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Brasília-DF. AdministrAção de mAteriAis Elaboração José Wesley Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APrESEntAção ................................................................................................................................. 5 orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 7 introdução.................................................................................................................................... 9 unidAdE i GESTÃO DE ESTOQUES ........................................................................................................................ 11 CAPÍtuLo 1 COnCEiTOS ........................................................................................................................... 11 CAPÍtuLo 2 nívEl DE SErviçO lOGíSTiCO, GirO DE ESTOQUE E anTiGirO ............................................... 13 CAPÍtuLo 3 MéTODOS DE prEviSÃO DE COnSUMO E MODElOS DE EvOlUçÃO DE COnSUMO .............. 15 CAPÍtuLo 4 CUSTOS DE ESTOQUE ............................................................................................................. 19 CAPÍtuLo 5 GráfiCO DEnTE DE SErra .................................................................................................... 22 unidAdE ii ClaSSifiCaçÃO DE MaTEriaiS ............................................................................................................ 24 CAPÍtuLo 1 aTribUTOS Da ClaSSifiCaçÃO DE MaTEriaiS E ObjETivOS (ETapaS) Da ClaSSifiCaçÃO ........ 24 CAPÍtuLo 2 ClaSSifiCaçÃO abC E XYZ ................................................................................................... 27 CAPÍtuLo 3 OUTraS ClaSSifiCaçõES ...................................................................................................... 30 unidAdE iii GESTÃO DE DiSTribUiçÃO ................................................................................................................... 32 CAPÍtuLo 1 TéCniCaS DE arMaZEnaMEnTO (ESTOCaGEM) ..................................................................... 32 CAPÍtuLo 2 MODal DE TranSpOrTE E MODaliDaDE DE frETE ................................................................. 37 unidAdE iv GESTÃO DE COMpraS ........................................................................................................................ 39 CAPÍtuLo 1 pilarES DO SETOr DE COMpraS E ETapaS DO CiClO DE COMpraS .................................... 39 CAPÍtuLo 2 CEnTraliZaçÃO E DESCEnTraliZaçÃO DO SETOr DE COMpraS .......................................... 42 unidAdE v OUTrOS TÓpiCOS rElEvanTES ............................................................................................................ 44 CAPÍtuLo 1 SiSTEMaS DE prODUçÃO ....................................................................................................... 44 CAPÍtuLo 2 MéTODOS DE rEpOSiçÃO DE ESTOQUES ............................................................................... 46 CAPÍtuLo 3 SiSTEMaS DE avaliaçÃO DE ESTOQUES .................................................................................. 48 unidAdE vi GESTÃO paTriMOnial ......................................................................................................................... 50 CAPÍtuLo 1 COnCEiTOS E invEnTáriO fíSiCO .......................................................................................... 50 CAPÍtuLo 2 TOMbaMEnTO E baiXa paTriMOnial ..................................................................................... 55 rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 57 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 7 organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para refl exão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao fi nal, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fi m de que o aluno faça uma pausa e refl ita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifi que seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As refl exões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, fi lmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Praticando Sugestão de atividades, no decorrer das leituras, com o objetivo didático de fortalecer o processo de aprendizagem do aluno. 8 Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Exercício de fi xação Atividades que buscam reforçar a assimilação e fi xação dos períodos que o autor/ conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não há registro de menção). Avaliação Final Questionário com 10 questões objetivas, baseadas nos objetivos do curso, que visam verifi car a aprendizagem do curso (há registro de menção). É a única atividade do curso que vale nota, ou seja, é a atividade que o aluno fará para saber se pode ou não receber a certifi cação. Para (não) fi nalizar Texto integrador, ao fi nal do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 9 introdução A Administração de Recursos Materiais (ARM) é uma área da administração que busca suprir a organização com os materiais necessários para o desenvolvimento de suas atividades. Segundo Martins (2002), a principal função da administração de materiais é maximizar o uso de recursos envolvidos na área logística da empresa e com grande efeito dentro dos estoques. É preciso ter atenção quanto ao conceito, pois, no que se refere ao capital investido em estoque, por exemplo, a administração de materiais busca minimizar. Vale destacar que existem setores na organização que têm objetivos diferentes e que, possivelmente, exista conflitosinterdepartamentais, sendo a administração responsável por minimizar esses conflitos. A administração de materiais tem como objetivo prover o material correto, no local de operação certo, no instante exato e em condição utilizável ao custo mínimo (BALLOU, 1995). Para (CHIAVENATO, 2005 ), a administração de materiais: envolve a totalidade dos fluxos de materiais da empresa, desde a programação de materiais, compras, recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação de materiais, transporte interno e armazenamento no depósito de produtos acabados. É a área da administração que tem o objetivo de suprir adequadamente os diversos departamentos de uma organização com os materiais necessários para desenvolver suas atividades normais, armazenar os materiais no formato e local adequados, minimizar os níveis de estoque, sem prejudicar as operações da organização. Porém, o principal objetivo da ARM é otimizar a utilização dos recursos materiais da organização (isso quer dizer que a arm busca maximizar a utilização dos recursos da organização) a fim de evitar desperdícios. São atividades características da ARM: Gestão de ESTOQUE Gestão de COMPRAS Gestão de DISTRIBUIÇÃO 10 objetivos » Refletir sobre o papel e a importância da Administração de Materiais para as organizações públicas e privadas. » Analisar e agregar os principais conceitos associados à Administração de Recursos Materiais. » Analisar a legislação e as normas relativas ao assunto, preparando-se para atuar em atividades administrativas a ele relacionadas. 