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Farmacologia II Cardiotônicos Michelle Ferreira Insuficiência Cardíaca (IC) Ocorre quando o débito cardíaco é inadequado ou insuficiente ao provimento de oxigênio tecidual. Redução da força e contratilidade de forma que o volume de ejeção é reduzido. Associada geralmente a IC aguda, respondendo bem aos medicamentos inotrópicos +. Enrijecimento das paredes do miocárdio, principalmente parede do VE, perdendo a flexibilidade para o enchimento de sangue. Isso ocorre geralmente em resposta a uma hipertrofia de VE,por sua vez, é resultado de hipertensão arterial. Os sintomas são da pressão de enchimento elevada. Esse tipo de insuficiência cardíaca não responde bem aos inotrópicos +, o objetivo não é aumentar a força de contração, mas sim usar fármacos que reduzam a tensão e promovam a reversão da hipertrofia. • Infarto do miocárdio →Gera uma região de necrose de cardiomiócitos e redução da função contrátil. • Cardiomiopatias • Hipertensão arterial • Valvulopatias →permitem o retorno venoso prejudicando a oxigenação do sangue que chega ao coração e o volume ideal que sai do coração para os tecidos. Compensação Neuro-Humonal Este controle é feito pelos barorreceptores nos seios carotídeos, que detectam a queda de pressão ocasionada pela diminuição do DC do coração e estimulam o SNA simpático (a curto prazo) a liberar mais catecolaminas sobre os vasos e sobre o coração. O objetivo é aumentar a força, FC, etc. Quando o DC diminui, a médio prazo, diminui-se o fluxo sanguíneo no aparelho justa glomerular nos rins estimulando a liberação de renina no sangue (angiotensinogênio → AT I →→ AT II). A terapia farmacológica na maioria das vezes visa regular esse sistema. Compensação Neuro-Humonal Tratamento Tratamento Inibidores de ECA (Captopril) e bloqueadores dos receptores AT1 (Losartana e Valsartana) Modulam as ações da Angiotensina II (reduzem retenção de água e sal → melhoram a pré-carga → evita remodelação indiretamente; diminuem RVP → diminui pós-carga → diminuem velocidade e progressão da IC) → ATII ativaria receptores AT1 no SNA simpático, aumentaria o tônus simpático; → ATII nos túbulos renais aumentaria a osmolaridade de sódio no sangue e a retenção de água; → ATII por absorver mais sódio, causaria uma hipopotassemia (extremamente deletério para o ritmo cardíaco); → ATII aumentaria secreção de aldosterona, que aumentaria a retenção de sódio e a reabsorção de água; Inibidores de ECA (Captopril) e bloqueadores dos receptores AT1 (Losartana e Valsartana) → ATII é um vasoconstritor; → ATII atua no sistema hipofisário estimulando a liberação do hormônio ADH, o qual aumenta a quantidade de aquaporinas, também retendo água; → ATII ativa receptores de angiotensina no coração de forma direta e promove hipertrofia cardíaca; → Ativação dos receptores de renina (secretada com baixa atividade pelo rim, então precisa se ligar ao receptor de renina do endotélio vascular, mudando sua estrutura conformacional, exibindo seu sítio catalítico e se tornando ativa; se ligando ao seu receptor de renina nos cardiomiócitos e no músculo vascular, agravando por via direta o remodelamento cardíaco/hipertrofia, além de indiretamente aumentar o estado inflamatório cardíaco através do TGF-beta, fibronectina e colágeno. O alisquireno, por exemplo, é um inibidor da renina que bloqueia sua interação com seu receptor → não há formação de ATI nem ATII). β-bloqueadores 2ª e 3ª geração β-bloqueadores 2ª e 3ª geração • Cardiomiócitos são células com alta demanda energética, logo, na redução da oferta de oxigênio (que é o aceptor final de elétrons de sua obtenção de energia) esta célula entra em sofrimento. Através das bombas Na/K/ATPase a célula mantém o metabolismo, mas com baixa oferta