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CISTOS ODONTOGÊNICOS E NÃO ODONTOGÊNICOS

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Universidade Brasil
	ESTUDO DIRIGIDO CISTOS ODONTOGÊNICOS E NÃO ODONTOGÊNICOS
	
	Thalita Albuquerque Souza Aquino Ra: 19119828-2
Sirley Freitas Ra: 19113853-6
CISTOS ODONTOGÊNICOS E NÃO ODONTOGÊNICOS
Odontogênicos / Conceito
Cavidade patológica revestida total ou parcialmente por epitélio contendo no seu interior material líquido ou semifluido revestido por uma cápsula fibrosa. Cistos que se originam de remanescentes epiteliais do desenvolvimento dentário localizados nos ossos maxilares ou tecidos de sustentação dos dentes.
Classificação
Na Classificação da OMS (WHO Classification of Head and Neck Tumors) publicada em 2017 os cistos foram classificados da seguinte forma:
Cistos Odontogênicos de Origem Inflamatória
- Cisto Radicular (ver em patologia básica - patologias periapicais)
- Cisto Colateral Inflamatório
Os cistos Inflamatórios apresentam como fator etiológico a presença de inflamação enquanto que, nos cistos de desenvolvimento a causa não está definida.
Cistos Odontogênicos de Desenvolvimento
- Cisto Dentígero
- Ceratocisto Odontogênico
- Cisto Periodontal Lateral- Cisto Odontogênico Botrióide
- Cisto Gengival
- Cisto Odontogênico Calcificante
- Cisto Odontogênico Ortoceratinizado
Cistos Não-Odontogênicos
- Cisto do Ducto Nasopalatino;
- Cisto Nasolabial;
- Cisto Epidermóide da Pele;
-Cisto Dermoide;
CISTO DENTÍGERO
Cisto de desenvolvimento relacionado à coroa de um dente não erupcionado, aderido à junção amelocementária.
O Cisto Dentígero (CDT) é o tipo mais comum dos cistos odontogênicos de desenvolvimento e o segundo mais frequente entre todos que ocorrem nos maxilares, representando cerca de 20% de todos os cistos revestidos por epitélio nos ossos gnáticos. É uma lesão benigna, associada ao epitélio odontogênico da coroa de um dente não erupcionado, e se origina da separação do folículo que fica ao redor da coroa do dente em questão, formando uma cavidade delimitada pelo epitélio reduzido do esmalte e o esmalte do dente, a qual é preenchida por fluido cístico3. Ocorre predominantemente nas três primeiras décadas de vida, apresenta predileção pelo gênero masculino e acomete mais indivíduos caucasianos. Apesar de o CDT poder ocorrer em qualquer dente não erupcionado, os dentes mais frequentemente acometidos são os terceiros molares inferiores, caninos superiores e pré-molares inferiores. A ocorrência na dentição decídua é extremamente rara.
Clinicamente, estas lesões são, na maioria das vezes, de crescimento lento e assintomático, que ocorre principalmente nas três primeiras décadas de vida. No entanto, podem crescer consideravelmente e causar expansão da cortical óssea, deformação facial, impactação e deslocamento de dentes e/ou estruturas adjacentes, parestesia e desconforto. Podem estar associadas a algumas síndromes, quando se apresentam de formas múltiplas ou bilaterais, como a Síndrome de Maroteaux-Lamy e a Displasia Cleidocraniana6.
Radiograficamente, na maioria das vezes, o CDT se apresenta como uma cavidade unilocular radiotransparente com margem esclerótica bem definida, envolvendo a coroa de um dente não erupcionado, partindo da junção cemento-esmalte, embora aspectos multiloculares possam também ocorrer nas grandes lesões. Enquanto um folículo dentário normal tem de três a quatro milímetros de espaço entre o dente e sua margem, pode-se suspeitar de um CDT quando este espaço for maior do que cinco milímetros. Este cisto, quando situando na mandíbula, pode provocar o deslocamento do canal mandibular, a reabsorção da parede deste canal, a reabsorção radicular de dentes adjacentes ou até mesmo a fratura patológica mandibular. Apesar de sua etiopatogenia não ser totalmente conhecida, acredita-se que a proliferação epitelial em torno de uma cavidade preenchida por líquido cresça continuamente por pressão osmótica durante um extenso período de tempo, enquanto o dente não irromper3. Caso esta pressão seja eliminada e o dente irrompa, o CD deixa de ser uma entidade patológica.
