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CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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Profª Cibele Fernandes Dias
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1. PRESSUPOSTOS DO CONTROLE
- O que precisa haver no sistema para que possa haver controle de constitucionalidade?
a) CONSTITUIÇÃO ESCRITA 
- Relembrando que as Constituições, quanto à FORMA, podem ser:
a.1) ESCRITAS (CRFB) ou 
a.2) NÃO ESCRITAS: 
- Também chamadas de COSTUMEIRAS ou HISTÓRICAS; por ex, Constituição da Inglaterra. Não significa que não esteja escrita no papel, significa que ela é elaborada ao longo do tempo por força dos costumes. 
- TODA CONSTITUIÇÃO NÃO ESCRITA É UMA CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL (= Constituição cujo procedimento de alteração é igual ao processo de alteração das leis). A Constituição flexível não tem SUPREMACIA FORMAL (= é a condição da Constituição de estar no topo hierárquico da pirâmide jurídica) porque do ponto de vista formal ela está no mesmo nível das leis e, portanto, é alterada pelo mesmo processo de alteração das demais espécies normativas. Contudo, a Constituição flexível tem SUPREMACIA MATERIAL (= significa que o conteúdo das normas constitucionais é mais importante do que o conteúdo das demais espécies normativas). Como, do ponto de vista formal, a Constituição flexível está no mesmo nível das demais leis, não existe o conceito de inconstitucionalidade porque o conceito de inconstitucionalidade só existe quando há HIERARQUIA FORMAL entre a lei e a Constituição (HIERARQUIA FORMAL SÓ EXISTE QUANDO A CONSTITUIÇÃO É RÍGIDA). COMO NA CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL NÃO EXISTE ESSA HIERARQUIA FORMAL, A CONCLUSÃO É QUE, NO AMBIENTE DE UMA CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL, É IMPOSSÍVEL HAVER CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. Em outras palavras, PARA HAVER CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE, NECESSARIAMENTE TEM QUE HAVER SUPREMACIA FORMAL DA CONSTITUIÇÃO. O controle de constitucionalidade existe para garantir a supremacia da Constituição. A Constituição tem supremacia porque existe o controle para proteger essa supremacia ou existe o controle por causa da supremacia (“efeito Tostines”). Na realidade, primeiro foi inventado o conceito de SUPREMACIA e quem inventou o conceito de SUPREMACIA FORMAL foram os americanos.
b) RIGIDEZ CONSTITUCIONAL
- Quando a Constituição é RÍGIDA (= o processo de alteração da Constituição é do processo de alteração das leis porque como a Constituição rígida tem SUPREMACIA FORMAL, existirá uma hierarquia entre a Constituição e as demais leis). Como existe uma hierarquia, existe um mecanismo especial para alteração da Constituição (MECANISMO DA EMENDA). Só existe o conceito de EMENDA quando a Constituição é RÍGIDA.
* Obs: Constituição semi-rígida ou semi-flexível >> Constituição de 1824 (a parte rígida se altera com emenda e a flexível, com lei)
c) SUPREMACIA CONSTITUCIONAL
II - ESPÉCIES DE INCONSTITUCIONALIDADE
II.1. INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL x FORMAL
a) INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL (VÍCIO NO CONTEÚDO)
- Quando a lei ou ato normativo, no que diz respeito à MATÉRIA (ao seu conteúdo), é incompatível com a Constituição
- Exemplos de inconstitucionalidade material:
Súmula 683 do STF: “O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”
 Se a lei estipula um limite de idade (seja mínimo seja máximo) para ingresso em concurso público, essa lei só será CONSTITUCIONAL se for RAZOÁVEL (= correlação lógica entre o limite de idade e a natureza das atribuições do cargo)
 Ex: Edital de concurso do estado do Paraná estabelecendo limite máximo de idade de 45 anos para o cargo de Procurador do Estado >> É INCONSTITUCIONAL pois Procurador exerce funções de natureza intelectual
Súmula 266 do STJ: “O DIPLOMA OU HABILITAÇÃO LEGAL para o exercício do cargo deve ser exigido na POSSE e não na inscrição para o concurso público”
 Ex: Resolução do CNJ e Resolução do Conselho Nacional do MP estabelecem que os 3 anos de atividade jurídica para fins de ingresso na carreira da magistratura e na carreira do MP devem ser comprovados na data da inscrição definitiva (= depois da aprovação da 1ª fase, é feita uma inscrição definitiva para poder participar das demais fases) >> Essa exigência não é razoável pois razoável é fazer essa exigência na data da posse, que é quando a pessoa está perto de exercer as suas funções
Súmula Vinculante n. 12, do STF: “A cobrança de taxa de matrícula nas universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da CF”
a.1) INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL E PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
- O princípio da razoabilidade é um princípio constitucional IMPLÍCITO e deriva do PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL (art. 5º, LIV, CF) >> O princípio do devido processo legal em sentido material significa que O CONTEÚDO DAS NORMAS PROCESSUAIS TEM DE SER UM CONTEÚDO LÓGICO, RAZOÁVEL E JUSTO (“devido” = adequado, justo)
- Ex: Limite de altura pode ser estabelecido em concurso público? Depende da natureza do cargo. Uma lei do Mato Grosso exigiu altura mínima de 1,60m para qq cargo na Polícia Civil >> Um candidato teve sua inscrição indeferida para o cargo de delegado de polícia e ajuizou ação competente >> O STF entendeu que a altura mínima de 1,60m é uma exigência lógica, razoável e justa pois delegado de polícia tem que ter porte intimidador mas exigência de altura mínima de 1,60 ofende o princípio da razoabilidade para o cargo de escrivão.
- Súmulas do STF inspiradas no Princípio da Razoabilidade:
Súmula 70 do STF: “É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.” 
Súmula 547 do STF: “Não é lícito a autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais.” 
Súmula 667 do STF: “Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa.” 
b) INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL (VÍCIO NO REVESTIMENTO FORMAL DO ATO)
- A lei ou ato normativo infraconstitucional contém um VÍCIO NA FORMA >> Esse defeito se revela em 2 situações:
b.1) VÍCIO NA REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS
- Ex: O art. 22, I estabelece que é da União a competência para legislar sobre DIREITO CIVIL >> Lei estadual é editada com vistas a vedar a cobrança de taxa de estacionamento em instituições privadas >> O STF entendeu que essa lei tem o vício da inconstitucionalidade formal pois legislar sobre cobrança de taxa de estacionamento em instituições privadas é legislar sobre DIREITO CIVIL, cuja competência é EXCLUSIVA da UNIÃO.
b.2) VÍCIO NO PROCESSO LEGISLATIVO
- DEFEITO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO ATO.
