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OBJETIVOS: 1-Analisar a microscopia e macroscópica das áreas relacionadas com a emoção comportamento e memória (sistema límbico) 2-Conhecer as vias relacionadas com a emoção, comportamento e memória 3-Analisar os sinais e sintomas decorrente de lesões das áreas de da emoção, comportamento e memória (sistema límbico) 4-Compreender a classificação dos diferentes tipos de memória e suas alterações SISTEMA LÍMBICO INTRODUÇÃO O SNA é o responsável pelas manifestações fisiológicas, já as manifestações comportamentais são resultantes da ação do sistema nervoso motor somático e essas manifestações comportamentais variam dependendo do tipo de emoção e da espécie (Ex.: A alegria, no homem, se expressa pelo riso, já no cachorro é pelo abanar da cauda). Então, as emoções estão relacionadas com áreas específicas do cérebro que, em conjunto, constituem o sistema límbico. Algumas dessas áreas estão relacionadas também com processos como a fome, sede e sexo, que seriam os estados de necessidade ou desejo de sobrevivência da espécie, os chamados processos motivacionais primários. As áreas encefálicas ligadas ao comportamento emocional também controlam o sistema nervoso autônomo, já que ele tem grande importância na expressão das emoções (como a gente viu quando estudou SNsimpático e parassimpático). HISTÓRICO E CONCEITO Limbo vem do latim e significa contorno, borda, anel e foi assim que Broca denominou um lobo, que ele considerou ser independente, que é o lobo límbico. As estruturas que constituem esse lobo formam, na face medial de cada hemisfério, um anel cortical contínuo que contorna as formações inter-hemisféricas, e é constituído pelo giro do cíngulo, giro para-hipocampal e pelo hipocampo. Esse lobo existe em todos os vertebrados, porque ele é muito antigo. Porém, Broca não relacionou a importância dessas estruturas com a emoção, e durante um tempo, todo mundo achava que as estruturas desse lobo, estivessem envolvidas com o olfato (rinencéfalo). Mas ai, depois de muitos anos, um neuroanatomista chamado James Papez, publicou um trabalho que tentava explicar as emoções. E então, nesse estudo foi que surgiu o conceito de PROBLEMA 10 (SISTEMA LÍMBICO E MEMÓRIA) REFERÊNCIAS ❖ Neuroanatomia Aplicada (Murilo Meneses) – 3ªed ❖ Neuroanatomia Funcional (Ângelo Machado) - 3ª Ed ❖ A neurologia que todo médico deve saber - Nitrini – 2ª ed Como a gente sabe, o ser humano é capaz de ter emoções (que é o conteúdo central e subjetivo) e expressá-las (que é o componente periférico) através do comportamento emocional e manifestações fisiológicas, como quando a gente sente alegria e sorri, tem medo e dilata a pupila ou fica triste e chora. E essa diferença do componente central e subjetivo para o comportamento emocional e manifestações fisiológicas periféricos é real porque, por exemplo, um bom ator pode simular todos os padrões motores da expressão de qualquer emoção, sem que sinta emoção nenhuma. circuito de Papez, que seria um circuito mesmo, que ligaria o córtex ao hipotálamo e tálamo, que para ele, seriam os responsáveis pelas emoções. Esse circuito de Papez é formado pelo hipocampo, fórnix, corpo mamilar, trato mamilotalâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e voltava ao o hipocampo, fechando o circuito. Mas o que levou Papez a inserir o hipocampo e tálamo no circuito? Uma razão que fez Papez imaginar que o hipocampo estivesse envolvido com a emoção, foi o fato de que ele é afetado pelo vírus da raiva. Já quanto ao tálamo anterior, alguns relatos clínicos da época consideravam que lesões dessa área levavam a aparentes perturbações emocionais, como o riso ou o choro espontâneo. Depois de um tempo, Kluver e Bucy reforçaram a importância do circuito de Papez quando macacos que tiveram o ápice dos lobos temporais lesados modificaram muito seu comportamento, e por isso, essas alterações são conhecidas como Síndrome de Klüver e Bucy. Essa síndrome consiste em vários sinais e sintomas clínicos como: a) Animais que antes eram extremamente selvagens e agressivos, passam a ser totalmente domesticados b) Esses animais começam a comer alimentos que eles não comiam antes de sofrerem a lesão. c) Eles perdem a capacidade de reconhecer objetos e animais pela visão; d) Animais que antes causavam medo, como cobra e escorpião, não causam medo a eles mais. e) Começam a colocar na boca todos os objetos que encontra (inclusive os escorpiões); f) O animal começa a querer tentar realizar o ato sexual continuamente, com indivíduos do próprio sexo ou de outra espécie, ou até mesmo, sozinhos. Em pacientes humanos que sofreram uma lesão bilateral do lobo temporal para tratamento de formas graves de epilepsia também foi observado quadros semelhantes a essa síndrome. Mas hoje, a gente já sabe que a agnosia visual que ocorre na Síndrome de Klüver e Bucy resulta de lesão das áreas (20,21) visuais de associação secundárias, que ficam localizadas no córtex do lobo temporal. Já os outros sintomas, são consequência da remoção da amígdala e não do hipocampo. Alguns anos mais tarde, MacLean finalmente popularizou o conceito de sistema límbico, incluindo o circuito de Papez (ou seja, o hipocampo, fórnix, corpo mamilar, trato mamilo-talâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo e giro para- hipocampal) e algumas novas estruturas, como a amígdala e a área septal. Então, para MacLean, esse sistema limbico estaria ligado