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Respiratória Semiologia Kathlyn Póvoa ANATOMIA O sistema respiratório é dividido em: • Tracto Respiratório Superior: Compartimento nasofaringe; • Tracto Respiratório Inferior: Compartimentos traqueobrônquico e alveolar. O arcabouço costal é dividido em 12 vertebras e 12 arcos costais. Os 7 primeiros são chamados arcos costais verdadeiros porque são ligados diretamente numa cartilagem costal no esterno. O 8º,9º e 10º são denominados arcos costais falsos, pois são ligadas indiretamente. O 11º e 12º são chamados de arcos costais flutuantes porque não são ligadas ao esterno. PONTOS DE REFERÊNCIA ANATÔMICOS: Parte anterior: 1. Incisura Jugular: fossa localizada acima do manúbrio; 2. Clavículas; 3. Ângulo de Louis/ Ângulo costal: junção do manúbrio com o corpo do esterno; é importante para conseguir contar os arcos costais do paciente. (Ao lado está articulada a 2ª costela) 4. Ângulo de Charpy:formado pelo cruzamento das últimas costelas. → Â = 90º: Normolíneo → Â >90º: Longilíneo → Â <90º: Brevilíneo Parte posterior: 1. Palpar escápula do paciente 2. Proeminência da espinha vertebral entre c7 e t1; LINHAS E ÁREAS TORÁCICAS: Linhas Região anterior Verticais: a. Linha médio esternal: divide o tórax em direito e esquerdo. (É uma linha única); b. Linha esternal lateral c. Linha paraesternal d. Linha hemiclavicular Horizontais: a. Linha clavicular; b. Linha da 3ª articulação condroesternal; c. Linha da 6ª articulação condroesternal; Região lateral: a. Linha axilar anterior b. L. axilar media c. L. axilar anterior Região posterior: Verticais: a. Linha vertebral b. Linha escapular Horizontais a. Linha escapular superior b. L. escapular inferior Sêquencia do exame físico respiratório: ▪ Parede Posterior – linha escapulovertebral ▪ Parede Lateral – linha axilar média ▪ Parede Anterior – linha hemiclavicular Divisão de áreas Anterior Lateral Posterior RESPIRAÇÃO PULMONAR (4 PROCESSOS): Finalidade: transferência de O2 do exterior até o nível celular e eliminação do CO2 transportado pelo sentido inverso. 1. Ventilação pulmonar: o ar chega até os alvéolos, distribuindo-se adequadamente, para que possa entrar em contato com os capilares pulmonares, onde ocorrerão as trocas gasosas; 2. Trocas gasosas: por diferença da pressão parcial dos gases envolvidos (O2 e CO2) no alvéolo e no sangue, ocorre a passagem dos mesmos através da membrana alvéolo-capilar. Por diferença de pressão, o O2 entra nos capilares (hemoglobina) e o CO2 é liberado, sendo eliminado pelos pulmões. 3. Transporte sanguíneo dos gases: tanto na etapa anterior quanto nesta é importante a interação dos processos respiratórios com o sistema circulatório. A circulação sistêmica promove a distribuição periférica do O2 e a extração do CO2, havendo a participação de múltiplos mecanismos, tais como: captação de O2 pela hemoglobina, sistemas tampões, além de outros. 4. Respiração celular: é a etapa terminal de todo o processo e sua finalidade maior. Por meio da respiração celular, consubstancia-se a utilização celular do oxigênio por meio das cadeias enzimáticas mitocondriais. → Membrana alvéolo-capilar: Ventilação, perfusão e difusão. → Bronquite crônica: tem o espessamento com muco e secreção, diminuindo a perfusão dos alvéolos. A reação compensatória é o aumento da ventilação, aumento da hemoglobina, que aumenta a viscosidade sanguínea. Mesmo melhorando a viscosidade, está vindo pouco O2, ele vai reter CO2 deixando-o cianótico. RESPIRAÇÃO: Ventilação pulmonar, trocas gasosas, transporte sanguíneo dos