- Ex: O art. 25 §3º, CF prevê que LEI COMPLEMENTAR (cuja aprovação se faz por MAIORIA ABSOLUTA) ESTADUAL deve regular a CRIAÇÃO DE REGIÕES METROPLITANAS, MICRORREGIÕES e AGLOMERAÇÕES URBANAS >> Supondo que um Estado crie uma região metropolitana por meio de uma LEI ORDINÁRIA >> Caso isso ocorresse, haveria um DEFEITO NO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DO ATO.
Súmula 686 do STF: “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.” 
 Quer dizer que se, por exemplo, um estado X resolver promover um exame psicotécnico, para que esse exame seja tido como válido, É NECESSÁRIO QUE ESSA EXIGÊNCIA ESTEJA PREVISTA PREVIAMENTE EM UMA LEI. 
 Se o edital exigir o exame psicotécnico sem lei anterior que faça essa exigência, haverá uma INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL porque EDITAL DE CONCURSO É ATO ADMINISTRATIVO.
 Essa exigência tem que estar dentro de uma LEI e não de um ATO ADMINISTRATIVO
Súmula Vinculante n. 2 do STF: “É 	inconstitucional 	a lei ou ato normativo 	estadual ou distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, 	inclusive bingos e loterias.”
 Para legislar sobre SISTEMAS DE CONSÓRCIOS E SORTEIOS, INCLUSIVE BINGOS E LOTERIAS, tem que ser por meio de LEI FEDERAL (e não lei estadual!)
* Obs: Outra classificação na doutrina da INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL.
A INCONSTITUCIONALIDADE DECORRENTE DE VÍCIO FORMAL se verifica quando há DESRESPEITO AO PROCESSOLEGISLATIVO POSTO CONSTITUCIONALMENTE, ou seja, no processo de elaboração da norma, podendo ocorrer por existência de vício formal subjetivo ou de vício formal objetivo. 
VÍCIO FORMAL SUBJETIVO: Ocorre na FASE DE INICIATIVA DA LEI. Logo, acontece quando há usurpação de competência da iniciativa legislativa. Diz-se subjetivo porque se relaciona com "quem" deveria ter deflagrado e "quem" efetivamente deflagrou o processo legislativo. Cabe aqui a observação de que, segundo posicionamento do Supremo, é VÍCIO INSANÁVEL, ou seja, A SANÇÃO DO CHEFE DO EXECUTIVO NÃO SUPRE O VÍCIO DE INICIATIVA (ADIN 1.963) 
VÍCIO FORMAL OBJETIVO: Verificado nas demais fases do processo legislativo. Um exemplo é uma emenda constitucional aprovada por quorum diferente do estabelecido pela Constituição. 
II.2. QUANTO AO MOMENTO EM QUE OCORREU A INCONSTITUCIONALIDADE
a) INCONSTITUCIONALIDADE ORIGINÁRIA
- DEFEITO CONGÊNITO DA LEI >> Ou seja, no momento de ingresso no mundo jurídico, já era incompatível com a Constituição que estava em vigor. 
b) INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE
- O conflito é resultado da incompatibilidade entre norma já existente e nova Constituição.
- Vamos examinar 3 hipóteses e verificar em qual delas o STF admite a existência de uma inconstitucionalidade superveniente:
 MUDANÇA DE CONSTITUIÇÃO 
 Antes da CF de 88, tínhamos a CF 69 >> Vamos imaginar que uma lei tenha sido editada em 1963 permitindo a conduta X, também permitida pela CF 69 >> Só que veio a CF 88, que passou a proibir a conduta X >> Incompatibilidade material entre a lei de 63 e a CF 88: a lei nasceu constitucional mas ela não passou a ser inconstitucional, apenas A NOVA CF REVOGOU A LEI VELHA. Não é caso de inconstitucionalidade superveniente, é um caso de REVOGAÇÃO (obs: chamamos a lei “velha” de “direito pré constitucional”)
 MUDANÇA (FORMAL) NA CONSTITUIÇÃO
 A CF 88, em sua redação originária, permitia a conduta X >> Veio uma lei em 1995 permitindo essa mesma conduta X >> Só que veio uma mudança formal na CF 88 (ou seja, houve uma EMENDA) em 2005 >> Por causa dessa emenda, agora foi proibida a conduta X >> INCOMPATIBILIDADE MATERIAL entre a lei de 2005 e a CF 88 >> Também não é caso de inconstitucionalidade superveniente, é um caso de REVOGAÇÃO (A EMENDA REVOGOU A LEI ANTERIOR)
 MUDANÇA (INFORMAL) NA CONSTITUIÇÃO = Único caso de inconstitucionalidade superveniente
 A CF 88, em sua redação originária, permitia a conduta X >> Veio uma lei em 1995 permitindo essa mesma conduta X >> Só que houve uma mudança informal na CF 88 >> MUDANÇA INFORMAL = Mudança na CF sem mudar seu texto; mudou a CF porque mudou a sua interpretação >> É o fenômeno da MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL >> Em razão dessa mudança de interpretação, agora o STF proíbe a conduta X >> INCOMPATIBILIDADE MATERIAL >> Aqui o STF reconhece que há uma INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE: a lei, a partir desse novo entendimento, tornou-se inconstitucional
Ex: PRISÃO CIVIL DO DEPOSITÁRIO INFIEL >> Em um 1º momento, o STF entendia que cabia a prisão >> Por mudança de interpretação, sem mudança do texto constitucional, hoje o STF entende que não cabe mais a prisão >> Hipótese de MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
* Ler a Súmula 619 do STF que foi revogada e a Súmula Vinculante nº 25
* A inconstitucionalidade originária pode ser formal ou material. Todavia, A INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE É SEMPRE MATERIAL. NÃO EXISTE INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE FORMAL!!!