essencialmente às emoções, e foi isso que permitiu que os animais experimentassem e exprimissem emoções, e os emancipou do comportamento estereotipado ditado pelo tronco encefálico (como a gente viu na tutoria passada). Por fim, depois de vários anos, avanços das pesquisas mostraram que: o circuito de Papez, com exceção da parte anterior do giro do cíngulo, está relacionado com a memória e não com as emoções. Então, o centro do sistema límbico não é mais o hipocampo, como pensava Papez, mas a amígdala. E por isso, o sistema límbico pode ser conceituado como um conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e funcionalmente, relacionadas com as emoções e a memória. Do ponto de vista anatômico, o sistema límbico envolve o lobo límbico e as estruturas com ele relacionadas. Já do ponto de vista funcional, existem dois subconjuntos de estruturas que estão ligadas às emoções e à memória, que são essas subdivisões em áreas corticais e subcorticais que a gente vê ai na imagem e que vamos discutir cada uma nos próximos slides. COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO RELACIONADOS COM AS EMOÇÕES CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR Ai, nessa pesquisa, a ressonância mostrou que o córtex cingular anterior foi ativado quando o momento que a pessoa relembrou, era um momento de tristeza. Porém, em pacientes que apresentavam depressão crônica, em que o córtex cingular anterior é mais fino, essa ativação não aconteceu. Já em pacientes com depressão severa, que obtiveram resultados pouco satisfatórios aos medicamentos, os sintomas desaparecem com estimulação elétrica do córtex cingular anterior. Mas isso não pode ser usado como tratamento porque apesar de ter relação com esse córtex cingular anterior, a fisiopatologia da depressão é mais complexa, e envolve outras áreas no quadro, como os núcleos da habênula e outras áreas encefálicas. CÓRTEX INSULAR ANTERIOR a) Empatia, no Ângelo fala que quando pessoas normais observam situações e imagens dolorosas, como, por exemplo, um dedo preso na porta do automóvel, foi possível perceber nos exames de neuroimagem, que o córtex insular anterior é ativado. E existem evidências que quando uma pessoa sofre uma lesão da ínsula, gera a perda da capacidade de se identificar com outras pessoas e de se colocar no lugar da pessoa, sensibilizando com seu estado emocional, e essa perda de empatia pode ser a base de psicopatias. b)Conhecimento da própria fisionomia como diferente da dos outros: quando uma pessoa se olha no espelho ou vê uma foto dela mesma, esse córtex insular anterior também é ativado, fazendo com que ela tenha conhecimento da sua própria fisionomia e o interessante, é que esse córtex insular não ativa em fotos de outras pessoas, porque o reconhecimento da fisionomia dos outros vai depender de áreas visuais secundárias. c) Esse córtex insular anterior também é ativado na presença ou só com imagens de fezes, vômitos e outras situações consideradas nojentas, ou até mesmo quando a gente vê outras pessoas com a fisionomia de nojo. Isso é importante porque foi uma adaptação O cíngulo anterior que ocupa o 1/3 anterior do giro do cíngulo, relaciona-se com as emoções e a parte posterior, que corresponde aos 2/3 restantes, relaciona- -se com a memória. Já foi observado que a retirada do giro do cíngulo em carnívoros selvagens domestica o animal. Hoje em dia já se sabe, que a parte anterior do giro do cíngulo é que se relaciona com o processamento das emoções, e o que comprova isso, são as pesquisas feitas com pessoas normais em que foram solicitadas a lembrar de momentos pessoais que envolveram emoções e enquanto isso, o cérebro dessas pessoas era monitorado através da ressonância magnética funcional. A ínsula era considerada uma área cega do cérebro, mas nos últimos anos foram descobertas mais informações sobre sua ligação com as emoções. Antes, a insula era tida como uma área cega do cérebro, mas depois de vários estudos, descobriu que ela possui ligação com as emoções. Ela é dividida em 2 partes totalmente diferentes em relação a estrutura e as funções, que seria então, uma parte anterior e outra posterior, separadas pelo sulco central. Ai né, depois de vários estudos, incluindo estudos de neuroimagens, concluiu-se que o córtex insular anterior está relacionado com várias funções como : que serve pra nos afastar de situações ligadas à maior suscetibilidade de doenças. E em casos de lesões da ínsula, ocorre perda do senso de nojo. d) Percepção dos componentes subjetivos das emoções: permite ao indivíduo sentir as emoções. CÓRTEX PRÉ-FRONTAL ORBITO FRONTAL HIPOTÁLAMO Além da regulação das emoções, esse hipotálamo também é importante pra integrar esses processos emocionais com as manifestações periféricas, por meio das conexões dele com o SNA. A maioria dessas alterações de comportamento que foram observadas nas experiências com o hipotálamo de animais , já foi também observada no homem em experiências realizadas durante cirurgias ou como consequência de traumatismos, tumores, lesões vasculares ou infecções desta região. ÁREA SEPTAL Em paciente que sofrem lesões bilaterais dessa área septal, manifestam-se com um quadro de "raiva septal”, que é caracterizada por hiperatividade emocional, ferocidade e raiva diante de condições que normalmente não modificam o comportamento do animal. Além disso, ela também é importante na regulação das atividades viscerais, e por isso, quando se estimulada