gases, respiração celular, ventilação (processo ativo), relação ventilação/perfusão e difusão (processo passivo). Ventilação É um processo ativo que ocorre pela ação dos músculos respiratórios • Inspiração: processo ativo • Expiração: processo passivo Doenças que afetam a ventilação: 1. Aumentam a carga muscular repentinamente. Exemplo: asma brônquica aguda 2. Obstrução do ar. Exemplo: Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 3. Doenças neuromusculares. Exemplo: Síndrome de Guillain-Bar Ré e miastenia gravis Relação Ventilação/Perfusão: - Efeito Shunt: hipoventilação no alvéolo mantendo a perfusão preservada. Exemplo: bronquite crônica - Shunt: perde toda a ventilação (ausência de ventilação) e a perfusão está preservada. Exemplo: choque anafilático; ingestão do corpo estranho. - Efeito espaço-morto: ventilação está preservada e apresenta hipoperfusão. Exemplo: embolia, enfisema pulmonar; - Espaço morto: ventilação preservada e ausência de perfusão. Exemplo: infarto pulmonar ou embolia pulmonar; Difusão Mecanismo pelo qual um gás se movimenta de uma região para outra. É um processo passivo, pois se difundem de regiões de alta pressão para regiões de baixa pressão. ANAMNESE ◊ Identificação ◊ Idade, → Infância (malformações congênitas, fibrose cística, asma, sarampo, coqueluche); → Adultos (TBC, DPOC); → Idosos (neoplasia pulmonar). ◊ Sexo; → Feminino: Doenças reumatológicas como LES, artrite reumatoide, sarcoidose; → Masculino: DPOC, pneumoconioses, TBC, neoplasia pulmonar. ◊ Raça; ◊ Procedência: → TBC: Amazonas e Rio de Janeiro → Paraccocioidomicose: MG, SP, RJ, GO; ◊ Profissão e ocupação; ◊ Queixa principal: “entre aspas” ◊ História pregressa da moléstia atual; ◊ Histórico pessoal; Se teve algum problema respiratório durante a vida; Se já precisou ser entubado; Historico de neoplasias; cirurgias; rinite alergica; ◊ Histórico familiar; Atopia (urticária, rinite alérgica, asma); Doenças pulmonares – fibrose pulmonar/ Fibrose cística; Pais são co-sanguineos? Teve contato com TBC/Influenza? Teve contato com DST? História de TEV; Neoplasia. ◊ Hábitos: Tabagismo: uma pessoa que já fumou 100 cigarros na vida, e continua fumando - Ativo ou passivo? - Fuma quantos cigarros por dia? - Calculo da carga tabágica. 1 maço equivale a 20 cigarros. 1 cigarro de palha = 4 de filtro. 𝑄𝑡𝑑 𝑑𝑒 𝑐𝑖𝑔𝑎𝑟𝑟𝑜𝑠 𝑓𝑢𝑚𝑎𝑑𝑜𝑠 𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑖𝑎 20 x qtd de anos → Fogão a lenha → Hobbies → Animais de estimação etc. ◊ Medicações → Amiodarona/nitrofurantoina/ metrotrexate/bleomicina – relacionados a doença intersticial; → Betabloqueador – atenolol/proponalol – broncoespasmos; → IECA - Captopril/enalapril – tosse; → Corticóide; SINTOMAS E SINAIS: ✓ DOR TORÁCICA - Apenas 5% das queixas de dor torácica nos prontos socorros, são dores de origem pulmonar. - Quando bem descrita é uma preciosa informação; Características básicas: Localização: onde dói? (parede torácica, pleuras, pulmões, coração, pericárdio, vasos, mediastino, esôfago, diafragma) Irradiação e referência: a dor caminha/vai para algum lugar? Caráter da dor: em pontada, aperto, queimação? Fatores precipitantes: alguma coisa piora a dor? Fator de alivio? Algo melhora a dor? Duração? Quanto tempo? Sintomas concomitantes? - Parênquima pulmonar, vias respiratórias e pleura visceral, apesar de bem inervados, não transmitem sensação de dor para o cérebro. Órgãos receptores localizados em outras estruturas: Pele, aponeuroses, músculos que vão provocar dor, pela liberação de bradicininas. Localização: • Pleurite – dor pleurítica: dor