11 unidAdE igEStão dE EStoquES CAPÍtuLo 1 Conceitos gestão de estoque A gestão de estoque é uma das atividades características da administração de recursos materiais. Estoque é toda porção de recurso material armazenada para ser utilizada em tempo oportuno ou qualquer outro tipo de recurso material acumulado em um sistema de transformação (SLACK et al. 1997). Apesar de existirem organizações que não utilizam o sistema de estocagem de materiais, como o Just-in-Time (JIT), de modo geral, pode-se afirmar que o estoque é fundamental para uma organização. Caiu em concurso público! (Prova: CESPE – 2014 – MDIC – Agente Administrativo) Como o estoque é fundamental para o funcionamento de uma empresa, quanto maior for o investimento em estoque maior será a necessidade de comprometimento e de responsabilidade de cada um dos departamentos da empresa na gestão de materiais. Comentário: admite-se que, de modo geral, o estoque é fundamental para as organizações, pois evita o desabastecimento, evita a dependência exagerada de fornecedores externos, bem como prepara a organização para situações de emergência, como um aumento inesperado de demanda. A responsabilidade dos departamentos associados à gestão de materiais aumenta proporcionalmente com a quantidade de itens armazenados. Então, a questão em apreço está CORRETA. 12 unidAdE i │ gEStão dE EStoquES Atenção! O estoque atua como amortecedor de efeitos negativos no caso de : » atraso de fornecedor; » aumento inesperado de demanda; » oscilações de mercado. Classificação de estoque Processo de transformação Matéria-prima: inclui os insumos, ou seja, tudo aquilo que é base para iniciar o processo de transformação. São materiais que irão integrar o produto final e sofrem transformações no decorrer do processo. Produto em processo ou material em processamento: é produto que já iniciou a transformação, mas ainda não está acabado. Material acabado: é material pronto, porém não representa aquilo que se oferece para o cliente diretamente, ou seja, irá integrar o produto final. Uma característica relevante dos materiais acabados é o fato de que eles não “sofrem” alterações em sua estrutura física ou química, como ocorre com a matéria-prima. Produto acabado ou produto final: representa a realização do que a organização almejava, ou seja, trata-se daquilo que se oferece para o cliente; é produto que está pronto para ser disponibilizado. Material auxiliar: também denominado material de manutenção, é aquele que auxilia na execução e na transformação do produto, mas que não compõe o produto final. Não necessariamente deverá ser máquina ou equipamento, mas poderá ser até mesmo uma caneta ou papel que auxiliou no processo de transformação. 13 CAPÍtuLo 2 nível de serviço logístico, giro de estoque e antigiro nível de serviço logístico É um conceito referente à capacidade de organização do almoxarifado para atender corretamente os pedidos que recebe. Obs.: a falta total de materiais para entregar ao cliente denomina-se ruptura de estoque, o que pode gerar grandes prejuízos à organização. Destaque-se que: é possível atingir um bom nível de serviço logístico tanto com estoque volumoso como com estoque pequeno; porém, a política de reposição deverá ser adequada para cada caso. Vale lembrar que, é objetivo da administração de materiais minimizar o capital total investido em estoque sem que, com isso, sejam comprometidas as cadeias de suprimentos da organização. NSL = Total de pedidos atendidos corretamente Total de pedidos preenchidos Ou, NSL = Total de itens entregues corretamente Total de itens requisitados giro/rotatividade É um indicador de quantas vezes a mercadoria foi renovada em determinado período de tempo. O alto giro de estoque é um fator positivo e deve ser buscado pelo administrador de materiais, pois isso significa menos capital imobilizado. Vale recordar que uma das desvantagens dos altos níveis de estoque é a grande quantidade de capital parado. 14 UNIDADE I │ GESTÃO DE ESTOQUES GIRO = Consumo médio no período Estoque médio Antigiro (taxa de cobertura) É o intervalo de tempo para o qual o estoque garante abastecer (cobrir) a organização – “Período de Cobertura”. Taxa de Cobertura = Período Giro 15 CAPÍtuLo 3 Métodos de previsão de consumo e modelos de evolução de consumo Método de previsão de consumo (Previsão de demanda): para a previsão de demanda, utilizam-se informações qualitativas e quantitativas. Projeção (quantitativa): lança mão dos dados numéricos passados para prever o consumo dos períodos seguintes. Predileção (qualitativa): parte da ideia de funcionários (especialistas) a fim de saber o provável consumo de períodos posteriores. Explicação (quantitativa): pauta-se em uma análise (explicação) de como será a evolução do consumo. Método do último período É o método que considera apenas o valor de consumo do último período como sendo o valor de consumo do período seguinte. PERÍODO DEMANDA ABRIL 325 MAIO 300 JUNHO 290 JULHO 300 AGOSTO 300 fonte: autor. Qual será o provável consumo do mês de agosto, utilizando-se o método do último período? R.: 300 Método da média móvel É um método de previsão de consumo que utiliza a média aritmética entre os valores de consumo dos períodos anteriores. 16 UNIDADE I │ GESTÃO DE ESTOQUES PERÍODO DEMANDA 1a SEMANA 2 2a SEMANA 3 3a SEMANA 1 4a SEMANA 5 5a SEMANA 3 6a SEMANA 4 7a SEMANA 5 fonte: autor. Utilizando o método da média móvel para 3 períodos (ou seja, n=3), calcule o valor do consumo da 8ª semana. (3+4+5)/3 = 12/3 = 4 Utilizando o método da média móvel para 3 períodos (ou seja, n=3), calcule o valor da médias móveis: 2, 3, 1, 5, 3, 4, 5 1° – 2+3+1 = 6/3 = 2 2° – 3+1+5 = 9/3 = 3 3° – 1+5+3 = 9/3 = 3 4° – 5+3+4 = 12/3 = 4 5° – 3+4+5 = 12/3 = 4 Método da média móvel ponderada É o método de previsão de consumo que utiliza a média ponderada. Nesse método, atribuem-se pesos maiores aos valores de consumo dos períodos mais recentes. Por exemplo: Caso o objeto seja “saber o provável consumo do mês de dezembro”, utilizando-se esse método, o valor de consumo de outubro e novembro terá maior importância no resultado do que os dados de janeiro e fevereiro. Questão (fUnCab – agente administrativo – SUDECO – 2013) Ano 2008 2009 2010 2011 2012 Demanda 80 85 90 110 120 Peso 1 2 3 4 5 17 gEStão dE EStoquES│ unidAdE i Utilizando o método da média móvel ponderada, qual será o consumo provável de 2013? (80x1)+(85x2)+(90x3)+(110x4)+(120x5) = 1560/15 = 104 1+2+3+4+5 Método da média móvel com ponderação exponencial Pode ser denominada média móvel exponencialmente ponderada (MMEP) ou método da média com suavização exponencial (MMSE) Esse método nasceu a fim de minimizar os erros gerados pelo uso de muitas informações passadas. Por isso, utiliza apenas 3 informações: 1. a previsão de demanda do último período (Cp); 2. o consumo real do último período (Cr); 3. o valor do coeficiente de ajuste (β). β X Cr + (1- β) x Cp Modelos de evolução de consumo 1. Evolução de consumo com tendência: há uma evolução abrupta que pode ser: › Crescente: aumentativa. Q T › Decrescente: diminutiva. Ex.: um produto torna-se obsoleto. 