunos da disciplina, inclusive aqueles do grupo que realizará a 
apresentação. 
Questão 1: O que é filosofia para você? (responda em até 50 palavras, aproximadamente). 
Questão 2: Apresente os principais aspectos do pensamento cartesiano e do pensamento dialético. Geralmente, 
em que áreas do conhecimento esses métodos são preferencialmente adotados? (responda em um texto de até 
dois parágrafos). 
 
1 Livro “Introdução à Filosofia” de João Mattar – Ed. Pearson 
2 http://cogitodescartes.wordpress.com/pensamento-cartesiano/ <acesso em 8/8/2011> 
3 http://pt.wikipedia.org/wiki/Método_dialético <acesso em 8/8/2011> 
Pensamento Cartesiano 
Fonte: http://cogitodescartes.wordpress.com/pensamento-cartesiano/ <acesso em 8/8/2011> 
No contexto histórico em que René Descartes viveu, foram observadas profundas mudanças nos 
contextos político, social e científico da época. A ideia de modernidade estava diretamente 
relacionada ao sentimento de mudança, através da valorização do indivíduo e a oposição à 
autoridade da fé. 
Durante a Idade Média, quase não houve questionamentos sobre as questões filosóficas feitas por 
leigos, já que a Igreja Católica tinha enorme influência sobre a sociedade e limitava a produção de 
conhecimento por aqueles que não pertenciam ao clero. Dessa maneira, a filosofia medieval era 
fortemente marcada pela religião. 
Contudo, as novas percepções trazidas com o desenvolvimento científico dos séculos XV e XVI, 
como os novos modelos astronômicos trazidos por Nicolau Copérnico e Gaileu Galilei, que 
contestavam a visão religiosa medieval de que a Terra era o centro do Sistema Solar, irão motivar 
uma nova forma de encarar o mundo. 
Dessa maneira, o pensamento cartesiano está fortemente baseado nesse novo modelo de se fazer 
ciência, a partir da busca do progresso e conhecimento. Assim, René Descartes é considerado o 
primeiro filósofo moderno. 
Isso se deve ao fundamento de seu pensamento, baseado na “dúvida radical”: o filósofo parte do 
questionamento “Será que nossos sentidos não nos enganam sempre? O que garante que nossa 
existência não passe de um sonho?” para assim, chegar a uma verdade sólida, incontestável. 
Contudo, deve-se levar em conta que Descartes não era um cético, mas sim, um racionalista que 
baseava sua filosofia a partir da razão. 
Em sua obra Discurso do Método, Descartes afirma que o erro é resultado do mau uso da razão e por 
isso, seria necessário criar um método que evitasse esse erro, a partir de um procedimento que 
garantisse o sucesso do conhecimento, pautado por regras e princípios básicos. 
 
 
Capa do "Discurso do Método" 
 
Em Discurso do Método, Descartes faz as seguintes considerações sobre seu método, enumerando 
as quatro regras básicas: 
“Assim, em lugar desse grande número de preceitos que se compõe à lógica, julguei que me 
bastariam os quatro a seguir, desde que eu tomasse a firme resolução de jamais deixar de observá-
los. 
A primeira regra é a evidencia: jamais aceitar uma coisa como verdadeira que eu não soubesse ser 
evidentemente como tal. 
A segunda, a regra da análise: dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas 
partes quantas possíveis e quantas necessárias para melhor resolvê-las; 
A terceira, a regra da síntese: conduzir por ordem meus pensamentos, a começar pelos objetos 
mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para galgar pouco a pouco, como que por graus, 
até o conhecimento dos mais complexos,. 
E finalmente a quarta: fazer em toda parte enumerações tão complexas e revisões tão gerais que eu 
tivesse certeza de nada ter omitido”. 
 
“Penso, Logo Existo” 
A frase “Penso, logo existo” (em latim “Cogito ergo sum”) é uma das mais conhecidas expressões 
filosóficas. Entretanto, qual é seu significado? Trata-se da conclusão do “argumento do cogito”, em 
que o filósofo pretende encontrar um fundamento seguro para a construção do “edifício do 
conhecimento”. 
Descartes procurava uma certeza que não pudesse ser contestada pelos céticos, através de um 
método seguro, reconstruindo seu conhecimento com uma base sólida, racional. 
Para isso, é necessário colocar em questionamento tudo aquilo que parece ser uma verdade 
absoluta, já que, caso haja o menor motivo para a dúvida, toda e qualquer sentença deve ser 
rejeitada. Dessa forma, a dúvida torna-se um estimulo à certeza, à verdade. 