II.3. INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO x OMISSÃO 
- Pode-se violar a Constituição praticando ato contrário ao que ela interdita ou deixando de praticar ato que prescreva.
a) INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO (positiva) 
- Enseja a incompatibilidade vertical dos atos inferiores (leis ou atos do poder público) com a Constituição;
b) INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO (negativa)
- Decorre da inércia legislativa na regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada.
MODELOS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
INGLÊS: “A CONSTITUIÇÃO DESCANSA SOBRE A SOBERANIA DO PARLAMENTO”.
AMERICANO: “Stare decisis et quieta non movere” (o que está decidido não deve ser alterado)
FRANCÊS: “A lei é a expressão da vontade geral”.
AUSTRÍACO: Tribunal Constitucional como “legislador negativo”.
ESPÉCIES NORMATIVAS E CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
III - FORMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
		 - Preventivo
	 - Político - Repressivo 
Controle
	 - Jurisdicional	 - Preventivo
			 - Repressivo
|--------------------------------|---------------------------------|
 	 	 	 
 Controle		Publicação do ato Controle
 Preventivo	 (é o marco)	 Repressivo 	
1. QUANTO À NATUREZA DO ÓRGÃO COMPETENTE
a) POLÍTICO 
- Realizado por órgão políticos: Legislativo e Executivo
- São 7 mecanismos de CONTROLE POLÍTICO (ver adiante)
b) JURISDICIONAL
- Exercido por órgãos do Poder Judiciário, sendo acionado toda vez que não lograr êxito o controle preventivo. Incide sobre a lei que já regula relações jurídicas de forma presumidamente constitucional.
2. QUANTO AO MOMENTO
a) PREVENTIVO
- Ocorre antes do ato ingressar na ordem jurídica
b) REPRESSIVO OU SUCESSIVO
- O ato já ingressou na ordem jurídica
3. QUANTO AO PROCESSO
- Pode o controle ser INCIDENTAL ou PRINCIPAL.
a) INCIDENTAL
A inconstitucionalidade (o incidente de inconstitucionalidade) é uma QUESTÃO PREJUDICIAL (não é a questão principal do processo), obstáculo que o juiz precisará enfrentar para julgar o mérito da ação. 
Geralmente se levanta como preliminar na petição inicial ou na contestação, embora possa ser argüido em qualquer grau de jurisdição pelo juiz ou tribunal, independentemente de provocação específica das partes. O controle se faz incidenter tantum, ou seja, "apenas incidentalmente".
A declaração incidental de inconstitucionalidade não faz CJ (já que não integra o dispositivo da decisão mas, sim, a sua FUNDAMENTAÇÃO) e, assim, não terá efeitos erga omnes. 
b) PRINCIPAL
A questão da inconstitucionalidade é levada a juízo por meio de uma ação própria e direta. É, portanto, objeto próprio e principal da ação, é a res in judicium deducta 
Competência para processar e julgar essa ação de inconstitucionalidade: STF (COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
4. QUANTO À COMPETÊNCIA
- O controle pode ser:
a) DIFUSO (modelo norte-americano)
- Realizado PERANTE TODOS OS ÓRGÃOS DO PODER J: todos os juízes e tribunais são competentes
- Isso faz parte da natureza da função jurisdicional. É característica do sistema judiciário americano
b) CONCENTRADO (modelo europeu austríaco)
- Realizado pelos ÓRGÃOS DE CÚPULA.
* Cuidado: Não diga que o controle concentrado é feito pelo STF, porque existe uma ação de inconstitucionalidade estadual. Quando é feita uma defesa à Constituição do Estado, se admite uma AÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE JULGADA PELO TJ, ou seja, o TJ pode reconhecer em abstrato que uma lei municipal ou estadual violou Constituição Estadual.
 Neste caso, O CONTROLE É CONCENTRADO, porque é realizado por um único órgão, o TJ, que é um órgão de cúpula do Judiciário Estadual, pois houve violação a Constituição Estadual.
 O Supremo é um órgão de cúpula do judiciário Nacional.
5. QUANTO À FINALIDADE
a) Controle concreto 
- Feito em cima de um caso concreto (lide, demanda, processo) >> O juiz deixa de aplicar a lei no caso concreto caso entenda que ela é contrária à Constituição >> Neste caso, você precisa resolver a questão constitucional para chegar na resolução do mérito (a questão constitucional é prejudicial).
b) CONTROLE ABSTRATO 
- É um CONTROLE EM TESE. Não existe bem da vida. Neste caso, o que se quer saber é se a norma é constitucional ou não.
O CONTROLE ABSTRATO SERÁ SEMPRE CONCENTRADO
O CONTROLE CONCRETO SERÁ SEMPRE DIFUSO
O CONTROLE JURISDICIONAL SOBRE A ELABORAÇÃO LEGIFERANTE SERÁ SEMPRE CONCRETO
NEM TODO CONTROLE CONCENTRADO É ABSTRATO pois pode-se ter controle concentrado concreto.
 Ex.: AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO INTERVENTIVA, quandoexiste uma ação em que o STF verifica se o Estado violou algum princípio sensível da Constituição (se no caso concreto o Estado violou uma lei federal, por exemplo) >> Isto é um CONTROLE CONCRETO CONCENTRADO.
 Ex.: Em ADPF, também é possível haver o CONTROLE CONCRETO CONCENTRADO.
6. QUANTO AO ALCANCE SUBJETIVO
- Têm-se em consideração aqui os SUJEITOS alcançados pelo efeito do controle. Quanto a esse critério, o controle de constitucionalidade pode ter:
a) EFEITO INTER PARTES (somente entre as partes litigantes) >> É, o que ocorre na via incidental
b) EFEITO ERGA OMNES (contra todos) >> É típico da via principal 
* Contudo, no Brasil, MESMO TENDO ORIGEM NA VIA INCIDENTAL, O CONTROLE ADQUIRE EFEITO "ERGA OMNES" DEPOIS DE O SENADO SUSPENDER A EXECUTORIEDADE DA LEI (artigo 52, inciso X) declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal.
7. QUANTO AO ALCANCE OBJETIVO
São levados em consideração aqui os ASPECTOS OBJETIVOS alcançados pelo controle. Segundo esse critério, o controle será dito FORMAL ou MATERIAL conforme alcance os aspectos formais ou os aspectos materiais, podendo ser formal e material concomitantemente. Por exemplo, examinar o "quorum" com que foi aprovada uma lei complementar é fazer controle formal. Mas, caso se investigue se a matéria tratada é própria de lei complementar, estar-se-á fazendo controle material.