Histologicamente, as características do cisto dentígero são variáveis. Se ele não está inflamado, possui uma cápsula de tecido conjuntivo frouxo e delgado, revestido por células epiteliais não ceratinizadas, composto por duas ou três camadas de células planas ou cuboidais. Quando há uma infecção secundária presente, o tecido conjuntivo é mais denso, com variável infiltração de células inflamatórias crônicas. O epitélio de revestimento pode apresentar níveis variáveis de hiperplasia, com desenvolvimento de cristas epiteliais com características escamosas mais marcantes.
Dados importantes para o diagnóstico:
- Cavidade cística envolvendo a coroa do dente totalmente incluso;
- Epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado (quantidade variável de camadas);
- Cápsula de tecido conjuntivo fibroso denso;
- Infiltrado inflamatório linfoplasmocitário.
Asterisco vermelho (fibras colágenas)
CISTO PRIMORDIAL (QUERATOCISTO)
Cisto de desenvolvimento que apresenta características clínicas e histológicas distintas dos demais cistos odontogênicos.
Ceratocisto odontogênico(CO) ou Queratocisto odontogênico é um cisto benigno, mas localmente agressivo. Acredita-se que sua origem esteja na lâmina dentária e afeta comumente a mandíbula posterior. Está associado com a Síndrome de Gorlin.
Devido ao seu aspecto agressivo e seu potencial de recidiva,o ceratocisto odontogênico foi classificado até 2016 pela OMS como tumor odontogênico ceratocisto, considerado uma neoplasia benigna. Atualmente em 2017 na nova classificação dos tumores a OMS (WHO) classificou o ceratocisto (queratocisto) como Queratocisto Odontogênico (ceratocisto) como um cisto.
Características Clínicas
Os COs podem ser encontrados em pacientes com idade variável, desde à infância até a velhice, mas cerca de 60% dos casos são diagnosticados em pessoas entre 10 e 40 anos. Há uma leve preferência por homens. A mandíbula é acometida em 60% a 80% dos casos com uma marcante tendência para o envolvimento do corpo posterior e do ramo da mandíbula.
Estes tumores tendem a crescer numa direção ântero-posterior, dentro da cavidade medular, sem causar expansão óssea óbvia (diagnóstico clínico e radiográfico diferencial). Geralmente são assintomáticos, porém em grandes dimensões (ocasionando assimetria facial) pode ocorrer dor, edema, drenagem ou ainda serem assintomáticos mesmo em lesões extensas. Na maioria dos casos observa-se lesão com características unilocular (no entanto em lesões grandes pode ser multiloculares), apresentando crescimento unilateral.
O desenvolvimento deste cisto parece estar ligado a um distúrbio do desenvolvimento, originário do epitélio odontogênico, e as evidências apontam para duas origens principais: da lâmina dentária ou seus remanescentes e de extensões das células basais do epitélio bucal sobrejacente. Alguns autores determinam mais especificamente a origem do cisto, atribuindo o seu desenvolvimento a degeneração do retículo estrelado do órgão do esmalte. Assim, não haveria a formação nem do esmalte nem da dentina, e o cisto resultaria da falha do desenvolvimento de um dente normal do arco dentário ou de um supranumerário.
Características Radiográficas
Exibem uma área radiolúcida, com margens escleróticas frequentemente bem definidas. Geralmente são analisadas radiografias panorâmicas e tomografia computadorizada, pois a radiografia panorâmica fornece, com qualidade, a extensão da lesão cística e sua relação com estruturas adjacentes, no entanto a tomografia computadorizada tem indicação indispensável para o planejamento cirúrgico, apresentando detalhes preciosos sobre a expansão da lesão, a localização de dentes envolvidos e a topografia de suas margens (espessura e perfuração das corticais ósseas) do que as radiografias convencionais. O uso racional indica tomografias computadorizadas somente para lesões extensas. O CO, pode muitas vezes ser confundido com cisto dentígero por em 44% dos casos está associado com dentes inclusos, porém observa-se também menos comum que o radicular, reabsorção óssea das raízes dos dentesadjacentes, normalmente ocorre um deslocamento do dente e não reabsorção da raiz. É importante salientar que apenas o diagnóstico histopatológico é determinante.
