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Resumo - Cap. 18 (GIDDENS Anthony. Sociologia) - Turma B

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Faculdade de Direito da UFMG
Trabalho de Sociologia Jurídica – Resumo
Professora: Marcella Furtado
Livro: “Sociologia”
Autor: Anthony Giddens
Capítulo: 18 – As Cidades e os Espaços Urbanos
Grupo: Pedro Kallás; Philipe Cirilo; Rachel Rezende e Rafael Toledo
	O capítulo se inicia com a caracterização de um espaço urbano de Nova Iorque como exemplo para as grandes metrópoles do mundo, se propondo a estudar a distribuição sociocultural e espacial dessas sociedades
Aspectos do Urbanismo moderno
Institui-se o conceito de ‘conurbações’, ou seja, agrupamentos de cidades que formam grandes áreas constituídas, chamadas megalópoles. Como ocorre, por exemplo na costa nordeste dos Estados Unidos, na faixa que vai do norte de Boston até Washington DC.
Utilizando o exemplo da Grã-Bretanha, a industrialização é estabelecida como precursora do processo de urbanização estimulando-o e sendo alimentado por ele. Assim entre os anos 1800 e 1900, tanto na Europa quanto na América do norte, observou-se a transição de uma sociedade predominantemente rural para uma sociedade com sua maior parte da população concentrada em centros urbanos. Por fim, neste tópico, observa-se a expansão do processo de urbanização para os países em desenvolvimento, especialmente na segunda metade do século XX.
O processo de urbanização conta com uma intensa migração de população rural, atraída pela promessa de oportunidades nas cidades e pela concentração das riquezas nos centros urbanos, migração essa que se dá em nível nacional (transações entre vilarejos e pequenas comunidades rurais para as cidades urbanizadas) e internacional (migração de países menos desenvolvidos para aqueles mais industrializados e urbanizados – por exemplo os EUA).
O surgimento de grandes aglomerações urbanas causou reações diversas sobre o próprio processo de urbanização e seu resultado. Enquanto alguns autores viam as cidades como a ‘representação da virtude civilizada’, fonte do dinamismo e criatividade cultural; outros tinham uma visão oposta, rotulando a cidade de ‘inferno fumegante apinhado de multidões agressivas e portadoras de uma desconfiança mútua, cheio de crimes, violência e corrupção’. No entanto, observando as cidades um aspecto era inegável: as desigualdades e a pobreza evidente no ambiente urbano, motivando os primeiros estudos sociológicos sobre o fenômeno de que aqui tratamos.
As Teorias do Urbanismo
A Escola de Chicago: sendo uma cidade extremamente desenvolvida industrialmente não é de se espantar que nela surjam desigualdades bastante pronunciadas que desencadeiam a discussão sobre a forma de organização social. 
Ecologia Urbana: esse ramo da Escola de Chicago defende que a formação das cidades não se dá de forma arbitrária ou aleatória, respeitando certos princípios naturais de distribuição e equilíbrio no espaço como uma resposta a aspectos vantajosos do ambiente. As cidades ordenam-se em ‘áreas naturais’, através de processos de competição, invasão e sucessão. Segundo essa teoria, tais processos ajudariam a explicar a disposição dos bairros em uma cidade, evoluindo em sua configuração de acordo com os interesses dos moradores de cada bairro. Dessa forma, em diferentes estágios de desenvolvimento urbano, observa-se também diferentes configurações da estrutura comercial, industrial e residencial de tal cidade.
A teoria ecológica foi revitalizada com os estudos, entre outros, de Amos Hawley, que enfatizou não a disputa dos recursos escassos na estrutura urbana, mas na interdependência de diferentes áreas da cidade, apontando a diferenciação como principal instrumento de adaptação e sobrevivência das sociedades humanas. Assim, enquanto os vários grupos dependem entre si em diferentes escalas, alguns se sobrepõem exercendo posições de comando, porém dependendo ainda, necessariamente dos outros grupos para o funcionamento da estrutura social.
Apesar de sua importância no campo de pesquisas empíricas a teoria ecológica sofre algumas críticas que se justificam. Tal perspectiva tende a dar pouca importância aos processos de planejamento urbano e social, por considerar que a estruturação se dá de uma forma natural.
