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Desempenho Operacional e Capacidade Operacional

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1 
 
 
 
DESEMPENHO OPERACIONAL DA MAQUINARIA AGRÍCOLA 
 
 
 Prof. Carlos F. Toescher 
 
 
1 - INTRODUÇÃO: 
 
 O estudo das operações agrícolas visa racionalizar o emprego das máquinas e 
implementos na execução das suas tarefas. Tem objetivo de melhor explorar a potencialidade 
das máquinas e implementos no menor espaço de tempo necessário para completar as 
operações que um dado manejo desenvolvido necessite. Coopera para isso que, após 
estabelecidas as necessidades das culturas, se adote o manejo mais econômico, com a menor 
necessidade de máquinas e tempo exigidos para cada operação.Isto é conseguido através de 
um estudo de situação, quando decidimos o que fazer e quando fazer. Isto incluí a escolha 
das cultivares mais adequadas e dos tipos de manejo a serem desenvolvidos. Pela Norma 
ASAE S495 este processo é dividido em 4 etapas: 
 
a) Decidimos: Definimos os objetivos para o sistema, selecionamos os componentes do 
sistema e prevemos a performance do sistema. 
 
b) Planejamos: Determinamos as épocas para as várias operações a serem executadas. 
Disponibilidade de tempo, operações a serem executadas, quantidade de horas a serem 
trabalhadas, e necessidades da cultura, são fatores importantes nesta análise. 
 
c) Executamos: Quando executamos as operações com os operadores e as máquinas. O 
operador de máquinas agrícolas acaba sendo seu próprio supervisor. 
 
d) Controlamos: Quando nos utilizamos de medidas da produtividade e padrões para o 
controle do sistema. 
 
 No caso do estudo específico das máquinas agrícolas vamos nos ater aos conceitos 
de Desenpenho e Capacidades. Os valores correspondentes as capacidades das máquinas 
serão usadas nos cálculos para determinar as necessidades de máquinas, diante de uma certa 
quantidade de trabalho que devem desenvolver. 
 
 
2 - DESEMPENHO OPERACIONAL: 
 
 Podemos definir como um complexo conjunto de informações que definem, em termos 
quali-quantitativos os atributos da maquinaria agrícola quando executam operações sob 
determinadas condições de trabalho. Sob os aspectos qualitativos encontramos o tipo de 
operação realizada bem como a qualidade do trabalho. Se é bem executado dentro das 
características agronômicas desejáveis. Os aspectos quantitativos definem o equipamento 
quanto aos valores da área e o tempo que o mesmo leva para trabalha-la. 
 Dentro deste conceito podemos utilizar tres grupos de informações: 
 
 
 
2 
a) Características operacionais: Todos os dados relativos à qualidade e quantidade de 
trabalho desenvolvido. 
 
b) Características dinâmicas: Dados relativos a potência requerida, velocidade de trabalho. 
 
c) Característcas de manejo : Englobam dados que estão relacionados com as regulagens, 
manutenção, reparações, estabilidade dos equipamentos, etc. 
 
 
3 - CAPACIDADE OPERACIONAL: 
 
 Todas as máquinas agrícolas possuem uma capacidade de trabalho, ou seja, realiza uma 
quantidade de trabalho num determinado tempo. A esta relação chamamos de capacidade 
operacional e pode ser expressa como sendo a quantidade de trabalho executado ou 
produção (para o caso de máquinas que manipulam o material, podendo ou não se 
deslocarem) pela unidade de tempo. 
 
3.1 - Classificação das Capacidades Operacionais. Como a quantidade de trabalho 
executado pode ser avaliada de várias maneiras e o tempo considerado sob vários aspectos, 
podemos diferenciar e classificar as Capacidades Operacionais. 
 
a) De acordo com o tipo de operação: Capacidade de Campo (Cc), Capacidade de 
Produção (Cp) e Capacidade de Manipulação (Cm). 
 
b) De acordo com a dimensão dos órgãos ativos: Capacidade Teórica (CT ). 
 
c) De acordo com o tempo considerado: Capacidade Efetiva (CE) e Capacidade 
Operacional (CO). 
 
