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ANTROPOLOGIA CULTURAL AULA 10

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Antropologia cultural
Aula 10: Globalização e identidade: desa�os do
multiculturalismo
Apresentação
Nesta aula, re�etiremos acerca dos vínculos entre identidade e globalização e o caráter contencioso das demandas e
práticas multiculturais.
Objetivos
Identi�car os desa�os do Multiculturalismo em um mundo globalizado.
Analisar o Multiculturalismo no Brasil e sua relação com o nosso processo de formação social e cultural.
Desa�os ao multiculturalismo: o lugar da identidade no contexto
global
Seria preciso admitir que a emergência da identidade como preocupação, como reação ou como projeto já estava implicada
num movimento de proporções internacionais. Durante os anos 80 e 90, as demandas multiculturais tomaram-se
decididamente globais em sua extensão e disseminação.
O caráter contencioso das demandas e práticas multiculturais, em grande parte, reside na dinâmica complexa dos
vínculos entre identidade e globalização.
Se as energias iniciais para as demandas multiculturais podem remontar às lutas pelos direitos civis e aos
desdobramentos dos movimentos estudantis no �nal da década de 60, a disseminação da demandas multiculturais,
entretanto, nem ofusca, nem diminui o potencial polêmico do multiculturalismo.
 Fonte: Google
Assim como o terreno da globalização é disputado, também o é o das identidades coletivas passíveis de constar na lista dos
atores "legítimos" do multiculturalismo.
Mais do que uma emergência pura e simples, tomando a forma de diferenças cuja positividade seria indisputável, as
identidades reivindicadoras de práticas multiculturais estão simultaneamente em processo de construção e em disputa pelo
reconhecimento dos agravos e cenários onde sua postulação cobra ares de objetividade incontestável.
O fato, porém, de que não podemos simplesmente escolher quais
manifestações identitárias poderiam fazer parte da “lista” – por nos
parecerem mais aceitáveis ou progressistas – , e de que há identidades
reativas, intolerantes e fechadas em si mesmas, nos adverte para alguns
desa�os que, postos a estas identidades, estendem-se também às
chamadas "novas identidades" e ao multiculturalismo.
Clique nos botões para ver as informações.
Tradicionalmente, a ideia de identidade foi associada a um "seu-próprio" que não se dividia com outros, que se pretendia
proteger dos outros e que determinava uma uniformidade interna entre os "portadores" de tais atributos.
Além disso, a identidade se revestia de uma atemporalidade que escondia tanto a história de seu desenvolvimento como a
existência de outras possibilidades de sua expressão que foram preteridas ou derrotadas ao longo desta história.
O cenário da globalização, ao alterar os processos tradicionais de produção e reprodução da Identidade, confronta-a com:
a sua própria historicidade e, portanto, com a possibilidade de ser diferente de si mesma (heterogênea consigo
mesma);
a relação ao outro e, portanto, com a necessidade de reconhecer dentro de si a presença (ausente) de outros sujeitos
e de negociar com eles suas demandas e valores.
desa�o da abertura 
A "ameaça" de invasão, destruição ou subordinação que a inserção nos �uxos globais representa para as identidades
localistas ou a resposta ao desa�o da abertura tem cobrado que a identidade trabalhe sobre si mesma: recomponha-se,
investigue-se, critique a si mesma e elabore estratégias para sua atuação e suas relações com outras.
A avaliação permanente das suas condições de existência e de suas chances de melhora relativa no espaço social,
político, econômico e cultural impõe um permanente retorno sobre si mesma que, embora não signi�que a possibilidade
de compensar a perda da estabilidade, a aura atemporal e a falsa homogeneidade que geralmente as experiências
identitárias cultivam, torna-se um elemento habilitador nas relações com outras identidades.
desa�o da re�exividade 
Embora muito se fale sobre a decadência ou a retração da política no contexto contemporâneo, a leitura que oferecemos
aqui só pode insistir sobre a centralidade da política na análise da identidade. Não se trata especi�camente da política
tradicional, centrada na agregação de interesses através dos partidos e seu processamento através dos mecanismos de
políticas governamentais. Trata-se da dimensão política da identidade.
A perda da referência histórica e os deslocamentos colocados pelo contato com o terceiro da globalização exigem das
identidades um esforço de construção. Reivindicar uma origem indiferenciada e imemorial, ou uma visão naturalizada
(determinada pelo nascimento, a condição biológica ou o solo pátrio), não é su�ciente ou mesmo possível para assegurar
sua continuidade/reprodução. Identidades são construções tanto no sentido histórico, como no sentido da ação
estratégica; elas são o resultado de uma série de operações e investimentos coletivos. O fato de que a identidade não se
de�ne de modo autárquico, sem referência com um antagonismo face a um "inimigo", e sem a "costura" de equivalências
entre suas demandas e valores e as de outras, a negociação (que implica em con�ito, argumentação, mobilização e
compromissos) é outra característica do desa�o político à identidade. O peso do global, as assimetrias entre atores
nacionais e locais, o grau de organização interna de cada grupo colocam o desa�o da negociação.
desa�o da política 
Os cenários da globalização não remetem a um sistema centrado e governado a partir de um único conjunto de critérios,
não comportam macro ou microatores imbuídos de pretensões imperiais ou autonomistas, nem assumem o custo da
homogeneização das diferenças.