Descartes chegou a essa conclusão levando a dúvida “as suas últimas conseqüências”: ele afirma 
que não podemos confiar em nossos sentidos, já que não podemos saber se vivemos na realidade ou 
em um eterno sonho. O filósofo argumenta que poderíamos ter sido criados por um “gênio maligno”, 
que nos engana sobre a existência de todas as coisas. 
Contudo, Descartes afirmava que “por mais que eu seja enganado, ele jamais poderá fazer com que 
eu não seja nada, enquanto eu pensar ser alguma coisa”. Ou seja, “eu penso, eu existo”, a verdade 
necessária do cogito. Assim, Descartes chegou a conclusão de que se ele estava pensando num 
certo momento, então sua existência era, naquele momento, certa e real. 
 
As ideias 
Desse jeito, Descartes mostrou que a mente é composta por ideias, que ter uma ideia é pensar sobre 
algo, ou seja, existir. O filósofo argumentava que “As idéias são em mim como quadros ou 
imagens”. Ele identificou três tipos de ideias: 
-as idéias inatas, que não precisam de uma experiência anterior, mas se encontram na pessoa desde 
o momento de seu nascimento, como as idéias de infinito e perfeição; 
-as idéias adventícias, que formamos a partir de nossa experiência e que dependem de nosso modo 
de sentir o mundo ao nosso redor sensível, podendo levar ao engano ou à dúvida (cada um sente de 
uma maneira diferente); 
-e as idéias factícias, que formamos em nossa mente a partir dos elementos de nossa experiência, 
como por exemplo a idéia de seres fantásticos que aprendemos nas histórias. 
O raciocínio cartesiano, com base nesses diferentes tipos de ideias pode ser explicado a partir da 
concepção da existência de Deus, que funciona como a garantia do conhecimento do mundo. 
O filósofo aponta que: 
“Esse raciocínio parte do reconhecimento da idéia de Deus como um ser perfeito em minha mente, 
mostrando que essa idéia só pode acontecer porque eu sei que Deus é o símbolo da perfeição, já 
que não somos perfeitos. Isso, portanto, é uma idéia inata, colocada emmim por Deus, possuindo 
clareza e distinção, como uma „marca do artista‟ impressa em sua obra”. 
 
Método Dialético 
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Método_dialético <acesso em 8/8/2011> 
Dialética (AO 1945: dialéctica) (do grego διαλεκτική (τέχνη), pelo latim dialectĭca ou dialectĭce) é um 
método de diálogo cujo foco é a contraposição e contradição de ideias que leva a outras ideias e que 
tem sido um tema central na filosofia ocidental e oriental desde os tempos antigos. 
"Aos poucos, passou a ser a arte de, no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma 
argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão. 
"Aristóteles considerava Zenão de Eleia (aprox. 490-430 a.C.) o fundador da dialética. Outros 
consideraram Sócrates (469-399 AEC)". (Konder, 1987, p. 7). 
Um dos métodos diáleticos mais conhecidos é o desenvolvido pelo filósofo alemão Hegel (1770-
1831). 
Visões sobre a dialética 
O conceito de dialética, porém, é utilizado por diferentes doutrinas filosóficas e, de acordo com cada 
uma, assume um significado distinto. 
Para Platão, a dialética é sinônimo de filosofia, o método mais eficaz de aproximação entre as ideias 
particulares e as ideias universais ou puras. É a técnica de perguntar, responder e refutar que ele 
teria aprendido com Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.). Platão considera que apenas através do diálogo 
o filósofo deve procurar atingir o verdadeiro conhecimento, partindo do mundo sensível e chegando 
ao mundo das ideias. Pela decomposição e investigação racional de um conceito, chega-se a uma 
síntese, que também deve ser examinada, num processo infinito que busca a verdade. 
Aristóteles define a dialética como a lógica do provável, do processo racional que não pode ser 
demonstrado. "Provável é o que parece aceitável a todos, ou à maioria, ou aos mais conhecidos e 
ilustres", diz o filósofo. 
O alemão Immanuel Kant retoma a noção aristotélica quando define a dialética como a "lógica da 
aparência". Para ele, a dialética é uma ilusão, pois baseia-se em princípios que são subjetivos. 
O método dialético possui várias definições, tal como a hegeliana, a marxista entre outras. Para 
alguns, ela consiste em um modo esquemático de explicação da realidade que se baseia em 
oposições e em choques entre situações diversas ou opostas. Diferentemente dométodo causal, no 
qual se estabelecem relações de causa e efeito entre os fatos (ex: a radiação solar provoca a 
evaporação da água, esta contribui para a formação de nuvens, que, por sua vez, causa as chuvas), 
o modo dialético busca elementos conflitantes entre dois ou mais fatos para explicar uma nova 
situação decorrente desse conflito. 