 
3.2 - CAPACIDADE DE CAMPO: Todas as máquinas e implementos que executam as 
operações deslocando-se sobre o solo e cobrindo uma determinada área num certo espaço 
de tempo , possuem uma certa capacidade para executar as operações, a qual chamamos 
Capacidade de Campo. Ela pode ser expressa em ha/dia; ha/min; m²/s etc. 
 
3.2.1 - Capacidade de Campo Teórica: (CcT) Este valor é obtido apartir das dimensões dos 
órgãos ativos e da velocidade de deslocamento da máquina ou conjunto trator-máquina-
implemento. Um exemplo clássico é a determinação da capacidade de campo teórica de um 
arado. Medimos a largura de corte do arado e multiplicamos pela velocidade de deslocamento 
do conjunto trator-arado. A largura de corte de um arado será aquela que ele teóricamente 
teria se fosse operado na melhor condição possível ou seja seria a largura quando todos os 
discos estariam cortando o solo com a mesma largura e mesma profundidade e considerando-
se que não haveria sobreposição entre as faixas de operação do arado. Esta medida é tirada 
diretamente no arado e é fixa para uma dada regulagem do angulo de corte horizontal e 
vertical. Este conceito vale para todos os tipos de máquinas lembrando-se que para as 
semeadoras usamos a sua largura efetiva de semeadura, obtida ao se multiplicar o número de 
linhas da semeadora em uso, pelo espaçamento entre elas. 
 A Velocidade de deslocamento a ser usada para se calcular a Capacidade de Campo 
efetiva deverá ser aquela que correponde ao limite máximo sob a qual é possível se realizar a 
operação de maneira adequada ou seja que ela mantenha a sua qualidade. Assim 
 
3 
conseguiremos o valor da Capacidade de Campo Teórica pelo produto da largura de corte 
pela Velocidade de deslocamento e é expressa em m²/s; ha/h; ha/min; ha/dia , etc. 
 
3.2.2 - Capacidade de Campo Efetiva: Esta capacidade diferencia-se da teórica por 
representar a capacidade efetivamente apresentada pela máquina ou conjunto trator-máquina-
implemento ao realizar uma operação agrícola. Representa a capacidade básica da máquina, 
isto é, a capacidade medida à campo durante um certo intervalo de tempo. O tempo de 
avaliação é que diferencia esta capacidade. Considera-se apenas o tempo em que a máquina 
esteve efetivamente executando o trabalho não se considerando os tempos em manobras, 
regulagens, giros nas cabeceiras etc. Diferencia-se da Capacidade Teórica por incluir o efeito 
de fatores de campo como a utilização parcial da largura de corte ou de operação devido a 
sobreposições; Uso de velocidades inferiores aquelas que teoricamente poderia ser 
desenvolvida ou seja, sofre influência da interação trator-implemento-máquina com o solo. Por 
estes motivos a Capacidade de Campo Efetiva quase sempre é menor que a Capacidade de 
Campo Teórica, podendo no máximo ser igual a ela. Entretanto em avaliações a campo já se 
constatou casos em que a Capacidade de Campo Efetiva era maior que a Capacidade de 
Campo Teórica. A explicação para isto deve-se ao mau uso do equipamento, no caso um 
arado não adequado ao trator, que resultava numa largura de corte a campo maior que a 
largura teórica. Neste caso a bitola do trator não era a indicada para o arado usado, resultanto 
numa maior largura de corte para o primeiro disco. Evidentemente a qualidade da operação 
estava prejudicada. Diante deste exemplo fica claro que uma avaliação da capacidade efetiva 
de um conjunto trator-máquina-implemento durante uma operação agrícola, nos fornece além 
dos dados da capacidade básica do conjunto, um valor de análise e de controle de uma dada 
operação agrícola dentro de uma propriedade rural. Dentro de um programa de busca da 
qualidade total sempre visando o maior rendimento das operações , o uso de avaliações deste 
tipo podem ser úteis. 
 