Características Histopatológicas
Sabendo-se que o diagnóstico pré-operatório não pode ser estabelecido definitivamente sem suporte histopatológico, a primeira etapa é realizar uma biopsia incisional do queratocisto que tem finalidade de estabelecer diagnóstico conclusivo. O corte histopatológico apresenta epitélio estratificado pavimento ceratinizado uniforme, com espessura variando entre 6 - 8 camadas de células, camada basal bem definida disposta em paliçada formada por células colunares ou cuboidais, cápsula fibrosa fina e friável, rica em mucopolissacarídeos, sendo as células inflamatórias raras. A camada de ceratina pode ser representada pela paraceratina (80% dos casos) ou pela ortoceratina (20%), sendo a primeira muito mais fina quando comparada a segunda.
Descrição microscópica:
- Tecido epitelial com 5-8 camadas de células sendo a superfície corrugada e paraceratinizada;
- Células da camada basal alongadas e hipercromáticas, em paliçadas (asterisco amarelo);
- Interface plana entre epitélio e conjuntivo, fraca adesão entre epitélio e conjuntivo;
- Cápsula de tecido conjuntivo fibroso em áreas mais frouxamente arranjado (asterisco vermelho);
Tratamento: A maioria dos COs é tratado de forma similar a outros cistos odontogênicos, ou seja, através da enucleação e curetagem, além de descompressão em grandes lesões. A remoção completa em uma única peça frequentemente é difícil devido à natureza delgada e friável de sua parede cística. São associados tratamentos de prevenção de recidiva, tais como, cateurização química da cavidade óssea com solução de Carnoy após remoção do cisto, marsupialização, crioterapia que segundo Pogrel(2001) devido a capacidade do nitrogênio líquido de desvitalizar osso in situ e manter a estrutura inorgânica intacta, a crioterapia pode ser utilizada para lesões localmente agressivas nos maxilares. Entretanto, em decorrência da dificuldade em controlar a quantidade de nitrogênio líquido aplicada à cavidade, a necrose resultante e o edema podem ser imprevisíveis, por isso não é uma prática tanto utilizada. Por ser uma lesão que pode recidir, é importante que o paciente seja acompanhado semestralmente ou anualmente. 
Cisto Periodontal Lateral- Cisto Odontogênico Botrióide
O Cisto Periodontal Lateral é um tipo raro de cisto odontogênico de desenvolvimento, não ceratinizado, que ocorre adjacente ou lateral a uma raiz dentária de dente vital. É raro, mas bem reconhecido e corresponde a 1,5% dos cistos dos maxilares; no entanto, GARAU et al.13 (2002) relataram que este cisto é uma lesão odontogênica dos maxilares, representando 0,8% de todas as lesões císticas nesta região . Os cistos variam de tamanho podendo atingir dimensões que vão até o próprio comprimento do dente, mas raramente é maior que 1 cm de diâmetro6 . GARAU et al.13 (2002) relataram que este cisto tem início na região lateral de dentes vitais já erupcinados. 
Clinicamente, se manifesta como um edema pequeno (aproximadamente 1 cm) nos tecidos moles e nas papilas interdentais4,7, podendo ser diagnosticado como um abscesso periapical ou periodontal. O diagnóstico é baseado na história clínica, no exame radiográfico e no teste de vitalidade pulpar.
Pode produzir erosões superficiais no osso cortical, mas nem sempre percebido na radiografia e comunica-se com o periodonto. Além disso, apresenta-se mais comumente de forma unilocular, mas pode ocorrer multilocularmente, recebendo a denominação “botrióide”.
Radiograficamente, o cisto apresenta-se como uma área radiotransparente bem circunscrita, localizada lateralmente à raiz de um dente com vitalidade. Essas características não são suficientes para o diagnóstico, devido outras lesões poderem apresentar aspectos semelhantes, como o tumor odontogênico queratocisto, cisto odontogênico botrióide, cisto radicular lateral e cisto odontogênico glandular.
Histologicamente Este cisto possui uma cápsula fibrosa fina, geralmente não inflamada, revestida por epitélio com espessura de apenas uma a três células na maioria das regiões. Na maioria das vezes este epitélio consiste em células escamosas achatadas, mas às vezes as células podem ser cuboidais. Focos de células claras, ricas em glicogênio podem ser observados entremeados com as células epiteliais limitantes. Caracteristicamente estes cistos mostram espessamentos nodulares do limitante epitelial, ocasionalmente contendo células claras.
O tratamento proposto para o cisto periodontal lateral é a enucleação cirúrgica, com poucas possibilidades de recidiva. O dente envolvido deve ser mantido, pois apresenta na maioria dos casos vitalidade pulpar.