essa área, provoca alterações da pressão arterial e do ritmo respiratório. Apenas a área orbitofrontal do córtex pré-frontal está envolvida no processamento das emoções. E essa área, tem conexões com o corpo estriado e com o núcleo dorsomedial do tálamo e integra o circuito em alça orbitofrontal - estriado - tálamo – cortical, sendo funções e disfunções são se devem ao circuito como um todo. Como a gente já estudou, o hipotálamo tem várias funções, e uma delas é a participação na regulação dos processos emocionais. A estimulação dessa área em animais provocou respostais emocionais relacionadas com a raiva, medo, ou até serenidade. Ai, no Ângelo traz uma experiência que foi realizada em um gato, na qual retirou os 2 hemisférios cerebrais dele, deixando só a parte posterior do hipotálamo, e esse gato desenvolveu um quadro de raiva. Ai, quando esse hipotálamo foi destruído, essa raiva desapareceu quase completamente. Quanto a localização: essa área fica localizada abaixo do rostro do corpo caloso, anteriormente à lâmina terminal e à comissura anterior. Ela é composta por grupos de neurônios subcorticais, que também são conhecidos como grupos septais porque eles se prolongam até a base do septo pelúcido. Essa área septal possui várias conexões com projeções para a amígdala, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo, hipotálamo e formação reticular, através do feixe prosencefálico medial. Ai, por meio desse feixe, a área septal recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou sistema de recompensa do cérebro. Quanto às experiências de autoestimulação, mostram que a área septal é um dos centros de prazer no cérebro e sua estimulação provoca euforia. Já a destruição da área septal resulta em reação anormal aos estímulos sexuais e à raiva. NÚCLEO ACCUMBENS HABÊNULA Então, como eu já disse anteriormente, esse núcleo lateral possui uma função mais conhecida que é a ação inibitória sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa, através de suas conexões com o núcleo da rafe. E como a estimulação da habênula inibe tanto o sistema dopaminérgico quanto o seritoninérgico, essa estimulação vem sendo usada na fisiopatologia dos transtornos de humor, como a depressão em que há uma ação inibitória em excesso sobre o sistema de recompensa. Tanto é que, já foram tratados casos graves de depressão, resistentes a medicamentos, com a técnica de estimulação elétrica de alta frequência no núcleo lateral da habênula. Essa estimulação gerou uma inibição da atividade espontânea no núcleo, causando uma queda funcional de seus neurônios. E tem um exemplo legal no Ângelo, que é o de uma experiência em que macacos apertam uma alavanca, e se eles recebem uma recompensa após apertar essa alavanca, tem uma ativação do sistema mesolímbico. Já quando eles não recebem a recompensa o que se observa é a ativação do núcleo habenular lateral, o que representaria uma situação de frustração. Então a habênula é ativada pela não recompensa. AMÍGDALA Em grego significa amêndoa, e a forma dela se parece muito com uma amêndoa mesmo, e essa amígdala também pode ser chamada de corpo amigdaloide, e ela participa da composição do sistema límbico. Esse núcleo fica localizado entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen , e ele recebe aferências dopaminérgicas principalmente da área tegmentar ventral do mesencéfalo, e projeta eferências para a parte orbitofrontal da área pré-frontal. Além disso, esse núcleo é o componente mais importante do sistema de recompensa, e por isso, alguns sintomas que são comuns da depressão, como tristeza e a incapacidade de buscar o prazer (anedonismo) se manifestam devido devido à queda da atividade dopaminérgica na via mesolímbica (em especial no núcleo accumbens). Ela fica localizada ali no epitálamo, no trígono das habênulas , abaixo e lateralmente à glândula pineal e é formada pelos núcleos habenulares medial e lateral. O núcleo habenular lateral, que tem função mais conhecida, recebe aferências dos: núcleos septais pela estria medular do tálamo E projetam fibras para o: núcleo interpeduncular do mesencéfalo e para os neurônios dopaminérgicos do sistema mesolímbico, com ação inibitória, regulando os níveis de dopamina do sistema de recompensa. Estrutura e conexões da amígdala Apesar de ser pequena, ela tem 12 núcleos, e por isso é chamada também de complexo amigdaloide. E todos esses núcleos são classificam em três grupos: corticomedial, basolateral e central O corticomedial recebe conexões olfatórias e parece estar envolvido com os comportamentos sexuais. O basolateral recebe a maioria das conexões aferentes da amígdala. O central dá origem às conexões eferentes Quanto as aferencias e eferencias, por ser uma estrutura subcortical com maiornúmero de projeções do sistema nervoso, a amigdala possui cerca de 14 conexões aferentes e 20 eferentes. Recebe aferências: de todas as áreas de associação secundárias do córtex, trazendo informações já processadas, das áreas supramodais, de alguns núcleos hipotalâmicos, do núcleo dorsomedial do tálamo, dos núcleos septais e do núcleo do trato solitário Projeta eferências por 2 vias: via amígdalofuga dorsal: através da estria terminal, projeta para os núcleos septais, núcleo accumbens, vários núcleos hipotalâmicos e núcleos da habênula. Via amígdalofuga ventral: projeta-se para todas as áreas de associação secundárias do córtex e áreas supramodais, alguns núcleos hipotalâmicos, núcleo