intensa, em pontada, aguda e localizada. Piora com a tosse. Pneumotórax – Súbito – Sensação de punhalada em paciente hígido ou tabagista; • Pneumonia – 30% dos casos – há comprometimento da pleura parietal – tosse produtiva e febre. • Tromboembolismo pulmonar – Dor aguda, associada a dispneia e fatores agudos de TEP. • Quadro viral – ‘’ Dor ardida em região retroesternal’’. ✓ TOSSE: - Mais importante e frequente sintoma; - Estímulos da mucosa das vias respiratórias: → Inflamatória: mais frequente – edema, secreções; → Mecânica: trauma; → Química: refluxo; → Térmica: diferenças abruptas de temperatura; - Existetambém a tosse psicogênica; - É um mecanismo de defesa, com o objetivo de manter as vias respiratórias permeáveis, porém nocivo em alguns momentos em virtude do aumento da pressão na árvore brônquica, que culmina na distensão dos septos alveolares. - Investigação: → Duração → Frequência, → Intensidade, → Tonalidade, → Expectoração – sendo seca ou produtiva; relações com decúbito e horário. → Relação ao decúbito ou ao período do dia Causas de tosse: asma brônquica, refluxo gastresofágico, sinusites, bronquites, bronquiectasias, medicamentos, pneumonias, irritação do canal auditivo externo, adenoides, amigdalites, faringites, tensão nervosa, tumores do mediastino, laringite, traqueítes, pleurites, tuberculose, abscesso pulmonar, CA do pulmão, embolia pulmonar, infarto pulmonar, pneumoconioses, insuficiência ventricular esquerda, corpos estranhos, estenose mitral e megaesôfago. ✓ EXPECTORAÇÃO: Na maioria das vezes, é consequência da tosse. Examinar o escarro, normalmente são produzidos 100 ml de mucos nas 24 horas. Investigação: → Volume; → Cor; → Odor; → Transparência; → Consistência. Classificação: → Serosos: água, eletrólitos, proteínas e pobre em células. Exemplo: edema agudo de pulmão. → Mucoide: mucoproteínas; → Purulento: rico em piócitos; → Hemoptoico: rajadas de sangue. (Pneumonia bacteriana, tuberculose, micoses, neoplasia) ✓ HEMOPTISE - Eliminação de sangue pela boca, passando através da glote; Origem: 1. Brônquicas: lesão artéria brônquica – bronquiectasias, broncocarcinoma (muito mais quantidade de sangue). 2. Alveolares: ruptura dos capilares ou transudação. - As causas principais de hemoptise: • Criança – pneumonia, corpo estranho; • Adulto - Homem, tabagista, 1°episódio – pensar em neoplasia • Hígido – pensar em Tuberculose 4 principais causas no Brasil: bronquiectasia, tuberculose, neoplasia, aspergilose. → Epistaxe – sangramento de origem nasal anterior; → Rinorragia – sangramento volumoso, origem nasal posterior; → Hematêmese: sangue eliminado por vômito. Aspecto de borra de café. ✓ DISPNEIA - “Experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas que variam em intensidade. “ - Investigar: → Início → Modo de instalação → Duração → Comparação → Número de crises e periodicidade → Intensidade - Aos grandes; médios e moderados esforço ou ao repouso. a. Dispneia De Repouso: falta de ar em repouso. Pode estar associada à TAQUIPNÉIA (frequência aumentada associada com a dificuldade de respirar) e HIPERPNÉIA (amplitude aumentada). b. Ortopneia: dispneia que impede o paciente de ficar deitado e o obriga a sentar-se ou a ficar de pé para obter algum alívio. c. Trepopneia: melhora dispneia em decúbito lateral. Exemplo: derrame pleural – se deitam sobre o lado são. Causas de dispneia: atmosféricas, obstrutivas, parenquimatosas, toracopulmonares, diafragmáticas, pleurais, cardíacas, origem tecidual e ligadas ao sistema nervoso. ✓ SIBILOS - Chiado ou “chieira”; - Ocorre devido