Método dialético 
Os elementos do esquema básico do método dialético são a tese, antítese e a síntese. 
A tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A antítese é uma oposição à tese. Do conflito 
entre tese e antítese surge a síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos 
resultantes desse embate. A síntese, então, torna-se uma nova tese, que contrasta com uma nova 
antítese gerando uma nova síntese, em um processo em cadeia infinito. 
A filosofia descreve a realidade e a reflete, portanto a dialética busca, não interpretar, mas refletir 
acerca da realidade. Por isso, seus três momentos (tese, antítese e síntese) não são um método, 
mas derivam da dialética mesma, da natureza das coisas. 
A dialética é a história do espírito, das contradições do pensamento que ela repassa ao ir da 
afirmação à negação. Em alemão aufhebensignifica supressão e ao mesmo tempo manutenção da 
coisa suprimida. O reprimido ou negado permanece dentro da totalidade. 
Esta contradição não é apenas do pensamento, mas da realidade, já que ser e pensamento são 
idênticos. Esta é a proposição da dialética como método a partir de Hegel. Tudo se desenvolve pela 
oposição dos contrários: filosofia, arte, ciência e religião são vivos devido a esta dialética. Então, tudo 
está em processo de constante devir. 
História da dialética 
A dialética hegeliana é idealista, aborda o movimento do espírito. A dialética marxista é um método 
de análise da realidade, que vai do concreto ao abstrato e que oferece um papel fundamental para o 
processo de abstração. Engels retomou, em seu livro, "A Dialética da Natureza", alguns elementos de 
Hegel, concebendo a dialética como sendo formada por leis; esta tese será desenvolvida por Lênin e 
Stálin. Por outro lado, outros pensadores irão criticar ferrenhamente esta posição, qualificando-a de 
não-marxista. Assim, se instaurou uma polêmica em torno da dialética. 
Até hoje não foi definido quem teria sido o fundador da dialética: alguns acreditam que tenha sido 
Sócrates, e outros, assim como Aristóteles, acreditam que tenha sido Zenão de Eleia. Na Grécia 
Antiga, a dialética era considerada a arte de argumentar no diálogo. Atualmente é considerada como 
o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendermos a realidade como 
essencialmente contraditória e em permanente transformação. Desde a Grécia Antiga, a dialética 
sempre encontrou quem fosse contra, como Parmênides, mesmo vivendo na mesma época do mais 
radical pensador dialético: Heráclito. Para compreensão do tema, o autor passa por vários itens, 
começando pelo trabalho. 
Heráclito foi o pensador dialético mais radical da Grécia Antiga. Para ele, os seres não têm 
estabilidade alguma, estão em constante movimento, modificando-se. É dele a famosa frase “um 
homem não toma banho duas vezes no mesmo rio”, porque nem o homem nem o rio serão os 
mesmos. No século XX, Osho Rajneesh, nascido na Índia, retoma o pensamento de Heráclito sobre a 
dialética com a publicação do livro "A Harmonia Oculta: Discursos sobre os fragmentos de Heráclito". 
Porém, na época, os gregos preferiram acreditar na metafísica de Parmênides, a qual pregava que a 
essência do ser é imutável, e as mudanças só acontecem na superfície. Esse pensamento 
prevaleceu, por atender aos interesses da classe dominante, na época. Para sobreviver, a dialética 
precisou renunciar às expressões mais radicais, conciliando-se com a metafísica. 
Depois de um século, Aristóteles reintroduziu a dialética, sendo responsável, em boa parte, pela sua 
sobrevivência. Ele estudou muito sobre o conceito de movimento, que seriam potencialidades, 
atualizando-se. Graças a isso, os filósofos não deixaram de estudar o lado dinâmico e mutável do 
real. Com a chegada do feudalismo, a dialética perdeu forças novamente, reaparecendo, no 
Renascimento e no Iluminismo. A Tese, juntamente com a Antítese forma a Síntese, que volta a ser 
uma Tese. 
Dialética e trabalho 
Com o trabalho surge a oportunidade do ser humano atuar em contraposição à natureza. O homem 
faz parte da natureza, mas com o trabalho, ele vai além. Para Hegel, o trabalho é o conceito chave 
para compreensão da superação da dialética, atribuindo o verbo suspender (com três significados): 
negação de uma determinada realidade, conservação de algo essencial dessa realidade e elevação a 
um nível superior. Mas Marx criticou Hegel, pois Hegel não viveu nessa realidade, apenas em sala de 
aula e bibliotecas, não enxergando problemas como a alienação nesse trabalho. 
