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Assistente Social em tempos de pandemia

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“O Cotidiano e o Exercício Profissional do Assistente Social em 
Tempos de Pandemia” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xxxxx/xx 
2021 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O Cotidiano e o Exercício Profissional do Assistente Social em 
Tempos de Pandemia” 
 
Produção textual interdisciplinar 
apresentado no Curso de Graduação em Serviço Social, 
como requisito parcial de conclusão das disciplinas: 
Administração e Planejamento em Serviço Social, 
Comunicação na Prática do Assistente Social, Ética 
Profissional e Serviço Social, Fundamentos das 
Políticas Sociais e Políticas Sociais, Fundamentos 
Históricos Teóricos e Metodológicos do Serviço Social 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
xxxxxx/xx 
2021 
3 
 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4 
2. DESENVOLVIMENTO .................................................................................................... 5 
2.1. O planejamento para o Serviço Social e, em contextos de crise, como o Assistente 
Social contribui na construção de “Planos de Contingência”. ............................................................ 5 
2.2. Comunicação na prática interventiva do Assistente Social .......................................... 6 
2.3. Ética e liberdade profissional, uma reflexão necessária em tempos de crise em 
ambiente democrático. ........................................................................................................................ 8 
2.4. História e Fundamentos das Políticas Social no Brasil a partir de 1930. ...................... 9 
2.5. O Assistente Social diante do desmonte do Sistema Único de Saúde. ....................... 11 
3. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 13 
4. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 14 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A presente fase de aprendizagem nos coloca de frente com a dura realidade da 
pandemia do covid-19. A humanidade se vê num contexto de busca pela sobrevivência. É 
preciso dispender esforços nunca antes empregados, envolvendo diversos segmentos da 
sociedade. Cada qual deve empregar sua capacidade colaborativa em prol da superação da 
pandemia em busca da sobrevivência humana. 
O profissional da Assistência Social tem oportunidade de colocar em prática todo o 
conhecimento adquirido na academia. Além do esforço pessoal está a capacidade de articular 
instrumentos que possam propiciar meios de superar a atual crise mundial. Buscar através 
dos atores envolvidos soluções amenizadoras, para que o cidadão em geral seja assistido e 
encontre alento para lidar com perdas de toda a natureza em razão da pandemia. 
O cotidiano e o exercício profissional do Assistente Social em tempos de pandemia, 
são o momento em que a pratica do aprendizado eficiente propiciara maior fluidez para 
encontrar soluções para os problemas provocados pela pandemia. 
O Assistente Social está sendo cobrado a participar com soluções práticas. Diante 
do negacionismo cientifico e pela ausência de coordenação das autoridades nacionais é 
preciso maior desempenho de cada um em busca soluções para a crise. 
Diante do contexto e de todo caos social provocado pela pandemia, diversas 
entidades ligadas ao setor elaboraram orientações a respeito das competências e da atuação 
das Assistente Sociais em relação a atual crise humanitária que vivemos. O momento em 
que se exige mais atuação destes profissionais orientando e redirecionando o cidadão para 
solução de problemas do cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. O planejamento para o Serviço Social e, em contextos de crise, como o 
Assistente Social contribui na construção de “Planos de Contingência”. 
Planejamento é a sistematização de determinado método científico por etapas afim 
de alcançar certo objetivo. Conforme se avança na aplicação do plano, medidas de ajustes e 
correções vão sendo postos em prática. 
Pode-se concluir dessa forma que planejar vai além do pensar no caminho que será 
seguido até alcançar o objetivo, é na verdade uma atuação permanente ao longo tempo e do 
transcorrer das etapas. 
A ausência de planejamento não raras as vezes resulta em ações equivocadas e com 
desperdícios de recursos. O planejamento é empregado em todos os momentos da atuação 
humana, seja na vida privada e principalmente na administração pública. 
Aliás quando se fala em ações governamentais planejar é obrigatório. Pois o mal 
gasto dos recursos públicos pode desencadear ações de improbidade administrativa para 
responsabilizar gestores públicos. 
O planejamento das políticas públicas de assistência social, é muito mais 
abrangente do se supõe. Permeia praticamente todos os setores de atuação do setor público. 
Não é possível levar proteção social a nichos sociais sem antes planejar as ações 
pormenorizadamente até alcançar o público alvo. 
No atual cenário de pandemia do coronavírus, o Brasil tem demonstrado uma total 
falta de planejamento o que piora a cada dia com o aumento de vítimas. Juntamente com a 
falta de planejamento existe o uso político da crise em benefício de alguns grupos políticos. 
O ideal é elaboração de planos de riscos em períodos de normalidades com a participação 
dos mais diversos setores da sociedade. 
Um Plano de Contingência caracteriza-se, assim, como uma expressão 
documental da proteção social e defesa civil, onde estão definidas as 
responsabilidades, ações setoriais e intersetoriais de um governo, 
envolvendo organizações da sociedade civil e a iniciativa privada, 
para atender a uma emergência. Implica, portanto, na união de 
esforços com segurança e estabilidade para proteger a vida, 
descrevendo ações com vistas à prevenção, mitigação, preparação, 
resposta e recuperação dos danos como medidas fundamentais para a 
proteção de toda a população. É um documento desenvolvido com o 
intuito de treinar, organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar 
as ações necessárias à preservação da vida e às respostas de controle, 
combate, socorro e redução de danos, no que diz respeito ao 
patrimônio público, ambiental e privado, diante das ocorrências 
6 
 