3.2.2.1 - Determinação da Capacidade de Campo Efetiva: 
 
 Para uma correta determinação da Capacidade de Campo Efetiva de um conjunto Trator-
implemento-máquina, precisamos tomar algumas providências. Determina-se uma área onde o 
conjunto poderá executar várias passadas com um comprimento de 20 metros. Seis balizas 
para melhor visualização das distâncias, uma trenade 20 metros e um cronômetro. Após 
marcamos na área as distâncias de 20 metros colocando-se as balizas conforme a figura 1. O 
mesmo esquema serve para vários tipos de máquinas. 
 A determinação começa com a passagem do conjunto já em pleno ritmo de trabalho. 
Para isto o conjunto deverá trabalhar normalmente uma faixa bem mais longa, reservando-se 
os vinte metros para a determinação tempo e das larguras de corte. A largura de corte é 
determinada junto as dua balizas de alinhamento e é encontrado pela diferença entre as 
distancias da borda da primeira passada e da borda da segunda passada conforme figura 2. O 
importante é determinarmos com precisão a diferença entre as passadas que vem a ser a 
largura de corte efetiva. Com isto estaremos considerando as sobreposições que ocorrem 
entre as passadas e que modificam a largura teórica. A velocidade de operação será 
determinada com a cronometragem do tempo gasto para percorrer os vinte metros. 
 
Teremos então: Velocidade = 72 / t onde t = tempo gasto para percorrer os 20 m em 
segundos, o que nos dará a velocidade efetiva do conjunto em km/h. 
 
A Capacidade de Campo Efetiva (CcE) será determinada pelo produto da largura de corte (L) 
encontradas nas determinações pela velocidade efetiva (V), dividido por 10, quando teremos a 
CcE em ha/h. 
 
4 
 
 L . V 
 CcE = ------------- 
 10 
 
 
L = largura de corte efetiva em metros. 
V = Velocidade Efetiva em km/h. 
CcE = Cap. Campo Efetiva em ha/h. 
 
 
3.2.3 - Capacidade de Campo Operacional: (CcO) Representa a Capacidade do conjunto à 
campo, executando normalmente as operações incluindo-se no tempo de determinação os 
efeitos dos fatores de ordem operacional como: Tempo consumido no preparo da máquina; 
Tempo consumidos em interrupções requeridas pelo próprio trabalho da máquina. 
 A Capacidade de Campo Operacional é o valor no qual vamos nos basear para calcular 
a necessidade de máquinas de uma atividade agrícola. Como veremos os fatores que vão 
influir nesta capacidade são muito variados. Vão desde as condições do solo (Tipo, 
declividade, quantidade de água no solo),do layout da propriedade (formato das lavouras que 
podem facilitar ou dificultar as operações mecanizadas) e as condições do operador. 
 A determinação da Capacidade de Campo Operacional é obtida através do produto da 
área trabalhada ou produção, dividido pelo Tempo Operacional. Este tempo diferencia-se dos 
demais por incluir o tempo de preparo da máquina para o trabalho, o tempo de trabalho à 
campo e o tempo parado devido à máquina . 
 
3.2.3.1 - Determinação da Capacidade de Campo Operacional: 
 
