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Atividade - História do Brasil

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INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
História do Brasil 1 / TURMA B / 2020/2
Evelyn Gonçalves da Silva Lopes / 190086904
1a ATIVIDADE
Questão 1 - Em seu clássico A ferro e fogo, Warren Dean afirmou que a colonização portuguesa na América foi um fenômeno essencialmente ecológico. Em sentido semelhante, Diogo de Carvalho Cabral destacou que os portugueses e seus descendentes derrubaram a Mata Atlântica para
definirem-se, do ponto de vista cultural e identitário, naquela nova situação
socioambiental. Tendo como “pano de fundo” a conclusão sobre o
“sentido ecológico” da colonização portuguesa, reflita e disserte a respeito
dos esquemas judaico-cristão e indígena aplicados às relações com a
natureza na América à época moderna.
Os esquemas judaico-cristão trazidos para a América são essenciais para a compreensão da relação do homem com a natureza durante os primeiros séculos da colonização. A ideologia catolicista para com a natureza que os portugueses trouxeram é a de dominação. Eles trouxeram consigo uma cultura de separação e hierarquização, onde a religião tinha a função de fazer essa divisão da humanidade com a natureza. A domesticação do “meio exótico”, que para eles eram a floresta, foi um dos símbolos da colonização portuguesa. Segundo a Bíblia, a natureza são as “matas virgens” que Deus concedeu, e aqueles que eram fiéis ao catolicismo deveriam ocupá-las e usufruir da mesma, e que sua única utilidade era ser incorporada a produção humana. Além disso, os europeus beneficiavam-se da natureza para definir quem eles eram na situação sociocultural, onde ocupar e produzir na mata atlântica é além de dominar, perceber a possibilidade de progresso para o homem. Em oposição com o pensamento cristão, a relação dos índios com a natureza sempre teve ideias mais espirituais, onde sua espiritualidade era bem maior com o meio em que vivia. Para eles, não existia a natureza que os portugueses viam, ela não era exterior a eles, portanto, não devia ser dominada por fazer parte de quem eles eram e de todo um mundo social abrangente. Entretanto, vale ressaltar que os índios não eram conservacionistas, eles também utilizavam da mata para seu próprio beneficio e sobrevivência, mas não era de forma destrutiva como os portugueses, e eram cultivadas outras relações que não a de domínio. A partir dessas duas culturas opostas, existiu um choque durante a colonização. Os portugueses possuíam princípios que confrontavam com os dos indígenas, visto isso, achavam que eles não mereciam a terra que tinham por não usufruir da mesma do jeito que achavam correto. Existia uma ideia de colonização não só da natureza, mas dos indígenas também. Apesar disso, com o contato dos dois grupos houve uma relação de aprendizados com a natureza, o conhecimento do pau-brasil teve origem nos ensinamentos dos nativos, e os europeus também utilizavam de suas plantas para o tratamento de doenças. É de suma importância compreender a existência de múltiplos aspectos de pensamentos que se misturaram cada vez mais com a convivência desses dois grupos opostos.
Questão 2 - Segundo o reconhecido brasilianista Charles Boxer, “[...] os impulsos fundamentais por trás do que se conhece como ‘Era dos Descobrimentos’ sem dúvida surgiram de uma mistura de fatores religiosos, econômicos, estratégicos e políticos, é claro que nem sempre dosados nas mesmas proporções”. Considerando a bibliografia básica do curso e os debates travados em sala de aula, discorra sobre os imperativos da expansão ultramarina portuguesa, os seus contextos entre os séculos XV e XVI e os principais sujeitos envolvidos neste processo de dimensões
transoceânicas.