Ex. de inconstitucionalidade material: a proposta de EC estabelece que “a repartição tributária dependerá de juízo do Presidente da República”. Isso vai mexer com a autonomia dos estados federados, que ficarão na mão do PR para receber o repasse. Essa EC não trata de criação ou extinção de Estado da Federação e sim com a própria Federação, pq a autonomia de seus membros é a sua característica principal. Então, essa proposta de EC tb não pode ser sequer matéria de deliberação, pq a forma federativa do Estado é cláusula pétrea.
8. QUANTO À EFICÁCIA NO TEMPO
Se o ato inconstitucional for NULO DE PLENO DIREITO, não produzirá efeitos jurídicos e, portanto, o controle terá EFICÁCIA EX TUNC (desde então), retroagindo no tempo até a origem do ato questionado, cujos efeitos devem ser desfeitos, se não em si mesmos, ao menos mediante indenizações, compensações e outras reparações juridicamente admissíveis. 
Porém, se partir do princípio de que o ato inconstitucional não é nulo, mas ANULÁVEL, o controle pode ter sua EFICÁCIA MODULADA NO TEMPO, ao anular o ato questionado:
recuando a anulação ex tunc (a partir da origem do ato), ou 
fazendo-a incidir ex nunc (a partir de agora, isto é, desde o momento presente), ou 
fazendo-a avançar pro tempore futuro (a partir de um certo tempo ou momento futuro).
 mecanismos de CONTROLE POLÍTICO
I) PREVENTIVO
1) PARECER DAS CCJ´s no processo de elaboração de emendas constitucionais e atos legislativos: É o parecer sobre projeto de lei / proposta de EC
2) VETO DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO POR INCONSTITUCIONALIDADE DO PROJETO DE LEI >> PR, Governador, Prefeito (art. 66, § 1º da C.R.)
II) REPRESSIVO
1) Quando o CONGRESSO NACIONAL SUSTA (SUSPENDE) UM ATO DO PODER EXECUTIVO TIDO COMO INCONSTITUCIONAL, POR TER EXORBITADO OS LIMITES DO (i) PODER REGULAMENTAR OU DA (ii) DELEGAÇÃO LEGISLATIVA (art. 49, V, da CF)
 O decreto regulamenta a lei, ou seja, diz como a lei deve ser aplicada. Mas, às vezes, o Chefe do Poder Executivo exorbita disso.
Ex.: Sai uma lei e, ao invés do Chefe do poder executivo regulamentar tal lei, ou seja, dizer como ela deve ser aplicada, ele cria regras de conduta no decreto.
Não se pode fazer isso, pois decreto é ato normativo secundário, só serve para regulamentar norma. Quando o Presidente exorbita, ele está violando a CF, violando a delegação legislativa.
Então, O CONGRESSO BAIXA UM DECRETO LEGISLATIVO REVOGANDO ISSO. 
Neste caso, haverá um controle repressivo político. Contudo, isto não costuma acontecer. Controle Formal – analisa o processo legislativo de criação da norma (arts. 59 e 69 CRFB/1988).
2) Quando o SENADO SUSPENDE A EXECUÇÃO DE UM ATO QUE FOI DECLARADO INCONSTITUCIONAL PELO STF (art. 52, X, da CF)
3) Quando A CÂMARA DOS DEPUTADOS ou SENADO FEDERAL REJEITA UMA MEDIDA PROVISÓRIA POR ENTENDER QUE ELA É INCONSTITUCIONAL (MP já foi publicada e CD ou SF não a convertem em lei) (art. 62, § 5º, da CF)
4) Quando O TRIBUNAL DE CONTAS, no exercício de sua função, DEIXA DE APLICAR UMA LEI NO CASO CONCRETO, por entender que ela é inconstitucional (é um controle político porque o TC pertence ao Legislativo)
Súmula 347, do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público.” 
5) O CHEFE DO PODER EXECUTIVO, se entender que determinada lei é inconstitucional, PODE DETERMINAR AOS SEUS SUBORDINADOS QUE NÃO A APLIQUEM >> Prerrogativa do Chefe do Poder E (lógico que ele responde por esse ato mas ele tem esse poder)
 mecanismos de CONTROLE JURISDICIONAL: CONTROLE CONCRETO PREVENTIVO 
- Em regra, o controle prévio é realizado por órgão político. No entanto, excepcionalmente o Poder Judiciário participará do controle prévio. Tal hipótese de dá quando o STF aprecia o MS interposto por parlamentar, com o intuito de TRANCAR O PROCESSO LEGISLATIVO (trancar a discussão e votação de um projeto de lei / proposta de EC) quando o projeto de lei / proposta de EC seja inconstitucional >> Visa, assim, assegurar seu direito líquido e certo de participar de um DEVIDO PROCESSO LEGISLATIVO, CONSTITUCIONALMENTE ESTABELECIDO (arts. 59 a 69 CRFB/1988) >> Um parlamentar não pode ser obrigado a participar de um processo legislativo em que o projeto de lei / proposta de EC seja INCONSTITUCIONAL.
- É o ÚNICO MECANISMO DE CONTROLE CONCRETO PREVENTIVO em nosso ordenamento
 Já caiu no Exame da OAB um MS desse tipo (era o caso de um projeto de LC que foi aprovado na Câmara dos Deputados sem maioria absoluta, logo, havia uma inconstitucionalidade pois a CF exige maioria absoluta). Muitos candidatos erraram porque fizeram o MS contra o projeto de lei. O MS é contra o ato concreto da Mesa da Casa (que foi quem colocou em discussão e votação aquele projeto de lei / proposta de EC).
 Esse MS é construção jurisprudencial. Se o STF concede esse MS, ele tranca o processo legislativo (trava tudo, impedindo a discussão e votação do projeto de lei / proposta de EC)
* Assim, O CONTROLE JURISDICIONAL SOBRE A ELABORAÇÃO LEGIFERANTE, inclusive sobre PROPOSTA DE EMENDA CONSTITUCIONAL, SEMPRE se dará de forma CONCRETA, por meio de ajuizamento de Mandado de Segurança, por parte de parlamentares que se sentirem prejudicados durante o processo legislativo.