CISTO DA LÂMINA DENTÁRIA (Cisto gengival do recém-nascido) 
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: Os cistos gengivais do recém-nascido surgem como pequenas pápulas esbranquiçadas, geralmente múltiplas, na mucosa que recobre o processo alveolar dos neonatos. Os cistos individualmente, em geral, medem não mais do que 2 a 3 mm de diâmetro. O rebordo alveolar superior é mais comumente acometido do que o inferior.
Não se indica tratamento para os cistos gengivais do recém-nascido, pois as lesões involuem espontaneamente como consequência da ruptura dos cistos e resultante contato com a superfície da mucosa oral. As lesões raramente são observadas após os três meses de idade. 
Aspectos histológicos. Os cistos podem apresentar formas redondas ou ovais, e nos cortes histológicos encontramos um delgado revestimento de epitélio estratificado pavimentoso com superfície paraqueratótica. A cavidade cística usualmente é preenchida por queratina descamada e, freqüentemente, contém células inflamatórias.
NÓDULOS DE BOHN E PÉROLAS DE EPSTEIN 
As Pérolas de Epstein são nódulos císticos que ocorrem ao longo da rafe palatina mediana, e, não são de origem odontogênica, enquanto que os Nódulos de Bohn, remanescente epiteliais das glândulas salivares menores do palato.
CISTO DE ERUPÇÃO 
O cisto de erupção é uma variedade de cisto dentígero associado a um dente decíduo ou permanente em processo de erupção. É uma lesão extra-óssea localizada entre o epitélio reduzido do órgão de esmalte e a coroa do dente, causada pelo acúmulo de exsudato, com freqüência hemorrágica, o que confere à gengiva a cor azulada (esta é a razão pela qual este cisto recebe o nome de "hematoma de erupção"). 
Aspectos histológicos 
O revestimento epitelial do cisto, originário do epitélio reduzido do esmalte, é constituído por 2 a 3 camadas celulares de epitélio estratificado e, pela presença constante de células inflamatórias agudas. 
Tratamento 
Normalmente o cisto se rompe, devido ao traumatismo mastigatório; o dente erupciona e a lesão desaparecem. Quando isto não acontece, o aumento do volume gengival pode provocar dor, sendo necessária a ulotomia, enucleação.
CISTO ODONTOGÊNICO CALCIFICANTE 
Características clínicas e Patogenia 
O Cisto Odontogênico Calcificante é uma lesão considerada rara, representando cerca de 1% dos cistos dos maxilares. Foi descrita por Gorlin et al., em 1962, que consideraram "lesão peculiar que ocupa uma posição anômala entre cisto e neoplasia". Realmente este cisto tem muitas características de um tumor odontogênico e, de fato, tem sido assim classificado pelo Centro de Referência Internacional para a Definição e Classificação Histológica dos Tumores Odontogênicos, Cistos dos Maxilares e Lesões Afins da OMS (Pindborg & Kramer, l971). A área mais afetada por este cisto é a região anterior, sendo que nenhuma lesão foi descrita posteriormente ao primeiro molar (Buchner 1991, Buchner et al. 1991). Este cisto tem manifestação clínica caracterizada pelo aumento de volume, usualmente sem sintomatologia. A maioria das lesões (1/3), desenvolvem-se em regiões extra ósseas e, distribuídas igualmente pela maxila e mandíbula (região anterior). Com relação à idade, parece haver uma distribuição bimodal com picos na segunda e sexta décadas.Quanto à patogenia da lesão, existe dificuldade na sua elucidação, devido às propriedades do epitélio que reveste o cisto em induzir à formação de tecidos dentários e da frequente associação com outros tumores odontogênicos. Nos casos em que há esta associação, o tumor odontogênico se desenvolveria secundariamente ao Cisto Odontogênico. Devido às diversas possibilidades que o Cisto Odontogênico Calcificante pode ser encontrado, Praetorius et al. (1981) sugeriram esta classificação: 
Tipo 1, com os seguintes padrões: 
Tipo 1A - unicística simples; 
Tipo 1B - produtos de odontoma; 
Tipo 1C - com proliferação ameloblastomatosa. 
Tipo 2 - Considerado uma neoplasia com algumas características microscópicas do cisto odontogênico calcificante, apresenta epitélio ameloblastomatoso e o desenvolvimento de um cisto é um aspecto secundário. 