18 UNIDADE I │ GESTÃO DE ESTOQUES Q T 2. Evolução de consumo horizontal: apresenta o consumo médio constante. Q Consumo médio (Constante) T 3. Evolução de consumo sazonal ou com sazonalidade de demanda: apresenta variação regular em alguns períodos. Q /\/\/\ /\/\/\/\ /\/\/\/\ T 19 CAPÍtuLo 4 Custos de estoque Custo de estoque É comum achar que o custo de um estoque engloba apenas o custo dos itens de material (ou seja, o valor que se paga pela mercadoria), mas custo de estoque é mais abrangente que isso. Do custo de estoque destaca-se: » o custo de armazenamento; » o custo de pedido. É sempre bom lembrar que alguns custos são diretamente proporcionais à quantidade de itens e ao tempo de permanência deles armazenados. Outros são inversamente proporcionais, mas ainda existem aqueles que são fixos, ou seja, independem da quantidade de materiais armazenados e do seu tempo de permanência. Para provas, considera-se certo que : Custo de pedido + Custo de armazenagem = Custo de estoque Custos de pedido São custos inversamente proporcionais à quantidade de mercadoria e também podem ser chamados de custos de produção, caso os produtos sejam produzidos internamente na organização. Observação importante: não estamos tratando de custo dos itens de material, mas, sim, do custo com o processo de pedido ou produção. Isso inclui: telefone, luz, funcionários, material de escritório necessário, ou seja, quaisquer recursos necessários para que seja realizado o processo de pedido. Observe que, nesse caso, será assumido que o valor que se gasta com o processo seja fixo. Valor pago para o pedido Quantidade de itens Custo de pedido/item R$ 1.000,00 1000 unidades R$ 1,00 por item R$ 1.000,00 2000 unidades R$ 0,50 por item 20 UNIDADE I │ GESTÃO DE ESTOQUES Custo pedido Q Custo de armazenagem ou estocagem de materiais O custo de armazenagem é a soma dos custos de capital, de seguro, de transportes, de obsolescência e de despesas diversas, compostas por uma parte variável e uma parte fixa, que independe da quantidade de material em estoque. IMPORTANTE: o custo de armazenamento é constituído por uma parte fixa e uma parte variável, sendo que a parte fixa independe da quantidade de itens e do tempo de permanência desses itens no estoque. Ou seja, mesmo que o estoque esteja zerado, ainda assim haverá um mínimo de custos de armazenamento. Ou seja, o custo de armazenamento engloba: » danos, perdas; » absolescência; » avaria; » equipamentos; » espaço físico; » depreciação; » etc. Obs.: o custo de armazenamento é, também, um custo de carregamento. Custos de carregamento São todos aqueles que decorrem da necessidade de se manter ou carregar estoques (é a soma: custo de armazenamento + custo de capital). }Custos de Risco de estoques 21 gEStão dE EStoquES │ unidAdE i Custo de Capital (CK) Também está incluso no custo de carregamento e significa os juros associados ao valor de compra ou de produção dos itens armazenados. Em resumo, pode-se afirmar que representa aquilo que se “perde” por imobilizar um capital com a aquisição de mercadorias, sendo que poderia ser investido de outra forma. OU CA CK CC CK = j*P Onde: CA = custo de armazenagem. j = taxa de juros, por determinado período. CK = custo de capital. P = custo estimado para a produção do item de estoque. CC = custo de carregamento. Custo de armazenamento Q CUSTO FIXO 22 CAPÍtuLo 5 gráfico dente de serra gráfico dente de serra Q E. Max 0 T O gráfico dente de serra indica o consumo e a reposição ao longo do tempo. Uma adequada gestão de estoques pressupõe que o início do processo de reposição de um item deve ocorrer antes que a última unidade desse item seja consumida. Para evitar a falta de suprimentos de materiais (evitar a RUPTURA), as organizações podem lançar mão de estoques de segurança, também denominados estoques mínimos (Estoque adicional). Q Dente de serra E.máx E.min. Observe que a reposição ocorre em tempo hábil para que não o consumo do estoque mínimo (estoque de segurança). Estoque máximo É a quantidade de estoque que garante abastecer a organização em um período pré- determinado mais o estoque de segurança. 23 GESTÃO DE ESTOQUES │ UNIDADE I E. Máximo = E. Mínimo + Lote de compra Estoque mínimo = Estoque de segurança ou Estoque adicional O estoque mínimo é uma quantidade de material que, em nível ideal, não deve ser consumida, salvo em situações emergenciais como atraso de fornecedor e aumento inesperado de demanda. O estoque de segurança existe a fim de evitar o desabastecimento. (Quantidade) PP E.min (Tempo) Lead (tempo de reposição) Time Ponto de pedido (PP) » É uma quantidade de materiais que, quando atingida, provoca um novo pedido para sua reposição. » É uma quantidade de materiais que garante abastecer a organização durante o tempo de reposição. PP = (consumo x tempo de reposição) + estoque de segurança tempo de reposição É o intervalo de tempo que decorre do instante em que se percebe a necessidade de ressuprimento até o momento da chegada da mercadoria na organização. 24 unidAdE iiCLASSifiCAção dE MAtEriAiS CAPÍtuLo 1 Atributos da classificação de materiais e objetivos (etapas) da classificação Classificação de materiais É um processo imprescindível dentro da administração de materiais e tem como objetivo ampliar o nível de controle dos materiais. Ou seja, é um procedimento que facilita a Gestão de Estoques. Atributos da classificação de materiais Segundo Viana (2000), existem três atributos de um sistema de classificação de materiais: abrangência: a classificação deve ser abrangente o suficiente para abordar aspectos físicos, financeiros, estruturais, pois todos são essenciais em um sistema de classificação. flexibilidade: um sistema de classificação deve ser flexível a fim de que possa ser melhorado e adaptado sempre que for conveniente. Um sistema de classificação flexível possibilita realizar uma inter-relação entre diversos tipos de classificação. praticidade: a classificação de materiais deve ser direta e objetiva, ou seja, simples o suficiente para não demandar maior desgaste do administrador. Etapas do processo de classificação de materiais 1. Catalogação: é uma listagem dos materiais existentes na organização (relação de tudo que tem, quais são os itens). 