redução da arvore brônquica; - Predominante na fase expiratória, quase sempre acompanhado de dispneia; - Timbre elevado e tom musical; - Se recorrente pensar em asma; Causas principais: Bronquite aguda e crônica; asma; quadro alérgico ✓ ROUQUIDÃO Mudança do timbre de voz, que traduz alteração na dinâmica das cordas vocais Lesões das cordas vocais podem ser laríngeas ou extralaringeas; Agudas: infecções da laringe; Crônicas: tabagismo; ✓ CORNAGEM Dificuldade inspiratória por redução do calibre das vias respiratórias superiores (VAS). Manifesta-se por ruído (estridor) e tiragem. Causas: laringite, difteria, edema de glote e corpos estranhos. ✓ HIPOCRATISMO DIGITAL Hipoxemia com aumento do nível de CO2. A profundidade interfalangeana desaparece. A base da unha fica saliente. EXAME FÍSICO INSPEÇÃO Pede para o paciente tirar a camiseta. Em mulheres tirar o sutiã. Ideal uma luz natural, se artificial, a luz branca. Paciente sentado à beira do leito, e o examinador de pé diante do paciente. Observar a pele, verificar cicatrizes, examinar mamas, circulação colateral do tórax. ECTOSCOPIA: - Nível de consciência: principalmente pacientes acamados, pela alta retenção de CO², podendo deixar o paciente mais sonolento e torporoso; - Alteração de deglutição: pacientes acamados precisam da avaliação de uma fonoaudióloga para evitar broncoaspiração. - Cianose: cor azulada da pele e mucosas. A hemoglobina reduzida chega a um nível de 5g a cada 100ml. → Generalizada: alguma causa, leva o paciente ter uma diminuição por todo o corpo. → Localizada: geralmente membros e rosto; → Cianose central: Há instauração arterial exclusiva, permanecendo normal o consumo de O² nos capilares. → Cianose periférica: perda exagerada de O² na rede capilar, devido a estase venosa ou vasocronstricção; → Cianose mista: → Cianose por alteração da hemoglobina: INSPEÇÃO ESTÁTICA Distribuição de pelos, mamilos, lesões elementares, cicatrizes, abaulamentos (Nódulo de Virshcow) e retrações, se tem linfonodo aumentado, biotipo, tipo de tórax (normalmente é elíptico), anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não, tipo de tórax; A–Normal; B–Em tonel; C – Infundibiliforme; D – Carniforme; E – Escoliose; F – Cifose; G – Gibosidade Outros tipos: chato e sino/piriforme Biotipo do paciente: normolíneo, longilíneo e brevilineo: a morfologia torácica varia de acordo com o biótipo do paciente. → Sinal de Ramond: contratura da musculatura paravertebral torácica unilateral que denuncia o comprometimento pleural inflamatório homolateral. → Sinal de Lemos Torres: caracterizado pelo abaulamento dos espaços intercostais durante a expiração, é sinal fidedigno de derrame pleural. INSPEÇÃO DINÂMICA ◊ FR (Eupneico, taquipneico, bradipneico) – sempre conta em 1 minuto, e colocar FR: 16 IRPM (exemplo) ◊ Amplitude da respiração ◊ Ortopneia, Trepopneia? ◊ Respiração sincronizada? ◊ Movimentos respiratórios; ◊ Assimetria entre os hemitórax; ◊ Expiração prolongada e com lábio semicerrados no DPOC ◊ Ritmo respiratório: inspiração e expiração com a mesma duração e amplitude. Alterações do ritmo respiratório: 1. Cheyne Stokes: fase de apneia seguida de incursões inspiratórias cada vez mais profundas até atingir o máximo, depois vai descendo até nova pausa. 2. Biot: duas fases. A primeira de apnéia, seguida de movimentos inspiratórios e expiratórios anárquicos quanto ao ritmo e amplitude. 3. Kussmaul: inspirações profundas, seguida de pausa e expirações curtas também seguidas de pausas. 4. Suspirosa: série de movimentos inspiratórios de amplitude crescente seguidos de expiração breve e rápida. 