O Urbanismo como uma forma de vida: mais do que tentar explicar a estruturação social urbana, essa teoria de Wirth objetiva estudar o significado de tal estruturação para as pessoas que nela vivem. Ele aponta o fato de enquanto nas grandes cidades haver um grande volume de relações entre pessoas, devido exatamente ao grande volume populacional nela concentrado, essas relações são, em suma grande maioria curtas, superficiais e sempre constituídas com uma finalidade além da relação em si, contrastando com o que ocorre em sociedades rurais. Esse fato, tem grande motivação no ritmo acelerado de vida nos polos urbanos e no intenso trânsito populacional que decorre disso.
Enquanto amplamente aceita por apontar aspectos do modo de vida urbano que estão presentes em todas as sociedades modernas e por reconhecer que o urbanismo não é apenas parte de uma sociedade, mas expressa e influencia a natureza de um sistema social mais amplo; há também visíveis limitações em suas ideias. Wirth tem uma visão generalizada e exagerada sobre o aspecto da impessoalidade das relações, considerando pouco a força dos laços de parentesco e amizade que surgem nessas sociedades, em especial com um sentimento de identidade de certo grupo, localizado em um bairro dessa cidade. Uma cidade grande é um ‘mundo de estranhos’, mas auxilia e cria relações pessoais – uma situação que não é necessariamente paradoxal.
O urbanismo e o ambiente criado: David Harvey e Manuel Catells
Harvey: a reestruturação do espaço – o processo de urbanização torna mais difícil identificar a linha que divide o rural do urbano, devido ao surgimento de zonas industriais, por exemplo. Por tal motivo Harvey enfatiza que o urbanismo está em constante processo de reestruturação, determinada por fatores como aonde as grandes empresas vão se instalar, como será implementada uma nova indústria no espaço urbano, e outros. E esses aspectos são determinados por variáveis como o preço e o custo de produção de certa região, o potencial produtivo, o potencial de mercado consumidor, entre vários outros aspectos, que sendo transitórios promovem uma possibilidade sempre latente de haver uma reestruturação do espaço urbano.
Castells: o urbanismo e os movimentos sociais – para esse autor, a própria imagem do ambiente urbano está repleta de manifestações simbólicas e espaciais de forças amplas que disputam o domínio do espaço. Castells enxerga o centro urbano além da sua mera localização e os aspectos relacionados a ela, mas se concentra também nos aspectos comportamentais derivados de uma vida numa sociedade urbanizada. Dessa forma ele aponta uma disputa entre grupos urbanos, que vão além do domínio material e simbólicos dos ricos detentores de poder financeiro e parte para o âmbito do reconhecimento cultural, étnico e social das minorias que estabelecem padrões comportamentais característicos e evidentes ao se observar o espaço urbano.
3- As tendências do desenvolvimento urbano no ocidente
Nesta seção aborda-se as tendências do desenvolvimento urbano principalmente no pós guerra e com vistas à Grã-Bretanha e os Estados Unidos.
Sendo estas: Suburbanização; a decadência das áreas urbanas; conflito urbano; renovação urbana.
Suburbanização
Aglomeração em torno das estradas e conexões de metrô que permitiam o transporte de trabalhadores para o centro.
Durante as décadas de 50 e 60 foi fortemente impulsionada por brancos que pretendiam evitar a mistura racial.
Atualmente o domínio branco dos subúrbios vem se desgastando. Os grupos minoritários também buscam o subúrbio incentivados por melhores moradias, escolas, entre outros atrativos.
Os suburbanos são, em sua maioria, profissionais de classe média.
'... a suburbanização não diz respeito a raça, mas, sim, à classe. Ninguém quer ficar perto dos pobres em função de todos os problemas que acompanham as pessoas pobres...'
A decadente área urbana
É uma consequência direta docrescimento dos subúrbios.
O deslocamento de pessoas com alta e média renda para fora da cidade significa a perda de receita e a concentração de pobreza na área urbana.
A oferta de imóveis na área urbana é menor que no subúrbio.