25 CLASSifiCAção dE MAtEriAiS │ unidAdE ii 2. Simplificação: é um processo que busca identificar quais são os itens que estão em duplicidade, ou seja, quais existem com a mesma finalidade e que alcançam os mesmos resultados. O objetivo é lançar apenas um deles no catálogo. 3. Identificação/Especificação: é o detalhamento do item e sua especificação (Detalhamento de cada material, individualizando-o e adequando-o à linguagem ao mercado).4. Normalização: estabelecimento das normas para o manuseio do item e das normas de segurança. No Brasil, a Associação Oficial para Normalização é a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 5. Padronização: padronização do emprego e do uso do material, facilitando o controle e também o diálogo com o mercado. 6. Codificação de materiais: estabelecimento de um código para cada item. Os referidos códigos poderão ser alfabéticos, numéricos ou alfanuméricos. Um sistema de classificação de materiais deve ser confiável! Destacam-se entre as codificações: 1. a decimal; 2. o Sistema FSC (Federal Supply Classification); 3. o Sistema CSSF (Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française). decimal O sistema decimal é oriundo de bibliotecas, que já empregavam a Classificação Decimal Universal. É considerada a mais simples das classificações. 26 unidAdE ii │ CLASSifiCAção dE MAtEriAiS Federal Supply Classification (fSC) É um sistema americano criado para classificar os materiais movimentados pelos diversos departamentos do governo americano. O código atribuído ao item, nesse caso, é denominado Federal Stock Number (FSN). É composto de 11 algarismos, sendo estruturado em quatro partes: grupo, subgrupo, classe e número de identificação. CSSF (Chambre Syndicale de la Sidérurgie Française – CÂMARA SINDICAL DA SIDERURGIA FRANCESA) É um sistema francês de codificação que classifica os materiais em normalizados e específicos. Normalizados: são aqueles materiais que têm ampla aplicação, ou seja, não são específicos para uma máquina ou equipamento. (Ex.: lâmpadas, parafusos, roscas) Específicos: são materiais com aplicabilidade específica a determinada máquina ou equipamento (ex: cartucho para impressoras a laser da EPSON). 27 CAPÍtuLo 2 Classificação ABC e XYz Classificação quanto ao valor de demanda ou de consumo no período (Por valor econômico) (Classificação ABC – Curva de Pareto) É uma classificação de materiais cujo objetivo é saber quais são os itens de maior valor de demanda ou de consumo em um período considerado. Esse é um procedimento útil para identificar quais itens merecem maior atenção do administrador, ou seja, que exigem uma gestão especial. O valor de demanda obtém-se com o produto: Quantidade consumida X Custo (valor) unitário = Valor de demanda ou de consumo A classificação de materiais “ABC” divide-os em 3 classes: “A”, “B” e “C”. A referida classificação está pautada nos estudos de Vilfrido Pareto, dono da teoria 20/80. Segundo Pareto, em uma organização, por exemplo, 20% dos itens do estoque eram responsáveis pela maior parte do valor monetário do conjunto (80%). Classe “A” São itens: » de maior valor de demanda, ou seja, representam a maior parte do valor dos estoques; » que correspondem à menor porção de itens do estoque; » que justificam maior atenção do administrador. Classe “B” São itens de valor de demanda intermediário. Ou seja, possuem menor valor de demanda que “A” e maior valor de demanda que “C”. 28 UNIDADE II │ CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS Classe “C” » São materiais de menor valor de demanda. » Representam a maior porção de itens do estoque, algo em torno de 40% a 50%. » Não justificam maior atenção do administrador. % valor de demanda total 100 95 80 C B A Q % itens Normalmente, o valor de demanda se distribui da seguinte forma: Classe A – 80% Classe B – 15% Classe C – 5% Classificação X, Y, z É uma classificação de materiais quanto à criticidade, possibilidade de substituição por item equivalente, facilidade de aquisição etc. Busca-se saber a operacionalidade do material. A classificação funcional (X, Y, Z) divide os itens em 3 grupos: itens X » Não essenciais para a atividade vital da organização. » Podem ser substituídos por similares facilmente. » São materiais de baixa criticidade. 29 CLASSifiCAção dE MAtEriAiS │ unidAdE ii itens Y » Materiais importantes para a organização, contudo existem similares para substituí-los. » São materiais de criticidade intermediária. itens z » São materiais vitais ou críticos para atividades vitais da organização. A falta desses materiais provoca o encerramento da produção ou poderá colocar em risco funcionários, clientes, o ambiente ou o patrimônio da empresa. » Não existem similares para substituí-los facilmente, sem gerar prejuízos. 30 CAPÍtuLo 3 outras classificações Segundo Viana (2002), Classificação de Materiais quanto à demanda: 1. Material de estoque: materiais de demanda previsível e que, por isso, deve haver um estoque na organização para evitar o desabastecimento. 2. Material de não estoque: materiais que possuem demanda não previsível, por isso são materiais não estocáveis. Material Líquido: são materiais que podem ser facilmente convertidos em dinheiro. Material obsoleto: são materiais ultrapassados. › Risco de obsolescência: risco de ficar ultrapassado. Materiais perecíveis: materiais que têm pouca durabilidade e “estragam” com facilidade; isso porque terão suas propriedades físicas e químicas alteradas com o tempo e, por isso, perdem suas funcionalidades. Atenção: são materiais estocáveis, ou seja, são passíveis de armazenamento, porém exigem maior planejamento. Material crítico: são materiais que, de alguma forma, demandam maior esforço por parte da administração. São também considerados críticos os materiais cuja falta gera impactos negativos para a organização: » devido às suas características, a organização adquire quantidades suficientes; » são exemplos de materiais críticos: os de demanda não previsível; os materiais de difícil transporte; de difícil armazenamento; de alto custo de aquisição. Materiais perigosos: são aqueles que oferecem risco nas atividades de manuseio e transporte. Têm como principais exemplos os materiais explosivos, líquidos e sólidos inflamáveis, materiais radioativos, corrosivos, oxidantes etc. Material inservível: » Irrecuperável: são materiais que possuem avaria e não possuem recuperação; se possuem, a recuperação não é vantajosa do ponto de vista financeiro (Orça em mais de 50% do valor de mercado do bem). 