Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Sheyla Conceição Veloso RA 2101636 MECANISMOS DE AGRESSÃO E DEFESA APLICADOS Atividade 3 A3 Questão Dissertativa Obtido por meio de células do tipo Linfócitos B, os anticorpos são proteínas estudadas há vários anos, responsáveis pela resposta imune humoral contra diferentes patógenos. O potencial terapêutico que essa molécula vem ganhando nos últimos anos com o desenvolvimento de anticorpos monoclonais impulsionou esse ramo da imunologia. Contudo, quanto ao seu surgimento, esses anticorpos monoclonais, quando usados de forma contínua nos pacientes, eram inativados ou causavam reações adversas, como quadros de hipersensibilidades, tudo em função da sua origem. Qual seria o problema relacionado à origem da formulação dos anticorpos monoclonais que durante algum tempo deixou limitada a sua utilização terapêutica em alguns casos? Como foi contornado esse problema com os anticorpos monoclonais utilizados atualmente? Resposta: A técnica utilizada para a produção de anticorpos monoclonais foi desenvolvida por Köhler & Milstein em 1975, é realizada uma fusão de células esplênicas de um camundongo, previamente imunizado, com células de mieloma, dando origem a células híbridas capazes de secretar anticorpos (KOHLER; MILSTEIN, 1975). A técnica foi nomeada de Hibridoma, sua descoberta permitiu a produção de uma população homogênea de anticorpos. Com esse significativo avanço da medicina para a época, a técnica de hibridomas significou uma grande promessa, podemos dizer que o problema relacionado a origem da formulação dos anticorpos monoclonais, que durante algum tempo deixou limitada a sua utilização terapêutica em alguns casos, foi pelos testes clínicos não obter o sucesso desejado, tendo seu uso terapêutico limitado devido ao baixo tempo de meia-vida, e ativação insuficiente das funções efetoras e o desencadeamento de reações imunológicas, induzindo o sistema imunológico do paciente a produzir anticorpos contra a própria imunoglobulina administrada. Em meados de 1980, os anticorpos monoclonais completamente humanos puderam ser produzidos através de hibridomas derivados de linfócitos humanos e células de mieloma, ou por meio da imortalização de linfócitos humanos pelo vírus Epstein-Barr. Mas tais métodos também apresentaram limitações e se demostraram inviáveis, uma vez que a quantidade produzida era insuficiente envolvendo questões éticas, tendo em vista que os linfócitos eram obtidos de pacientes, o que impossibilitava a imunização com antígenos experimentais de interesse (NELSON et al, 2010). E outro agravante se dava por não ser aconselhável a produção de biomedicamentos utilizando-se células infectadas com patógenos humano. Já os anticorpos monoclonais utilizados atualmente, foi contornado o problema a partir de muitos estudos científicos desenvolvendo o anticorpo quimérico (recombinante), formados pela fusão entre os genes que codificam as cadeias leves e pesadas presentes nas regiões variáveis dos anticorpos murinos, com os genes relacionados à codificação da região variável do anticorpo humano. Com o objetivo de tornar o anticorpo o mais “humanizado” possível, protocolos experimentais foram utilizados para tornar as imunoglobulinas mais próximas das particularidades da molécula humana Os anticorpos humanizados são obtidos a partir da recombinação genética, pela qual as regiões determinadoras de complementariedade (CDR) dos genes humanos são substituídos pelo equivalente murino. Essa molécula apresenta maior similaridade com as imunoglobulinas humanas, gerando assim baixo índice de reações e em alguns casos até mesmo nenhuma reação. Sendo de suma importância destacar que o desenvolvimento das técnicas de DNA recombinante permitiu o desenvolvimento de moléculas recombinantes de anticorpos artificiais que se comportam de forma idêntica ao anticorpo original. Os anticorpos recombinantes são normalmente produzidos na forma de fragmentos polipeptídios que preservam o parátipo do anticorpo original. Estratégias vem sendo desenvolvidas buscando modificações na molécula para obtermos um melhor resultado, visando aumento da especificidade e afinidade pelo antígeno, diminuição da imunogenicidade, aumento da função efetora, melhoria da formulação em termos de estabilidade e solubilidade final do produto, regime de tratamento e vias de administração simplificação do processo produtivo. Buscando exemplos, em relação a otimização da afinidade e especificidade pelo antígeno, as técnicas que envolvem o aperfeiçoamento das CDRs apresentam grande evolução. A potencialização da função efetora tem sido realizada através de modificações na sequência de aminoácidos no perfil de glicosilação da porção Fc, visando aumentar a afinidade pelos receptores Fc (TILLER; TESSIER, 2015; ELGUNDI et al, 2017).
Compartilhar