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Agricultura: História, Influenciadores e Tipos

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Agropecuária
· A agricultura
· História: 
A agricultura é o cultivo de espécies de plantas com a finalidade de obter alimentos, energia e matéria-prima. O clima, o solo e o relevo são fatores que influenciam a agricultura, podendo ser de forma positiva ou negativa. 
A possibilidade de se cultivar alimentos foi descoberta pelos humanos no período paleolítico, mas trouxe tantas mudanças para o modo de viver da época que a Revolução Agrícola acabou dando início a um novo período da pré-história: o neolítico. A agricultura possibilitou a formação de povos sedentários e a abundância de alimento proporcionou um grande crescimento populacional e desenvolvimento tecnológico, originando as principais civilizações.
Na Idade Média, a agricultura era a base do feudalismo, o sistema econômico da Europa na época. Outras atividades econômicas eram quase inexistentes. 
No Brasil, durante o Segundo Reinado, o café era o mais importante produto agrícola, tendo a região de SP como produtora de 67% do total. O café também acelerou os processos migratórios, ao atrair mão-de-obra europeia, com incentivos da família real após a abolição da escravidão.
Atualmente, ainda que outros setores tenham se tornado importantes, a agricultura segue sendo um grande peso no plano econômico mundial. As novas tecnologias permitiram que a atividade agrícola se tornasse mais moderna e funcional. 
· Influenciadores:
· Clima: varia de acordo com a posição geográfica
· Solo: cuidados com técnicas de cultivo e manejo para aumentar a fertilidade do solo e conservá-lo, evitando erosões
· Relevo: geralmente, terrenos planos nos quais são utilizadas máquinas são de maior produtividade. Terrenos com inclinação exigem o uso de técnicas de plantio adequadas.
· Hidrografia: áreas irrigadas (próximas a rios ou bacias) tendem a ser mais férteis
· Vegetação: muitas vezes a vegetação natural de uma região é diminuída para que se possa usar seu terreno para o cultivo.
· Sistemas agrícolas:
· Agricultura tradicional: a forma mais antiga de agricultura. Defende o uso da mão-de-obra direta, sem mecanização, e prioriza o uso de recursos naturais. Geralmente praticada em pequenas propriedades para a subsistência das famílias que fazem o cultivo. O solo não recebe nenhum veneno ou composto químico para acelerar a produção. Utiliza-se adubo de animais.
· Agricultura moderna: inverso da agricultura tradicional, com a utilização de maquinário e planejamento intenso. Surge na Revolução Industrial, com o uso de fertilizantes e agrotóxicos. Geralmente monoculturas especializadas para o comércio interno e externo.
· Agricultura alternativa ou orgânica: tem por objetivo o desenvolvimento sustentável e a produção agrícola sem produtos químicos como agrotóxicos e pesticidas. Conserva as características naturais do solo, visando o equilíbrio ecológico e racionando recursos naturais como a água. Não realiza queimadas e nem desmatamento para criar ou ampliar áreas agricultáveis. Pouca ou nenhuma mecanização e mão-de-obra especializada. Fertilizantes são usados somente se forem naturais, assim como métodos para o controle de pragas. Baixa produtividade gera preços altos.
· Agricultura extensiva: exploração da terra em grandes propriedades com pouca tecnologia (ferramentas e técnicas rudimentares) e baixa produtividade. Uso do trabalho braçal. Típica de países subdesenvolvidos (ciclo do subdesenvolvimento), não oferecendo competitividade aos países desenvolvidos de agricultura intensiva.
· Agricultura intensiva: alto investimento tecnológico (mecanização) com alto planejamento e técnicas avançadas. Alta produtividade voltada ao comércio.
· Revolução Verde: 
A partir de 1960, o avanço da tecnologia agrícola levou ao aumento do controle sobre processos naturais e técnicas de cultivo que impulsionaram o crescimento agrícola, com o uso de fertilizantes, adubos e agrotóxicos (químicos). Esse processo, chamado de Revolução Verde, impôs o mesmo modo de produção agrícola por todo o mundo. Isso resultou em seis culturas que acabaram se destacando no comércio de alimentos, sendo responsáveis por 80% das calorias consumidas no mundo: trigo, arroz, milho, batata, batata doce e mandioca. 