31 CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS │ UNIDADE II » Recuperável: materiais com avaria, mas cuja recuperação custa até 50% do valor de mercado do bem. » Antieconômicos: são materiais cujo funcionamento é de baixo rendimento, ou seja, o funcionamento é oneroso para a administração. » Ociosos: são materiais que não estão sendo utilizados, materiais parados por um longo tempo pré-estabelecido pela organização. Normalmente, considera-se ocioso quando o item se encontra parado a mais de 6 meses. Material permanente: são bens que, após o seu uso, não perdem suas características físicas, mesmo quando é incorporado a outro bem e/ou tem duração superior a 2 anos. Material de consumo: são materiais que têm duração limitada a 2 anos e/ou materiais que perdem sua identidade física em razão do uso. Portaria nO 448/2002 “[...] Art. 3º – Na classificação da despesa serão adotados os seguintes parâmetros excludentes, tomados em conjunto, para a identificação do material permanente: I – Durabilidade, quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos; II – Fragilidade, cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade; III – Perecibilidade, quando sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se deteriora ou perde sua característica normal de uso; IV – Incorporabilidade, quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser retirado sem prejuízo das características do principal; e V – Transformabilidade, quando adquirido para fim de transformação.” Portaria Conjunta STN/SOF nO 01/11 “[...] Um material é considerado de consumo caso atenda um, e pelomenos um, dos critérios a seguir: 1. Critério da Durabilidade [...]; 2. Critério da Fragilidade [...]; 3. Critério da Perecibilidade [...]; 4. Critério da Incorporabilidade [...]; 5. Critério da Transformabilidade [...]” 32 unidAdE iiigEStão dE diStriBuição CAPÍtuLo 1 técnicas de armazenamento (Estocagem) técnicas de armazenamento de materiais Espaço físico destinado à guarda de materiais Almoxarifado: Almoxarifados são locais destinados à guarda física e à conservação dos materiais em estoque de uma organização. O almoxarifado é responsável por gerar maior qualidade no atendimento às solicitações dos clientes. Porém, também deve buscar minimizar os custos de armazenamento de materiais. Atividades básicas do almoxarifado: 1. receber; 2. classificar; 3. movimentar; 4. armazenar; e 5. distribuir internamente. recebimento É a etapa intermediária entre a compra e o pagamento ao fornecedor. 33 gEStão dE diStriBuição │ unidAdE iii Etapas do recebimento: 1. Recebimento Provisório: é a entrega da mercadoria em local previamente estabelecido, recepção dos veículos transportadores, verificação de informações da nota fiscal. 2. Conferência quantitativa e qualitativa: conferência se a quantidade entregue coincide com os valores anotados na nota fiscal e com as especificações técnicas dos itens entregues. 3. Regularização: é o momento da aceitação ou recebimento definitivo. Pode também ocorrer, nesse momento, a rejeição do lote de compras ou solicitação de complementação. Armazenamento Para Viana (2000), a armazenagem pode ser dividida em dois grupos: » Armazenagem simples: para materiais que não requerem cuidados especiais de armazenamento; » Armazenagem complexa: para materiais que requerem cuidados especiais de armazenamento; isso, devido às suas características físicas (volume, peso, fragilidade) e químicas (explosividade, oxidação, perecibilidade). Alguns critérios utilizados para armazenagem complexa: › Armazenagem por tamanho, forma ou peso: favorece uma melhor utilização do espaço físico disponível e facilita seu melhor aproveitamento. › Armazenagem por frequência: armazenam-se os itens que têm maior frequência de saída e/ou de entrada mais próximos das entradas/ saídas. › Armazenagem especial: é aquela que existe para materiais explosivos, corrosivos, inflamáveis. Algumas técnicas de armazenamento unitização: carga unitária É a técnica de estocagem cujo objetivo é juntar vários volumes (vários itens) a fim de formar carga única. Por isso, o nome unitização. 34 unidAdE iii │ gEStão dE diStriBuição Ocorre a unitização com o uso do: Pallet: o uso do Pallet denomina-se paletização. Na paletização também ocorre o empilhamento de materiais; logo, haverá melhor uso do espaço aéreo do almoxarifado. fonte: <http://blogdedecorar.blogspot.com.br/> Equações importantes para a prova: Contêiner: fonte: <http://ccearchitecture.weebly.com/shipping-containers---physical-characteristics.html> Racks = raques É uma técnica de armazenamento utilizada para armazenar materiais de grandes comprimentos e estreitos. Ex.: barras de ferro; canos PVC; lâmpadas fluorescentes. 35 GESTÃO DE DISTRIBUIÇÃO │ UNIDADE III Caixas e gavetas Técnicas de armazenamento recomendada para materiais de pequenos volumes; isso, devido às limitações de tamanho das caixas e gavetas. Estocagem fiXA Essa técnica de armazenamento dispõe de um local fixo para cada tipo de material; por isso, tem como características: » maior organização; » facilidade para encontrar os materiais; » maior controle; » não favorece o uso de todo o espaço disponível. Estocagem Livre Essa técnica não dispõe de um local fixo para cada material, exceto para materiais que exigem estocagem especial. » Não facilita encontrar os materiais, por isso, normalmente, os materiais somente serão encontrados ao acaso ou na execução de um inventário. » Favorece o uso de todo o espaço físico disponível. Leiaute = Layout Considera-se leiaute a melhor disposição física dos materiais, das máquinas e até das pessoas. O leiaute deve ser observado nas organizações a fim de garantir a otimização no uso dos espaços físicos e facilitar os processos de movimentação de materiais. Para garantir melhor disposição física dos materiais em uma organização deve-se analisar as características do produto, como dimensões, volumes etc. Também devem ser observadas as sequências das operações, a edificação etc. distribuição É o estágio pelo qual a mercadoria ou materiais chegam até o usuário final em perfeitas condições. A distribuição pode ser por pressão ou por requisição: 36 UNIDADE III │ GESTÃO DE DISTRIBUIÇÃO » Por pressão: ocorre por meio de tabelas de previsão que justificam a necessidade. Nesse tipo de distribuição tem-se um processo facultativo, ou seja, ninguém realizou a solicitação. Ex.: material de limpeza, materiais de escritório. » Por requisição: é o modelo tradicional e ocorre por meio de uma solicitação do usuário. 