dorsomedial do tálamo e para o núcleo basal de Meynert. *E Por meio dessa via, a amígdala projeta eferências para núcleos do tronco encefálico envolvidos em funções viscerais, como o núcleo dorsal do vago. Além dessas conexões extrínsecas, tem também a comunicação intrínseca: os núcleos da amígdala comunicam entre si por fibras de maioria glutamatérgicas, o que mostra o grande processamento local de informações. Do ponto de vista neuroquímico, a amígdala tem diversidade de neurotransmissores, como acetilcolina, GABA, serotonina, noradrenalina, substância P e encefalinas. Funções da amígdala E ela é a estrutura responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do comportamento emocional. Então, quando há uma estimulação dos núcleos do grupo basolateral da amígdala, a pessoa vai sentir reações de medo e fuga. Já quando se estimula os núcleos do grupo corticomedial, provoca uma reação defensiva e agressiva. Mas vale lembra né, que esse comportamento de ataque agressivo pode ser desencadeado com estimulação da amígdala, mas também do hipotálamo. Além disso, a amígdala possui a maior concentração de receptores para hormônios sexuais do SNC. Então, quando se estimula essa amigdala, a pessoa reproduz vários comportamentos sexuais e por isso, quando a uma lesão dessa estrutura, causa a hipersexualidade. De todas essas funções, a principal e mais conhecida função da amígdala é o processamento do medo. No Ângelo traz que em observação por neuroimagem, os pacientes com lesões bilaterais da amígdala não sentem medo, mesmo se virem uma cobra venenosa na frente deles. E também que a amígdala em pacientes normais é ativada pela simples visão de pessoas com expressão facial de medo. Outros estudos indicaram que a amígdala está envolvida também no reconhecimento de faces que expressam emoções como a alegria, por exemplo. Então mesmo que uma área secundária do lobo temporal de processamento visual esteja lesada, ou seja causa a prosopagnosia – que é o não reconhecimento de faces-, se a amigdala tiver funcional a pessoa ainda vai ser capaz de reconhecer expressões faciais relacionada a emoções. A amígdala e o medo O medo é uma reação de alarme diante de um perigo e como a gente já viu, vai resultar em uma Síndrome de Emergência de Cannon que é a ativação geral do sistema simpático e liberação de adrenalina pela medula da glândula suprarrenal e tem como objetivo gerar aquelas alterações de luta ou fuga. As modificações que ocorrem no organismo nessas situações são: - maior transformação de glicogênio em glicose, aumentando as possibilidades de consumo de energia pelo organismo. - aumento no suprimento sanguíneo nos músculos estriados esqueléticos, o que leva a eles mais glicose e oxigênio, e remove mais C02. E isso é possível pelo aumento do ritmo cardíaco e vasoconstrição nos vasos mesentéricos e cutâneos (e por isso o indivíduo fica pálido), mobilizando mais sangue pros músculos estriados. - Ocorre, também, aumento da pressão arterial, o que pode causar a morte, por exemplo, por ruptura de vasos cerebrais (quando fala que alguém morreu de susto). - Os brônquios e as pupilas vão se dilatar. -. No tubo digestivo há diminuição do peristaltismo e fechamento dos esfincteres. - E na pele, há aumento da sudorese e ereção dos pelos. E o exemplo usado no Ângelo pra explicar essa situação é o de um encontro com um boi: Então a informação visual (ou auditiva, se o boi berrar) é levada ao tálamo (pelo corpo geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias. E, daí, a informação vai seguir por dois caminhos, uma via direta e outra indireta: - Na via direta, que é mais rápida e permite resposta imediata, a informação visual é levada e processada na amígdala basolateral, passa à amígdala central, que dispara o alarme pro sistema simpático gerar todas aquelas alterações. Essa via diferentemente da via indireta é de reação inconsciente, porque o medo só se torna consciente quando chega ao córtex. - Na via indireta, a informação passa ao córtex pré-frontal e depois vai para a amígdala. Essa via é mais lenta, mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações recebidas e seu contexto. Então, por exemplo, se não houver perigo eminente (se o boi for manso), a reação de alarme é desativada. Os animais já nascem com medos inatos, por exemplo um macaco tem medo de cobra sem nunca ter visto, e também tem medos condicionados: tem um exemplo de uma experiência em que um rato foi submetido várias vezes a estímulos condicionados e que não causariam medo naturalmente, como, por exemplo, o som de uma campainha. E depois desse estímulo, davam um choque elétrico (que é o estímulo não condicionado) e que causa medo nele. E o que aconteceu foi que o rato passou a ter medo do som, mesmo que não tivesse o choque. Essa associação de dois estímulos é feita no núcleo lateral da amígdala e a resposta pelo SN simpático, é desencadeada pelo núcleo central. Então em um animal sem amígdala, o condicionamento não ocorre. No ser humano com lesão da amígdala não há o aprendizado do medo. E com a amigdala normal, não precisa de um condicionamento pro homem aprender a ter medo, se alguém informar a pessoa de que alguma coisa é perigosa, essa pessoa pode passar a ter medo dela, até mesmo sem ter visto essa coisa. SISTEMA DE RECOMPENSA NO ENCÉFALO E hoje já tem a noção de que as áreas como um todo determinam estimulações com frequências mais elevadas fazem parte do sistema