decorrentes das emergências, desastres e calamidades públicas 
(CELEPAR, 2009).1 
 
Neste contexto os planos de contingência se fazem necessários e urgentes. A 
assistência social se incumbe de facilitar o acesso aos programas, serviços, projetos e 
benefícios. 
Organizar um plano de contingência no âmbito da assistência social 
requer de imediato reconhecer que a pandemia desvela a desigualdade 
que assola o país e neste contexto o plano de contingência deve ter a 
capacidade de instituir ações e estratégias fundamentadas no princípio 
da equidade, reafirmando o artigo 4º da Lei Orgânica da Assistência 
Social - LOAS, onde se define a primazia do atendimento às 
necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica 
(apud GOMES; TORRES, 2020).2 
 
Dessa forma o envolvimento da assistência social é de garantir que a população 
vulnerável tenha acessos aos programas de proteção em momentos de crise. Como apoio a 
moradia, saúde, alimentação, educação e segurança pública. Dessa maneira é possível 
vislumbrar uma solução para a crise da pandemia. 
 
2.2. Comunicação na prática interventiva do Assistente Social 
Não se pode olvidar que a comunicação é essencial para uma boa interação social. 
O desenvolvimento das tecnologias da informação estão aí para confirmar a sua importância. 
A comunicação moderna é parte importante da evolução histórica da humanidade. 
Nos dias atuais a sociedade dirime seus conflitos sob os preceitos da comunicação clara e 
objetiva. Toda vez que a comunicação falha há a formação de conflitos e por vezes difíceis 
de ser solucionados.Em períodos de conflitos sociais é comum a guerra de comunicação. Geralmente 
trava-se nos bastidores do poder a manipulação da massa através da comunicação 
 
1 CELEPAR. Guia para Elaboração de Plano de Contingência. Metodologia CELEPAR. 2009, disponível em 
http://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid=@gtf-escriba@4938adcd-20be-
4a6c-b14a-ae05505a9b1b, acesso em 17 de mar 2021. 
2 NEGRI, Fabiana Luiza; JESUS, Edivane; KRÜGER, Tania Regina. PLANOS DE CONTINGÊNCIA EM 
RAZÃO DA PANDEMIA DE COVID-19: SUBSÍDIOS PARA ELABORAÇÃO, Núcleo de Estudos e 
Pesquisas Estado, Sociedade Civil, Políticas Públicas e Serviço Social – NESPP, 25 jun. 2020, disponível em: 
<https://suassccovid19.files.wordpress.com/2020/07/textoplanosdecontingecc82ncia_dssufsc1.pdf>, acesso 
em 17 mar 2021. 
7 
 
