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Anemia Infecciosa Equina Anotações e imagens baseadas na aula da Professora Dra Aline Santana da Hora - FAMEV D E F I N I Ç Ã O → É uma doença viral infecciosa não contagiosa caracterizada por febre recorrente, anemia, trombocitopenia, edema e debilidade geral, resultantes de infecção persistente ao longo da vida dos equídeos (não apenas cavalos). → Prejuízo: capacidade dos animais. → Vetores mecânicos: insetos hematófagos são os principais. E T I O L O G I A → Família: Retroviridae → Subfamília: Orthoretrovirinae → Gênero: Lentivirus (Lentivirus englobam FIV e HIV também) → Espécie: Equine infectious anemia virus (EIAV) → ENVELOPADO → Genoma: ssRNA (+), Enzima TR (converte o RNA do genoma viral em provírus que seja incorporado ao DNA do hospedeiro), não segmentado, 8.200pb, → Duas moléculas de RNA idênticas → 90-140nm Anemia infecciosa equina está na IN 50 de 2013 na lista II – Notificação imediata de qualquer caso suspeito. Nathália Gomes Bernardo IN 45 de 15 de junho de 2004 – Aprova as normais para a prevenção e controle da anemia infecciosa equina. Apesar de notificação imediata, não há interdição da propriedade. Geralmente os animais testados são os de alto valor zootécnico. E P I D E M I O L O G I A → Maior ocorrência nas áreas tropicais ou subtropicais pantanosas => moscas e mosquitos hematófagos Vermelho: área tropical. Laranja: área subtropical. → Homem > transmissão iatrogênica (praticas veterinárias ou práticas de manejo) → Áreas endêmicas: prevalência de até 70% o Brasil: Vale do Ribeira (SP) e Pantanal > altas temperaturas e umidade → Hospedeiros: Equídeos → Não é zoonose. (mas é popularmente conhecida como Aides Equina). → Não acomete outras espécies diferente de equideos. → Morbidade e mortalidade variáveis. o Morbidade é sempre maior em locais de maior concentração de equideos e/ou transmissores mecânicos. Transmissão: → Vetores → Via iatrogênica → Via colostro e leite → Fêmea em viremia importante pode causa transmissão transplancetária → Transmissão venérea é possível o Vírus identificado em sêmen o Nenhum caso natural relatado F A T O R E S R E L A C I O N A D O S A T R A N S M I S S Ã O → População e hábitos dos vetores: distância vôo (quanto maior o alcance de voo do inseto maiores as chances de transmitir a outros animais), interrupção do repasto (picada dolorida, equino espanta o inseto e este procura outro animal e transmite de um animal + para outro saudável). → Densidade dos animais (equideos). → Número de picadas que o animal recebe (quanto maior o número de picadas, maiores as chances) → Quantidade de sangue transmitida entre animais. → Carga viral no sangue do animal fonte de infecção (quanto maior a carga viral, mais o aparelho bocal do vetor estará contaminado e maior as chances de infectar outros animais). → Não há replicação viral nos insetos – por isso, para está doença, o inseto é um vetor mecânico. CADEIA EPIDEMIOLOGIA Equideos (principalmente assintomáticos) são contes de infecção. C U R S O V A R I Á V E L D A I N F E C Ç Ã O Um inseto pica um equino infectado > picada causa dor > equino espanta o inseto > inseto ainda precisa se alimentar e encontra um segundo equino ainda não infectado > inseto contem partículas virais em seu aparelho bucal > transmite o vírus ou material genético do vírus (provirus) a este equino. Tem 3 desfechos: Não se sabe porque, mas os asininos não demonstram sinais clínicos. O vírus permanece viável no vetor de 30 min a 4 horas. PATOGENIA Ocorre anemia na AIE por: → hemólise imunomediada → Inibição da eritropoiese por supressão da medula óssea por citocinas liberadas pelos macrófagos infectados → A meia vida das hemácias passa de 130 para 40 dias Trombocitopenia na AIE ocorre por: → Lise imunomediada → Inibição da produção de plaquetas por supressão da medula óssea por citocinas liberadas pelos macrófagos infectados. D E S F E C H O D A I N F E C Ç Ã O A P Ó S V I R E M I A P R I M Á R I A → Forma aguda: anemia profunda e morte o Febre durante 1-3sem, icterícia, hemorragias, petéquias em mucosas, perda de peso ou → Forma crônica: recuperação e recidivas coincidentes com novas viremias o Depressão e letargia, petéquias nas mucosas, emagrecimento progressivo, edema nas partes baixas e anemia ou → Forma inaparente: portador, mas sem recidivas ou manifestações clínicas aparentes (maioria dos animais) Picos febris coincide com alta carga viral e diminuição da contagem de plaquetas > acontece na fase aguda. Fase crônica: animal passa períodos sem pico febril e nem carga viral alta, mas tem trombocitopenia. Intercalado com períodos em que animal tem pico febril, viremia e diminuição de plaquetas. Fase assintomática: temperatura normal, carga viral baixa e plaquetas em quantidade normal. Se acontecer estresse: ocorre pico febril, títulos altos de carga viral e diminuição de plaquetas. Na forma crônica, o animal ainda assim transmite a doença caso esteja com febre (e consequentemente com viremia alta). É mais difícil o animal transmitir no período assintomático, mas