· Tipos de agricultura: 
· Agricultura de jardinagem: plantio em áreas inundáveis, com fertilizantes e sementes selecionadas, adubação orgânica e cuidado com a conservação do solo. Trabalho (principalmente) braçal. Praticada principalmente no Sul e no Sudeste asiáticos, em pequenas propriedades (de subsistência ou voltadas para o mercado interno). Alta produtividade. Em áreas com declividades (Andes e Himalaia), técnicas de terraceamento (aplainagem em degraus/curvas de nível que retém água e nutrientes) proporcionam o bom aproveitamento espacial.
· Agricultura itinerante: utilização do fogo para limpar áreas a serem cultivadas leva a redução de produtividade e fertilidade do solo. O agricultor é obrigado a abandonar a terra e buscar novas regiões para o plantio. Geralmente de subsistência. Praticada na África, na América Latina (Amazônia) e no Sudeste Asiático. 
· Plantation/plantagem: introduzida pelos europeus no tempo de colônia, ainda é praticada em regiões da América Latina, da África e da Ásia Meridional. Mão-de-obra barata em latifúndios, voltada para a exportação. 
· Agricultura empresarial: alto investimento em tecnologias de computadores e GPS possibilitam a geração de geoestatísticas e dados georeferenciados. Agricultura de alta precisão, com o monitoramento da variabilidade do clima e do solo e com doses calculadas de adubos e insumos químicos.
· Hidropônica: plantio dentro de estufas e sem necessidade de solo. Depende do alto conhecimento técnico e da energia elétrica. Utilização de soluções com nutrientes e racionamento de água e fertilizantes. Há maior produção por área e os produtos são limpos e de alta qualidade; porém, o custo inicial para o investimento é alto.
· Agricultura e pecuária na Europa
Agricultura majoritariamente intensiva, desenvolvida e pequenas propriedades, muitas vezes com a rotação de culturas, o que evita o esgotamento do solo, e policultura especializada. Utiliza a mecanização e o plantio mais comum é o de cereais. Tudo que é produzido na Europa deve priorizar o comércio entre países europeus, de acordo com o PAC (Proteção Agrícola Comercial). A pecuária é intensiva.
· Agropecuária nos EUA
Os EUA são os maiores produtores e exportadores de alimento do mundo. O domínio tecnológico e a mecanização fazem com que sua agricultura e pecuária intensivas tenham alta competitividade no mercado internacional. A agricultura é predominantemente comercial, para consumo interno e de exportação. Tem como principal caraterística os belts (cinturões agrícolas). Os belts são extensas áreas voltadas para o cultivo especializado de um produto principal (e alguns secundários) para fins comerciais. A concentração dos produtos em determinadas áreas permite maior integração para a comercialização do produto e a utilização de maquinários mais especializados. 
O wheat belt (trigo), o cotton belt (algodão), o corn belt (milho) e o ranching belt (pecuária extensiva) são alguns exemplos. Há também os green belts, aglomerados de pequenas e médias propriedades em torno de centros urbanos que produzem frutas, legumes, verduras e se dedicam à pecuária leiteira extensiva. Essas propriedades, embora menores e menos especializadas do que os demais belts, se beneficial por sua proximidade do mercado consumidor. 
· Pecuária
· Pecuária extensiva: criação de gado solto no pasto, que se alimenta do pasto natural e que pode ser complementado por ração caso haja recurso disponível para esse investimento. A aplicação de medicamentos nos animais também depende da disponibilidade de recursos. Pampa e planície central dos EUA ofereces pastagens de maior qualidade. Pode ter-se gado de corte ou gado leiteiro. 
· Pecuária intensiva: gado confinado em baias, alimentado com pasto especial e rações. Passa por processos de inseminação artificial e tem assistência médica com medicação de qualidade. Gado leiteiro ede corte. Comum na Europa, mas também nos EUA e no Brasil.