Este Tipo 2 apresenta um comportamento parecido com o Ameloblastoma (agressividade local), razão pela qual, alguns autores sugerem a esta variedade de Cisto Odontogênico Calcificante, o termo Ameloblastoma Dentinogênico de Células Fantasmas. Os cistos odontogênicos calcificantes distribuem-se igualmente pela maxila e mandíbula (como foi dito anteriormente, pela região anterior), sem predileção por sexo e 1/3 dos casos têm situação extra-óssea. 
Características Radiográficas Radiograficamente é uma lesão destrutiva produzindo imagens radiolúcidas bem definidas, podendo apresentar-se unilocular ou multilocular. Deslocamento e reabsorção radicular são achados comuns. A calcificação distrófica produz uma imagem radiopaca no interior da lesão. O tratamento preconizado é a enucleação cirúrgica, sendo rara a recidiva. No entanto se o COC estiver associado à outra patologia, o tratamento deve levar em consideração a presença da lesão associada (YOSHIDA, 2001).
Aspectos Histológicos 
A lesão mostra um revestimento epitelial com a camada basal constituída de células cúbicas ou colunares, e camada de células semelhantes às do retículo estrelado, do órgão do esmalte. O aspecto mais notável deste cisto é a presença de células fantasmas (células largas, circulares, sem núcleo e levemente eusinofílicas). Estas células são queratinizadas, com aspecto eosinófilo, apresentando perda de detalhes e da manifestação de contornos nucleares e citoplasmáticos. No interior das células fantasmas inicia-se a deposição de sais de cálcio, sob a forma de poeira, a qual vai se agregando e formando massas maiores. É comum encontrarmos na cápsula cística, a presença de calcificação distrófica, dentinóide, ilhotas de epitélio, cristais de colesterol e por vezes de pigmento melânico. 
Figura: Aspecto microscópico com destaque para a presença de células fantasmas (setas).
Figura: Aspecto macroscópico da peça cirúrgica (foto acima) e da sua face luminal ou interna (foto abaixo). Notar a presença de estruturas brancas mineralizadas.
Figura:
Aspecto radiográfico da peça cirúrgica confirmando a presença de estruturas mineralizadas na peça cirúrgica.
Tratamento 
Os Cistos Odontogênicos Calcificantes são tratados por enucleação cirúrgica, sendo raras as recidivas.
Cisto radicular / Periapical
O cisto radicular, ou cisto periapical, é um dos subtipos de cistos derivados do tecido epitelial odontogênico, o que o caracteriza como um cisto odontogênico. Classificado assim como um cisto inflamatório, pois sua formação depende necessariamente de um estímulo imunológico para preceder. Os cistos radiculares são respostas a estímulos de toxinas geradas através de lesões inflamatórias ou necrose pulpares, tanto em dentes decíduos quanto permanentes, que através do canal radicular, atingem a região periapical, gerando assim uma inflamação. Sendo assim, a etiologia principal para a instalação de lesões periapicias e assim, por extensão, do cisto radicular, é a cárie. Desta forma, a ocorrência da necrose pulpar e instalação de toxinas e bactérias no periápice dentário ativam os mecanismos de defesa do organismo, levando a processos imunológicos que levam ao desenvolvimento deste no tecido. Assim, o processo inflamatório crônico, que apresenta baixa intensidade, leva ao estímulo por ação de citocinas, aumentando o número de fibroblastos, fibras colágenas e apoptose da bainha de Hetwig, deixando os restos epiteliais de Malassez, que podem originar o desenvolvimento cístico.
Os macrófagos possuem assim, importante papel no processo de combate aos microorganismos irritantes na lesão, tanto quanto no processo de destruição tecidual que ocorre, dada sua ação na produção das citocinas IL-4 e TNFalfa, agentes importantes na reabsorção óssea sendo elas as metaloproteases (colagenase e elastase) e prostaglandinas (PGs) que contribuem para a destruição tecidual. 
Clinicamente o cisto pode estar localizado no ápice de qualquer dente desvitalizado, assintomático e sem evidências clinicas maiores, seu diagnóstico é feito a partir de imagens radiográficas, onde é possível observar imagem radiolúcida circunscrita de halo radiopaco na porção apical do dente lesionado, com perda da continuidade da lamina dura alveolar. No caso de lesões extensas, pode haver ruptura por destruição cortical óssea, levando a tumefação indolor, com mucosa sem alteração. Este quadro pode ser gerado também por presença de infecção secundária na parede cística, o que agrava e acelera ainda mais o desenvolvimento da lesão bem como o aparecimento de sintomatologia dolorosa. 