caso passe por um período de imunossupressão e até estresse, pode ter alta de títulos de carga viral e transmitir a doença. A fase de portador crônica pode progridir para uma fase assintomática. S I N A I S E L E S Õ E S → Emagrecimento → Edema de extremidades (infecção croônica) → Asininos geralmente assintomáticos → Petéquias mucosa nasal → Abortamento e ataxia D I A G N Ó S T I C O → Clínico-epidemiológico: (sinais) o Presença de vetores o Ausência de controle de trânsito, procedência dos animais o Hipertermia, depressão e letargia recorrentes → Clínico-laboratorial/Anatomopatológico: (sinais) o Períodos febris: trombocitopenia, anemia ( Ht) o Depressão, letargia, anorexia o Leucopenia com linfocitose o Linfoadenopatia o Esplenomegalia o Hepatomegalia D I A G N Ó S T I C O I N D I R E T O Teste de imunodifusão em gel de ágar (IDGA) ou teste de Coggins (1970) → Teste oficial do MAPA: o INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 45, DE 15 DE JUNHO DE 2004 o Só pode ser realizado por Laboratórios e veterinários cadastrados pelo MAPA (não é apenas laboratórios oficiais, os particulares também, mas desde que sejam cadastrados) o Qualquer Médico Veterinário pode realizar a coleta, não precisa ter autorização ou ser um profissional oficial do MAPA. → Resultado qualitativo pela formação de complexo Ag-Ac → Alta especificidade → Antígeno de referência: p26 => altamente conservada dentre as diversas cepas de anemia infecciosa equina → Desvantagens: o Início da infecção => ainda não há anticorpos formados (soroconversão de 45 dias pós infecção) o Potro de fêmea positiva => anticorpos maternos adquiridos via colostro => reteste ▪ Esses potros deveriam ser mantidos isolados por 60 dias > dois testes positivados com intervalo de 30 a 60 dias. ▪ Anticorpos maternos duram em média até 6 meses de idade. → É possível testar até 3 animais (amostras) ao mesmo tempo. → Validade do resultado negativo: o 180 dias para propriedade controlada o 60 dias para os demais casos → Considerada PROPRIEDADE CONTROLADA aquela que tem o 2 exames consecutivos com intervalo de 30 a 60 dias o RETESTES a cada 6 meses de TODOS os equídeos → Resultado positivo: o contraprova solicitada no prazo máximo de 8 (oito) dias ▪ amostra colhida pelo profissional do serviço oficial o animal positivo, até sair o resultado da contraprova, deve ser mantido em isolamento até o resultado da contraprova. ELISA → IN nº52 de 26 de novembro de 2018: autoriza o uso também de ELISA para o diagnóstica de anemia infecciosa equina. → Pode ser usado em combinação com IDGA. D I A G N Ó S T I C O D I R E T O → PCR e/ou isolamentoviral: o viremia baixa no curso da doença → Quando podem ser indicados: o Diagnóstico de caso clínico; o Resultados conflitantes em testes sorológicos; o Suspeita de infecção, mas resultados sorológicos negativos ou questionáveis; o Teste complementar à sorologia para confirmação de resultados positivos; o Confirmação da infecção precoce (baixo Ac); o Confirmação do status de um potro de uma égua infectada. D I A G N Ó S T I C O D I F E R E N C I A L → Ehrlichiose → Babesiose → Púrpura hemorrágica → Anemia hemolítica autoimune → Problemas nutricionais → Hepatite → Doença renal C O N T R O L E → Não há vacinas, nem tratamento antiviral específico (há tratamento de suporte) → Identificação de animais infectados (animal é marcado com ferro quente com letra A dentro de um círculo) → MAPA: o animais positivos tem que ser sacrificados no prazo máximo de 30 dias o ou em casos de regiões de alto risco, serem mantidos isolados. o Restrição de trânsito e comércio de animais positivos → Testagem de todo o efetivo da propriedade e sacrificado os positivos → Rastreamento de trânsito dos animais nos últimos 60 dias; → Animais para comércio, trânsito, participação em competições, feiras e exposições => testes negativos → Isolamento de animais positivos até o sacrifício → Não compartilhar seringas e outros utensílios que podem veicular células infectadas → Combate de insetos e vetores nas áreas endêmicas (inviável em alguns casos) → Minimizar o contato com sangue e secreções de equinos com status desconhecido → Segundo a IN, é indicado ao adquirir um animal: QUARENTENA o Isolamento de equídeos clinicamente sadio, recém chegado a propriedade controlada, procedente de propriedade não controlada; o Instalação especifica: quarentena distante no mínimo 200 m (capacidade de voo dos vetores) de outra propriedade/piquete ou protegida com tela a prova de insetos. T R A N S P O R T E → Emissão de GTA pelo SVO de animais com resultados oficiais negativos; → Potros com menos ou igual a 6 meses de idade e acompanhados de mães soronegativos não precisam de teste. V I A B I L I D A D E V I R A L → Resistente: o 100 ºC por 15 minutos o Várias horas quando exposto a luz solar direta o IMPTE aspecto pra ser levar em consideração quando desinfectar materiais por fervura → Inativado: o Hidroxido de sódio o Hipoclorido de sódio o Compostos fenólicos o Clorexedine o Detergentes o Éter
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