37 CAPÍtuLo 2 Modal de transporte e modalidade de frete Modal de transporte de materiais 1. Rodoviário: é o modal de transporte mais difundido. Adequado para pequenas e médias distâncias. Normalmente, transporta-se por meio de caminhões e o custo é proporcional ao volume da carga. Possui as limitações referentes a peso, altura etc. Porém, tem boa relação de custo- benefício. 2. Ferroviário: foi pouco desenvolvido no Brasil, porém representa o segundo modal mais utilizado para transporte de cargas, perdendo apenas para o modal Rodoviário. É adequado para longas distâncias. Apresenta um menor índice de furto, roubo e acidentes, principalmente se comparado com o modal Rodoviário. É responsável pelo maior custo fixo operacional. 3. Aéreo: transporte adequado para itens de alto valor agregado e que exigem celeridade no processo de entrega. Caracteriza-se pelo maior custo total (custo fixo + custo variável) e pela menor capacidade de carga. 4. Dutoviário: possibilita o transporte de líquidos, gases e sólidos de forma quase ininterrupta por meio de dutos cilíndricos ocos. Uma vez realizada a instalação dos tubos, o modal torna-se super econômico, ou seja, possui baixos custos. 5. Marítimo/Hidroviário: possibilita o transporte de diversos tipos de produto, desde que utilize os instrumentos adequados a cada tipo de carga. Não é muito adequado quando se deseja celeridade no processo de entrega de mercadorias. É muito utilizado para transporte entre continentes. Feito normalmente por meio de navios. Há, também, a denominada multimodalidade ou transporte intermodal, que se refere aos casos em que o produto é transportado por mais de um modal de transporte. Ex.: duto ferroviário; aerorrodoviário. 38 UNIDADE III │ GESTÃO DE DISTRIBUIÇÃO Modalidades de frete 1. CIF (Cost, Insurance and Freigth): custos, seguros e frete. Essa é uma modalidade de frete na qual o transporte é realizado pelo fornecedor; por isso, os preços do seguro e do frete são inclusos no preço apresentado pelo fornecedor. 2. FOB (Free On Board): livre a bordo. Essa é uma modalidade de frete na qual o transporte da mercadoria fica sob a responsabilidade do próprio comprador. Por isso, os valores do frete e do seguro não estarão inclusos no preço apresentado pelo fornecedor. 39 unidAdE ivgEStão dE CoMPrAS CAPÍtuLo 1 Pilares do setor de compras e etapas do ciclo de compras Atributos essenciais para um bom processo de compras: 1. bom preço; 2. qualidade; 3. celeridade. Etapas do processo de compras » análise da necessidade de material; » cotação de compras; » pesquisa de mercado; » cadastro de fornecedor; » escolha do fornecedor; » pedido de compras; » acompanhamento do pedido (follow up); » recebimento provisório; » conferência quantitativa e qualitativa; » regularização da mercadoria. 40 unidAdE iv │ gEStão dE CoMPrAS Observações importantes sobre cada tópico citado: Análise e requisição de material: é uma etapaessencial para nortear todo o ciclo de compras. Cotação de compras: é a orçamentação, ou seja, pesquisa de preços no mercado. A cotação normalmente gera uma listagem de fornecedores e preços existentes no mercado. Pesquisas: processo contínuo e dinâmico que ocorre a fim de melhorar as tomadas de decisão. Cadastro de fornecedor: a análise de fornecedor deve conter fornecedores ativos e potenciais. O processo de cadastramento pode também proporcionar a exclusão de fornecedor do cadastro. Escolha de fornecedor: deve ser feita baseada em alguns critérios, como: » capacidade produtiva; » condições de pagamento; » prazos para entrega; » menor preço; » relacionamento pós-venda; » qualidade do produto. Observação importante: Hoje deve haver um relacionamento “ganha-ganha” entre comprador e fornecedor. Ou seja, nos processos de compra, deve-se buscar estratégias que tragam benefícios para o comprador e para o fornecedor. Pedido de compras: contrato formal entre o comprador e fornecedor. No pedido de compras serão listados todos os acordos realizados entre comprador e fornecedor. Logo, conterá informações como: » prazo de entrega; » quantidade; » qualidade; » condições de pagamento. 41 gEStão dE CoMPrAS │ unidAdE iv Acompanhamento de pedido ou follow up Visa acompanhar a ordem de serviço junto ao fornecedor. O objetivo é evitar atraso na entrega e desperdícios na atividade produtiva. Também pode ser denominado diligenciamento ou seguimento de pedido. recebimento É a etapa intermediária entre a compra e o pagamento ao fornecedor. Etapas do recebimento: 1. Recebimento provisório: é a entrega da mercadoria em local previamente estabelecido, recepção dos veículos transportadores, verificação de informações da nota fiscal. 2. Conferência quantitativa e qualitativa: conferência se a quantidade entregue coincide com os valores anotados na nota fiscal e nas especificações técnicas dos itens entregues. 3. Regularização: é o momento da aceitação ou recebimento definitivo. Pode também ocorrer nesse momento a rejeição do lote de compras ou solicitação de complementação. Obs.: a conferência por acusação ou «contagem cega « é aquela na qual o conferente aponta a quantidade recebida, sem confrontar com a quantidade faturada pelo fornecedor. Nesse caso, o papel de verificar se há distorções é daquele que irá regularizar. 42 CAPÍtuLo 2 Centralização e descentralização do setor de compras Centralização e descentralização em compras 1. Centralização: caracteriza-se por se constituir de um único setor de compras para toda a organização. João Pessoa Maceió DF Setor compras Fortaleza Natal › Possibilidade de pleitear maiores descontos. › Possibilita a economia de escala. › Lentidão no processo de compras. › Evita compras duplicadas (Desperdícios). 2. Descentralização: caracteriza-se por dispor de um setor de compras para cada unidade da organização. João Pessoa Setor compras Maceió Setor compras DF Setor compras Fortaleza Setor compras Natal Setor compras › Cada unidade tem seu próprio setor de compras. › Celeridade no processo de compras. 43 GESTÃO DE COMPRAS │ UNIDADE IV › Dificuldade para se pleitear maiores descontos. › Celeridade no atendimento às necessidades da organização. Lote econômico de compras Visando achar uma quantidade ótima de itens que consiga minimizar os custos de armazenamento e custos de pedido, determinou-se o que se chama de Lote Econômico de Compras (LEC). Matematicamente, o LEC é calculado com a seguinte equação: Na qual: D = Demanda por período. Cp = Custo de pedido. Ce = Custo de estocagem ou armazenamento unitário. 