“Não será objeto de deliberação” (art. 60, § 4°, da CF)
 Mandado de segurança (art. 5°, LXIX, da CF)
 Legitimidade ativa: parlamentar (deputado ou senador ou deputado estadual )
“Devido processo legislativo” (art. 5°, LIV, da CF)
 Contra ato concreto da Mesa da Casa 
	LEGITIMIDADE
	CONTRA O QUÊ?
	AONDE?
	DEPUTADO FEDERAL
	Contra ato concreto da Mesa da Cãmara dos Deputados
	No STF
	SENADOR
	Contra ato concreto da Mesa do Senado
	No STF
	DEPUTADO ESTADUAL
	Contra ato concreto da Mesa da assembleia Legislativa
	No TJ
	VEREADOR
	Contra ato concreto da Mesa da Câmara Municipal
	Na Justiça Estadual de 1º grau
* Exemplo 1: Um projeto de lei complementar tem que ser aprovado por maioria absoluta.
 Vamos imaginar que na Câmara este projeto seja aprovado por maioria simples. Então ele não foi aprovado, mas acabou indo ao Senado, em tese não poderia. Contudo, um Senador poderia entrar com um Mandado de Segurança para o STF, dizendo que não tem que apreciar este Projeto de Lei, por não ter sido constitucionalmente aprovado.
* Exemplo 2: Um Projeto de Lei aprovado na câmara vai para o Senado, e este altera o projeto. O que tem que acontecer com essas alterações?
 Voltar para Câmara. Mas, o Senado ao invés de fazer isto, entrega para o Presidente da República, para sanção ou veto.
 O que vai fazer o Deputado? Vai entrar com mandado de segurança, dizendo que tem o direito líquido e certo para apreciaras alterações que o Senado fez no Projeto de Lei. Neste caso, o STF fará o controle de constitucionalidade formal prévio.
Quando se discute violação de Regimento, o Supremo não avalia tais atropelos. Pois quando há violação de Regimento Interno, é problema de separação de poderes, o Supremo não avalia isso.
CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE
I - CONTROLE JURISDICIONAL CONCRETO NO BRASIL 
1. INTRODUÇÃO
EUA vivem sob o regime da common law (= a principal fonte do direito é o costume, em especial o costume judicial; isto é, o direito nasce da jurisprudência). Significa que um juiz pode afastar a lei em um caso concreto e aplicar seu entendimento.
Caso paradigmático: Madison x Marbury >> Julgado pelo Juiz Marshall >> Desse caso nasceu toda a jurisprudência do controle de constitucionalidade
Entendimento do Juiz Marshall no caso: Uma lei contrária à Constituição é uma lei morta. O juiz nesse caso deve aplicar a Constituição e afastar a aplicabilidade da lei. Se assim não o fizer, estará fazendo a Lei Magna letra morta.
O controle jurisdicional americano é CONCRETO (no caso concreto, o juiz deixa de aplicar a lei inconstitucional) e DIFUSO (a competência para efetuar o controle está espalhada por todos os órgãos do J) e nasceu no ambiente da COMMON LAW. Para conferir unidade e segurança jurídica ao sistema, há o mecanismo do Stare decisis et quieta non movere (costume de RESPEITO AO PRECEDENTE DA SUPREMA CORTE). Se não houvesse esse instrumento, o sistema iria à falência em razão do dissídio na jurisprudência que certamente ocorreria. 
Esse sistema veio para o Brasil na vigência da Constituição de 1891 (nossa 1ª Constituição e 1ª Constituição Republicana). A Constituição de 1891 foi totalmente escrita por Rui Barbosa, graças ao qual importamos vários institutos do direito norte-americano: a República, o presidencialismo, a Federação (como forma de Estado) e o controle judicial de constitucionalidade. 
Ocorre que, na importação do controle judicial apareceu um problema porque nosso sistema não é da common Law, é filiado à civil Law (onde a principal fonte do direito é a lei escrita). Por isso é que o controle americano importado mostrou-se como um corpo estranho em nosso ambiente de civil Law (onde não existe a concepção de que o direito nasce da jurisprudência).
Tamanha foi a falta de adaptação do controle americano ao nosso sistema que, quando, em 1894, um juiz gaúcho deixou de aplicar uma lei estadual por interpretá-la como inconstitucional, foi condenado de prevaricação pelo TJ-RS. Recorreu ao STF, tendo sido defendido por Rui Barbosa, que arguiu a inexistência do crime de hermenêutica (o juiz não comete crime ao interpretar a lei como inconstitucional, é uma competência outorgada ao juiz pela CF). Enfim, foi absolvido. Ou seja: começamos com o pé esquerdo. O controle americano não foi criado para um ambiente hostil como o nosso.
2. CARACTERÍSTICAS DO CONTROLE AMERICANO
Finalidade: SUBJETIVO >> O controle americano é subjetivo porque VISA DEFENDER OS DIREITOS SUBJETIVOS DAS PARTES. Ex: Contribuinte está sendo forçado a pagar um tributo inconstitucional e pede ao Judiciário a isenção ao pagamento >> O juiz, para proteger direitos subjetivos, afasta a incidência da lei naquele caso concreto
CONCRETO porque no caso concreto o juiz afasta a incidência de uma lei, caso elez a interprete como inconstitucional
Órgãos competentes: DIFUSO OU ABERTO porque a competência é espalhada por todo o Judiciário >> Isto é, todos os juízes e tribunais são competentes para declarar a inconstitucionalidade de uma lei incidentalmente, ao julgar um caso concreto
Modo de provocação: O CONTROLE É POR VIA DE EXCEÇÃO OU POR VIA DE DEFESA porque as partes usam a questão da inconstitucionalidade para fundamentar a sua pretensão. O autor, para se defender do réu, alega que a lei é inconstitucional. E vice-versa (o réu, para se defender do autor, também alega que a lei é inconstitucional)
Modo de manifestação: É UM CONTROLE POR VIA INCIDENTAL porque a questão da inconstitucionalidade da lei é uma questão prejudicial (não é a questão principal do processo). Por causa disso, o controle da constitucionalidade aparecerá na FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL. Ex: Contribuinte ajuíza ação em face de ente federativo arguindo que determinada lei é inconstitucional (essa é a questão prejudicial, incidental) e, assim, pleiteia a repetição de indébito (essa é a questão principal)
Hoje, o nosso sistema não é mais puramente o da civil law. Já existem vários mecanismos (costume e jurisprudência) que operacionalizam o sistema da common law. 