Os portugueses juntamente com os espanhóis, foram os precursores nas conquistas ultramarinas. Segundo Charles Box, os motivos principais que inspiraram os dirigentes portugueses a expandir maritimamente foram: um zelo de cruzada contra os Muçulmanos, desejo de se apoderarem do ouro da Guiné, a carta de Preste João e a procura pelas especiarias. Durante o século XV, Portugal foi um reino unido e quase totalmente sem conflitos, enquanto os outros países da Europa Ocidental estavam imersos em guerras civis ou com estrangeiros. Essa questão foi fundamental para a conquista de Ceuta, cidade da Espanha, que era um dos portos terminais do comércio de ouro transaariano. A ocupação da cidade possibilitou a obtenção de informações das terras de origem do ouro. A partir dessa compreensão descobriram que podiam estabelecer contato com esses lugares via marítima. O seu maior incentivo para isso era a alta procura por ouro nos últimos séculos na Europa. A coroa portuguesa então, se tornou dona de um extenso domínio marítimo. O termo muito usado “as Índias” se originou nas bulas, que foram obras da Coroa portuguesa que tinham o intuito de dirigirem e organizarem escritos sobre descobrimento, conquista, colonização e exploração. Esse termo se referia originalmente a África Oriental, mas provavelmente também parte da Ásia e da Índia. Sobre o financiamento das viagens, o desenvolvimento do comércio de escravos foi um fator que contribuiu financeiramente. Pouco se sabe sobre como se processou essas primeiras viagens, o que pode se afirmar é que o aprendizado adquirido através dessas experiencias iniciais foram fundamentais para a perícia de navegação em alto mar e para formar a base da moderna ciência náutica europeia. Um dos principais nomes dos primeiros anos de expansão ultramarina foi o Infante D. Henrique, que se tornou o concessionário de todo o comércio ao longo da costa ocidental africana, assim como D. Afonso V, D. João II, D. Manuel I e D. João de Castro também foram nomes importantes. Foi durante o reinado de D. João II que a procura do Preste João e do ouro da Guiné foram reforçados pela procura de especiarias asiáticas. Durante o século XVI a característica mais espantosa do império marítimo português foi sua extrema dispersão. Portugal já exportava diversos produtos importantes espalhados pelo mundo, mas se encontrava em constante desvantagem em relação a número de homens e de navios disponíveis. Nessa época também a produção de especiarias na Ásia, a procura que tinham na Europa e seu preço duplicaram. A canela foi a especiaria que Portugal conseguiu manter um monopólio mais efetivo do que qualquer outra. Durante a última década do século, o monopólio português do comercio marítimo japonês começou a ser ameaçado pelo aparecimento dos comerciantes espanhóis vindo das Filipinas. Finalizando, pode-se dizer que Portugal conseguiu dominar efetivamente o comércio marítimo do Índico durante a maior parte do século XVI.
Questão 3 Conforme precisa afirmação de Maria Regina Celestino de Almeida, nos processos de conquista europeia dos territórios da América do Sul, os indígenas tiveram “[...] participação essencial tanto na condição de inimigos quanto de aliados”. Partindo da bibliografia básica da disciplina, disserte a respeito das políticas indigenistas e das políticas indígenas (agência) nas diferentes situações históricas que marcaram os contatos entre europeus e nativos no século XVI. 
Seguindo a lógica da questão anterior, pode-se dizer que a expansão ultramarina portuguesa teve grande impacto direto da expansão religiosa. Durante o século XVI houve uma combinação de interesses entre a Igreja e a Coroa com o intuito de aumentar o número de súditos e de fiéis pela fase difícil que o catolicismo vivia a partir da reforma protestante. A autora Maria Regina Celestino de Almeida parte da afirmação de que os indígenas também eram sujeitos da colonização, e não alheios a ela. Eles não eram apenas vítimas e dominados, e sim agentes históricos. Estrategicamente, a Coroa fez aliança com os indígenas pelas questões econômicas, a procura de mão de obra e conhecimento, e pelas questões religiosas. De início muitas comunidades indígenas resistiram a colonização, o aldeamento foi uma política indigenista como resposta a isto. Os aldeamentos foram um projeto pedagógico total e uma ressocialização profunda impostas também pelas circunstâncias.Outros sujeitos essencias da expansão religiosa e desse processo foram os jesuítas. A catequese acabou sendo prejudicada inicialmente pela falta de controle dos missionários com os indígenas, o que acabou levando a vê-los como inconstantes, desleais, traiçoeiros e dominados por uma “alma selvagem”. A partir disso, muda-se a estratégia de colonização para um viés mais agressivo. Os aldeamentos foram territórios marcados pela violência étnica, simbólica e física contra as comunidades indígenas, onde esse povo era castigado, violentado e abusado. Nisso é imposto também uma nova vida social disciplinada baseada no catolicismo. Houveram muitas fugas e mortes nesse contexto, e o aldeamento teve uma vida longa no Brasil. Apesar disso, os aldeamentos não foram só uma imposição jesuíta e portuguesa, os indígenas também tiveram agência para negociar e conseguir moldar as estruturas a partir de seus próprios interesses e manter parte de sua cultura originária. Em tese, o aldeamento não era um ato obrigatório. Mas na prática, os jesuítas faziam ofertas para os indígenas para induzi-los, e caso “recusassem a fé”, criava-se ali uma desculpa para a guerra justa, o que levava também a escravização desse povo. A decisão de se aldear não era fácil e muitas vezes dividia as comunidades que tinham uma grande variedade de pensamentos e posições políticas sobre a colonização. Alguns dos motivos para essa escolha grupal que reforçam essa relação política baseada na desigualdade, é a busca pela proteção em um cenário de guerra e a garantia de acesso à terra e recursos naturais indispensáveis a sobrevivência. A proposta de aldeamento já implicava perdas caso aceitasse ou recusasse, os indígenas de toda forma já não tinham mais seu território originário, que agora era ocupado por fazendeiros. Apesar disso, essa prática representou também alianças e trocas de favores entre a Coroa, a Igreja e as comunidades indígenas, e não só perdas culturais. Houve muita criação e aprendizado por parte dos povos originários, onde aprenderam a se adaptar e sobreviver mesmo neste ambiente hostil.