44 unidAdE voutroS tÓPiCoS rELEvAntES CAPÍtuLo 1 Sistemas de produção Just-in-time e Just-in-case Just-in-time » É um sistema de produção enxuta ou puxada. » O objetivo é eliminar totalmente as perdas. » O sistema Just-in-time nasceu na década de 1970, na Indústria Toyota de produção. » É um sistema diferente do convencional (Just-in-Case). » Uma característica do Just-in-time é a busca por maior celeridade para produção. » Vale destacar que essa pressa para produzir pode gerar produtos de baixa qualidade. Just-in-case » É uma política tradicional de produção, que visa armazenar maiores quantidades de materiais. » Tem as vantagens de sempre possuir mercadoria para o cliente. » Diminui a dependência de fornecedores externos. 45 outroS tÓPiCoS rELEvAntES │ unidAdE v Ainda temos: verticalização e horizontalização 1. Verticalização: é o caso em que a organização se torna sua própria fornecedora de matéria-prima, diminuindo a necessidade de fornecedores externos. Típico de organizações antigas. É desvantajoso por gerar um risco maior da organização ficar engessada, ou seja, pouco inovadora (Ex.: GM, FABER-CASTELL). 2. Horizontalizaçao: é o caso em que a organização não produz sua própria matéria-prima, necessitando de fornecedores externos. É típico de organizações modernas. É desvantajoso por gerar um menor controle tecnológico, menores lucros. (Ex.: Sistema toyota de produção). 46 CAPÍtuLo 2 Métodos de reposição de estoques Métodos de controle de estoques (Sistema de reposição) Sistema de 2 gavetas 1ª 2ª » Esse é o sistema mais simples de controle de estoque. » Consiste em 2 embalagens (gavetas, caixas) cheias de determinado produto. » Inicialmente, utilizam-se apenas os itens da 1a gaveta até que a última unidade seja consumida. » Em seguida, efetua-se o pedido. » Enquanto isso, utilizam-se os materiais da 2a gaveta. » A 2a gaveta deverá dar condições de abastecer a organização durante o tempo de reposição,“mais” o estoque de segurança. » Nesse caso, o sistema de 2 gavetas é adequado para os materiais da classe “C”. » É um método simplificado do sistema de máximos e mínimos (pois o pedido é feito quando a quantidade de materiais chega em nível pré-determinado). Sistema de máximos e mínimos (Ponto de pedido ou reposição contínua) Q E. Max E. Min. 0 1 2 3 4 5 T (mês) 47 OUTROS TÓPICOS RELEVANTES │ UNIDADE V » A reposição ocorre quando o estoque atinge um nível pré-determinado. » Não há intervalo de tempo fixo entre as reposições. » A quantidade de mercadoria é fixa em cada pedido. Sistema de revisões periódicas, renovações periódicas ou reposições periódicas Q (Unid) E. Min. 0 1 2 3 4 5 T (mês) » A reposição ocorre quando se atinge um tempo pré-estabelecido (Mensalmente, anualmente, por exemplo). » Há intervalo de tempo fixo entre as reposições (Denominado período de revisão). » A quantidade de materiais de cada pedido é variável, ou seja, dependerá da demanda do item no período anterior. 48 CAPÍtuLo 3 Sistemas de avaliação de estoques Sistema de avaliação de estoques PEPS (Primeiro que entra, Primeiro que sai) ou, no inglês, fifo » Esse sistema respeita a ordem cronológica de entrada dos itens para efeito de cálculo de SAÍDA. » O primeiro item a entrar (mais antigo) é o primeiro a sair. » Também se denomina FIFO (First-in, First-out). » É aceito pela legislação tributária brasileira. » É recomendado para períodos deflacionários. uEPS (Último que entra, Primeiro que sai) ou no inglês Lifo » Também se denomina LIFO. » Não respeita a ordem cronológica de entrada para efeito de cálculo de saída. » O valor do último item a entrar é o primeiro a ser considerado para efeito de cálculo de saída. » Não é aceito pela legislação tributária brasileira devido a aspectos de contabilidade de custos. » O UEPS é o sistema de avaliação de estoques mais recomendado para períodos inflacionários. Custo Médio » É um sistema de avaliação de estoques que focaliza o custo médio dos bens; para isso, realiza-se uma média ponderada, considerando-se como pesos as quantidades de materiais que são adquiridos de cada preço. 49 OUTROS TÓPICOS RELEVANTES │ UNIDADE V Data Entrada Custo Unit. Saída Saldo31/jan 100 R$ 2,50 - 100 02/fev 50 R$ 1,00 - 150 07/fev - - 100 50 10/fev Utilizando o Custo Médio, calcule o valor da saída ocorrida no dia 07/02. (2,50x100) + (1,00x50) = 250+50/150 = 300/150 = 2,00 RESPOSTA: 2,00 x 100 = R$ 200,00 fEfo (PvPS – Primeiro que vence, Primeiro que sai) » Também considerado um sistema de avaliação de estoque, mas cujo foco é dar saída primeiramente nas mercadorias que vencem primeiro. » Só se fala em FEFO quando os materiais têm prazos de validade. 50 unidAdE vigEStão PAtriMoniAL CAPÍtuLo 1 Conceitos e inventário físico gestão Patrimonial – conceitos importantes recurso Patrimonial » São elementos físicos utilizados por uma organização que são destinados à manutenção de suas atividades. » A natureza do recurso patrimonial é permanente. » Nem sempre é possível armazená-lo em estoques. » Engloba ativos imobilizados e intangíveis. Material de consumo: é material que tem duração limitada a 2 anos e/ou material que perde sua identidade física em razão do uso. Material permanente: destina-se à manutenção das atividades da organização, ou seja, bens permanentes que a organização necessita para poder operar. É material que não perdem sua identidade física, mesmo após incorporado a outro bem. Bem tangível: possui uma estrutura física; são bens materiais, bens corpóreos. Bem intangível: são bens imateriais, que não possuem uma estrutura física, bens incorpóreos. 51 gEStão PAtriMoniAL │ unidAdE vi inventário de acordo com a ino 205/1988 – SEdAP/Pr Inventário físico é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoques nos almoxarifados e depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes; O objetivo do inventário é verificar se os valores reais coincidem com aqueles anotados em banco de dados. Resumindo: » É uma contagem física dos bens de uma organização. » O inventário é a verificação dos bens existentes em uma organização. » Ocorre a fim de ter um maior controle do estoque. » O inventário gera um resultado que será comparado com os estoques anotados em banco de dados da organização. Normalmente, há duas equipes para realizar o inventário: » Equipe dos reconhecedores: são aqueles que contam primeiro. » Equipe dos revisores: são os que contam depois. Caso haja divergência entre os dados obtidos, então se deve realizar uma nova contagem. O inventário ocorre a fim de confrontar os dados obtidos com aqueles anotados em banco de dados. Se houver divergência entre os dados do inventário e aqueles anotados no banco de dados, busca-se saber as causas das divergências por meio de métodos de