· Pastoreio: a mais antiga técnica pecuária, constituída de rebanhos criados em áreas de pastagens naturais. Praticado por comunidades tradicionais do norte da Europa, dos desertos do oriente médio, do Norte e da região saariana da África e da Ásia central.
A produção de carnes foi a atividade que mais cresceu no setor da agropecuária nos últimos 50 anos, principalmente devido aos avanços no transporte de carga viva e de alimentos como carne congelada e derivados do leite a longas distâncias, facilitando o comércio. Ainda assim, práticas tradicionais são as responsáveis por 70% da nutrição da população mais pobre (no mundo). A carne de porco, seguida pelas aves domésticas, é a maior fonte de proteína animal consumida no planeta. 
· Agronegócio e agroindústria
O aumento da produtividade agropecuária tem evoluído cada vez mais para a produção especializada e conectada à industrialização: a agroindústria. Unidades fabris que transformam produtos agropecuários em industrializados são instalados conjuntamente aos locais de produção, como industrias de laticínios e de óleos vegetais. Foram as empresas transnacionais que investiram o capital para articular a agropecuária com as indústrias, devido a necessidade de aumentar a competitividade dos produtos agrícolas. Essa articulação intensa, que passou a envolver, além da agropecuária e da industrialização, o transporte e o comércio, foi chamada de agronegócio. Nunca se investiu tanto em pesquisas agropecuárias quanto nas últimas décadas, possibilitando maior rendimento e produtividade.
A produção e comercialização dos produtos agropecuários passaram a ser controlados por empresas transnacionais, que tentam influenciar a criação de leis benéficas a elas. Em países em desenvolvimento, o bom desempenho e a modernização do agronegócio são (muitas vezes) ineficientes para competir com as matérias-primas e produtos agrícolas (commodities) no mercado internacional. 
· Subsídios estatais em países desenvolvidos
Países desenvolvidos oferecem subsídios estatais a seus agricultores, para garantir alguma estabilidade nos preços, além de impor barreiras tarifárias e sanitárias para importação de produtos agropecuários de países em desenvolvimento. Isso assegura que não serão prejudicados por concorrência internacional, prejudicando agricultores de países mais pobres. 
· Agropecuária no Brasil
No Brasil, o clima favorável (tropical), o solo fértil e o terreno pouco acidentado favorecem o desenvolvimento agropecuário no país. Além disso, a expansão e a modernização agrícola, junto ao grande mercado consumidor interno e externo também foram muito importantes para esse processo. 
O espaço rural brasileiro apresenta tanto setores tradicionais e tecnicamente atrasados, quanto setores modernos, que empregam recursos técnicos avançados de alta produtividade. As plantations ainda são predominantes, resultando em uma estrutura latifundiária e concentradora de terras.
O setor agropecuário é responsável por 25% do PIB brasileiro. Soja, café, laranja, cana-de-açúcar, milho e feijão são os produtos agrícolas brasileiros de maior destaque; o trigo, no entanto, não é produzido suficientemente, sendo um dos principais produtos de importação. 
Práticas protecionistas como barreiras alfandegárias e zoo/filo sanitárias empreendidas por nações ricas são empecilhos para o comércio internacional brasileiro (e de outros países subdesenvolvidos). Muitas vezes, essas barreiras são aplicadas de maneira injusta, ainda que sejam normas da OMC (Organização Mundial do Comércio). Esses empecilhos acabam endividando e prejudicando produtores e contribuindo para o sustento da estrutura latifundiária. 
A produção agrícola para exportação e indústria gera renda para o país e, por isso, é beneficiada e capaz de inovar cada vez mais, enquanto os pequenos produtores são tirados do mercado. 
· Relações de trabalho no campo
· Parceiro: pagamento em dinheiro pelo uso da terra. Cotas estipuladas entre o parceiro e o proprietário.
· Camponês: pequeno proprietário. Mão-de-obra familiar para subsistência. Comercializa excedentes. 