O desa�o então, que tem estado entre os maiores dilemas e contradições da onda contemporânea da globalização, é o de
que o regime de repartição dos recursos socialmente relevantes para os diferentes grupos que reivindicam inclusão,
justiça ou reconhecimento produza uma tolerância ativa das diferenças no contexto da "consciência possível" da
comunidade nacional, da cultura regional e local , ou seja, assumindo-se que nunca será possível tolerar todas as
diferenças, nem impedir que o intolerável reapareça.
O pluralismo não pode, neste contexto, signi�car um congraçamento geral, uma nova forma de comunidade plena, mas
um espaço de emergência de demandas que não somente expressam injustiças passadas, mas a exclusão sobre a qual
se assenta toda ordem social.
desa�o do pluralismo 
Multiculturalismo no Brasil
A miscigenação dos credos e culturas ocorrem no Brasil desde os tempos
da colonização. Uma das principais características da cultura brasileira é
esta diversidade.
O processo imigratório teve grande importância para a formação desta cultura. O Brasil incorpora em seu território culturas de
todas as partes do mundo. Podemos dizer que este processo de imigração começou em 1530 quando os portugueses deram
início à colonização do Brasil.
Os primeiros imigrantes não-portugueses que vieram para o
Brasil foram os africanos, que eram utilizados como
escravos nas lavouras de café.
Graças ao rápido desenvolvimento das plantações de café,
no Brasil colonização intensi�cou-se a partir de 1818,
quando para cá vieram imigrantes de fora de Portugal à
procura de oportunidades.
Vieram entre outros:
alemães;
eslavos;
italianos;
árabes;
turcos;
japoneses e
suíços.
 
 Capa da revista "O Imigrante",
1908.  Cartaz japonês promovendo a
imigração ao Brasil.
O caso brasileiro é complexo, porque aqui se desenvolveu um
processo colonizador cuja característica fundamental foi a
mestiçagem cultural. A riqueza cultural e étnica do país não é levada
em consideração no quotidiano, tendendo ao estereótipo e à
disseminação de preconceitos.
 Fonte: Pixabay.
Em resposta, os con�itos das minorias não se dão apenas com a maioria, mas muitas vezes entre elas próprias, transformadas
umas para as outras em bode expiatório de sua exclusão social. A discriminação dá-se através de muitas maneiras. Os
nordestinos, por exemplo, são tidos como ignorantes no sul do país, como "gente" inferior, pouco inteligente, feitapara o
trabalho braçal ou outros sem quali�cação que exija cultura e quociente intelectual razoável.
O Brasil é um país de raízes mestiças, e que não constitui historicamente minorias. Deveríamos estar abertos às diferenças
que faz do povo brasileiro um povo tão misto em nossas heranças culturais. É nesta pluralidade e na diversidade dos
brasileiros que se pode construir o presente e perseguir o sonho do futuro possível.
Os efeitos dos debates sobre o multiculturalismo no Brasil mereceriam uma discussão à parte, dada a sua complexidade. O
Brasil parece �car à margem dessas discussões até a década de 1980, data do fortalecimento e visibilidade das chamadas
minorias étnicas, raciais e culturais. A pressão dos novos atores sociais reverbera diretamente no texto da Constituição de
1988, considerada um marco em termos da admissão do nosso pluralismo étnico.
Os efeitos dessas formas renovadas de engajamento
podem ser observados no campo da produção artística,
sobretudo da literatura (fala-se em "escrita feminina",
em "vozes negras", homoerótico etc.).
Na música jovem, das periferias urbanas, de�ne-se o
espaço de uma cultura negra: o funk, o rap, o hip hop.
O campo das artes visuais recebe o impacto dessas problemáticas, a
experiência das minorias aparece tematizada em um ou outro artista , ainda
que pareça difícil localizar aí uma produção de cunho multicultural com
contornos de�nidos.
Atividade
1. O fato de que não podemos simplesmente escolher quais manifestações identitárias poderiam fazer parte da “lista” dos atores
"legítimos" do multiculturalismo e de que há identidades reativas, intolerantes e fechadas em si mesmas, nos adverte para alguns
desa�os que, postos a estas identidades, estendem-se também às chamadas "novas identidades" e ao multiculturalismo.
Cite pelo menos dois desses desa�os.
2. A miscigenação dos credos e culturas ocorrem no Brasil desde os tempos da colonização. Uma das principais características
da cultura brasileira é esta diversidade. A riqueza cultural e étnica do país não é levada em consideração no quotidiano, tendendo
ao estereótipo e à disseminação de preconceitos. Justi�que essa a�rmativa.
Referências
DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. 5. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
JOHNSON, Allan G. Dicionário de Sociologia: guia prático da linguagem sociológica. São Paulo: Jorge Zahar, 1997.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 18. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
SANTOS, José Luiz dos. Que é cultura. 14. ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.
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