Radiograficamente, o cisto periapical apresenta-se como uma imagem radiolúcida/hipodensa, circunscrita, de limites definidos, unilocular e envolta por esclerose óssea reacional (halo radiopaco/hiperdenso). É importante ressaltar que, radiografica e tomograficamente, lesões císticas possuem limites bem definidos e corticalizados, provocando aumento de volume de corticais adjacentes, podendo rompê-las. Esta cortical limítrofe indica crescimento lento. Lesões císticas costumam ser indolores e podem alcançar grandes dimensões. Quando  são lesões em maxila, podem estender-se para o interior das cavidades nasal e sinusal. Quando são lesões em mandíbula, podem rechaçar o canal da mandíbula em direção à base da mandíbula.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, associada ao ápice do dente 46 
Cisto Periapical.
Imagem radiolúcida, circunscrita, de limites definidos e corticalizados, unilocular, envolta por halo radiopaco, possivelmente associada ao dente 16 (notar alargamento do forame apical de sua raiz palatal), mantendo contato com as raízes dos dentes 17 e 15. Observa-se abaulamento do assoalho do seio maxilar. Cisto Periapical.
Cisto periapical associado às raízes (residuais) do elemento 17 e que se projeta para o interior do seio maxilar correspondente, com expressivo aumento de volume da cortical de seu assoalho. Este caso nos mostra a proporção exuberante que um cisto periapical pode alcançar – este cisto periapical ocupa grande parte do seio maxilar e estende-se em direção do assoalho da cavidade orbital.
Histopatologicamente, o revestimento cístico apresenta-se em forma de tecido pavimentoso estratificado ceratinizado. Em alguns cistos é observada, no epitélio de revestimento, a presença de corpos hialinos conhecidos como corpúsculos de Rushton, que se apresentam de forma arredondada ou curvilínea, eosinófila, na qual é observado colágeno condensado de forma que é possível observar, na sua periferia, células de origem linfocítica e células gigantes multinucleadas. São ilhotas de tecido odontogênico, onde é possível observar exsudato purulento com presença de células inflamatórias e calcificação distrófica decorrente de hemorragia prévia, com presença de hemácias e hemossiderina. O liquído contido no lúmen cístico é composto basicamente de material amorfo com alto conteúdo proteico e células epiteliais descamadas. Em casos de cistos com tamanho considerável, a massa de Corpúsculos de Rushton pode levar ao rompimento.
Cisto gengival do adulto
Características clínicas e patogenia
O cisto gengivaldo adulto é uma lesão incomum. Considera- se que represente acontraparte em tecidos moles do cisto periodontal lateral, sendo derivado de restos da lâmina dental (restos de Serres). Como o cisto periodontal lateral (lesão intraóssea), o cisto gengival do adulto (lesão extra óssea) mostra uma predileção marcante para ocorrência na região de canino e pré-molares inferiores (60% a 75% dos casos).Os cistos gengivais do adulto são mais comumente encontrados em pacientes cuja faixa etária está entre 50 e 60 anos de vida. Eles estão quase que invariavelmente, localizados na gengiva vestibular ou na mucosa alveolar. Os cistos gengivais da maxila geralmente são encontrados nas regiões de incisivo, caninos e pré-molares.
Clinicamente, os cistos aparecem como um nódulo indolor, em forma de cúpula, em geral com menos de 0,5 cm de diâmetro, apesar de raramente poderem apresentar tamanho maior. Eles frequentemente são de cor azulada ou cinza-azulada. Em alguns casos, o cisto pode causar uma “reabsorção em taça” superficial do osso alveolar o que geralmente não se detecta na radiografia, mas se torna aparente quando o cisto é excisado. Se houver ausência de maior quantidade de osso, pode-se argumentar que a lesão pode ser um cisto periodontal lateral que erodiu a cortical óssea, em vez de um cisto gengival que se originou na mucosa.
Cisto gengival do adulto.
Tumefação retesada, preenchida por fluido, na gengiva vestibular.
 
Fonte: NEVILLE et al.,2009
Características Radiográficas
Por ser uma lesão extra óssea, pode não ocorrer alteração radiográfica alguma, ou existir apenas uma leve sombra arredondada indicativa de erosão óssea superficial.