de oxigênio, acumula-se sódio no meio intracelular → abrindo canais de cálcio voltagem-dependentes → há ruptura da homeostase de cálcio → excesso de cálcio intracelular → (1) contrações tônicas excessivas → (1a) sístoles fortes e diástole fracas → (1b) prejudica o enchimento do coração → (2) ativação de enzimas lipases, DNAses, proteases → (2a) necrose tecidual. • Ao bloquear receptores adrenérgicos, bloqueia-se liberação de NE pelo SNA simpático, desencadeando um efeito cardioprotetor, uma vez que permite que o coração funcione numa frequência cardíaca menor, requerendo menos energia, fazendo com que a quantidade de oxigênio disponível seja suficiente para a nova demanda cardíaca, regulando o funcionamento da bomba Na/K/ATPase e da utilização do ATP, não alterando a homeostase de cálcio e, consequentemente, evita a necrose miocárdica. O aumento do tônus simpático também evocaria eventos apoptóticos que são evitados com o bloqueio desses receptores. Por atuar diminuindo a liberação de renina acaba diminuindo a remodelação cardíaca também. →β-1 seletivos (Metaprolol e Bisoprolol); → Carvedilol – β-bloqueador não seletivo, mas adicionalmente bloqueia α-1 também. Então reduz a contratilidade e a FC, reduzindo o consumo de oxigênio, driblando a oferta menor de sangue através da redução da demanda atuando de forma muito importante como substância cardioprotetora; e bloqueando alfa-1 diminui a RVP. Mesmo com mecanismos controversos devido a compensação (quando agrava a taquipneia que já está sendo um problema no paciente com IC), na prática clínica do uso dessas substâncias, a proteção dos cardiomiócitos parece ser mais relevante para a terapia farmacológica, uma vez que previne a morte de tecido cardíaco. As reações adversas desses medicamentos são: hipotensão, bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular e distúrbios broncoespásticos. Diuréticos Cardiotônicos Cardiotônicos Cardiotônicos Indicações terapêuticas →Insuficiência cardíaca crônica somente após IECAs e diuréticos falharem e fibrilação atrial. →Mas a digoxina não modifica a taxa de mortalidade. Cardiotônicos Efeitos adversos →Cardíacos (Bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular, extrassístole, taquicardia, fribilação ventricular) →Gastrintestinais (anorexia, náuseas, vômitos, diarreia) →Visuais (borramento, halos esbranquiçados nos objetos, diplopias, escotomas) → Outros (raramente ginecomastia) Inotrópicos positivos (fármacos que agem sobre receptores adrenérgicos) i. Dopamina – agonista não seletivo α-1 e não seletivo β-1; restaura a RVP → aumenta a pressão arterial além de aumentar a força do batimento cardíaco. ii. Dobutamina (Dobutrex®) – Não se liga em receptores α, mas se liga a β-1 e 2; promove aumento de força do batimento e frequência cardíaca, associado a vasodilatação periférica. Utilizado para suporte circulatório a curto prazo em IC congestiva avançada, e apesar de seu efeito terapêutico aumentar o DC associado a diminuição da pressão de enchimento ventricular, tem como efeitos adversos taquicardia e aumento do consumo de oxigênio, pode ocasionar aumento da pressão arterial (vasoconstrição) e arritmia ventricular. iii. Milrinona – Bloqueador de fosfodiesterase III (PDEIII) → acúmulo de AMPc no cardiomiócito → estímulo da PKA → fosforila canais de cálcio tipo L da membrana e do retículo → aumento da concentração de cálcio intracelular→ aumento da contração; aumenta DC e reduzem a pressão capilar pulmonar e RVP. Utilizado em estágios avançados da IC refratária a todas as outras drogas, tem como efeitos adversos trombocitopenia, náuseas, vômitos e arritmias ventriculares. Inotrópicos positivos (fármacos que agem sobre receptores adrenérgicos)
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