· Arrendatário: trabalhador que aluga terras do proprietário em troca de pagamento em dinheiro, produtos ou serviços. 
· Boia-fria/corumba: trabalhadores contratados por salários baixos para realizarem serviços por períodos curtos, geralmente, em péssimas condições. 
· Assalariado permanente: trabalhador intitulado por tempo indeterminado e de acordo com as leis trabalhistas. Recebem dinheiro em troca de horas trabalhadas e de um total produzido. É o trabalhador comum.
· Posseiro: ocupante de terras públicas ou particulares, mas que não possui o título de propriedade. Pode requerer o título de acordo com a lei do viucapião, após determinado período de ocupação.
· Grileiro: latifundiário que expande suas terras de maneira ilegal (falsificação de títulos de posse, invasão de terras alheias, etc.)
· Jagunço: contratado para “policiar” inibições de polícia ou sem terra.
· Semiescravidão: trabalho infanto-juvenil ou escravidão por dívida no campo.
· Soja
· Importância para a economia: em 2014, o Brasil passou a ser o maior produtor de soja do mundo e a soja se mantém no topo da lista de produção de grãos pela agricultura brasileira.
· Localização do cultivo/produção: inicialmente no Sul devido a condições naturais, a soja migrou para o centro-oeste, que acabou distanciando o sul.
· Características de produção: a soja “natural” só se desenvolvia no sul do brasil em função de suas características naturais, mas com o desenvolvimento de uma semente que é capaz de se adaptar a climas tropicais, a produção pode se expandir. Outra característica importante para a produção da soja no cerrado mineiro é a utilização de um produto com base de calcário para neutralizar a acidez do solo.
· Período inicial/atualmente: sul –> centro-oeste
· Café
· Importância para a economia: mesmo sendo um dos produtos agrícolas mais antigos do Brasil, não era considerado uma prioridade no país. Embora funcionasse como importante fonte de receita, foi somente após a formação de um selo de qualidade que o produto teve credibilidade. O café brasileiro é um dos mais famosos do mercado internacional.
· Características de produção: depende das condições naturais da região e das modernas técnicas tecnológicas agrícolas estatais.
· Localização do cultivo/produção: cerrado mineiro
· Período inicial/atualmente: inicialmente cultivado em São Paulo, não era prioridade no país. Durante o século XX, tornou-se destaque na exportação brasileira.
· Cana de açúcar
· Importância para a economia: no período colonial, foi um grande negócio que perdurou por 150 anos; porém, com o tempo, foi perdendo espaço. Com a aplicação da bioquímica e da biotecnologia para a produção de etanol, a produção de cana se reinventou no cenário brasileiro.
· Características de produção: cadeia produtiva mais bem estruturada do Brasil, que domina e articula todas as etapas da produção. Atualmente, é comum a exploração de mão-de-obra e o desrespeito dos direitos trabalhistas.
· Localização do cultivo/produção: Nordeste -> São Paulo (implementação da bioquímica e da biotecnologia)
· Período inicial/atualmente: Nordeste -> São Paulo (implementação da bioquímica e da biotecnologia) – produção de etanol
· Pecuária de corte
· Importância para a economia: Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de carne bovina, suína e de frango no mundo. Além disso, a pecuária de corte também é um elo importante na cadeia do mercado de grãos, uma vez que os rebanhos são grandes consumidores de milho e farelo de soja.
· Características da produção: a melhoria das pastagens e da suplementação alimentar, assim como a introdução de novas tecnologias na cadeia produtiva, permitiu o aumento do rebanho nacional na última década. Os sistemas extensivos contribuem para a expansão e interiorização das atividades agrícolas, assim como para o avanço da fronteira agrícola.
· Localização do cultivo/produção: centro-oeste, Paráe Rio Grande do Sul.
· Período inicial/atualmente: nos últimos anos, integrou técnicas de controle de doenças, melhoramento genético das espécies e novas tecnologias de nutrição, assim como ao associar diferentes unidades produtivas, permitindo aumentar a qualidade e a quantidade da produção.

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