O controle de constitucionalidade fortalece a mistura do common law com o do civil law. 
* MEMORIZAÇÃO:
 O CONTROLE AMERICANO É SUCO DI EXCEDIN
 (SUBJETIVO, CONCRETO, DIFUSO, POR VIA DE EXCEÇÃO OU DEFESA, POR VIA INCIDENTAL)
	Não é besteira decorar isso porque na hora da prova o examinador confunde o candidato com o sistema inventado por Hans Kelsen com uma sopa de letrinhas. Mistura tudo.
3. NORMAS SUSCETÍVEIS DE DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE NO CONTROLE CONCRETO
Vimos na aula 2 que há uma diferença entre a REVOGAÇÃO DE UMA LEI e a DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI:
Mudança de Constituição acarreta a REVOGAÇÃO da lei que com ela seja incompatível
Mudança FORMAL da Constituição (ou seja, quando há uma EMENDA na Constituição): A EMENDA REVOGA AS LEIS ANTERIORES QUE SEJAM COM ELA INCOMPATÍVEIS
Mudança INFORMAL da Constituição (MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL: quando muda a interpretação do STF sobre a CF) causa a INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE DE UMA LEI (conclusão minha: lei posterior à CF – e, portanto, com ela compatível –, com a mudança de interpretação do STF do texto constitucional, passa a ser INCONSTITUCIONAL >> daí dizer-se INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE)
Mudança de CF = REVOGAÇÃO DAS LEIS INCOMPATÍVEIS
Mudança FORMAL de CF = REVOGAÇÃO DAS LEIS INCOMPATÍVEIS
Mudança INFORMAL de CF = INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE DE LEI
* É possível a declaração de inconstitucionalidade do DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL? (ou seja, do direito anterior à Constituição)
Não. No caso do direito anterior à Constituição ser com ela incompatível, teremos um caso de REVOGAÇÃO.
PARA QUE UMA LEI SEJA CONSIDERADA INCONSTITUCIONAL, ELA TEM QUE SER POSTERIOR À CONSTITUIÇÃO. Só as leis posteriores à CF88 é que podem ser consideradas inconstitucionais em face da CF88.
4. EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTER TANTUM NO CONTROLE CONCRETO 
NO SUCO DI EXCEDIN, quais são os efeitos da declaração de inconstitucionalidade incidental?
a) INTER PARTES 
- O juiz vai afastar, no caso concreto, a incidência da lei. Essa decisão só vai ter efeitos inter partes (não atinge terceiros à relação processual).
b) EX TUNC (regra)
- EM REGRA, essa declaração de inconstitucionalidade terá efeitos ex tunc (retroage), isto é, atinge a lei desde o momento do seu nascimento (é como se a lei nunca tivesse existido).
c) INTEGRA A FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO
- A declaração de inconstitucionalidade integra a FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO JUDICIAL (não integra o dispositivo porque a questão da inconstitucionalidade da lei não é a questão principal do processo, é uma questão prejudicial). Se o juiz colocar no dispositivo, a decisão será NULA por INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUIZ (o juiz não tem competência para declarar a inconstitucionalidade da lei no dispositivo por não ser essa a questão principal do processo). 
d) NÃO TRANSITA EM JULGADO
- Ainda, por não constar no dispositivo, a declaração de inconstitucionalidade NÃO TRANSITA EM JULGADO.
e) NÃO PRODUZ EFEITO VINCULANTE
- NÃO PRODUZ EFEITO VINCULANTE, ainda que seja decisão do Supremo porque para produzir efeito vinculante, é necessário que a declaração de inconstitucionalidade transite em julgado. Como a declaração de inconstitucionalidade no caso em concreto está na fundamentação, não transita em julgado e, portanto, não produz efeito vinculante.
5. POSSIBILIDADE DE MODULAÇÃO DOS EFEITOS DA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE
Temos 2 exemplosem que O STF AFASTOU, NO CASO CONCRETO, OS EFEITOS EX TUNC.
Por que? Porque senão seria o caos. Para resguardar a segurança jurídica, o STF admite em algumas situações excepcionais o afastamento do efeito ex tunc. É a competência para fazer a MODULAÇÃO: modificação dos efeitos da sua decisão.
1) RE 197.917: caso de Mira Estrela >> Foi verificado que a Lei Orgânica de uma cidade fixava o nº de vereadores além do permitido pela CF >> Então havia uma INCONSTITUCIONALIDADE NA NORMA DA LEI ORGÂNICA MUNICIPAL >> Mas se o STF declarasse a inconstitucionalidade com efeitos ex nunc, todos os vereadores perderiam os seus mandatos e teriam que ser convocadas novas eleições >> Solução: O STF declarou a inconstitucionalidade da norma mas, para preservar a segurança jurídica, OS ATUAIS VEREADORES PERMANECERIAM COM SEUS MANDATOS E O Nº CORRETO PASSARIA A VALER PARA AS PRÓXIMAS ELEIÇÕES (redução do número de vereadores somente para a próxima legislatura) (Inf. 341 do STF) >> EFEITO PRO FUTURO DA DECISÃO
2) HC 82959/SP: Discussão sobre a constitucionalidade da progressão do regime nos crimes hediondos (Inf. 418 do STF) >> Na época, o STF entendia que a lei que proibia a progressão do regime para os crimes hediondos (tinha que cumprir a pena integralmente no regime fechado) era CONSTITUCIONAL >> Todavia, nesse HC, o STF mudou a sua jurisprudência, passando a entender que o artigo da lei era INCONSTITUCIONAL POR OFENDER O PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA >> Mas se o STF desse efeitos ex tunc na ação de inconstitucionalidade, todas as pessoas que no passado tiveram que cumprir suas penas no regime integralmente fechado iriam ajuizar ações indenizatórias em face do Estado por danos materiais e morais >> Solução: Como se tratava de um caso de mutação na jurisprudência do STF, foi dado EFEITO EX NUNC à decisão
 	
6. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (art. 97 da CF e art. 480 § único)
- No CONTROLE CONCRETO, existe uma REGRA ESPECIAL PARA OS TRIBUNAIS. Essa regra está prevista no art. 97, CF. O CPC chama essa cláusula de Reserva de Plenário de “Argüição incidental de inconstitucionalidade”.