dopaminérgico mesolímbico ou sistema de recompensa. (Figura 27.5) Sobre as áreas e conexões desse sistema: A gente tem os neurônios dopaminérgicos que vão da área tegmentar ventral do mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, até os núcleos septais e o núcleo accumbens, e esses núcleos vão pro córtex pré-frontal orbitofrontal. Ou também a gente pode ter projeções diretas da área tegmentar ventral para a área pré-frontal e projeções de retroalimentação entre a pré-frontal e a tegmentar ventral. E quando esse sistema é ativado? Ele funciona mesmo como uma recompensa quando por exemplo a pessoa realiza comportamentos importantes pra sobreviver ou até em situações cotidianas que causam alegria: quando a gente alcança uma meta, ri de uma piada, tira uma nota boa por exemplo. Quanto as drogas, como o crack e a heroína, estimulam esse sistema doparninérgico, em especial e o núcleo accumbens. E essas drogas deixam as pessoas dependentes porque os neurônios vão sendo hiperestimulados e vão perdendo a sensibilidade dos Em 1954 Olds e Milner testaram ratos com eletrodos no cérebro que podiam estimular eletricamente áreas em si mesmos com alavancas. O que foi verificado é que determinadas áreas (que foram chamadas de áreas de recompensa) eram estimuladas até 800 vezes por hora, eles deixavam até de se alimentar pra estimular essas áreas. Algumas experiências de autoestirnulação, realizadas com pacientes humanos na tentativa de tratamento de problema neurológico, confirmaram a presença de áreas cuja estimulação causa prazer. Em um caso, o paciente com eletrodo na área septal relatou uma sensação boa que precedia um orgasmo. receptores e reduzindo seu número. Então cada vez mais a dosevai ter que ser aumentada pra sentir o mesmo nível de prazer da dose inicial. E da mesma forma de um dependente químico humano, quandofoi permitido que o rato se autoestimulasse injetando heroína no núcleo accumbens, a frequência de autoinjeções foi muito alta, até chegar a exaustão. Obs.: meu sistema de recompensa foi ativado aprendendo a matéria dessa tuto! CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS INTRODUÇÃO A maioria dos transtornos mentais, já tem atualmente uma base neurobiológica definida geneticamente, que determina uma disfunção neuroquímica. Essa predisposição pra esses tipos de transtornos podem ser influenciada por fatores ambientais que envolvem os sistemas modulatórios de projeção difusa do encéfalo, e conhecendo isso é que se teve as bases farmacológicas para o tratamento de distúrbios mentais. Hoje em dia, já há evidências de base neurobiológica em transtornos como ansiedade, depressão, esquizofrenia, transtorno obsessivo compulsivo, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. c) Eles perdem a capacidade de reconhecer objetos e animais pela visão d) Animais que antes causavam medo, como cobra e escorpião, não causam medo a eles mais. e) Começam a colocar na boca todos os objetos que encontra (inclusive os escorpiões); f) O animal começa a querer tentar realizar o ato sexual continuamente, com indivíduos do próprio sexo ou de outra espécie, ou até mesmo, sozinhos. Em pacientes humanos que sofreram uma lesão bilateral do lobo temporal para tratamento de formas graves de epilepsia também foi observado quadros semelhantes a essa síndrome. Mas hoje, a gente já sabe que a agnosia visual que ocorre na Síndrome de Klüver e Bucy resulta de lesão das áreas (20,21) visuais de associação secundárias, que ficam localizadas no córtex do lobo temporal. Já os outros sintomas, são consequência da remoção da amígdala e não do hipocampo. ANSIEDADE E ESTRESSE Quem regula esse eixo hipotálamo-hipófise-adrenal é o hipocampo. Mas a exposição prolongada a esse cortisol pode levar à disfunção e à morte dos neurônios hipocampais. Então, é um ciclo: a degeneração do hipocampo torna a resposta ao estresse mais elevada, levando a maior liberação de cortisol e maior lesão do hipocampo, ou seja, menor inibição do eixo. Kluver e Bucy foram dois pesquisadores que reforçaram a importância do circuito de Papez quando macacos que tiveram o ápice dos lobos temporais lesados modificaram muito seu comportamento, e por isso, essas alterações são conhecidas como Síndrome de Klüver e Bucy. Essa síndrome consiste em vários sinais e sintomas clínicos como: a) Animais que antes eram extremamente selvagens e agressivos, passam a ser totalmente domesticados b) Esses animais começam a comer alimentos que eles não comiam antes de sofrerem a lesão. A ansiedade é a expressão inapropriada do medo, então uma pessoa ansiosa tá a todo momento se preparando pra situações de emergência e pra essa pessoa, é difícil regular a resposta ao medo com o aprendizado da situação. Então, o medo é duradouro e pode ser provocado por alguma situação de perigo ou pela recordação de eventos perigosos. E quando isso acontece de forma crônica, essa ansiedade gera estresse pro organismo E como é a fisiopatologia da ansiedade? Com motivo ou sem motivo, por exemplo, só com uma recordação, a pessoa ansiosa tem a amigdala ativada, e ela estimula neurônios hipotalâmicos a liberarem o ACTH, e como a gente já viu em fisio II, ele vai induzir a liberação do cortisol pela adrenal. Então o estresse se deve a hiperatividade da amigdala e degeneração do hipocampo. O Ângelo traz também que estudos de neuroimagem que foram feitos com pacientes com estresse pós-traumático mostraram redução no volume do hipocampo com repercussão sobre a memória. Mas o que levou Papez a inserir o hipocampo e tálamo no circuito? Uma razão que fez Papez imaginar que o hipocampo estivesse envolvido com a emoção, foi o fato de que ele é afetado pelo vírus da raiva. Já quanto ao tálamo anterior, alguns relatos clínicos da época consideravam que lesões dessa área levavam a aparentes perturbações emocionais, como o riso ou o choro espontâneo. Por fim, depois de vários anos, avanços das pesquisas mostraram que: o circuito de Papez, com exceção da parte anterior do giro do cíngulo, está relacionado com a memória e não com as emoções. ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA INTRODUÇÃO O Que é memória? A memória vai ser a capacidade que uma pessoa tem de adquirir, armazenar e lembrar de informações. E a memória que se adquire é algo que diferencia as pessoas. Então a gente pode dizer que a base da individualidade está na memória e que a personalidade do indivíduo é influenciada por suas memórias. TIPOS DE MEMÓRIA E nesse tipo de memória é que entra nossa memória de procedimentos ou memória motora que permite a gente aprender as sequências motoras pra por exemplo nadar e andar de bicicleta, então são aquelas que a gente aprende e exercita automática e inconscientemente. O outro critério de classificação dos tipos de memória leva em conta o tempo em que a informação permanece armazenada no cérebro, e nele a gente tem 3 tipos: a memória operacional, ou de trabalho; a memória de curta e a de longa duração. Memória operacional ou de trabalho-> É a memória que permite a gente reter informações por segundos ou minutos, por exemplo: quando a gente compreende e responde a uma pergunta, memoriza o que acabou de ser lido para compreender a frase seguinte, memoriza um número de telefone durante o tempo suficiente para digitar ele. Este tipo de memória é organizada pelo córtex pré- frontal e não deixa arquivos. O córtex pré-frontal é como se fosse um gerenciador de memória, que seleciona o que pode ser esquecido e oq vai pra memória de curto e longo prazo. Ele tem acesso a outras áreas do córtex relacionadas à memória e assim percebe se a informação que está chegando já existe ou não e se vale a pena ser armazenada. Um neuroanatomista chamado James Papez, publicou um trabalho que tentava explicar as emoções. E então, nesse estudo foi que surgiu o conceito de circuito de Papez, que seria um circuito mesmo, que ligaria o córtex ao hipotálamo e tálamo, que para ele, seriam os responsáveis pelas emoções. Esse circuito de Papez é formado pelo hipocampo, fórnix, corpo mamilar, trato mamilotalâmico, núcleos anteriores do tálamo, cápsula interna, giro do cíngulo, giro para-hipocampal e voltava ao o hipocampo, fechando o circuito. Existem 2 critérios principais e mais importantes que definem os tipos de memória, que são: a natureza da memória e o tempo de retenção do evento memorizado. Quanto à natureza: tem a memória declarativa e memória não declarativa (ou de procedimento). A Memória declarativa, é aquela que a gente consegue descrever por meio de palavras ou símbolos, por exemplo: o nome de um amigo, uma data importante. Já na memória não declarativa, os conhecimentos não são expressados de modo claro e por isso, não podem ser descritos de maneira consciente. Uma pessoa com déficit de memória operacional, como ocorre nas fases iniciais da doença de Alzheimer, não sabe onde está um objeto segundos depois de colocá-lo em algum lugar e leva mais tempo para encontrar esse objeto porque pode ficar procurando em locais onde já o procurou. Quanto às memórias de curta e longa duração: A memória de curta duração permite que a gente guarde informações durante algumas horas até que se armazene de forma mais duradoura nas áreas da memória de longa duração. Ela dura de 3 a 6 horas, que é o tempo que leva para se consolidar a memória de longa duração. Então ela serve para ir mantendo as memórias enquanto vai ocorrendo a consolidação da memória de longa duração. Estes dois tipos de memórias dependem do hipocampo. Mas, a de curta duração vai se perdendo depois de algum tempo, ao contrário da de longa duração queé consolidada por meio do hipocampo e fica armazenada durante anos em áreas corticais de associação de acordo com seu conteúdo. ÁREAS CEREBRAIS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA DECLARATIVA ÁREAS TELENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM A MEMÓRIA memória de eventos associados a situações emocionais, então o grau da consolidação da memória é maior em situações de grande impacto positivo ou negativo. E Recentemente foram descobertas também conexões com a área tegmental ventral e com o núcleo accumbens, que estão relacionados com o sistema de recompensa, como a gente viu, o que explica o reforço das memórias associadas a eventos de prazer. E em um estudo que na tentativa de tratar os casos graves de epilepsia do lobo temporal, foram retirados cirurgicamente os hipocampos desses pacientes, descobriu-se que o mesmo sem o hipocampo eram mantidas a memória operacional e a memória de longa duração depois de um certo ponto no passado ainda era mantida. Então: a memória operacional foi mantida, porque não tem comprometimento da área pré-frontal que é onde ela é organizada, mas o paciente perde definitivamente a capacidade de lembrar eventos ocorridos depois da cirurgia (amnésia anterógrada) e também a memória de eventos ocorridos pouco tempo antes da cirurgia (que é