 Para a determinação da Capacidade de Campo Operacional precisaremos em primeiro 
lugar, demarcar uma área de tamanho suficiente para que o conjunto trator-máquina-
implemento possa trabalhar por 3 a 4 dias no mínimo. Em segundo lugar, instalar um tacógrafo 
no trator para a marcação dos tempos em movimento e tempos parados. Munir operador com 
uma caderneta de anotações para registrar o motivo das paradas, que neste caso são muito 
importantes. 
 Com os dados do tacógrafo e da caderneta do tratorista, fazemos o cálculo do Tempo 
Operacional. É importante que se faça com clareza a anotação dos tempos parados e dos 
tempos em movimentos pois nos dois casos teremos que fazer algumas exclusões. No caso 
do número de horas ou minutos em que o trator esteve em movimento, teremos de excluír o 
tempo gasto em deslocamentos do galpão até os locais de trabalho e vice-versa. Ficamos 
asssim apenas com tempo em que o conjunto esteve na lavoura em operação. Do total do 
tempo parado durante a jornada de trabalho,descontaremos o tempo parado devido às 
condições climáticas adversas e também o tempo do operador gasto para as refeições .Com 
isto teremos como tempo parado e incluído no Tempo Operacional, a soma dos minutos ou 
horas gastos em regulagens do equipamento, desembuchamentos, abastecimentos de 
combustível, manutenção (periódica e eventual), paradas do operador (tempo gasto em 
necessidades fisiológicas) , abastecimento de depósitos de fertilzantes, sementes, defensivos 
etc. 
 
 Área Trabalhada (m²) 
CcO(ha/h)= -------------------------------- . 0,006 
 Tempo Operacional(min) 
 
 
5 
3.2.3 - Rendimento de Campo Operacional :(RcO) É a relação entre as capacidades de 
campo operacional e efetiva. Também chamada de Eficiência de Campo , o RcO indica as 
perdas devido aos tempos parados, giros de cabeceiras, etc. ou seja, reflete as condições sob 
as quais a maquinaria é utilizada.Quanto mais alto for o Rendimento de Campo operacional, 
melhor estará sendo aproveitada a capacidade da maquinaria. Este melhor aproveitamento 
ocorre porque estaremos usando as máquinas mais próximo da sua capacidade básica ou seja 
de sua capacidade efetiva. 
 
 
 CcO 
 RcO = ---------- . 100 
 CcE 
 
 
3.2 - CAPACIDADE DE PRODUÇÃO: (Cp) Quando estivermos lidando com máquinas que 
além de cobrirem uma área, executarem um trabalho que inclui o processamento de uma certa 
quantidade de material , medida em termos de peso ou volume de produto que sofreu a ação 
dos órgãos ativos, teremos então o que chamamos de Capacidade de Produção. Este conceito 
serve também para as máquinas estacionárias. 
 
Capacidade de Produção = Peso ou Volume de produto que foi trabalhado pelos órgãos 
ativos / unidade de tempo 
 
 O peso ou volume refere-se ao peso ou volume que sai da máquina ou seja que já 
sofreu o efeito dos órgãos ativos da máquina. Ex. Uma bomba hidráulica tem sua capacidade 
de produção expressa em litros/segundo, m³/hora . A de uma trilhadora estacionária ou 
colhedora automotriz é em sacos/h, kg/h ou ton/h . 
 Capacidade de Produção das máquinas também pode considerada como sendo 
Teórica, Efetiva e Operacional. 
 
CpT = em função das dimensões dos órgãos ativos. 
CpE = com a máquina em operação e num tempo. 
CpO = considerando o tempo operacional. 
 
 Nas máquinas colhedoras a Capacidade de Produção pode sofrer grande influência do 
estado da cultura. Uma lavoura com baixa produtividade poderá fazer com que a máquina 
apresente uma produção mais baixa. Por isto devemos ver também a Capacidade de Campo 
para uma melhor avaliação do desempenho da colhedora. 
 
3.4 - CAPACIDADE DE MANIPULAÇÃO : (Cm) É usada de forma mais específica para 
máquinas destinadas a separar materiais dissimilares ou provocar modificações no estado do 
produto. 
Ex. Beneficiadoras, classificadores, secadores etc. 
 
Capacidade de Manipulação = Peso ou Volume de produto a ser trabalhado pelos órgãos 
ativos. / unidade de tempo. 
 
 Conforme o tempo considerado também teremos as Capacidades de Manipulação 
Efetiva e Operacional, assim como a teórica, que leva em conta o tamanho dos órgãos ativos. 
 