- Regra: Pela CRP, a declaração de inconstitucionalidade DE UMA LEI / ATO NORMATIVO nos tribunais depende de uma decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal Pleno ou do Órgão Especial de um tj. Curioso porque, no 1º grau, um Juiz sozinho pode declarar a inconstitucionalidade da lei. Mas no tribunal, tem que ser o colegiado (art. 97 da CF e art. 480 do CPC). 
- Exceção (art. 481 § único): Na eventualidade de existir precedente do STF ou do Tribunal Justiça a que pertence um órgão fracionário, a questão poderá ser apreciada por este (Câmara Cível ou Criminal).
 Cuidado porque não é qq precedente. Portanto, jamais a Câmara Cível do TJ-RJ poderá usar um precedente do STJ para afastar a CRP.
Art. 480. Argüida a inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, ouvido o Ministério Público, submeterá a questão à turma ou câmara, a que tocar o conhecimento do processo.
Art. 481. Se a alegação for rejeitada, prosseguirá o julgamento; se for acolhida, será lavrado o acórdão, a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno.
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão. 
 Importante pois traz justamente a EXCEÇÃO DA CLÁUSULA DA RESERVA DE PLENÁRIO (e em provas temos que tomar cuidado com as exceções)
 Significa que O ÓRGÃO FRACIONÁRIO PODE DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI SOZINHO (sem submeter a questão ao Pleno ou ao Órgão Especial) SE JÁ PRECEDENTE ACERCA DESSA DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE:
1) DO PLENÁRIO do STF 
2) DO PLENO OU DO ÓRGÃO ESPECIAL DO TRIBUNAL A QUE PERTENCE O ÓRGÃO FRACIONÁRIO
- Objetivo: pROTEGER A presunção de constitucionalidade da lei
- Ex: Chega no tribunal uma apelação, no qual se discute a inconstitucionalidade de uma lei >> O Órgão fracionário (Câmara Cível ou Câmara Criminal) entende que a lei é inconstitucional >> Mas se o órgão fracionário entender que a arguição da inconstitucionalidade da lei é procedente, não pode ele sozinho declarar, ele tem que submeter a questão de direito ao Tribunal Pleno ou ao Órgão Especial. Um destes resolverá a questão de direito (se a lei é ou não inconstitucional). E para declarar a inconstitucionalidade, tem que ser pela maioria absoluta. Decidida a questão, retorna-se o caso para o Órgão Fracionário que, por sua vez, julgará as questões de fato. Só que o Órgão Fracionário fica VINCULADO ao que foi decidido pelo Órgão Especial.
- Ex: Se o Órgão Especial / Tribunal Pleno entender que a alíquota de determinado imposto é inconstitucional, devolve a questão ao Órgão Fracionário, que terá que decidir a questão de direito (que o contribuinte realmente não tem que pagar aquele tributo).
* Teremos, assim, 3 acórdãos:
1º acórdão: Do Órgão Fracionário >> Nesse acórdão, o Órgão Fracionário diz que a arguição de inconstitucionalidade é procedente e que ele irá submeter a questão ao Órgão Especial
2º acórdão: Nesse acórdão, o Órgão Especial / Tribunal Pleno decidirá a questão de direito (decidirá se a questão é ou não constitucional) >> O processo volta ao Órgão Fracionário
3º acórdão: O ÓRGÃO FRACIONÁRIO DECIDE A QUESTÃO DE DIREITO, vinculado ao que foi decidido pelo Órgão Especial / Tribunal Pleno
CONTRA QUAL DESSES ACÓRDÃOS CABE RECURSO?
SÓ CABE RECURSO CONTRA O 3º ACÓRDÃO porque esse acórdão é a decisão completa.
Isso vale para os tribunais do Poder J.
Os americanos chamam a Cláusula de Reserva de Plenário de “Full bench” (= casa cheia). Para declarar a inconstitucionalidade, tem que ser com a casa cheia.
* A CRP APLICA-SE AO DIREITO PRÉ-CONSTITUCIONAL? 
 Não, porque no direito pré-constitucional é caso de REVOGAÇÃO e não de declaração de inconstitucionalidade. Para declaração de inconstitucionalidade, temos que ter uma LEI POSTERIOR À CF.
* SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO STF 
“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97), a decisão de órgão fracionário de Tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte.” 
 Significa que sempre que houver declaração de inconstitucionalidade expressa ou implícita, tem que aplicar a cláusula de reserva de plenário. Porque muitas vezes o tribunal não declara expressamente mas afasta a incidência da lei no caso concreto. É uma espécie de declaração implícita. Seria uma fraude. Se vai afastar a incidência da lei, tem que aplicar a cláusula de reserva de plenário.
* Dúvida: Quem é competente para declarar a inconstitucionalidade de uma LEI ORGÂNICA MUNICIPAL?
Depende da situação porque veremos que há 2 controles:
CONCRETO: neste tipo de controle, qq juiz ou tribunal pode deixar de aplicar uma lei por entende-la inconstitucional (pode ser um juiz estadual, federal, do Trabalho...)
ABSTRATO: aqui é diferente pois aqui não é qq tribunal que pode declarar a inconstitucionalidade de uma lei municipal. No controle abstrato, a declaração de inconstitucionalidade de uma lei municipal só pode ser feita pelo STF ou pelo TJ.
7. AÇÕES COLETIVAS e CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
- Em algumas situações, a decisão proferida em uma ação coletiva terá EFEITO ERGA OMNES. Só que será uma eficácia contra todos limitada à competência territorial do órgão prolator da sentença. Ex: Se é um juiz que tem competência territorial no RJ, terá efeito erga omnes no RJ.
- Já foi perguntado no Exame da Ordem SE EM UMA AÇÃO CIVIL PÚBLICA ERA POSSÍVEL DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE DE UMA LEI. O STF entende que em uma ação civil pública É POSSÍVEL A DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE de uma lei ainda que a ação tenha dentro de si uma decisão dotada de uma CJ com eficácia erga omnes >> Isso porque, ainda que em algumas circunstâncias a CJ tenha efeitos erga omnes, a declaração incidental não transita emjulgado. Logo, NÃO FARÁ EFEITOS ERGA OMNES. 
