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A2 A3 ANÁLISE DO DISCURSO UVA LETRAS

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1) Quando falamos, escrevemos ou criamos qualquer tipo de produção textual, temos a ilusão de que o sentido do texto está sendo produzido naquele momento (e, frequentemente, apenas por nós mesmos). Conforme explicado pela psicologia e pela psicanálise (IRIBARRY, 2003), trata-se de um mecanismo de defesa do ego, a partir do qual o indivíduo recalca (ou se esquece de) elementos da realidade com os quais não consegue lidar no momento. Dessa forma, o indivíduo não vê, não escuta ou não considera tais elementos. Na produção do discurso, segundo Pechêux, esquecemo-nos do papel das ideologias na construção dos enunciados que elaboramos.
Segundo a proposta de Pechêux, o "esquecimento ideológico" pode ser descrito como:
A) O processo pelo qual analisamos, ao escrever, o impacto das formações ideológicas em diferentes textos.
B) O processo pelo qual criticamos, ao falar, as formações ideológicas presentes na fala de outros.
C) O processo pelo qual desconsideramos, ao falar, as diferentes maneiras de enunciar uma proposição.
D) O processo pelo qual desconsideramos, ao falar, as formações ideológicas às quais estamos filiados.
E) O processo pelo qual intencionamos, ao falar, atingir a neutralidade ideológica do discurso formalizado.
2) Observe o anúncio a seguir:
Analise a chamada do anúncio, a partir das noções de prática discursiva propostas por Fairclough (2001).
A) A chamada trabalha com a imagem de atores sociais brasileiros associados a um sanduíche específico — o X-Tudo — e busca apropriar-se dessa construção.
B) A chamada explica o porquê de a franquia anunciada ser brasileira, exemplificando com um de seus produtos, cuja identidade é comprovadamente nacional.
C) A chamada é composta por verbos de ligação, indicando definições/conceitos, com o objetivo de associar, de forma direta, qualidades do produto à marca.
D) A chamada é produzida por uma franquia internacional, distribuída por canais pagos e consumida, prioritariamente, por público das classes média e baixa.
E) A chamada busca desconstruir a visão hegemônica da franquia, associada a produtos americanizados, por meio da imagem de um produto tido como brasileiro.
3) Na análise de textos visuais, a categoria eidética se refere à forma. Busca investigar como se constroem as diferentes figuras do discurso em termos de forma e como tais formas se relacionam entre si, investigando seus sentidos sugeridos. Considere a seguinte fotografia:
Analise os elementos "balões", quanto à categoria eidética, na fotografia apresentada.
A) Os elementos "balões" se destacam por seus matizes em branco, diferenciando-se dos demais.
B) Os elementos "balões" se destacam por sua orientação horizontal, diferenciando-se dos demais.
C) Os elementos "balões" se destacam pela sua orientação vertical, diferenciando-se dos demais.
D) Os elementos "balões" se destacam por sua composição arredondada e seu tamanho diferenciado.
E) Os elementos "balões" se destacam por sua cor alternativa à dos demais elementos do discurso.
4) Em sua seção "Inspiração para Relacionamentos", o site Incrível.Club publica quadrinhos em estilo meme, exemplificando diferentes comportamentos humanos por meio de ilustrações. Os criadores do site introduzem uma postagem sobre a diferença entre homens e mulheres, dizendo que: "Não importa que sejamos diferentes, pois não podemos viver uns sem os outros." Veja um dos quadrinhos a seguir:
Aponte a alternativa que apresenta uma análise correta do quadrinho apresentado, considerando o aspecto da prática social proposto do Fairclough (2001).
A) O quadrinho se baseia em posicionamentos sociais hegemônicos.
B) O quadrinho reflete os discursos feministas vigentes na sociedade.
C) O quadrinho cria novas formas de relação entre homens e mulheres.
D) O quadrinho não reflete a ideologia patriarcal na sociedade atual.
E) O quadrinho descreve comportamentos incomuns na sociedade.
5) No dia a dia, utilizamos a expressão "analisar o discurso" fazendo referência a quaisquer tipos de procedimento interpretativo de um texto escrito, oral, visual ou multimodal, cujo foco seja criticá-lo, compreendê-lo em profundidade ou, ainda, "desvendá-lo". No entanto, para a área de estudos da linguagem, a análise do discurso se apresenta de outra maneira, relacionada a estudos acadêmico-científicos particulares.
Assinale a alternativa que descreve corretamente a área de análise do discurso, considerando seu escopo de atuação nos estudos da linguagem.
A) A Análise do Discurso é uma área da Psicologia que se dedica a descrever padrões subjetivos encontrados em textos multimodais, colaborando com a área da Linguística.
B) A Análise do Discurso é uma disciplina que se dedica a compreender as intenções de autores ao escreverem seus textos, aplicando conceitos da Psicologia e de Sociologia.
C) A Análise do Discurso é a área de conhecimento que se dedica a analisar o discurso como objeto da prática social a partir de conceitos interdisciplinares em diferentes escolas.
D) A Análise do Discurso é uma disciplina que se dedica a descrever os padrões linguísticos presentes em manifestações da conversa, do texto escrito e de imagens.
