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porque a concorrência ianque nos mercados da Europa paralisava a
sua exportação de produtos agrícolas.
Reduzido à sua forma abstrata, o argumento do cidadão Weston
traduzir-se-ia no seguinte: todo aumento da procura se opera sempre
à base de um dado volume de produção. Portanto, não pode fazer au-
mentar nunca a oferta dos artigos procurados, mas unicamente fazer
subir o seu preço em dinheiro. Ora, a mais comum observação demonstra
que, em alguns casos, o aumento da procura deixa inalterados os preços
das mercadorias e provoca, em outros casos, uma alta passageira dos
preços do mercado, à qual se seque um aumento da oferta, por sua
vez seguido pela queda dos preços até o nível anterior e, em muitos
casos, abaixo dele. Que o aumento da procura obedeça à alta dos sa-
lários, ou a outra causa qualquer, isso em nada modifica os dados do
problema. Do ponto de vista do cidadão Weston, tão difícil é explicar
o fenômeno geral como o que se revela sob as circunstâncias excepcio-
nais de um aumento de salários. Portanto, a sua argumentação não
tem nenhum valor para o assunto de que tratamos. Apenas exprimiu
a sua perplexidade entre as leis em virtude das quais um acréscimo
da procura engendra um acréscimo da oferta, em vez de um aumento
definitivo dos preços no mercado.
III
[Salários e Dinheiro]
No segundo dia de debate, nosso amigo Weston vestiu as suas
velhas afirmativas com novas formas. Disse ele: Ao verificar-se uma
alta geral dos salários em dinheiro, será necessária maior quantidade
de moeda corrente para pagar os ditos salários. Sendo fixa a quantidade
de moeda em circulação, como podeis pagar, com essa soma fixa de
moeda circulante, um montante maior de salários em dinheiro? Pri-
meiro, a dificuldade surgia de que, embora subisse o salário em dinheiro
do operário, a quantidade de mercadorias que lhe cabia era fixa; e,
agora, surge do aumento de salários em dinheiro, a despeito do volume
fixo de mercadorias. Naturalmente, se rejeitardes o seu dogma original,
desaparecerão também as dificuldades dele resultantes.
Vou demonstrar, contudo, que esse problema da moeda não tem
absolutamente nada a ver com o tema em questão.
No vosso país, o mecanismo dos pagamentos está muito mais
aperfeiçoado do que em qualquer outro país da Europa. Graças à ex-
tensão e à concentração do sistema bancário, necessita-se de muito
menos moeda para pôr em circulação a mesma quantidade de valores
e realizar o mesmo, ou um maior número de negócios. No que, por
exemplo, concerne aos salários, o operário fabril inglês entrega sema-
nalmente o seu salário ao vendeiro, que semanalmente o envia ao
banqueiro, o qual o devolve semanalmente ao fabricante, que volta a
pagá-lo a seus operários, e assim por diante. Graças a esse processo,
MARX
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