Tratamento
O cisto gengival do adulto responde bem à simples excisão cirúrgica. O prognóstico é excelente.
O Cisto Odontogênico Glandular / 
(Cisto Sialo-Odontogênico)
O Cisto Odontogênico Glandular é uma lesão rara de origem odontogênica, sendo relatado pela primeira vez na literatura por Padayachee e Van Wyk em 1987 [1]. Eles descreveram duas lesões que apresentavam características incomuns, nas quais os autores identificaram similaridades com os cistos odontogênicos botrióides, e estruturas similares a um material mucinoso. Por esse motivo, os autores propuseram o termo cisto “sialo – odontogênico” para essas condições, acreditando que seriam derivadas das estruturas glandulares [1]. Em 1988, Gardner et al. [2] descreveram outros oito casos e chamaram essas lesões de cistos odontogênicos glandulares, uma vez que consideraram que a estrutura de mucina que formava o epitélio cístico não possuía origem de glândulas salivares, e essa etiologia deveria ser atribuída na verdade a uma degeneração do epitélio odontogênico. Esses cistos odontogênicos são clinicamente importantes porque possuem uma alta taxa de recorrência e um potencial de crescimento agressivo. Eles afetam usualmente a região anterior de mandíbula e aparecem como um aumento de volume assintomático. Em alguns casos podem causar dor e eliminação de secreção purulenta. Os COGs podem ser assintomáticos e são descobertos por exames radiográficos de rotina. 
Radiograficamente, o COG aparece como uma imagem radiolúcida bem definida uni ou multilocular. Muitos autores também relatam a identificação de perda da cortical e algumas vezes citam a presença de um elemento dentário impactado dentro da cavidade cística.
Características clínicas e radiográficas do caso A) assimetria mandibular; B) exame intraoral mostrando aumento de volume em mandíbula esquerda com desvio de linha média e mal oclusão dentária; C) TC evidenciando abaulamento da cortical óssea; D) radiolucidez multilocular, expansão da cortical óssea e reabsorção dentária na radiografia panorâmica.TC: tomografia computadorizada.
Histopatologicamente, os COGs se apresentam com uma grande variedade de características histológicas, e alguns autores sugeriram que essas características podem diferenciar esse cisto de outras lesões como o cisto periodontal lateral, cisto odontogênico botrióide e carcinoma muco epidermoide . Na literatura, muitos estudos sugeriram um critério diagnóstico para o COG baseado nas suas características microscópicas. Esse critério diagnóstico baseia-se num critério diagnóstico maior e menor citado por Kaplan et al. em 2005, que estabeleceram parâmetros para essa condição. Esses parâmetros são: “Critério Maior: 1- epitélio escamoso sobre a interface da parede cística, 2- variações na espessura do revestimento do cisto com ou sem tecido epitelial em '' esferas '' ou proliferação luminal focal; não paliçadas, 3- células eosinofílicas cubóides, 4- células mucosas com acúmulo mucoso intra-epitelial com ou sem criptas revestidas por células produtoras de muco, 5- micro – cistos glandulares intraepiteliais ou estruturas similares a ductos. Critério Menor: 1- proliferação papilar, 2- células ciliadas, 3- multicistos ou arquitetura multi-luminal, 4- células vacuoladas”.
Tratamento e prognóstico
Enucleação e curetagem; Alta propensão á recorrência; 
Devido a sua agressividade e recorrência, alguns autores recomendam ressecção e bloco.
Cistos Não Odontogênicos
Conceito
Cavidade patológica revestida total ou parcialmente por epitélio contendo no seu interior material líquido ou semi-fluído envolto por uma cápsula fibrosa. Nestes cistos, o epitélio deriva de remanescentes de epitélio da formação da face não relacionado com a odontogênese. A etiologia é desconhecida.
 CISTO DO DUCTO NASOPALATINO
Cisto não-odontogênico que se origina dos remanescentes do ducto nasopalatino no interior do canal incisivo.
Clinicamente, o sintoma mais comum é a tumefação na região da papila incisiva; por meio dos exames radiográficos (radiografias intra e extrabucais e tomografias), observa-se aumento de volume do forame incisivo bem como do trajeto do canal incisivo. Em lesões mais extensas, há relação de contato com as raízes dos dentes incisivos centrais (estes com vitalidade), e por vezes, pode haver aumento de volume das corticais vestibular e/ou palatal, assim como do assoalho da cavidade nasal.