direcionada e tendenciosa para incutir no subconsciente determinada ideologia dos grupos 
em disputa pelo poder. 
É neste contexto de confuso de pandemia que a assistência social atua para indicar 
soluções as populações afetadas pela inaplicabilidade dos programas das políticas de 
assistência social do governo. Verifica-se que a desinformação impede que pessoas inseridas 
em programas sociais não são beneficiadas em razão da falta de comunicação objetiva e 
orientadora para facilitar acesso a utilização de tais recursos. 
O Estado democrático e de direito pressupõe diversas garantias e direitos para 
dignas condições de sobrevivência das classes de trabalhadores. Vale lembrar que a 
constituição Federal de 1988 garante a todo cidadão acesso a informações que lhe dizem 
respeito ou que seja do seu interesse. Com exceção daqueles que estão protegidas por força 
de lei. Não obstante a esse regramento constitucional o art. 37, § 1º da própria Constituição 
traz o princípio da publicidade na administração pública. 
Os profissionais da assistência social devem estar preparados para detectar o nível 
de compreensão e como se comunica os indivíduos marginalizados socialmente. Para se 
permitir que o conhecimento dos direitos assistenciais seja acessado. Razão pela qual a 
linguagem deve ser adaptada para que a compreensão seja positiva. 
Segundo Kênia Augusta Figueiredo, Professora do Departamento de Serviço 
Social/UnB. Coordenadora do COMPASS, 
Em 68% dos atendimentos há ênfase no sentido de a comunicação ser 
um processo maior que informar, buscando estabelecer uma relação 
dialógica. Alguns registros dos pesquisadores explicitam algumas 
situações em que “Os usuários estão sempre fazendo perguntas” e 
“Informar e escutar, as demandas do usuário”. Há ainda registros que 
indicam uma preocupação em “mostrar os direitos” ou ainda, 
“informando sempre os direitos que a usuária tem ou pode vir a ter”. 
Ainda nessa questão foram observados que há também investimento 
em apresentar e explicar a política de Assistência Social: sua 
institucionalidade, estrutura organizacional e administrativa como 
registrou um pesquisador em um Centro de atendimento à população 
de rua: “Explicou o funcionamento do centro POP de forma clara”.3 
 
No contexto da pandemia a atuação do assistente social se torna ainda mais 
significativa e a comunicação tal que busque amenizar os dramas causados pela pandemia. 
 
3 Augusta, Kênia Figueiredo, O Direito à Comunicação Pública das/os Usuárias/os da Política de Assistência 
Social: uma Urgência acirrada pelo COVID-19. Brasília, disponível em: < 
http://www.intercom.org.br/sis/eventos/2020/resumos/R15-2261-1.pdf>, acesso 12 de mar de 2021. 
8 
 
Dessa forma a população de baixa renda terá facilitado o acesso aos programas sociais do 
governo. 
 A boa informação disponibilizada ao cidadão colabora para que ele possa acessar 
de forma voluntária diversos serviços que os governos disponibilizam. Principalmente em 
períodos de crises como este que estamos passando. 
 
2.3. Ética e liberdade profissional, uma reflexão necessária em tempos de crise em 
ambiente democrático. 
Pluralidade de ideias em ambiente democrático é da própria democracia. São as 
diversidades de ideológicas que fortalece a democracia. A ideia fixa de que o debate político 
ideológico divergente entre si, parece a alguns ser uma afronta a própria democracia. No 
entanto o domínio do discurso único é que representa perigo a democracia. 
É necessário entender que a alternância de ideologias no exercício dos poderes do 
Estado se faz necessária exatamente para o fortalecimento e amadurecimento da democracia. 
Porém, não se deve confundir a desonestidade e falta de ética dos indivíduos no exercício de 
suas profissões como sendo um mau causado pela pluralidade de ideologias. 
As políticas de assistência social é o elemento catalizador do apoio popular. Na 
maioria das vezes possuem como pano de fundo a estabilização do domínio e apoio das 
massas populares. As benesses do governante então se tornam um “favor”, que lhes são 
oferecidas como um gesto de bondade, e não como um direito assegurado pela constituição 
federal. 
Diante desse cenário cabe ao assistente social, no estabelecer comunicação social 
informativa e esclarecer aos beneficiários seus direitos e como ter acesso aos programas de 
governo. Em artigo opinativo a Professora e Doutora pela Universidade Católica Bom 
Bosco, Magyda Arabia Araji, pontua que em tempos de pandemia o indivíduo se conflita 
com seus sentimentos ainda mais do que normalmente o faz. 
A ética não é individual! Não tem a ver com você e sim com todos! A 
ética não é unívoca entre as pessoas, pois não há um mesmo 
entendimento sobre o que é ético. Mas de uma forma bastante simples, 
a ética é uma ciência da prática, do fazer e mesmo tendo como base 
diversos pensamentos e teorias de escolas filosóficas, é agindo que a 
ética é vista, conhecida e entendida. Há várias virtudes que norteiam 
as condutas éticas, tais como honestidade, prudência, 
responsabilidade, sigilo, empatia, responsabilidade, entre outros. No 
entanto, não é você quem fala da sua própria virtude e sim o outro que 
reconhece a virtude em você. As nossas virtudes são públicas e em 
tempos de pandemia não seria diferente. A ética se dá em momentos 
9 
 