 
 
6 
 
 RITMO OPERACIONAL DA MAQUINARIA AGRÍCOLA 
 
 Prof. Carlos F. Toescher 
 
1 - INTRODUÇÃO: 
 
 Todo o planejamento feito é para que se consiga alcançar um objetivo até uma data ou 
por um prazo pré-determinado. Dentro do planejamento agrícola não é diferente. Temos de 
conjugar prazos para a execução das tarefas com a nossa capacidade de executá-las. Os 
prazos se limitam entre o final da colheita da cultura anterior e a data final de semeadura da 
cultura a ser implantada, pois um planejamento racional , a princípio, deve considerar o final 
da época recomendada para a semeadura, como o prazo limite para tal operação.Daíentão, 
planejamos as operações anteriores e posteriores a este período. É este limite entre tempo 
disponível e a área total em que deveremos trabalhar que vai nos obrigar a mantermos um 
certo ritmo de trabalho para que os nossos objetivos sejam alcançados. A isto chamamos de 
Ritmo Operacional. 
 
 
2 - DETERMINAÇÃO DO RITMO OPERACIONAL. 
 
 Ritmo Operacional é a "Taxa de atividade Operacional, horária ou diária, que deverá 
ser desenvolvida, para que uma dada operação seja concluída numa certa área e num prazo 
pré-determinado" conforme Mialhe (1976). 
 Para que possamos estimar o ritmo operacional necessário para as diferentes 
atividades, deveremos ter bem determinados a área total a ser trabalhada e o tempo 
disponível para a realização de cada atividades. Como exemplo podemos citar uma área de 
500 ha que deverá ser trabalhada com uma certa operação agrícola num prazo de 25 dias. 
Teremos então que necessariamente trabalharmos uma média de 20 ha por dia para 
totalizarmos os 500 ha em 25 dias.Então, 20 ha/dia é o nosso Ritmo Operacional Diário. Se a 
nossa jornada de trabalho for de 10 hora por dia, o nosso Ritmo Operacional Horário deverá 
ser de 2 ha/hora. 
 
 2.1 - Determinação da área a ser trabalhada: 
 
 Dentro de um processo de exploração racional da atividade agrícola encontramos as 
propriedades devidamente mapeadas, com levantamento planialtimétrico e divididas em 
setores que podem ser chamados de talhões, lavouras, etc. O formato e as dimensões destes 
setores devem satisfazer as necessidades da mecanização, tanto no formato quanto na área, 
de maneira a tornar mais ágil o movimento das máquinas no seu interior. Cada setor, então, 
estará mapeado e com seus acidentes geográficos e obras estruturais como pontes, estradas, 
canais e terraços identificados. Cada setor terá também uma ficha onde deverá constar dados 
relativos ao seu tipo de solo, resultados de análise de solos, área útil em m², produtividades 
obtidas em anos anteriores, insumos aplicados, época e operações anteriores realizadas, 
enfim todo o tipo de informação que poderá ser útil para o manejo desta área. 
 De posse destas informações e após a decisão de qual cultura a ser implantada e em 
que área, e do manejo que será desenvolvido, passamos então a elaborção de planilhas para 
organizar estas informações. A planilha do cálculo das áreas a serem trabalhadas e na qual 
especificamos as operações será a primeira a ser elaborada. 
 Para exemplificar um processo de cálculo do Ritmo Operacional, usaremos um exemplo 
de exploração da cultura de soja, em manejo convencional, usando-se o maior número de 
 
7 
operações afim de enriquecer o exemplo. A área da propriedade está dividida em 6 setores , 
que chamaremos de lavouras,como segue: A = 200 ha, B = 300 ha, C = 200 ha, D = 400 ha, E 
= 100 ha e F = 300 ha totalizando 1500 ha. 
 
QUADRO 1 - Planilha das áreas a serem cultivadas com soja na propriedade X. 
 