Na área urbana há maiores índices criminalidade e desemprego que no subúrbio.
Consequentemente, os serviços como previdência, escolas e bombeiros passam a demandar mais gastos.
Ciclo: quanto mais suburbanização pior tornam-se as cidades, o que incentiva a suburbanização.
A cidade acaba por concentrar males como o consumo abusivo de drogas, a violências, a falta de moradia, desemprego, intolerância étnica e acarretar a insuficiência de serviços públicos.
Os mais carentes tornam-se vítimas de mais crimes e tem de tolerar presença policial enérgica.
Conflito urbano
A cidade conforma expressões concentradas e, inclusive, intensificadas, de problemas sociais.
Tanto no RU como nos EUA a pobreza é um problema crescente. Em 1990 a população abaixo da linha de pobreza foi a mais alta já vista em 25 anos.
O que gera essas tensões estourarem em conflitos urbanos? A pobreza; a divisão étnica, principalmente o antagonismo brancos e negros; a criminalidade; e a insegurança.
Renovação Urbana
Como lidar com o enfraquecimento das áreas urbanas e o concomitante crescimento suburbano?
Oferecer incentivos e depender da iniciativa privada é um método ineficaz para resolver os problemas sócias básicos das áreas centrais.
Relatório da Força-Tarefa Urbana
A renovação urbana deve unir a revitalização das áreas urbanas com o desenvolvimento sustentável das áreas afastadas.
O início do século XXI apresenta três grandes oportunidades de mudança: A revolução tecnológica (novas formas de tecnologia de informação), a ameaça ecológica (necessidade do desenvolvimento sustentável), a transformação social (aumento da expectativa de vida e importância das escolhas na vida pessoal e profissional).
Propôs temas chave para a proteção da zona rural e promoção de áreas urbanas saudáveis:
Reciclagem da terra e das construções (novas casas em terrenos urbanizados e não em áreas verdes)
Melhoria do ambiente urbano (melhoria do ambiente urbano favorecendo o sentimento de comunidade e segurança pública)
Excelência na administração das áreas locais (é essencial a participação dos moradores e lideranças locais)
Cumprimento da regeneração (Fundos públicos para restaurar áreas carentes)
Enobrecimento e reciclagem urbana
A reciclagem urbana enfrenta o problema do enobrecimento, ou seja, que os novos prédios construídos sobre áreas já urbanizadas atendam a interesses de grupos de alta renda, acompanhados de atrativos para esse mesmo grupo, como lojas e restaurantes.
Isso advém do recente interesse de profissionais com carreira executiva dependente do centro da área urbana e do interesse pelo fervor cultural e intelectual desses centros urbanos.
4 - A urbanização e o mundo em desenvolvimento
A grande maioria dos moradores urbanos até 2025 estarão vivendo em cidades dos países em desenvolvimento. A maior parte das 36 cidades com mais de 8 milhões de habitantes(estimativa para 2015) também estará situada nesses países.
Essas chamadas megacidades são consideradas por Manuel Castells como um dos principais aspectos da urbanização. Dentre suas características principais, pode-se destacar:
Seu grande tamanho e quantidade de habitantes.
Têm intensa concentração de diversas atividades globais (economia, política, mídia, etc.).
Servem como ponto de ligação entre a população e a economia mundial.
São, geralmente, as principais cidades de deus respectivos países, atraindo grande contingente populacional.
Altas taxas de desigualdade social.
Existem duas razões primordiais para explicar o grande crescimento urbano nesses países menos desenvolvidos:
Os altos índices de fertilidade implicam maior crescimento populacional
Migração interna das áreas rurais para as urbanas em razão, sobretudo, da desintegração dos sistemas tradicionais de produção rural ou do desejo por melhores empregos. (Ex: Hong Kong-Guangdong).
A formação de uma megacidade
Está se formando na China, entre Hong Kong e a China continental (área entre o Pearl River Delta e Macau), uma das maiores povoações urbanas da história, que pode se tornar um dos centros industriais, empresariais e culturais mais importantes do século, segundo Castells.
O mesmo autor aponta ainda alguns fatores que explicam o surgimento dessa conurbação:
A importância de Hong Kong para a transformação econômica chinesa.