de contingência que permeiam em termos azar ou sorte ou pelo 
momento que estamos vivendo, se me isolo ou não. No entanto, é certo 
que a pandemia redefine comportamentos, identifica certas virtudes e 
vícios, tais como a irresponsabilidade, que é o oposto da prudência e 
o gozo paranoico com discurso exagerado e pessimista acerca do 
vírus. É prudente resistir a discursos irresponsáveis e apocalípticos.4 
 
Durante a pandemia a assistência social é juntamente com a saúde pública os setores 
que mais absolvem os reflexos da covid-19. É nesse momento que se exige mais do 
profissional. A prática e os conceitos que apreendeu na teoria acadêmica é conflitada com a 
realidade. 
Nos momentos de crise generalizada como este, as virtudes individuais em 
confronto com o ambiente de desordem pela falta de planejamento para combater e diminuir 
os impactos da pandemia. 
Após a redemocratização o serviço social brasileiro marcou posicionamento como 
categoria atuante nas lutas durante as crises sociais e após torna-se categoria atuação na 
aplicação e elaboração de programas sociais. Para Abramides, Maria Beatriz Costa, (2016, 
p.382): “Os assistentes sociais se reconhecem como trabalhadores, em sua condição de 
assalariamento, inscritos na divisão sociotécnica do trabalho”.5 
Portanto fica claro que a atuação profissional do assistente social em tempos de 
crises é focada disseminação de informações de maneira a orientar a população mais 
humilde. Essa é uma característica da sua formação e ao longo dos anos foi sendo 
aprimorada. Buscando na sua atuação a igualdade social entre as classes sociais mais afetada 
pela falta de ação social do governo. 
 
2.4. História e Fundamentos das Políticas Social no Brasil a partir de 1930. 
Naturalmente, em meio ao ambienteda pandemia de covid-19, percebemos o 
quanto é importante as políticas sociais para as populações menos assistidas e 
marginalizadas. As políticas sociais são tão necessárias que elas podem inclusive melhorar 
 
4 ARABIA, Magyda Araji D. Moussa, professora da Universidade Católica Dom Bosco, Ética em tempos de 
pandemia, publicado em 19 de abr. de 2020, disponível em:<< https://site.ucdb.br/noticias/artigo/21/artigo-
etica-em-tempos-de-pandemia/59787/>>, acesso em 16 de Mar de 2021. 
5 ABRAMIDES, Maria Beatriz Costa, Lutas sociais e desafios da classe trabalhadora: reafirmar o projeto 
profissional do serviço social brasileiro, 2016, p.382, disponível em: 
<https://www.scielo.br/pdf/sssoc/n129/0101-6628-sssoc-129-0366.pdf>>, acesso em: 17 de mar de 2021. 
10 
 
os índices da economia do país. Tal é que o auxílio emergencial ofertado pelo atual governo 
fora capaz de manter estável a economia brasileira. 
Porém nem sempre as políticas sociais tiveram essa importância. Somente a partir 
da década de 1930 é que a assistência social passou a ser tratada como política de governo. 
O governo Vargas foi marcado pela a aproximação com as massas populares. 
Criação do Ministério do Trabalho, concessão de direitos trabalhistas. Entretanto 
tais políticas sociais possuíam um cunho muito mais de manutenção do status social 
dominantes do período do que visavam o desenvolvimento social das classes social 
assistidas. 
A questão social, segundo Medeiros (2020 apud Iamamoto, 1999), 
deve ser compreendida como o conjunto das expressões das 
desigualdades da sociedade capitalista madura, que tem como base a 
produção social, onde a apropriação dos seus frutos mantém-se 
privada, monopolizada por uma parte da sociedade.6 
 