Operações a 
serem 
executadas 
Código das 
lavouras 
Área total 
das lavouras 
em hectares 
Número de 
vezes da 
operação 
Área total a 
ser 
trabalhada 
em hectares 
Subtotal da 
área em Ha 
por operação 
CALAGEM 
 
A - B - E 600 1 600 600 
LAVRAÇÃO 
 
A - B - E 600 1 600 600 
GRADAGEM 
PESADA 
C - D - F 900 1 900 900 
GRADAGEM DE 
NIVELAMENTO 
A - B - E 600 3 1800 1800 
GRADAGEM DE 
NIVELAMENTO 
C - D - F 900 2 1800 1800 
SEMEADURA 
 
 A - B - C - D 
E - F 
 1500 1 1500 1500 
HERBICIDA 
 
B - C - E 600 1 600 600 
CAPINA MEC. 
 
 A - D - F 900 1 900 900 
DEFENSIVOS* 
 
 A - B - C - D 
E - F 
 1500 1 1500 1500 
COLHEITA 
 
 A - B - C - D 
 E - F 
 1500 1 1500 1500 
 ÁREA TOTAL A SER TRABALHADA : 11.700 ha 
 
Obs: Para efeito de cálculo na aplicação dos defensivos consideramos uma vez apenas, para 
toda a área, mesmo que não venha a acontecer, e mesmo porque os períodos de aplicação 
ocorrem em momentos diferentes, e nem sempre, em todos os talhões, o que implica na 
utilização do mesmo equipamento. Se a cultura, ou a região exigem mais de um tratamento, 
elee devem ser previstos normalmente. 
 
 Com esta planilha pronta, temos condições de visualizar o total de área a ser trabalhada 
em cada operação, assim como temos definidas as operações para cada lavoura. Nota-se 
que o total de área a ser trabalhada passou para 11.700 ha, ou seja, teremos de cobrir esta 
área durante toda a atividade soja. A gradagem de nivelamento esta com a maior área, 3.600 
ha no total, o que provavelmente irá sobrecarregar o nosso ritmo. Seguiremos com o exemplo, 
para no final procedermos uma análise mais completa. 
 
 
2.2 - Determinação do Tempo Disponível: 
 
 O tempo disponível deve ser determinado apartir das datas de início e fim 
recomendadas para a cultivar selecionada, na região onde estaremos executando a atividade. 
 
8 
Com este período determinado , estabelece-se as épocas para as atividades anteriores e 
posteriores. É racional que a escolha das cultivares seja tal que possibilite o escalonamento 
da semeadura , ampliando o prazo pelo uso de mais de uma cultivar(precoses,média e tardias) 
. Tecnicamente, se olharmos apenas o aspecto agronômico, as características fisiológicas da 
cultivar e o clima típico da região, deveriam ser o únicos fatores considerados para a 
determinação do tempo disponível. De acordo com Mialhe( * ) as máquinas seriam meros 
instrumentos usados para realizar as operações ,e por tanto, não deveriam influir na decisão. 
Contudo a situação ideal nem sempre é encontrada, e o técnico precisa enfrentar muitas 
vezes a escasses ou o sucateamento das máquinas. Dentro do quadro atual do Brasil,(1995) a 
crise no setor pela descapitalização e os juros extratosféricos inviabilizam a aquisição de 
novas máquinas apenas porque um processo produtivo assim o exige. Hoje, alterar o 
processo para adequá-lo a disponibilidade não pode mais ser considerado tecnicamente 
incorreto. Portanto, é fundamental que o técnico na área de mecanização atue sempre lado a 
lado com os seus custos de produção, tendo condição de tomar as decisões mais racionais no 
que diz respeito à necessidade de máquinas. No caso o racional é sempre conseguir o máximo 
com o menor gasto, preservando as exigências mínimas da cultura. 
 Para a determinação do tempo disponível , montaremos um outro quadro ou planilha 
com a previsão cronológica das atividades, onde estimaremos o total de dias úteis para o 
trabalho em cada período de tempo determinado para cada atividade. A elaboração do quadro 
consiste em se relacionar todas as operações a serem executadas, definindo-se para cada 
uma a data de início e de término. 
 