Na ordem, a segunda contradição é justamente essa alienação. O trabalho é a atividade na qual o 
homem domina as forças naturais, cria a si mesmo, e torna-se seu algoz. Tudo isso devido à divisão 
do trabalho, propriedade privada e o agravamento da exploração do trabalho sob o capitalismo. Mas 
não são apenas os trabalhadores que foram afetados. A burguesia também, pela busca do lucro não 
consegue ter uma perspectiva totalizante. 
Dialética e totalidade 
A visão total é necessária para enxergar, e encaminhar uma solução a um problema. Hegel dizia que 
a verdade é o todo. Que se não enxergamos o todo, podemos atribuir valores exagerados a verdades 
limitadas, prejudicando a compreensão de uma verdade geral. Essa visão é sempre provisória, nunca 
alcançauma etapa definitiva e acabada, caso contrário a dialética estaria negando a si própria. 
Logo é fundamental enxergar o todo. Mas nunca temos certeza que estamos trabalhando com a 
totalidade correta. Porém a teoria fornece indicações: a teoria dialética alerta nossa atenção para as 
sínteses, identificando as contradições concretas e as mediações específicas que constituem o 
“tecido” de cada totalidade. Sendo que a contradição é reconhecida pela dialética como princípio 
básico do movimento pelo qual os seres existem. 
Na dialética, fala-se também na “fluidificação” dos conceitos. Isso porque a realidade sempre está 
assumindo novas formas, e assim o conhecimento (conceitos) precisam aprender a ser “fluidos”. 
Engels junto com Karl Marx sempre defenderam o caráter materialista da dialética. Ele resumiu a 
dialética em três leis. A primeira lei é sobre a passagem da quantidade à qualidade, mas que varia no 
ritmo/período. A segunda é a lei da interpenetração dos contrários, ou seja, a ideia de que tudo tem a 
ver com tudo, que os lados que se opõem, são na verdade uma unidade, na qual um dos lados 
prevalece. A terceira lei é a negação da negação, na qual a negação e a afirmação são superadas. 
Porém, essas leis devem ser usadas com precaução, pois a dialética não se deixa reduzir a três leis 
apenas. 
Após a morte de Marx, Lênin foi um dos revolucionários que lutaram contra a deformação da 
concepção marxista da história. A partir dos estudos da obra de Hegel, Lênin aplicou os 
conhecimentos na prática, como na estratégia que liderou a tomada do poder na Rússia. Com a 
morte de Lênin, vem uma tendência anti-dialética com Stálin, que desprezava a teoria. Ele chegou a 
“corrigir” as três leis de Engels, traçando por cima, quatro itens fundamentais para ele: conexão 
universal e interdependência dos fenômenos; movimento, transformação e desenvolvimento; 
passagem de um estado qualitativo a outro; e luta dos contrários como fonte interna do 
desenvolvimento. 
Enfim, o método dialético nos incita a revermos o passado, à luz do que está acontecendo no 
presente, ele questiona o presente em nome do futuro, o que está sendo em nome do que “ainda não 
é”. É por isso que o argentino Carlos Astrada define a dialética como “semente de dragões”, a qual 
alimenta dragões que talvez causem tumulto, mas não uma baderna inconsequente. 
Método dialético 
As leis da dialética 
Por causa das diferentes interpretações quanto ao número de leis fundamentais do método dialético 
pelos autores, para facilitar, podemos dizer que são quatro leis: 
1. ação recíproca, unidade polar ou "tudo se relaciona"; 
2. mudança dialética, negação da negação ou "tudo se transforma"; 
3. passagem da quantidade à qualidade ou mudança qualitativa; 
4. interpenetração dos contrários, contradição ou luta dos contrários. 
Deve-se ressaltar que essas regras da dialética são exclusivamente adotadas pela dialética 
marxista. 
Ação recíproca 
Segundo Engels (In: Politizer, 1979:214), a dialética é a "grande ideia fundamental segundo a qual o 
mundo não deve ser considerado como um complexo de coisas acabadas, mas como um complexo 
de processos em que as coisas, na aparência estáveis, do mesmo modo que os seus reflexos 
intelectuais no nosso cérebro, as ideias, passam por uma mudança ininterrupta de devir e 
decadência, em que finalmente, apesar de todos os insucessos aparentes e retrocessos 
momentâneos, um desenvolvimento progressivo acaba por se fazer hoje". 