5. Dispneia: movimentos respiratórios amplos e rápidos. ◊ Tiragem intercostal: Na inspiração, normalmente, espaços intercostais deprimem-se ligeiramente. - A tiragem pode ser difusa ou localizada, isto é, supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica. ◊ Cornagem: Dificuldade inspiratória. Tiragem + produção de um som mais agudo. PALPAÇÃO: ➢ Avaliar a mobilidade da caixa torácica, lesões e sensibilidade (superficial ou profunda); ➢ Palpar regiões que o paciente referiu dor; ➢ Temperatura e sudorese; ➢ Palpação de linfoadenopatias; ➢ Pesquisar a expansibilidade: dos ápices até as bases pulmonares. ➢ Nódulo de Virchow FRÊMITO TORACOVOCAL: - São vibrações das cordas vocais na parede torácica. (“trinta e três”) - Sempre comparar uma região com a outra; - Nos derrames pleurais líquidos ou gasosos, por afastarem o pulmão da parede, há diminuição do frêmito toraco-vocal (FTV); - Em ambientes de condensação pulmonar, o FTV é aumentado. - Nas atelectasias, os brônquios estão obstruídos, reduzindo o FTV. - Dois tipos de frêmitos: → Frêmito brônquico: mais especifico, parece sugestivode secreção nas vias aéreas; → Frêmito: Pleural: sensação de atrito de uma pleura com outra. PERCUSSÃO - Iniciar pela face posterior, de cima para baixo. - - Depois vai para anterior. - Comparativa e simetricamente as várias regiões. - Mao esquerda, apoiando o dedo médio; - Sempre usar a mesma intensidade; - Sempre fugir dos ossos para captar melhor os sons. - Tonalidades: → Claro pulmonar: áreas de projeção dos pulmões; → Timpânico: espaço de Traube; → Submaciço: região inferior do esterno; → Maciço: região inframamária direita (macicez hepática) e na região precordial. Obesidade, musculatura hipertrofiada e edema reduzem o som da percussão. Ressonância skódica: hipersonoridade. Áreas ao redor de condensação ou acima de derrame pleural. AUSCULTA: Vibrações audíveis criadas por regiões alternantes de compressão e rarefação do ar. Características principais: frequência, intensidade, duração e timbre. - Posição do examinador: atrás do paciente - Posição do paciente: desnudo (sem camisa), sentado com as mãos sobre os joelhos para afastar escápulas. - Respiração pausada e profunda, com a boca entreaberta, sem fazer ruídos. - Início pela face posterior, depois face lateral e por último, anterior do tórax. - Auscultar regiões de maneira simétrica. - Respiração pulmonar: dois componentes: inspiração e expiração SONS PLEUROPULMONARES NORMAIS: 1. Som traqueal: inspiratório constituído de ruído soproso, porque é um diâmetro aumentado. Mais longo e grave na expiração e mais forte na expiração. Origina-se da passagem do ar pela glote e traqueia. Audível na região de projeção da traqueia, pescoço e região esternal. 2. Respiração brônquica: semelhante ao traqueal, com componente expiratório menos intenso. Corresponde ao som traqueal audível na zona de projeção dos brônquios de maior calibre. Face anterior do tórax, nas proximidades do esterno. 3. Murmúrio vesicular: som mais fino e discreto. Ruídos respiratórios ouvidos na maior parte do tórax. Encontrado frequentemente nos pulmões, e mais intenso na região anterossuperior, região das axilas e infraescapular. Produzido pela turbulência do ar circulante ao chocar contra as saliências das bifurcações brônquicas, ao passar por cavidades de tamanhos diferentes, tais como bronquíolos para alvéolos e vice e versa. O Componente inspiratório é mais intenso, mais duradouro, e tonalidade mais alta. Já o expiratório mais fraco, duração curta e tonalidade baixa. Pode estar diminuído por: ar, líquido, espessamento pleural, enfisema, diminuição dos movimentos do tórax, obstrução. 