Imagem radiolúcida de limites definidos e corticalizados em região de linha média da maxila – superiormente aos ápices dos dentes incisivos centrais superiores – Cisto do Canal Nasopalatino.
 A, Aspecto clínico intrabucal, com ausência de anormalidades ao exame físico; B, TC da maxila em corte axial mostrando dimensão médio-lateral da lesão; Aquisição sagital da maxila evidenciando dimensão anteroposterior e supero inferior; C, Loja cirúrgica após enucleação total da lesão; D, Fotomicrografia evidenciando a presença de lesão cística revestida por delgado epitélio pseudoestratificado e cápsula fibrosa densa com infiltrado inflamatório crônica (HE, 40×). Em maior aumento, no canto direito inferior, evidencia-se a presença de células arredondadas e achatadas no epitélio de revestimento (HE, 400×)
CISTO NASOLABIAL:
Cisto não-odontogênico que se origina a partir de remanescentes do epitélio do ducto lacrimal. Cisto que ocorre em tecido mole (não intraósseo). O cisto nasolabial é um cisto raro que se desenvolve na região inferior da asa nasal, com patogênese ainda incerta. Acredita-se que sua patogenia esteja relacionada com a 4ª e 8ª semanas de vida intra-uterina, nas quais o processo maxilar do segundo arco braquial forma a base nasal e a asa do nariz. A fusão média de cada processo palatino lateral da maxila com a base do septo formam o palato duro, enquanto ao mesmo tempo iniciando da fossa nasal. Mudanças aberrativas em algum desses pontos de fusão podem dar origem a um cisto fissural. (Klestadt2, em 1953, sugeriu que estes cistos são derivados de restos ectodérmicos epitélio das fendas faciais embriológicas) na linha de fusão entre os processos nasal medial e lateral com o processo maxilar; por esta razão são chamados também de cistos fissurais. A outra teoria para explicar a gênese destes cistos é que a lesão se desenvolva a partir de restos celulares derivados da abertura inferior do ducto nasolacrimal. O epitélio que revesteeste ducto é colunar pseudoestratificado semelhante ao que se observa freqüentemente na parede do cisto nasolabial
Esta lesão, que possui crescimento lento e dimensões variáveis (1,5-3 cm), caracteriza-se clinicamente por uma tumefação flutuante na região do sulco nasolabial ao redor da asa do nariz, causando uma elevação do lábio superior. Seu diagnóstico pode ser feito basicamente pelo quadro clínico e, se necessário, complementando-se com exames auxiliares por imagens.
Entre os sinais e sintomas que podem ocorrer, incluem-se dores locais, obstrução nasal, quadro infeccioso que pode acarretar em um aumento da tumefação com sinais inflamatórios e infecciosos importantes e, clinicamente, caracteriza-se por uma massa flutuante na região de sulco nasolabial envolvendo a asa do nariz, referente à porção ventral-inferior do rebordo piriforme, causando uma elevação do lábio superior. Eles são usualmente unilaterais (90%) e bilaterais em apenas 10% dos casos. Ocorre mais em indivíduos do sexo feminino, entre a 4ª e 5ª décadas de vida e tem predileção pela raça negra.
Microscopicamente, o cisto nasolabial possui uma grande variedade quanto ao seu tipo de epitélio, podendo ser escamoso simples, cuboide simples ou pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células mucosecretoras (epitélio do tipo respiratório), sendo este o mais comum.
O tratamento do cisto nasolabial, na maioria das vezes, consiste na enucleação cística por acesso intraoral, sendo o acesso realizado por incisão no sulco gengivolabial e dissecação romba da lesão (Acesso de Denker).
Cisto Epidermóide da Pele
Os cistos epidermoides são anomalias de desenvolvimento incomum na região de cabeça e pescoço. Possuem um crescimento lento progressivo, podendo atingir grandes proporções, contendo queratina em seu interior. A teoria mais aceita sobre a origem desses cistos afirma que eles são derivados dos restos epiteliais retidos na linha média, durante o fechamento dos 1° e 2° arcos branquiais, na terceira e na quarta semana de vida intrauterina. São lesões assintomáticas e, dependendo da extensão, podem causar alterações estéticas e funcionais.
Os cistos epidermoides são revestidos por epitélio estratificado pavimentoso ceratinizado com uma camada granulosa proeminente e uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso denso. No interior da cavidade cística pode-se evidenciar lâminas de ceratina descamadas.

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