Prévia do material em texto
Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 1 DISTÚRBIOS DA FREQUÊNCIA CARDÍACA BRADIARRITMIAS Tópicos: Identificação das bradiarritmias: doença do nó sinusal, sd braqui taqui, bloqueio atriovesntriculares. DOENÇA DO NÓ SINUSAL: Sd clínica que envolve alteração da formação e/ou condução do impulso elétrico para os átrios. FC < 50 bpm → sintomático. Idade 60-69 anos, geralmente no sexo feminino. Etiologia: fibrose degenerativa senil, processos inflamatórios (pericardite, miocardite), doença de depósito (amiloidose, sarcoidose, hemocromatose – depósito no miocardio), Doença de Chagas. TTO: medicamento/marca-passo. SINTOMAS: Tontura, fraqueza (59-92%) Síncope ou pré-síncope (25%) Palpitações Insuficiência cardíava congestiva Confusão mental Encurtamento da respiração Intolerância à exercícios físicos Fenômenos tromboembólicos (1-4,8%) AVC (5-10% anual). Apresentações da doença do no sinusal: Bradicardia sinusal Pausa sinusal Bloqueio sinoatrial Síndrome bradi-taqui Incompetência cronotrópica. BRADICARDIA SINUSAL: Bradicardia sinusal: FC <50BPM E RITMO SINUSAL. Induzida por: drogas (digoxina, BB, amiodarona); hipotireoidismo; SAOP; distúrbios eletrolíticos (aumento de cálcio e magnésio). Fisiológico: atletas e durante o sono (aumento do tônus parassimpático) Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 2 Eletro normal, mas com FC de 50bpm. Bradicardia sinusal – TRATAMENTO: Assintomático: nada a fazer. Identificar a causa: tratar a causa Sintomático e sem causa aparente ou tratável: marcapasso. PAUSA SINUSAL: Incapacidade do nó sinusal gerar estímulos → não há despolarização atrial, ocorrendo períodos de assistolia ventricular. Ritmo sinusal e pausa maior que 3 segundos. Pode ocorrer em jovens, atletas, no sono – sem doença. Sem estas condições: indicação de marcapasso. SINDROME BRADI-TAQUI: Bradicardia sinusal, escape atrial ectópico bradicárdico ou pausa sinusal que ocorre após períodos de taquicardia (atrial, FA ou Flutter), havendo intermitência entre esses ritmos. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 3 BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES: Bloqueio da condução dos estímulos elétrico dos átrios para os ventrículos. O bloqueio pode ocorrer no nó AV ou feixe de His. Etiologias: Doença degenerativa, infecções (Chagas), IAM, iatrogênico (cirurgia cardíaca/ablação), infiltrativas (amiloidose, sarcoidose) e congênito. Temporário: sono, medicações (BB, VCC, digoxina), IAM, processos inflamatórios (miocardite, febre reumática), distúrbios eletrolíticos (K+) BLOQUEIO AV DE 1º GRAU BLOQUEIO AV DE 2º GRAU Mobitz I (Warneckbach) Mobitz II BLOQUEIO DE 3º GRAU A condução AV é retardada e o intervalo PR prolongado (intervalo PR >200ms) Tratamento: BAV 1ª GRAU: assintomático – nada a fazer. Sintomático – identificar causa e tratar. Mantem sintomas: marcapasso. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 4 BAV tipo 1 com PR > 200. BLOQUEIO AV de 2º GRAU (Mobtiz I/Wencbehachdkkkk n sei escrevei) Prolongamento progressivo do intervalo PR até que uma despolarização atrial não seja seguida da ventricular . Frequência ventricular é irregular. O intervalo PR é progressivamente maior até que a condução de uma onda P seja interrompida. PR aumenta progressivamente até bloquear QRS. Tto: assintomático: nada a fazer; sintomático: identificar causa e tratar. Mantém sintomas: marca-passo. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 5 BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 2º GRAU MOBTIZ II Falhas regulares na condução AV, caracterizado pela ausência da despolarização ventricular correspondente. Não tem “aviso” de que o bloqueio irá ocorrer. Não tem QRS – onda P bloqueada no nó atrioventricular. Tratamento: Identificar causa e tratar; Marcapasso – normalmente esses pacientes precisam de marcapasso. BLOQUEIO ATRIOVENTRICULAR DE 3º GRAU (BAVT): ECG: dissociação do átrio e do ventrículo, de forma que o nó atrioventricular está bloqueado em todos os batimentos. O átrio é estimulado pelo nó sinusal que manda o estímulo em frequência regular – ondas Ps não seguidas por QRS. Intervalo PP e RR (pelo foco ectópico que assumiu o estímulo ventricular) regular e fixo; PR é irregular. O ventrículo é estimulado por algum foco ectópico. Setas: intervalo PP regular; intervalo RR regular. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 6 Exceto em paciente que pode voltar ao ritmo sinusal após desobstrução de ACD. BRADIARRITMIAS NA URGÊNCIA: Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 7 ECG: estimulação atrial (um paciente com doença de nó sinusal). Eletrodo colocado somente no átrio: espícula que precede a onda P – estímulo do marcapasso. Marcapasso com estimulação ventricular: QRS é alargado porque estímulo é célula a célula (não utiliza fibras de Purkinje). Estimulação atrial e ventricular. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 8 Marcapasso de estimulação atrial e ventricular TAQUIARRITMIAS ATRIAIS E VENTRICULARES →QRS estreito: taquiarritmia gerada no átrio. →QRS alargado: 80% origem ventricular. Origem no átrio: bloqueio de ramo esquerdo ou direito (paciente com bloqueio de ramo prévio que cursa com posterior taquiarritmia); aberrância de condução (estímulo chega no feixe de His antes dele estrar repolarizado); via acessória (via de condução que consegue conduzir o estímulo do átrio para o ventrículo sem passar pelo feixe de His – conduz célula-célula, por isso o QRS fica alargado). Taquicardia de QRS estreito: Taqui sinusual: resposta apropriada a situação de estresse (esforço físico, ansiedade, febre, tireotoxicose, TEP, Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 9 anemia). TAQUIATRIAL UNIFOCAL: Onda P de morfologia diferente da normal, devido a um foco ectópico. Isso porque esse estímulo não vem do nó sinusal e sim de um foco mais abaixo. São regulares (mesma morfologia). TAQUIATRIAL MULTIFOCAL: Onda P com pelo menos 4 morfologias diferentes. TAQUI POR REENTRADA NODAL: Onda P depois do QRS. Dentro do nó AV, o normal é haver uma única via de condução para o ventrículo. Algumas pessoas tem duas vias (uma lenta (demora para repolarizar) e uma rápida (repolariza rápido)). Ritmo sinusal normal, quando chega no nó AV, preferencialmente percorre a via rápida, causando a despolarização ventricular (QRS). Enquanto a via ra´pida ainda não está pronta para receber o estímulo, um foco ectópico gerou um estimulo, que a via rápida ainda não está pronta para receber. Já que não está pronta, esse estímulo desse pela via lenta (desce pelo ventrículo e forma um QRS), mas atinge a porção final da via rápida Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 10 também, subindo de volta pela via rápida e despolariza o átrio. Isso faz com que a onda P ocorra diretamente após QRS. Fibrilação atrial e Flutter Arritmias supraventriculares (no átrio). Os átrios não são estimulados pelo nó AS mas sim por múltiplos e pequenos focos desorganizados que não geram uma onda P TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR Avaliar estabilidade hemodinâmica do paciente (torporoso, hipotenso, sudoreico, taquipneico, dispneico, rebaixamento de consciência). Se instável hemodinamicamente → cardioversão elétrica. Se paciente estável: massagem do seio carotídeo (massagem circular em torno de 5 a 10 segundos) – promover bloqueio de ramo para reversão. Se não deu certo: “Holiday heart” – agudo. TAQUICARDIA DE QRS LARGO: Representadas por: Taquicardia ventricular monomórficaTaquicardia ventricular polimórfica (Torsades de pointes) Fibrilação ventricular. TV: batimento cardíaco rápido iniciado dentro dos ventrículos, caracterizado por 3 ou mais batimentos ventriculares prematuros consecutivos. A taquicardia ventricular está classificada como não-sustenta (muitas vezes definida como tendo duração inferior a 30 segundos – não gera instabilidade hemodinâmica) ou sustentada (gera instabilidade). Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 11 Torsades de Pointes: É uma forma específica de TV polimórfica em que se evidencia variação no eizo e amplitude do QRS. Etiologia: congênita (sd do QT longo). adquirida: medicamentos, como sotalol, antidepressivos tricíclicos, eritromicina e distúrbios hidroeletrolíticos (DIMINUIÇÃO de K+, Mg e Ca2+) Taquicardia ventricular monomórfica. Observe no primeiro ECG que o nó sinusal tenta tirar o coração dessa taquicardia. Torsade de pointes: as pontas dos QRS se torcem para cima e para baixo – QRS que era positivo e se tornou TV polimórfica com torsade points. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 12 PACIENTE ESTÁVEL: FIBRILAÇÃO VENTRICULAR Conduta na emergência. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 13 FIBRILAÇÃO ATRIAL: pequenos focos ectópicos promovem uma atividade atrial contínua, irregular, desorganizada, levando a perda da contração atrial efetiva e ritmo ventricular irregular. ECG: ausência de onda P; RR irregular. Fibrilação – ausência de onda P, RR irregular. A fibrilação atrial é a arritmia sustentada mais comum na prática clínica, associada a alto grau de morbisdade (IC, AVE, isquemias). Incidência de 1% da população mundial e aumenta com a idade (50% dos pacientes com FA >80 anos). Etiologia: doenças valvares, doenças isquêmicas, IC, HAS, SAOS. Classificação: Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 14 Escore de risco de evento tromboembólico: Escore de risco de sangramentos maiores: Anticoagulantes orais: Antagonista da vit K: Varfarina (exige controle de INR entre 2-3, geralmente. Situaçãoes especiais: FA associada a valvopatias/troca valvar metálica – deseja-se INR acima de 3). Novos anticoagulantes orais: Dabigatrana, Rivaroxabana, Apixabana, Edoxabana. Retorno ao ritmo sinusal: avaliar cardiopatia estrutural, causas reversíveis (libação alcoólica, tireotoxicose). Drogas antiarrítmicas – propafenona, sotalol e amiodarona. Cardiologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Ana Paula Lebet 15 Cardioversão elétrica. Ablação por cateter. Controle da FC: melhora sintomas e morbidades: BB, BCC, digoxina, amiodarona. FLUTTER ATRIAL: focos ectópicos com via de propagação razoavelmente uniforme, com frequência de 250-300 despolarizações por minuto. ECG: ondas ‘f’ em dente de serra. ECG serrilhado TTO e escores são os mesmos!