4. Som broncovesicular: somam -se as características do som brônquico com as do murmúrio vesicular. Presente na região esternal superior, na interescapulovertebral direita e no nível da terceira e quarta vértebras dorsais. SONS ANORMAIS: 1. Estertores: Audíveis na inspiração e expiração. Podem ser finos ou grossos. Estertores finos ou crepitantes: Ocorrem no final da inspiração (enchimento dos alvéolos). Frequência alta (Agudos) e de curta duração. Não se modificam com a tosse. Audíveis em zonas pulmonares, influenciadas pela gravidade. Produzidos pela abertura sequencial de vias aéreas anteriormente fechadas. Som de velcro, agudo, frequência alta; Estertores grossos ou bolhosos: Frequência menor (mais grave) e duração maior que os finos Geralmente secundários a muco e secreção de brônquios e bronquíolos. Altera com a tosse porque é originado de líquidos. Som de rompimento de bolhas. Início da inspiração e durante toda a expiração. Origem na abertura e fechamento de vias aéreas contendo secreção viscosa e espessa. Comuns na bronquite crônica e bronquiectasias. 2. Roncos: Sons de baixa frequência. Ocorrem quando a via aérea não está totalmente ocluída. O estreitamento produz vibrações das paredes brônquicas e de conteúdo gasoso. Geralmente ocorre na expiração. Comum na asma, bronquites, bronquiectasias e obstruções localizadas. Roncos são graves e sibilos agudos. 3. Sibilos: Quando a via aérea está muito ocluída. Origem semelhante aos roncos. Mais comum na expiração. Múltiplos e disseminados pelo tórax. Localizados em determinada região, indicam semi- obstrução por neoplasia ou corpo estranho. 4. Estridor: Produzido pela semi-obstrução da laringe ou traqueia. Predomina na inspiração. Causas: difteria, laringites agudas, câncer de laringe e estenose de traqueia. 5. Sopros: Pulmão perde sua textura normal. Podem ser normais na traqueia, dorso, região interescapular. Mais longo na expiração. Raro → ausculta em casos de cavitação ou lesão que tenha ar no interior apenas; TIPOS: - Sopro tubário – hepatização (quando o pulmão tem uma condensação por infecção muito grande, tornando o órgão maciço como o fígado. - Sopro cavitário – cavernas (TBC) - Sopro anfórico – pneumotórax hipertensivo. 6. Atrito pleural: Provocado pelo deslizar de uma pleura inflamada sobre a outra. Nos casos de pleurite. Folhetos recobertos por exsudato. Duração maior. Frequência baixa. Aumento da pressão do estetoscópio melhora sua ausculta. Ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, frequência baixa e tonalidade grave. Comparado ao ranger de couro atritado. Mais comum nas regiões axilares inferiores. SONS VOCAIS Ausculta da voz pronunciada e cochichada. Pronunciar “trinta e três”. Examinador percorre o tórax com o estetoscópio. Compara áreas homólogas. Faz igual na percussão, começa na parte de trás, de cada lado e depois volta comparando. Ressonância vocal: sons produzidos pela voz e ouvidos na parede torácica. Em condições normais são incompreensíveis. Se entender o parênquima está consolidado. 1. Broncofonia: escuta mas não entende o que o paciente fala; voz anasalada. 2. Pectorilóquia fônica: entende o que fala nitidamente, e voz não está anasalada. 