Isso significa que para a dialética, as coisas não são analisadas na qualidade de objetos fixos, mas 
em movimento: nenhuma coisa está "acabada", encontrando-se sempre em vias de se transformar, 
desenvolver; o fim de um processo é sempre o começo de outro. 
Porém as coisas não existem isoladas, destacadas uma das outras e independentes, mas como um 
todo unido, coerente. 
Stalin, pelo metódo de interdependência e ação recíproca, afirma "que o método dialético considera 
que nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendido, quando encarado isoladamente, fora 
dos fenômenos circundantes; porque, qualquer fenômeno, não importa em que domínio da natureza, 
pode ser convertido num contra-senso quando considerado fora das condições que o cercam, quando 
destacado destas condições; ao contrário, qualquer fenômeno pode ser compreendido e explicado, 
quando considerado do ponto de vista de sua ligação indissolúvel com os fenômenos que o rodeiam, 
quando considerado tal como ele é, condicionado pelos fenômenos que o circundam". 
Politizer et al. citam dois exemplos referentes à primeira lei do método dialético. Determinada mola de 
metal não pode ser considerada à parte do universo que a rodeia, pois foi produzida pelo homem com 
o metal extraído da natureza. Ela está sujeita a modificação pelo fato de atuar sobre a gravidade, o 
calor, a oxidação e assim por diante. Se um pedaço de chumbo for suspenso na mola, este 
distenderá seu ponto de resistência de modo a formar, junto à mola, um todo, tendo estes interação e 
conexão recíproca. A mola é formada por moléculas ligadas entre si e quando não pode se distender 
mais, quebra, ou seja, rompe-se da ligação entre determinadas moléculas. Portanto, a mola não 
distendida, a distendida e rompida apresentam, de cada vez, um tipo diferente de ligações entre as 
moléculas. 
A planta não existe a não ser em unidade e ação que provoca com o meio ambiente. 
Todos os aspectos da realidade prendem-se por laços necessários e recíprocos. 
Mudança dialética 
Todo movimento, transformação ou desenvolvimento opera-se por meio das contradições ou 
mediante a negação de uma coisa - essa negação se refere à transformação das coisas. A dialética é 
a negação da negação. 
A negação da afirmação implica negação, mas a negação da negação implica afirmação. "Quando se 
nega algo, diz-se não. Ora, a negação, por sua vez, é negada. Por isso se diz que a mudança 
dialética é a negação da negação". 
O processo da dupla negação engendra novas coisas ou propriedades: uma nova forma que suprime 
e contém, ao mesmo tempo, as primitivas propriedades. O ponto de partida é a tese, proposição 
positiva: essa proposição se nega ou se transforma em sua contrária - a proposição que nega a 
primeira é a antítese e constitui a segunda fase do processo; quando a segunda proposição, antítese, 
é negada, obtém-se a terceira proposição ou síntese, que é a negação da tese e antítese, mas por 
intermédio de uma proposição positiva superior - a obtida por meio da dupla negação. 
A união dialética não é uma simples adição de propriedades de duas coisas opostas, simples mistura 
de contrários, por isso seria um obstáculo ao desenvolvimento. A característica do desenvolvimento 
dialético é que ele prossegue através de negações. 
Segundo Engels (In: Politzer, 1979:2002), "para a dialética não há nada de definitivo, de absoluto, de 
sagrado; apresenta a caducidade de todas as coisas e em todas as coisas e, para ela, nada existe 
além do processo ininterrupto do devir e do transitório". 
Assim, "quem diz dialética, não diz só movimento, mas, também, autodinamismo" (Politzer, 
1979:205). 
 
Referências bibliográficas 
FOULQUIÉ, Paul. A Dialética. 3.ed. Europa-América, 1978. (Col. saber). 
KONDER, Leandro. O que é Dialética. 17. ed. São Paulo: Brasiliense, 1987. (Col. primeiros passos; 
23). 
KRAPIVIENE, V. O que é o Materialismo Dialéctico? Moscou: Progresso, 1986. (col. abc dos 
conhecimentos sociais e políticos; 6). 
CIRNE LIMA, Carlos Roberto Velho; Dialética para Principiantes; Porto Alegre, PUCRS, 1997 
STÁLIN, Josef. O Materialismo dialético e o materialismo histórico. Edições Manoel Lisboa, 2010. 
 
	etica tema1 aula.pdf
	etica tema 1.pdf
	etica filosofia tema1.pdf
	tema1 p1.pdf
	tema1 p2.pdf
	tema1 p3.pdf
	tema1 p4.pdf
	tema1 p5.pdf
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