Crescimento do papel de Hong Kong como centro empresarial e financeiro.
Enorme processo de industrialização iniciado entre 1980 e 1990 no Pearl River Delta.
Os desafios da urbanização no mundo em desenvolvimento
Implicações econômicas
O crescimento econômico das cidades dos países em desenvolvimento é majoritariamente através da economia informal, devido à falta de profissionalização e grande contingente de mão-de-obra que migra para os centros urbanos.
Essa informalidade é positiva na medida em que auxilia na sobrevivência dos trabalhadores, mas podem-se ressaltar dois aspectos problemáticos relevantes:
A não regulamentação do setor informal, que acarreta a não arrecadação de impostos, uma receita muito necessária.
O baixo nível de produtividade.
Com a necessidade de novos empregos para sustentar o crescimento populacional, deve-se dar atenção à formalização ou à regulamentação do trabalho informal.
Os desafios em termos ambientais
Os problemas ambientais são particularmente graves nos países em desenvolvimento, devido à, entre outros fatores, falta de moradias, saneamento inadequado e poluição.
A questão das habitações é um ponto crítico, já que o índice de migrações é alto demais. Por isso, os migrantes instalam-se em qualquer espaço, geralmente nas periferias (margens sépticas das cidades). Para amenizar essa situação, alguns optam pela melhoria das condições das favelas, já outros temem as condições precárias dos barracos improvisados e defendem a sua demolição para dar lugar a casas para os moradores.
Os congestionamentos e desenvolvimento excessivo dos centros das cidades implica altos níveis de poluição, oriunda, principalmente, dos automóveis e indústrias. A título de exemplo, estima-se que morar na Cidade do México equivale a fumar 40 cigarros por dia.
Efeitos sociais
No mundo em desenvolvimento, a falta de recursos nas áreas de saúde, educação, planejamento familiar, etc., agrava a situação de pobreza, pois não é possível atender a todas as demandas da população.
Soma-se a isso o desequilíbrio etário: a população majoritariamente jovem dos países em desenvolvimento necessita de auxílio e educação para, quando em idade adulta, tornarem-se produtivos. Mas o que se vê são jovens e crianças trabalhando para ajudar nas despesas familiares, assim, tornam-se futuramente desempregadas e/ou sem-teto.
O futuro da urbanização no mundo em desenvolvimento
Em vista da situação das cidades no mundo em desenvolvimento, é provável que haja um declínio nas condições de vida nesses lugares nos próximos anos, mas o quadro não é completamente negativo:
As taxas de natalidade continuarão altas, mas provavelmente sofrerão queda em virtude da própria urbanização, refreando esse processo.
A globalização representa uma grande oportunidade para os países em desenvolvimento, já que contribui para que as cidades dinamizem sua economia, tornando-se “cidades globais”.
5 – As cidades e a globalização
Com a globalização surgem as redes globais de cidades, que são interligadas fisicamente (com os meios de transporte) e também virtualmente. Essa integração virtual pode mudar o que se conhece como cidade, pois com a internet, várias tarefas podem ser feitas sem a necessidade de se deslocar, fazendo com que densas áreas urbanas não sejam tão mais necessárias, sendo um exemplo o mercado financeiro, que hoje encontra-se totalmente vinculado ao espaço virtual.Porém, até o presente momento a globalização só fortaleceu os centros urbanos, acontecendo o que Catells chama de uma “dispersão e concentração simultâneasde atividade e de poder”.
As cidades globais
Em meio a esse processo surge o termo Cidade Global, usado para se referir a centros urbanos que abrigam as sedes das grandes corporações transnacionais e que também apresentam uma abundância no setor de serviços financeiros, tecnológicos e de consultoria, sendo Nova York e Tóquio grandes exemplos desse novo modelo de cidade. Dessa forma, a cidade global se apresenta, não só como um grande centro comercial, funcionando também como “centros de comando” elaborando políticas para a economia global.Essas cidades também estão intimamente ligadas com as empresas financeiras e de serviços especializados, tendo suas sedes nessas áreas urbanas, devido a grande produção e inovação tecnológica que esses centros oferecem.Além disso as cidades globais servem como mercado para os indivíduos realizarem trocas comerciais dos produtos dessas indústrias. Vale ressaltar que, as cidades globais apresentam como seu principal produto, não os bens materiais, e sim os serviços e bens financeiros.