QUADRO 2 - Previsão cronológica das operações e do total de dias úteis por período. 
Operações Datas Época prevista de 
execução 
 
 
Operações 
início fim S O N D J F M A Número 
total de 
dias 
Número 
de 
Domingos 
e 
Feriados 
Total 
de 
dias 
úteis 
Calagem 01/10 31/10 X 31 6 31 
Lavração 01/10 31/10 X 31 6 31 
Gradagem pesada 01/10 31/10 X 31 6 31 
Grad.nivelamento 01/11 30/11 X 30 6 30 
Semeadura 01/11 30/11 X 30 6 30 
Herbicida 15/11 30/11 X 16 3 16 
Capina Mecânica 01/12 31/12 X 31 6 31 
Defensivos 10/01 28/02 X X 50 7 49 
Colheita 01/04 30/04 X 30 4 30 
 
 
 No que diz respeito ao total dos dias úteis ,vamos considerar todos os dias doperíodo, 
apesar dos domingos e feriados. O objetivo é aproveitar o máximo possível os dias com o 
clima bom, deixando-se os dias chuvosos e parados após chuvas para compensação dos 
domingos e feriados. O que nem sempre é conseguido em acordos com os operadores, mas 
que deve ser sempre tentado. Uma vez que o trabalho nos domingos e feriados deve ser 
compensado aos empregados em dobro, muitos se mostram simpáticos com a idéia. Isto no 
planejamento é muito útil, pois já teremos certo o desconto dos dias com chuvas e dias 
parados após as chuvas. Quanto maior o número de anos da nossa série de dados 
meteorológicos e a nossa experiência da região, maior será a precisão de nossos dados 
quanto ao número de chuvas e o total de dias de chuva no período estudado. Neste momento 
o conhecimento dos diferentes tipos de solos da propriedade , bem como o seu 
 
9 
comportamento quanto à infiltração da água das chuvas são fundamentais para a 
determinação dos dias parados após chuvas.Pois o tempo que deveremos ficar parados 
esperando o solo ter condições de tráfego ou de operação vai depender desta característica 
do solo e da intensidade da chuva. 
 Abaixo apresentamos o Quadro 3 onde se organizam os dados dos dias e períodos de 
chuvas mensalmente. Um quadro como este deve ser elaborado para cada região ou 
propriedade ,de maneira que se torne o mais específico possível.A origem dos dados deverá 
ser a estação meteorológica mais próxima ou dados levantados na própria propriedade. 
 
 
QUADRO 3 - Quadro Meteorológico. 
MÊS Dias com chuva Períodos de 
chuva 
Dias parados 
após chuvas 
Total de dias 
úmidos(nu) 
SETEMBRO 10 3 2 16 
OUTUBRO 8 2 2 12 
NOVEMBRO 8 3 2 14 
DEZEMBRO 7 2 2 11 
JANEIRO 6 3 2 12 
FEVEREIRO 8 3 2 14 
MARÇO 8 2 2 12 
ABRIL 9 2 2 13 
 