a retrógrada). O que se concluiu então foi que embora o hipocampo seja indispensável para a consolidação das memórias de curta e longa duração, esses tipos de memória não são armazenados no hipocampo, porque permanecem depois de sua remoção cirúrgica. Hoje em dia também já se sabe que o hipocampo é responsável pela memória espacial ou topográfica, que é aquela relacionada a localizações no espaço, configurações ou rotas que nos permite encontrar o caminho que leva a um determinado lugar. A gente pode dividir elas em áreas telencefálicas e diencefálicas, que estão unidas pelo fórnix, que liga o hipocampo ao corpo mamilar do hipotálamo. Quanto as áreas telencefálica tem a parte medial do lobo temporal, a área pré-frontal dorsomedial e as áreas de associação sensoriais. Já as áreas diencefálicas são componentes do circuito de Papez, e é o que mostra o esquema: HIPOCAMPO O hipocampo é uma eminência alongada e curva que tá no assoalho do corno inferior do ventrículo lateral, acima do giro para-hipocampal. Ele é formado por um tipo de córtex antigo (que é o arquicórtex) e possui circuitos intrínsecos bastante complexos: Ele recebe aferências de áreas neocorticais através do córtex entorrinal e através do fórnix projeta-se até os corpos mamilares do hipotálamo. Ele também recebe fibras da amígdala, que como a gente viu tem grande papel relacionado às emoções, então essas fibras reforçam a consolidação da Essa ligação com a memória topográfica foi descoberta quando ao analisar em ratos, havia um tipo especial de neurônio do hipocampo – que foi denominado célula de lugar- que permitia memorizar o campo de lugar e em pouco tempo permitia que o rato criasse em seu hipocampo um mapa da gaiola em que estava. E se o animal for transferido para uma gaiola diferente, um novo mapa se forma em minutos e se mantém por semanas ou meses. Isso explica porque na doença de Alzheimer, em que há grave comprometimento do hipocampo, o paciente, na fase final, perde completamente a orientação e não consegue se dirigir de uma cadeira para a cama. GIRO DENTEADO Ele está entre a área entorrinal e o hipocampo, com o qual ele continua lateralmente, e por isso vai ter muitas ligações entre eles. Sua estrutura é bem parecida com a do hipocampo, e tem uma camada de neurônios. O giro denteado é então responsável pela dimensão temporal da memória. Então ele faz com que a gente lembre da data e a compare com outros acontecimentos importantes, por exemplo, uma pessoa quando lembra da festa de casamento, o giro denteado vai informar a data e se ela foi antes ou depois da festa de formatura da pessoa. CÓRTEX ENTORRINAL É um tipo de córtex primitivo (arquicórtex) e corresponde à área 28 de Brodmann (olfatória), que vai ocupar ali, a parte anterior do giro para-hipocampal, medialmente a sulco rinal. Esse córtex recebe fibras do fórnix, que vem da amígdala e da área septal e envia fibras ao giro denteado, que termina a ligação com o hipocampo. Então o papel dele funciona como um portão de entrada para o hipocampo. Como ele faz parte de uma via, a lesão do córtex entorrinal, mesmo sem que haja uma lesão do hipocampo, resulta em déficit de memória, e geralmente é a primeira área cerebral comprometida na doença de Alzheimer. CÓRTEX PARA-HIPOCAMPAL O córtex para-hipocampal ocupa a parte posterior do giro para-hipocampal, é contínuo com o córtex cingular posterior no nível do istmo do giro do cíngulo. E em alguns estudos de neuroimagem, foi possível visualizar que esse córtex para-hipocampal é ativado pela visão de cenários novos e não conhecidos, como uma rua ou uma paisagem. Pacientes com lesão do giro para-hipocampal são incapazes de memorizar cenários novos, embora consigam se lembrar de cenários já conhecidos. Então, como ocorre no hipocampo, a memória destes cenários não é armazenada no córtex para- hipocampal, mas em outras áreas, que supõe-se que é no isocórtex, porque a memória dos lugares já conhecidos permanece depois do córtex para-hipocampal ser lesado. CÓRTEX CINGULAR POSTERIOR Ele recebe muitas aferências dos núcleos anteriores do tálamo que recebem aferências do corpo mamilar pelo trato mamilotalâmico, integrando aquela via do circuito de Papez. E saber essa via é importante porque Lesões no cíngulo posterior ou dos núcleos anteriores do tálamo resultam em amnésias. Ele também está relacionado com a memória topográfica, assim como o córtex para- hipocampal. Só que sua lesão vai resultar em desorientação e incapacidade de encontrar caminhos anteriormente memorizados. ÁREA PRÉ-FRONTAL DORSOLATERAL Ela é responsável pelo processamento da memória operacional. Nas lesões desta área, como ocorre na doença de Alzheimer, há perda da memória operacional ÁREAS DE ASSOCIAÇÃO DO NEOCÓRTEX Nessas áreas são armazenadas as memórias de longa duração, mas a consolidação depende da atividade do hipocampo Diferentes categorias de conhecimento são armazenadas em áreas diferentes do neocórtex e podem ser lesadas separadamente, resultando em perdas diferentes da memória. O exemplo disso que o Ângelo traz é que em estudos de ressonância magnética funcional foi observado que quando uma pessoa é solicitada a reconhecer figuras de animais, há ativação de áreas neocorticais da parte ventral do lobo temporal. Já quando o reconhecimento é de objetos a área pré-motora esquerda é ativada, relacionando aí a atividade da área secundária com as funções motoras de uma ferramenta, por exemplo. ÁREAS DIENCEFÁLICAS