Porém, as cidades globais não são a única conseqüência da globalização, sendo a conturbada relação entre as cidades e a periferia outro fator ocasionado por esse processo. Com o desenvolvimento das grandes cidades e fácil interligação com outras destas cidades no mundo, esses grandes centros urbanos “perdem” parte da integração com a periferia, deixando estas abandonadas. Um dos principais casos deste processo é a Rússia, que com o fim do socialismo vivencia uma crise social, porém, em meio a isso, Moscou apresenta um grande crescimento econômico, que não é acompanhado pelas periferias russas.
As cidades globais evidenciam um dos grandes processos impulsionados pela globalização: a desigualdade social. Os trabalhadores do setor de serviços financeiros e de tecnologia, bem remunerados, passam a ocupar uma área da cidade, que se torna a área “nobre”, enquanto os habitantes de menor renda, devido ao alto custo de vida nessas áreas, se mudam para regiões mais afastadas, gerando uma expansão dos bairros de baixa renda. Esse processo se torna problemático, pois enquanto os bairros nobres recebem grandes investimentos do setor imobiliário, de desenvolvimento e de telecomunicações, os bairros de baixa renda recebem um investimento consideravelmente menor. Dessa forma, ao passo que a urbanização é benéfica por prever um maior número de oportunidades e uma maior circulação de mercadoria e pessoas, ela também enfraquece a coesão entre os lugares, as tradições e as redes existentes.
6 – Governando as cidades em uma era global
As cidades, então, apresentam uma importância, em comparação ao Estado, muito maior do que apresentavam antigamente, podendo intervir fortemente em questões globais. Esses grandes centros urbanos podem garantir a produtividade e a competitividade econômica, necessitando assim de uma mão de obra qualificada, o que em última instância fará com que o governo invista em educação, aumentando a escolaridade e reduzindo a desigualdade social. A cidade também é um grande motor para a integração sociocultural, devido a grande diversidade étnica nessas regiões. Cabe então a cidade promover a coesão social, evitando conflito entre esses grupos, e ocasionando assim um enriquecimento cultural. Por último, essas áreas urbanas são de prima importância para a representação política, pois os habitantes desta apresentam maior espaço de manobra, podendo interferir mais na política, tanto da região, quanto nacional, promovendo mais facilmente mudanças nesse aspecto.
 Dessa forma, as novas cidades apresentam voz no cenário mundial, podendo interferir diretamente na economia global. Na Europa, por exemplo, após a recessão de 1970, as cidades se uniram para promover investimentos e aumentar o emprego. Além disso, os prefeitos desses grandes centros urbanos deixaram de apresentar o antigo papel de apenas cuidar de assuntos da cidade, passando agora a representar esta mundialmente, devendo atrair novos investimentos por meio de políticas que não se estendem apenas a região da cidade, sendo um exemplo a Conferência Dos Prefeitos,que reúne as prefeituras das maiores cidades americanas, que tem como fim promover a parceria entre o governo local e as empresas. 
A globalização, portanto, interferiu decisivamente no funcionamento da cidade, dando a estas importância mundial, além de ampliar, tanto oportunidades, quanto a desigualdade nessa região. Por ser um processo ainda em andamento não se sabe ao certo para que lado caminhará esse desenvolvimento, sendo visível apenas a crescente importância desses centros urbanos em questões que antigamente eram destinadas apenas ao Estado.
7 – Conclusão: as cidades e a governança global
	O papel das cidades globais não se restringe ao âmbito regional: ele atinge o plano internacional, assim como os problemas enfrentados por elas.
	Por isso, se faz necessária a integração dessas cidades por meio de organismos como a Assembleia Mundial de Cidades e Autoridades Locais, a fim de:
Democratizar as relações internacionais.
Tornar as cidades mais eficientes
Constituir políticas que visam a melhoria das condições de vida da crescente população urbana.

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