conciliação. objetivo do inventário, de acordo com ino 205/1988 – SEdAP/Pr a. o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques com o saldo físico real nas instalações de armazenagem; b. a análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado por meio dos resultados obtidos no levantamento físico; 52 unidAdE vi │ gEStão PAtriMoniAL c. o levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao saneamento dos estoques; d. o levantamento da situação dos equipamentos e materiais permanentes em uso e das suas necessidades de manutenção e reparos; e e. a constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade. Acuracidade (Índice de Acurácia) É um indicador de acertos que, nesse caso, representará a qualidade das informações de estoque que constam no banco de dados da organização. Ou seja, do total de itens que foram inventariados, objetiva-se saber quantos estavam exatamente como informava o banco de dados. IA = Total de itens sem divergência Total de itens inventariados Ex.: Suponha que foram contados 10 itens, porém houve divergência em 3 itens. Qual é o índice de acurácia? IA = 7 / 10 = 70% de acuracidade tipos de inventário Periódico (geral) » Todos os itens serão contados de uma só vez. » Quando a contagem ocorre somente no final do exercício financeiro denomina-se Inventário Geral. » Demanda maior mão de obra. » Exige a parada completa na movimentação de saída. “Fechamos para balanço”. rotativo (permanente) » Os itens serão contados separadamente. » Definição de intervalo variável para cada tipo de item. » É adequado para organizações que trabalham com itens de alto valor. 53 GESTÃO PATRIMONIAL │ UNIDADE VI » Haverá um cronograma para a contagem dos itens de forma que seja o mais adequado para as organizações. Analítico É um tipo de inventário no qual é imprescindível apontar o valor e o estado de conservação de cada item do patrimônio inventariado. Valor de aquisição Semelhante ou sucedâneo Custo de produção No mesmo estado de conservação desconhecido e preço de mercado X Y R$ 12.000,00 R$ 12.000,00 Obs.: INo 205/1988: “O bem móvel, cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido, será avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado de conservação e a preço de mercado.” inventário por Amostragem ino 205/1988 Poderá também ser utilizado o Inventário por Amostragens para um acervo de grande porte. Essa modalidade alternativa consiste no levantamento em bases mensais, de amostras de itens de material de um determinado grupo ou classe, e inferir os resultados para os demais itens do mesmo grupo ou classe. Anual Destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo de cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício – constituído do inventário anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício. inicial Realizado quando da criação de uma unidade gestora, para identificação e registro dos bens sob sua responsabilidade. 54 UNIDADE VI │ GESTÃO PATRIMONIAL de transferência de responsabilidade Realizado quando da mudança do dirigente de uma unidade gestora. de extinção ou transformação Realizado quando da extinção ou transformação da unidade gestora. Eventual Realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade gestora ou por iniciativa do órgão fiscalizador. 55 CAPÍtuLo 2 tombamento e baixa patrimonial tombamento » Identifi cação do bem, que ocorre após a sua entrada na organização. » Inclusão do bem no controle de patrimônio da organização. » Cadastramento de informações essenciais do bem (características físicas, valor de aquisição etc.) em um banco de dados. » Inserção de um número patrimonial nos bens, por meio de uma plaqueta ou etiqueta, na qual conterá também um código de barras. Site: ifb.com.br Lembre-se: a regra na Administração Pública dispõe que todos os materiais permanentes devem ser tombados. Observe o que dispõe a Instrução Normativa no 205/1988 – SEDAP/PR: [...] 7.13. Para efeito de identifi cação e inventário, os equipamentos e materiais permanentes receberão números sequenciais de registro patrimonial. 7.13.1. O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante gravação, fi xação de plaqueta ou etiqueta apropriada. 7.13.2. Para o material bibliográfi co, o número de registro patrimonial poderá ser aposto mediante carimbo. [...] 56 unidAdE vi │ gEStão PAtriMoniAL Materiais permanentes considerados de pequeno valor, baixo risco de perda e/ou alto custo para o controle patrimonial não terão obrigatoriamente um controle patrimonial, mas apenas um controlado simplificado, por meio de relação-carga. Porém, esses bens deverão estar registrados contabilmente no patrimônio da organização. Esse é o posicionamento da Secretaria do Tesouro Nacional/ STN. Observe-se que o material permanente em apreço será tratado como se fosse de consumo. Da mesma forma, se um material de consumo tiver características de material permanente, devido à quantidade utilizada, à durabilidade ou valor significativo, também deverá ser controlado por meio de relação-carga, e deverá ser incluídono patrimônio da organização. Baixa Patrimonial » É a exclusão de um bem do controle de patrimônio. » Há várias formas de desfazimento de um bem: › venda; › permuta; › doação; › cessão; › dação. » Um bem baixado deixa de fazer parte do ativo imobilizado da organização. » A baixa patrimonial também pode ocorrer por qualquer das seguintes formas: › comodato (espécie de empréstimo de bens patrimoniais, por tempo pré-determinado); › extravio/perda/sinistro. O número de patrimônio de um bem baixado não poderá ser utilizado em outro bem, pois, quando o item sofre a baixa patrimonial, seu número de patrimônio irá integrar um banco de dados gerenciado pelo setor de administração patrimonial da organização, no qual constará esse código como item patrimonial desincorporado. Em uma possível reincorporação do bem, o número de patrimônio será restituído a ele. } Alienação de bens 57 referências AURÉLIO, Marco P. Dias. Administração de materiais. 4. ed. São Paulo: Atlas S. A., 1993. BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas S.A., 1995. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de materiais: uma abordagem introdutória. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHING, Hong Yuh. Gestão de Estoques na Cadeia Logística integrada. São Paulo: Atlas S.A., 2001. MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2001. SLACK, N. et al. Administração da Produção. São Paulo: Atlas, 1997. VIANA, João José. Administração de materiais. São Paulo: Atlas S. A., 2002. Sites <http://www.google.com.br>. <http://www.tesouro.fazenda.gov.br>.
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