3. Pectorilóquia afônica: ausculta a voz normal ou cochichada. SINDROMES BRONCOPULMONARES E PLEURAL: SINDROME BRONQUICA Acometimento brônquico por enfermidades que podem causar redução do calibre, dilatação e/ou hipersecreção brônquica. Sintomas: dispneia e tosse. Mas podem estar ausentes Inspeção: dispneia, tórax em posição de inspiração profunda e tiragem Palpação: frêmito toracovocal normal ou diminuído; Percussão: normal ou hipersonoridade; Ausculta: diminuição do murmúrio vesicular com expiração prolongada, sibilos predominantemente expiratórios em ambos os campos pulmonares. Pode haver roncos e estertores grossos. Causas + comuns: Asma, DPOC, Bronquiectasia, Infecções traqueobrônquicas. SÍNDROME PARENQUIMATOSA Síndrome de Consolidação pulmonar: Causadas por pneumonias, o infarto pulmonar e a tuberculose. Sintomas: tosse produtiva, dispneia, dor torácica Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal aumentado Percussão: submacicez ou macicez Ausculta: respiração brônquica substituindo o murmúrio vesicular, sopro tubário, broncofonia ou egofonia, pectorilóquia e estertores finos. Síndrome de atelectasia: Sintomas: dispneia, tosse seca Inspeção: retração do hemitórax e tiragem Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal diminuído ou abolido Percussão: submacicez ou macicez Ausculta: som broncovesicular. Ressonância vocal diminuída. Síndrome de Hiperaeração (enfisema pulmonar) Sintomas: dispneia Inspeção: expansibilidade diminuída e tórax em tonel nos casos avançados Palpação: expansibilidade diminuída, frêmito toracovocal diminuído Percussão: sonoridade pulmonar normal no início e hipersonoridade à medida que a enfermidade se agrava. Ausculta: murmúrio vesicular diminuído. Fase expiratória prolongada. Ressonância vocal diminuída. Congestão passiva dos pulmões Sintomas: dispneia, tosse seca ou com expectoração rósea Inspeção: expansibilidade normal ou diminuída Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal normalou aumentado; Percussão: submacicez nas bases pulmonares Ausculta: estertores finos nas bases dos pulmões (principal achado). Prolongamento do componente expiratório quando há broncospasmo. Ressonância vocal normal SÍNDROMES PLEURAIS Síndrome pleurítica: Tuberculose, pneumonias, moléstia reumática e outras colagenoses, e as neoplasias da pleura e pulmão. Sintomas: dor torácica ventilatória dependente – dor pleurítica Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos Percussão: sonoridade normal ou submacicez Ausculta: atrito pleural, que é o principal dado semiológico. Síndrome de derrame pleural: Pleurites, pneumonias, neoplasias, colagenoses, síndrome nefrótica e na insuficiência cardíaca. Sintomas: dispneia, tosse, dor torácica Inspeção: expansibilidade diminuída Palpação: expansibilidade diminuída e frêmito toracovocal abolido na área do derrame e aumentado na área do pulmão em contato com o líquido pleural Percussão: macicez Ausculta: murmúrio vesicular abolido na área do derrame, egofonia e estertores finos na área do pulmão em contato com o líquido pleural na parte mais alta do derrame. Síndrome pleural aérea ou de pneumotórax. Lesão traumática, ruptura de bolha subpleural, ou em certas afecções pulmonares (tuberculose, pneumoconiose, neoplasias) que põem em comunicação um dueto com o espaço pleural. Sintomas: dispneia, dor torácica Inspeção: normal ou abaulamento dos espaços intercostais quando a quantidade de ar é grande Palpação: expansibilidade e frêmito toracovocal diminuídos Percussão: hipersonoridade ou som timpânico, sendo este o dado que mais chama a atenção Ausculta: murmúrio vesicular diminuído. Ressonância vocal diminuída Ausculta respiratória normal: murmúrio vesicular bilateral “+”, ausência de ruídos adventícios.
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