E) A Análise do Discurso é uma área da Sociologia que se dedica a analisar padrões sociais encontrados em textos escritos, orais e visuais, colaborando com a área da Linguística.
6) A Análise de Discurso Crítica (ADC) aborda os estudos discursivos com especial ênfase na dinâmica das relações de poder em sociedade. Nesse sentido, está atenta a orientações econômicas, políticas, culturais e ideológicas que estruturam as escolhas de diferentes atores sociais quando da adoção de estratégias discursivas. Seguindo as análises políticas de Gramsci, podemos dizer que tais escolhas refletem o "domínio exercido pelo poder de um grupo sobre os demais, baseado mais no consenso do que no uso da força". (RESENDE; RAMALHO, 2009, p. 43).
O domínio consensual explicitado no parágrafo acima é definido pelo conceito de:
A) Ideologia.
B) Prática textual.
C) Hegemonia.
D) Prática discursiva.
E) Metáfora cognitiva.
7) Até hoje, a Análise do Conteúdo (BARDIN, 1995) "é muito utilizada como metodologia para interpretação de dados no campo das Ciências Sociais e Humanas. Por meio dela, dados textuais são organizados em categorias analíticas adequadas. O objetivo é estudar o conteúdo presente nos dados obtidos, utilizando métodos inspirados pelas Ciências Exatas. Para isso, observam-se itens lexicais como indicadores das mensagens inscritas nos textos".
(BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1995.)
Espera-se que os alunos identifiquem duas das características a seguir:
- A Análise do Discurso entende "conteúdo" como uma construção ideológico-discursiva e, portanto, não baseia nela suas análises.
- A Análise do Discurso não entende textos como "transparentes", ou seja, possuidores de "conteúdo" ou "significado" aparente, como a Análise do Conteúdo propõe.
- A Análise do Discurso considera os contextos de produção de cada texto/formação discursiva, algo que a Análise de Conteúdo ignora.
- A Análise do Discurso considera que suas categorias analíticas devem se referir ao discurso, considerando as formações ideológicas em que se insere, diferentemente da Análise do Conteúdo.
- A Análise do Discurso trabalha a partir do conceito de subjetividade, enquanto a Análise do Conteúdo busca atingir a objetividade.
- A Análise do Discurso parte de uma proposta de intervenção social transformadora, enquanto a Análise do Conteúdo adota uma postura descritiva.
Identifique duas características da Análise do Discurso que se diferenciam da Análise de Conteúdo.
8) Ao explicar sua abordagem à Análise do Discurso, Pêcheux se refere a dois tipos de esquecimento. O primeiro é ideológico — esquecemo-nos de que somos afetados pela ideologia. O segundo é enunciativo — esquecemo-nos de que há várias formas de falar (escrever etc.) e de que, ao enunciarmos, fazemos escolhas entre elas. Além disso, “ao longo de nosso dizer, formam-se famílias parafrásticas que indicam que o dizer semprepodia ser outro” (ORLANDI, 2012). Tais famílias parafrásticas operam, como o nome indica, acima do nível da frase, ou seja, referem-se àquilo que não está dito, mas pode ser evocado ao questionarmos sua ausência.
(Fonte: ORLANDI, E. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. São Paulo: Pontes, 2012. p. 35.)
Demonstre, a partir de duas situações do ambiente escolar, o funcionamento do esquecimento enunciativo.
Espera-se que o aluno mencione duas situações em que enunciados podem ser formulados de mais de uma maneira, levando a efeitos diferenciados de sentido, como nos exemplos a seguir:
 Se uma professora pergunta "Que horas são?" a um aluno, ele pode responder indicando as horas ou dizendo "Por que você quer saber?". No segundo caso, a opção enunciativa se evidencia e pode gerar efeitos de sentido relacionados à tensão por parte do aluno — ele pode estar tenso com os horários da escola (tempos, tarefas, recreio) ou com a professora, por exemplo.
Se um aluno pergunta "Para que serve isso?" a sua professora, referindo-se a um ponto da matéria, a professora pode responder-lhe diretamente ou responder "Logo, você verá.", "Não interessa!", "Você sempre curioso!", gerando efeitos de sentido indicativos da relação construída entre eles, por exemplo.
Uma orientação para determinada tarefa escolar pode ser formulada como "É importante que vocês preencham o cabeçalho com cuidado!", "Não se esqueçam de preencher o cabeçalho!", "Todo mundo preenchendo o cabeçalho!". A primeira sugere uma orientação direta; a segunda, que já havia a possibilidade do esquecimento (ou que já fizeram isso antes); a terceira soa imperativa.
Um aluno pode iniciar seu pedido com "por favor", "poxa" ou pelamordedeus", sugerindo níveis diferentes de intimidade/informalidade que gerarão efeitos de sentido diferentes.
1) Ao estudar uma peça publicitária, um analista do texto visual destaca a existência de dois homens e uma mulher, como figuras do discurso, descrevendo como se posicionam — os homens, em um eixo horizontal, e a mulher, em um eixo vertical. A partir dessa observação, chega à conclusão de que tal posicionamento sugere sentidos de subserviência, passividade e intimidação dos homens perante a mulher.