 
 Como observado, o Quadro 3 nos apresenta o Total de dias úmidos (nu),o que é 
conseguido atravéz dos dados dos Dias com chuva e dos Períodos de chuva, que deverão ser 
pesquisados, e dos Dias parados após chuvas, que são determinados por nós,baseados na 
experência e características do solo local. O valor de “nu” é conseguido multiplicando-se os 
Dias parados após chuvas pelo período de chuva e adicionando-se os Dias com chuva . Para 
o mes de outubro teremos então; 2 x 2 = 4 + 8 = 12. Temos assim que dos 31 dias de outubro 
temos uma probabilidade de 16 dias parados em função de chuvas. Portanto nestes 12 dias, 
na proporção 6 domingos ou feriados para 31 dias do mes, deveremos ter de 2 a 3 dias 
chuvosos nos domingos e feriados ,o que deixa para negociação com os empregados de 3 a 4 
dias. Convém lembrar que os dias de chuva podem ser utilizados com atividades na sede da 
propriedade, fazendo-se os mais diferentes trabalhos nos galpões. 
 De posse dos dados até aqui compilados, vamos agora montar o Quadro 4, onde iremos 
apurar o tempo disponível para a realização das diferentes operações. Definiremos também a 
jornada de trabalho ou seja , o número de horas trabalhadas por dia. Finalmente, obteremos 
com isto o valor do nosso Ritmo Operacional, que poderá ser expresso em ha/h ou ha/dia. É 
importante neste momento ter conciência que o definição da jornada de trabalho irá afetar 
diretamente a necessidade de máquinas,ou seja, para uma dada operação com um período 
fixo de dias para executá-la, se a jornada for de 8 horas/dia, precisaremos de um número X de 
máquinas, mas se for de 16 horas/dia a necessidade de máquinas será de X/2. Portanto, 
deveremos optar pela jornada mais longa possível, dentro das condições econômicas e de 
pessoal disponível da propriedade e desde que o tipo de operação asssim o permita. Por 
exemplo; A colheita em certas regiões do país se limita a 10 ou 8 horas, quando a cultura 
não apresenta a palha úmida devido ao sereno ou orvalho. 
Na coluna G temos o número de hectares por dia que devem ser trabalhados para que 
a operação seja concluída no prazo. Na coluna H o ritmo horário e que serve para que se faça 
o controle durante o dia das operações, aumentando a eficiência da mesma. São com estes 
 
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valores que iremos dimensionar a nossa frota, juntamente com as capacidades operacionais 
das máquinas. 
 
QUADRO 4 - Planilha para o cálculo do RITMO OPERACIONAL em função dos quadros 
anteriores. 
 A B C D E F G H I 
Operações dias 
úteis 
 nu dispo- 
níveis 
jornad
a 
(horas) 
Tempo dispo 
nível. (horas) 
Área Total 
(hectares) 
 R.O. 
(ha/dia) 
 R.O. 
(ha/hora) 
Tempo 
 (h/ha) 
Calagem 31 12 19 10 190 600 31,57 3,15 0,317 
Lavração 31 12 19 16 304 600 31,57 1,97 0,507 
Grad.Pesada 31 12 19 16 304 900 47,36 2,96 0,337 
Grad.Nivel. 30 14 16 16 256 3600 225,00 14,06 0,071 
Semeadura 30 14 16 12 192 1500 93,75 7,81 0,128 
Herbicida 16 07 09 12 108 600 66,66 5,55 0,180 
Capina Mec. 31 11 20 12 240 900 45,00 3,75 0,266 
Defensivo 02 -- 02 06 12 1500 750,00 375,00 0,002 
Colheita 30 13 17 08 136 1500 88,23 11,02 0,090 
 
du = dias úteis do período determinado para cada operação. 
nu = número de dias úmidos dentro de cada período. 
dd = dias disponíveis para o trabalho dentro de cada período. 
j = jornada de trabalho em horas por dia. 
td = tempo disponível em horas durante todo o período estabelecido para cada operação. 
AT = área total a ser trabalhada em cada operação.(em hectares) 
ROD = Ritmo Operacional Diário . Indica quantos hectares por dia devem ser trabalhados para 
que o serviço seja realizado no tempo disponível. 
ROH = Ritmo Operacional Horário. Indica quantos hectares por hora devem ser trabalhados 
para que o serviço seja realizado no tempo disponível. 
 t = tempo em que se deve trabalhar um hectare para que o serviço seja concluído no tempo 
disponível. 
 
OBS: A origem dos dados de cada coluna segue o seguinte esquema. 
Coluna A = Quadro número 2 Coluna B = Quadro número 3 (Meteorológico) 
Coluna C = A - B Coluna D = Estipulado 
Coluna E = C x D Coluna F = Quadro número 1 
Coluna G = F/C Coluna H = G/D ou F/E 
Coluna I = 1/H ou E/F

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