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Ascites:diagnóstico e tratamento MARIA PAULA COLOMBINI A ascite é uma complicação comum da cirrose. O desenvolvimento de ascite marca o início de um pior prognóstico e aumento da mortalidade. A ascite causa morbidade produzindo: distensão abdominal, piora do estado nutricional e aumento da suscetibilidade a infecções. Contribui para repetidas internações e piora da qualidade de vida. O manejo adequado é um pilar importante no prognóstico O que é ascite? Hipertensão portal:aumento da resistência intra-hepática ao fluxo sanguíneo . É agravada pela vasodilatação esplênica(resultado dos vasodilatadores) 01 02 03 Fisiopatologia Cirosse está associada à vasodilatação arterial esplênica:gera diminuição do volume circulante efetivo e circulação hiperdinâmica. A diminuição do volume circulante causa ativação das vias renais de absorção de sódio e água.A retenção de água e sódio resultante leva à ascite como resultado do derramamento do excesso de Na e H2O da linfa para a cavidade abdominal. Diagnóstico Estabelecer a presença de ascite Determinar a sua gravidade Determinar a sua causa Detectar a presença de complicações. Objetivos: Cirrose 85% nos EUA. Câncer é a segunda maior causa Insuficiência cardíaca -ATENÇÃO: História de tuberculose, doença renal em diálise,doença pancreática. 1. 2. 3. 4. Diagnóstico: Fatores de risco- doenças hepáticas,hepatite viral,abuso de álcoo,síndrome metabólica doenças hepáticas familiares e doenças autoimune. Ao exame físico: Estigmas de cirrose: eritema palmar e telangiectasia. Exames complementares: A presença de cirrose pode ser avaliada posteriormente por meio detestes de medição da função hepática como: bilirrubina sérica,albumina e RNI. Atenção: creatina sérica de 1,5mg/dL (muitas vezes considerada quase normal) pode representar uma diminuição da filtragem glomerular. A presença de carcinoma hepatocelular deve ser procurada com uso de exames de imagem e um teste: fetoproteína alfa. EDA- procurar varizes esofágicas Biópsia hepática é realizada em pacientes selecionados com com etiologia desconhecida. Atenção: UGS,TC ou RM são usados para triagem de carcinoma hepatocelular, trombose venosa portal e trombose venosa hepática. Tratamento: Deve-se considerar o tratamento da causa básica da cirrose, particularmente para cirrose relacionada ao álcool e hepatite B. A abstinência pode resultar na melhora da função hepática e até mesmo resolver ascites no decorrer de alguns meses em pacientes com hepatite alcoólica e cirrose. 1. Grau 1-ascite leves que só podem ser detectadas por USG Esses pacientes devem ter uma dieta restrita ao sódio, mas não necessitam de diuréticos. Grau 2 ou superior requerem diuréticos para reduzir edema e ascites. Espironolactona é o diurético de escolha porque é um antagonista aldosterona que age nos túbulos distais no rim para aumentar a excreção de sódio e conservar potássio. É usado como um único agente principalmente em pacientes com sobrecarga mínima de fluido. Furosemida é um diurético de alça que causa natruresis marcada e diurese. É menos eficaz do que a espironolactona como um único agente no tratamento de pacientes com cirrose e ascites. Furosemida 40 mgs e espironolactona 100 mgs diariamente são geralmente iniciados como uma dose inicial em pacientes com ascites moderadas a graves. Geralmente leva de 3 a 5 dias para os diuréticos mostrarem seus efeitos máximos. A paracentese de grande volume (LVP) pode ser realizada com segurança com a administração da infusão de albumina intravenosa (8 g/L de ascites removidas). Paracentese: Alívio x terapêutica GASA maior ou igual a 1,1 g/dL (11 g/L) prevê ascites como resultado da hipertensão do portal com aproximadamente 97% de precisão- também pode estar presente em condições médicas como insuficiência cardíaca congestiva, síndrome de Budd-Chiari e hipertensão portal. GASA inferior a 1,1 g/dL ocorre comumente em carcinomatose peritoneal, tuberculose peritoneal, pancreatite, sororose e síndrome nefrótica. GASA=ALBUMINA SÉRICA - ALBUMINA ASCITE (mg/dL)GASA=ALBUMINA SÉRICA - ALBUMINA ASCITE (mg/dL)GASA=ALBUMINA SÉRICA - ALBUMINA ASCITE (mg/dL) Referências: Biggins SW, Angeli P, Garcia-Tsao G, et al. Diagnosis, evaluation, and management of ascites, spontaneous bacterial peritonitis and hepatorenal syndrome: 2021 practice guidance by the American Association for the Study of Liver Diseases. Hepatology 2021; 74. Hou W, Sanyal AJ. Ascites: diagnosis and management. Med Clin North Am. 2009 Jul;93(4):801-17, vii. doi: 10.1016/j.mcna.2009.03.007. PMID: 19577115. Fonte imagens e animações: canva e google imagens. https://www.uptodate.com/contents/ascites-in-adults-with-cirrhosis-initial-therapy/abstract/6