RELACIONADAS À MEMÓRIA MECANISMOS DE FORMAÇÃO DAS MEMÓRIAS Mas, e no caso da memória de longa duração, que pode ficar armazenada em neurônios durante anos? Então em um estudo feito com um molusco com SN simplificado permitiu descobrir que ocorre uma cascata de segundos mensageiros nos neurônios relacionados com essa memória, e no final dessa cascata ocorre a ativação de alguns genes que determinam a transcrição de porteínas usadas para novas sinapses ou na ampliação da área da membrana pré-sináptica. Então, o número de sinapses dobra, podendo diminuir, com o tempo, que é a etapa do esquecimento. A mesma coisa ocorre na consolidação das memórias de curto e longo prazo em mamíferos, com o aumento do número de espinhas dendríticas que realizam mais sinapses. Assim, a consolidação da memória decorre da plasticidade sináptica. Hoje em dia também já é conhecido que novos neurônios também proliferam na formação hipocampa. Mas, esses neurônios morrem depois de algum tempo. Então isso indica que cada novo neurônio estaria ligado a uma nova memória. Depois de algum tempo,quando a memória já estiver consolidada e transferida para o neocórtex, o novo neurônio desaparece. CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Os quadros clínicos mais frequentes são as amnésias retrógradas e anterógradas já descritas e decorrentes principalmente de lesões do hipocampo, podendo resultar também de processos patológicos que acometem o fórnix e os corpos mamilares. Dois quadros patológicos que acometem áreas relacionadas à memória merecem atenção especial, a Síndrome de Korsakoff e a Doença de Alzheimer. As estruturas diencefálicas envolvidas com a memória são os corpos mamilares do hipotálamo, e por compor o circuito de papez elas recebem aferências dos córtices entorrinal e do hipocampo pelo fórnix e, através do trato mamilotalâmico, vão se projetar aos núcleos anteriores do tálamo, que vão para o córtex cingular posterior. Aqui a gente vai ver como a memória se expressa nos neurônios envolvidos nos processos de memorização, que é a base neurobiológica da aprendizagem. Esses mecanismos envolvem sinapses. Em relação à memória de trabalho, ocorre uma excitação prolongada das espinhas dendríticas das sinapses da área pré-frontal. Mas, essa excitação permanece por pouco tempo, porque como a gente viu essa memória é mantida por segundos ou minutos até que a gente realize o que tem que ser feito SÍNDROME DE KORSAKOFF se recorda somente dos fatos ocorridos depois do trauma sofrido, esquecendo- se dos fatos passados e, algumas vezes, confabulação (falsas memórias). Essa confabulação geralmente é percebida quando, por exemplo, quando a gente pergunta o que aconteceu a à poucos minutos atrás e o paciente “inventa” uma história ou relata um acontecimento de outra ocasião. DOENÇA DE ALZHEIMER Fisiopatologia: A doença se inicia com uma degeneração progressiva dos neurônios da área entorrinal, que são o início das vias que, do neocórtex, vão para o hipocampo. Então, gradualmente o hipocampo vai ficando isolado de suas conexões, com consequências de déficit de memória que equivale gradualmente à retirada do hipocampo. O hipocampo como a gente viu, é responsável pela memória topográfica, então o doente na fase mais avançada do alzheimer perde completamente a orientação e não consegue se dirigir de uma cadeira para a cama. Além disso, também há uma perda dos neurônios colinérgicos do Núcleo Basal de Meynert, o que leva à perda das projeções modulatórias colinérgicas de praticamente todo o córtex cerebral. Quando é observado esses neurônios através de um microscópio, é visualizado uma mistura de neurofibrilar e placas senis, que levam à morte neuronal e que predominam nas conexões do hipocampo, sendo as áreas motoras as últimas a serem afetadas. Lesão da área pré-frontal dorsolateral-> há perda da memória operacional. Pré-disposição: Tem um componente genético, mas também pode sofrer influência de fatores ambientais. Estudos mostraram que o indivíduo predisposto geneticamente, mas que tem uma vida intelectualmente ativa, pode não manifestar ou ter formas mais leves e tardias da doença. Esssa síndrome é causada pela degeneração dos corpos mamilares e dos núcleos anteriores do tálamo, que fazem parte do circuito de Papez, ou do núcleo médio dorsal do tálamo. E assim como em lesões diencefálicas bilaterais, como ocorrem em acidentes cerebrais, essa síndrome pode causar amnésia anterógrada, ou seja, o indivíduo se lembra perfeitamente dos acontecimentos a longo prazo, porém não se recorda dos acontecimentos recentes. Na síndrome de Korsakoff secundária, que geralmente é causada por alcoolismo, provoca uma deficiência de tiamina, resultando em uma amnésia anterógrada de intensidade variada, amnésia retrógada, em que, o indivíduo É uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente pessoas mais idosas, e que tem como consequência, a perda gradual de memória operacional e de curta duração, interferindo nas atividades diárias de vida dessas pessoas. O primeiro sinal é a dificuldade com a memória recente de fatos ou compromissos ocorridos no dia. Evoluindo para comprometimento da memória de longa duração com o passar do tempo, então o paciente chega a se esquecer do nome dos familiares e apresentar desorientação no tempo e espaço. Na fase mais avançada, acontece uma piora de todas as funções psíquicas, com amnésia total.
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