Indique a análise exemplificada.
A) Categoria topológica.
B) Pares adjacentes.
C) Categoria eidética.
D) Formas do texto visual.
E) Categoria cromática.
4) Leia o trecho do poema Amor que se escreve com T, de Juca Xavier, com especial atenção para os verbos sublinhados:
"É que tenho nutrido (1) esse corpo com tanto esmero
que não dá pra entregar pra qualquer um
Mas já não eras (2) qualquer um."
(XAVIER, 2018, p. 75)
Aplique os conceitos de mundo narrado e mundo comentado aos verbos destacados no texto.
A) (1) e (2) pertencem ao mundo comentado neste contexto.
B) (1) pertence ao mundo narrado e (2), ao mundo comentado.
C) (1) e (2) se referem a semitempos verbais no contexto apresentado.
D) (1) pertence ao mundo comentado e (2), ao mundo narrado.
E) (1) e (2) pertencem ao mundo narrado no contexto apresentado.
5) Em uma conversa espontânea, cada interlocutor parte de seu próprio lugar discursivo para construir a fala-em-interação. Dependendo de como formações ideológicas e condições de produção o afetam, o interlocutor irá propor ou defender diferentes pontos de vista ao longo da conversa, por meio de estratégias nem sempre diretas.
Nomeie o conjunto de propostas e defesas ideológicas de um interlocutor em uma conversa espontânea.
A) Reformulação.
B) Pares adjacentes.
C) Agenda interacional.
D) Hegemonia.
E) Troca de turnos.
7) Ducrot foi o linguista responsável pela classificação dos operadores argumentativos. No entanto, muitos desses elementos já haviam sido classificados pela gramática normativa ou descritiva como elementos de ligação (conjunções, advérbios, etc.).
(Fonte: KOCH, I. V. Argumentação e Linguagem. São Paulo: Cortez, 1993.)
Explique por que a classificação de Ducrot se difere da classificação normativa.
Expectativa de resposta: O termo "operadores argumentativos" visa indicar que conjunções e outros elementos de ligação têm funções que ultrapassam o nível da frase, ou seja, ocorrem para além de sua classificação sintática. Operadores como "mas" evocam uma série de imagens em relação ao que está sendo dito, como podemos ver no exemplo "Gostei de você, mas..."; neste caso, estamos indicando que o que vem depois do "mas" será uma objeção ao que foi dito antes (no caso, que o "gostar" não deve ser entendido como algo indiscutível). O enunciado que segue o "mas" ganha força argumentativa, tornando-se o real motivo da comunicação. Além disso, os operadores argumentativos podem exercer diferentes funções textuais e, muitas vezes, a simples troca de operador altera, consideravelmente, a força argumentativa de um enunciado.
8) No mundo narrado, ocorre um fenômeno conhecido como relevo. Segundo Koch (1993), "trata-se da criação de dois planos pretéritos distintos, estabelecida entre o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito".
(Fonte: KOCH, I. V. Argumentação e Linguagem. São Paulo: Cortez, 1993.)
Demonstre, a partir de dois exemplos textuais, a ocorrência do relevo. Justifique sua resposta.
Expectativa de resposta:
Espera-se que o aluno mencione dois exemplos em que o pretérito perfeito ocorra como primeiro plano narrativo e o pretérito perfeito ocorra como segundo plano, justificando sua resposta ao reconhecer o funcionamento dos planos, como nos exemplos a seguir:
Na música Eduardo e Mônica, do grupo Legião Urbana, diz-se "Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar. Ficou deitado e viu que horas eram. Enquanto Mônica tomava um conhaque noutro canto da cidade como eles disseram". Nesse caso, a narrativa de Eduardo está sendo acompanhada em primeiro plano e abre-se um segundo plano para sabermos quais ações Mônica fez simultaneamente. "Enquanto" também indica esse fluxo entre planos.
Na música de Tim Maia Gostava Tanto de Você, diz-se "Não sei por que você se foi. Tantas saudades eu senti..." e uma série de outras ações relacionadas a um passado em primeiro plano. Em seguida, revela-se o motivo da canção, com a criação de um segundo plano "E eu gostava tanto de você", ou seja, durante todo o tempo em que você partia e não me dava notícias, eu nutria sentimentos profundos por você.
“Eu fazia o café, quando ouvi a notícia na TV” ou “Eu estava fazendo o café” ou, ainda, “Eu tava lá, fazendo o café, e ouvi a notícia na TV". Em primeiro plano, está ouvir a notícia na TV, que é o motivo principal da narrativa. O segundo plano, contextual, é trazido pelo imperfeito ou por seus tempos compostos e locuções.
Em uma discussão entre namorados, ouve-se "Você não me respeitou!" e "Eu não estava nem pensando nisso!", em que a falta de respeito está em primeiro plano, como motivo da discussão, indicador do que está ocorrendo, e abre-se um segundo plano, criador do contexto, da intenção com que a pessoa age, em que se sugere que, enquanto a falta de respeito ocorreu, não houve pensamento a respeito (não foi essa a intenção).

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