Questão 4 - Francisco Carlos Cardoso Consentino destacou que “A dinamização da colonização aconteceu com a criação do governo geral [1549], que limitou os poderes dos donatários hereditários e iniciou a construção de um ordenamento político afinado com o Antigo Regime lusitano”. Tratando do tema do governo da conquista, aponte e discuta as motivações e necessidades da Coroa lusa bem como os mecanismos sociais e político institucionais adotados com vistas a garantir o domínio efetivo dos territórios perante às ameaças nativa e francesa, principalmente. Não deixe de considerar, dentre outros aspectos, os papéis desempenhados pela economia açucareira e pelos poderes locais na territorialização lusa e na conformação de sua administração colonial nos Quinhentos.
Segundo o autor Francisco Carlos Cardoso Consentino, a colonização significou o começo da organização de uma ordem política no Brasil. O encontro e a conquista das novas terras descobertas desencadearam o interesse de diversos países. Porém, Portugal garantiu direito sobre as terras do Brasil por conta da ocupação efetiva dessas regiões e também por ao longo do tempo manter essa ocupação e praticar ações de povoamento. Esse povoamento foi feito por meio das donatarias, que eram instituições senhoriais que tinham a função de administrar, colonizar, proteger e desenvolver a região. O sistema de capitanias hereditárias foi implantado a partir da expedição de Martim Afonso de Sousa, onde elas eram divididas administrativamente e doadas. Estabelecia-se entre o monarca e os donatários uma ligação baseada no relacionamento entre um senhor e um vassalo. A carta onde era feita a doação regulamentava as capitanias e definia seu funcionamento, assim como os direitos e as obrigações do donatário. As capitanias hereditárias foram a primeira medida real de colonização tomada pelos portugueses em relação ao Brasil, porém apenas seis dessas capitanias obtiveram sucesso. As sesmarias eram lotes de terras distribuídos com o objetivo de serem cultivadas. A garantia da posse dessa terra dependia do despovoamento indígena e do povoamento branco. Naquela época, o açúcar assumia nessa área recém ocupada o papel que a Coroa usava de atrair os povoamentos necessários. Apenas através desse povoamento a terra seria incorporada ao império português. Essa ocupação no Brasil foi marcada pela necessidade de defesa, da fixação de colonos e da produção lucrativa. A economia açucareira por sua vez teve sua produção vinculada ao mercado europeu que se expandia, conquistando novos espaços. Em 1549, Tomé de Souza foi enviado para organizar um governo geral na América portuguesa. Esse governo geral foi criado em um momento delicado para as conquistas ultramarinas portuguesa, onde se tinha muitas preocupações com a defesa do literal. O governo começou então a limitar e alterar os poderes senhoriais dos donatários, construindo um ordenamento político afinado com o Antigo Regime lusitano, onde esse governador detinha um poder maior e responsabilidade de manter a harmonia entre todos os membros. A escolha desses governadores tratava-se de uma obrigação da alta política, e resultava da confiança do monarca. A monarquia portuguesa do século XVI enxergava a montagem do ordenamento político da sua conquista americana como “partes”, não como um Estado total. Isso se explica pelo fato que consideravam que a conquista ainda estava em processo de construção. O regimento desse governo geral continha instruções voltadas para temas como economia e financeiro, a respeito de questões religiosas tinham ensinamentos limitados a passar. O primeiro regulamento voltou-se para a defesa das terras do Brasil, foram instruídas medidas voltadas para um sistema de defesa da América portuguesa, assim como construção de uma fortaleza para proteção, medidas para sufocar levantes indígenas, visitar as capitanias e orientar sobre a organização de sua defesa e fiscalizar a posse de armamentos. Esse governo geral teve ao total cinco governadores, e os anos que se sucederam da criação se caracterizou por ações voltadas para enfrentar os problemas de consolidação e organização desse modo de exercer a governação das partes que seriam o Brasil.

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