A criação do Ministério do Trabalho deu ensejo a criação da carteira de trabalho. 
Criação de aposentadoria e pensões. Diversas medidas assistencialistas foram tomadas, tais 
como, a criação do Ministério da Saúde e Educação, e LBA-Legião Brasileira de Assistência. 
A partir da década de 1940 através da LBA o governo federal promoveu assistência 
à maternidade, infância e adolescência, e aos desempregados. Já no início da década de 1970 
criou o programa de erradicação da desnutrição infantil através do programa nacional de 
alimentação materno-infantil. 
Em 1977 ocorreu a criação do Ministério da Previdência e assistência social. 
Portanto podemos considerar que na sua primeira fase o assistencialismo fora notadamente 
marcado pela centralização e políticas fragmentadas. 
Notadamente foi a partir de 1988, com a promulgação da Constituição, que as 
políticas sociais passaram por uma revolução, integrando assim o rol dos direitos 
constitucionais do cidadão, com a clara intenção de proteção a vida, a dignidade da pessoa 
humana, proteção a família, a maternidade, a adolescência e a velhice. 
Percebe-se a mudança de rumo que toma a assistência social no Brasil. Passando a 
partir de 1988 a ser obrigatória e descentralizada. A evolução da assistência social não fora 
 
6 MEDEIROS, Juliana, A História da Assistência Social no Brasil, disponível em:< 
https://www.gesuas.com.br/blog/historia-da-assistencia-
social/#:~:text=O%20surgimento%20da%20Assist%C3%AAncia%20Social,classe%20trabalhadora%20e%2
0suas%20necessidades.>>, acesso em 17 mar de 2020. 
11 
 
da noite para o dia. Passou pelas reivindicações das classes de trabalhadores e pelas 
conquistas de direito sociais. Notadamente pela organização das instituições de classe. 
No contexto atual percebemos nitidamente o desmonte dessas conquistas sociais. 
Muito se deve a desigualdade e acirramento da concentração de rendas típico do modo 
capitalista de produção e as políticas neoliberais. 
É incontestável a participação dos conselhos de classe profissionais colaborou para 
a criação de tais políticas e para sua manutenção. Porém a concretização é processo 
permanente e que exige cada vez mais o aperfeiçoamento. 
 
2.5. O Assistente Social diante do desmonte do Sistema Único de Saúde. 
O embate do serviço social, é evidente, está diretamente ligado às manifestações 
negativas que o sistema capitalista causa na sociedade. Estamos falando da desigualdade 
social, do acúmulo de riquezas e suas consequências. Os danos causados à saúde pública, a 
fome, ao meio ambiente, educação, segurança pública, moradia, etc. 
O assistente social é a ponte de acesso entre o cidadão e os programas assistenciais 
dos governos para combater a latente desigualdade provocada pelo modo capitalista de 
produção. Segundo CASTRO e ANDRADE (2015 apud Costa 2009)7, o assistente social 
atua na perspectiva da garantia dos direitos, na viabilização de condições que fomentem a 
promoção da saúde e o acesso aos serviços de saúde, o que se torna matéria-prima do 
exercício profissional na saúde e implica no fortalecimento da saúde pública universal. 
Como se constatou, a partir da consolidação das políticas de assistência social e a 
solidificação da importância de tais políticas para o país. A estruturação do serviço social se 
deu a partir de 1940. A integração do assistente social como profissional da saúde garantia 
a mudança de visão em relação a política de saúde pública. 
O esvaziamento das políticas sociais frente ao avanço cada vez mais significativo 
do neoliberalismo, o qual prega o Estado mínimo e auto regulado, assistimos ao desmonte 
das conquistas sociais por meio de discurso que prega como vilã tais conquistas em relação 
ao desenvolvimento, quando na verdade é ao contrário tal realidade. 
 
7 CASTRO, J. S. de O.; ANDRADE, L. S. de. Serviço social e o SUS: Desafios na prática do assistente social. 
Serviço Social e Saúde, Campinas, SP, v. 13, n. 1, p. 111–126, 2015., disponível em << 
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/sss/article/view/8634923/2812>>, acesso em 17 mar de 2021. 
12 
 
Mais uma vez se exige do profissional da assistência social uma atuação, 
contribuindo pela democratização do acesso do cidadão aos serviços básicos de saúde. A 
crise da pandemia deixa isso ainda mais evidente. A capacidade de articulação do assistente 
social é muito importante nesses momentos. Pois legitima a política de saúde pública como 
direito universal de todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3. CONCLUSÃO 
 
O cotidiano e o exercício profissional do Assistente Social em tempos de pandemia 
são uma contextualização entre a teoria trabalhada nas disciplinas do semestre, e a realidade 
do ambiente da pandemia do covid-19. 
Na análise do ambiente de pandemia considerando a Administração e Planejamento 
em Serviço Social constatamos que não há um direcionamento de fato para tratar as políticas 
de assistência social como se deveria. 
Existe um conflito real e notório de falta de comunicação pública por parte das 
autoridades envolvidas nas tratativas sobre a pandemia e inclusive do governo federal ao 
qual deveria organizar todo sistema de assistência e combate a pandemia. 
Num ambiente onde o caos é geral em razão da pandemia e falta de planejamento e 
foco nas políticas públicas de assistência social, o que se nota é a ausência de ética das 
autoridades públicas que em plena pandemia em franco jogo de disputa pelo poder. 
Dessa forma exigindo ao profissional da assistência social uma atuação mais 
eficiente para suprir a falta de bom senso dos gestores públicos. 
Neste cenário de falta de perspectiva, o assistente social é levado a refletir sobre sua 
atuação diante do desmonte das políticas sociais. É fundamental o resgate de sua atuação e 
compreender que as conquistar dos direitos sociais é resultado direto da atuação ética e do 
propósito de ser elemento de mudança. 
Finalmente, resta expor que o tema abordado, proporcionou aos acadêmicos 
envolvidos a compreensão do seu papel profissional nos momentos de crise. O entendimento 
do papel da assistência social no ambiente de pandemia covid-19. Conhecero contexto 
histórico de surgimento do assistencialismo no Brasil. O processo que levou a assistência 
social ao patamar de direito constitucional a compor as políticas sociais dos governos. 
Confrontando dessa forma o passado e as perspectivas no futuro. 
 
 
 
 
 
14 
 
4. REFERÊNCIAS 
 
CELEPAR. Guia para Elaboração de Plano de Contingência. Metodologia CELEPAR. 2009, 
disponível em: http://www.documentador.pr.gov.br/documentador/pub.do?action=d&uuid= 
@gtf-escriba@4938adcd-20be-4a6c-b14a-ae05505a9b1b. acesso em 17 de mar 2021. 
 
NEGRI, Fabiana Luiza; JESUS, Edivane; KRÜGER, Tania Regina. PLANOS DE 
CONTINGÊNCIA EM RAZÃO DA PANDEMIA DE COVID-19: SUBSÍDIOS PARA 
ELABORAÇÃO, Núcleo de Estudos e Pesquisas Estado, Sociedade Civil, Políticas Públicas 
e Serviço Social– NESPP, 25 jun. 2020, disponível 
em:<https://suassccovid19.files.wordpress. 
com/2020/07/textoplanosdecontingecc82ncia_dssufsc1.pdf>>, acesso em 17 mar 2021. 
 
Augusta, Kênia Figueiredo, O Direito à Comunicação Pública das/os Usuárias/os da Política 
de Assistência Social: uma Urgência acirrada pelo COVID-19. Brasília, disponível em: < 
http://www.intercom.org.br/sis/eventos/2020/resumos/R15-2261-1.pdf>, acesso 12 de mar 
de 2021. 
 
ARABIA, Magyda Araji D. Moussa, professora da Universidade Católica Dom Bosco, Ética 
em tempos de pandemia, publicado em 19 de abr. de 2020, disponível em:< 
https://site.ucdb.br/noticias/artigo/21/artigo-etica-em-tempos-de-pandemia/59787/>, acesso 
em 16 de Mar de 2021. 
 
ABRAMIDES, Maria Beatriz Costa, Lutas sociais e desafios da classe trabalhadora: 
reafirmar o projeto profissional do serviço social brasileiro, 2016, p.382, disponível em: 
<https://www.scielo.br/pdf/sssoc/n129/0101-6628-sssoc-129-0366.pdf>, acesso em: 17 de 
mar de 2021. 
 
 
MEDEIROS, Juliana, A História da Assistência Social no Brasil, disponível em < 
https://www.gesuas.com.br/blog/historia-da-assistencia-social/#:~:text=O%20surgimento 
15 
 
%20da%20Assist%C3%AAncia%20Social,classe%20trabalhadora%20e%20suas%20nece
ssidades.>, acesso em 17 mar de 2020. 
 
CASTRO, J. S. de O.; ANDRADE, L. S. de. Serviço social e o SUS: Desafios na prática do 
assistente social. Serviço Social e Saúde, Campinas, SP, v. 13, n. 1, p. 111–126, 2015. 
disponível em: < https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/sss/article/view/8634923 
/2812>, acesso em 17 mar de 2021.

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