 Relembrando: A DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE é aquela que pertence à FUNDAMENTAÇÃO DA DECISÃO >> Não transita em julgado 
 A alegação era de que, a declaração incidental, produzindo efeito erga omnes usurparia a competência do STF para julgar ADIn >> Como cai esse argumento? Porque a declaração incidental não tem como produzir efeito erga omnes porque ela não transita em julgado.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA E DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE 
Art. 16, da Lei 7347/85: “a sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova”. 
8. A “REPERCUSSÃO GERAL” NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO (art. 102, III, §3º, da CF; arts. 543-A E 543-B do CPC)
Art. 102, § 3º, da CF: “No recurso extraordinário, o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.” 
- A repercussão geral é “R-T”:
RELEVÂNCIA: O recorrente tem que provar que o tema tem relevância econômica, política, social ou jurídica
TRANSCENDÊNCIA: O interesse no julgamento da causa ultrapassa os interesses subjetivos da própria causa
 PRESUNÇÃO DE REPERCUSSÃO GERAL DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL
- Para que o STF inadmita o RExtr por ausência de repercussão geral, ao CF exige maioria de 2/3 (ou seja, no mínimo 8 Ministros) >> Ou seja, a CF criou uma presunção de que, se se trata de matéria constitucional, existe a repercussão geral
Art. 543-A do CPC: 
§1º: “Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. 
§3º: Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal.” 
 PRESUNÇÃO DE REPERCUSSÃO GERAL 
Art. 543-A do CPC: 
§4º: “Se a turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário.
 Já vimos que a CF exige o voto de, no mínimo, 8 Ministro, para que se considere ausente a repercussão geral pelo STF. O STF tem 2 Turmas, cada qual com 5 Ministros.
 Se 4 Ministros dizem que há repercussão geral, o RExtr não será enviado a Plenário porque se 4 já disseram que há repercussão geral, não há como se negar a presença de RG porque só sobram 7 Ministros e 7 não forma quórum para negar a RG. 
 Mas se menos de 4 Ministros disseram que há RG, o RExtr terá que ir a Plenário porque se na Turma dos 5 Ministros, 3 dizem que há a RG e 2 dizem que não tem. Nesta situação, o RExtr terá que ser encaminhado ao Plenário para que seja resolvida a discussão sobre se há ou não a RG.
§5º: Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão da tese, tudo nos termos do RI do STF.” 
Art. 543-A do CPC: 
§6º: “O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do RI do STF.
§7º: A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão.” 
9. O PAPEL DO SENADO FEDERAL NO CONTROLE CONCRETO
Art. 52, X, da CF: “suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal”.
	Se o STF, ao julgar um caso concreto, declarar a inconstitucionalidade de uma lei, a princípio, os efeitos serão apenas inter partes >> Nesse caso, transitando em julgado a sentença, o STF deverá enviar cópia de seu acórdão para o SENADO, para que este, na eventualidade de entender que seja o caso, SUSPENDA A EXECUÇÃO DA LEI DECLARADA INCONSTITUCIONAL >> Uma vez tendo o SENADO suspendido a execução da lei, A DECISÃO GANHARÁ EFICÁCIA ERGA OMNES >> Essa competência do Senado visa permitir que terceiros sejam beneficiados com a decisão do STF (visa “abrir a decisão” do STF). 
	Hoje a doutrina diz que ESSA COMPETÊNCIA DO SENADO ESTÁ EM EXTINÇÃO porque a EC45 criou um mecanismo pelo qual o próprio STF confere EFICÁCIA ERGA OMNES às decisões que ele proferir no caso concreto. Esse mecanismo é a SÚMULA VINCULANTE, que:
Tem EFICÁCIA ERGA OMNES
EFEITO VINCULANTE
Irá substituir a competência do Senado
 A RESOLUÇÃO DO SENADO FEDERAL E A SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA LEI: CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA DO SENADO
a) Pressuposto: DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO do STF declarando a inconstitucionalidade incidental de lei ou ato normativo >> A sentença tem que ter transitado em julgado
b) Natureza: COMPETÊNCIA DISCRICIONÁRIA (Rcl 4335/AC, Rel. Min. Gilmar Mendes) 
c) Amplitude: SUSPENDE, TOTAL OU PARCIALMENTE, a execução de LEI OU ATO NORMATIVO FEDERAL, ESTADUAL, DISTRITAL OU MUNICIPAL
d) Efeitos: EX TUNC e ERGA OMNES (Decreto 2346, de 10 de outubro de 1997) 
 Importante! A doutrina entende que o ato do Senado tem efeito EX NUNC (não retroage!). Contudo, o STF entende que esse ato do Senado tem efeitos EX TUNC porque quando o STF declara a inconstitucionalidade de uma lei/ato normativo, ele o faz, em regra, com efeito ex tunc. Por isso, o STF entende que o Senado poderia suspender a execução com o mesmo efeito.
 O Senado suspende a execução por meio de uma RESOLUÇÃO e depois procede à PUBLICAÇÃO NO DOU
 Se o STF julgou uma lei inconstitucional por meio de uma ADIn, não vai mandar cópia do seu acórdão para o Senado porque a decisão já tem efeitos erga omnes >> O STF só manda cópia de seu acórdão para o Senado quando for a declaração de inconstitucionalidade tiver ocorrido num caso concreto em que os efeitos tenham sido INTER PARTES.
II - CONTROLE JURISDICIONAL DE CONSTITUCIONALIDADE ABSTRATO
1. INTRODUÇÃO
Hans Kelsen
Constituição da Austria de 1920
Criação de um Tribunal Constitucional como Quarto Poder
Atuação como legislador negativo
Agora, o outro controle, criado por Hans Kelsen.
Nos países da Europa, onde predomina a CIVIL LAW (a principal fonte do direito é a LEI ESCRITA), juízes não são escolhidos pelo povo.
	Hans Kelsen entendia que o J não tinha legitimidade democrática para fazer o controle e, portanto, era preciso criar um Tribunal Constitucional como Quarto Poder (atuaria como LEGISLADOR NEGATIVO).
Mas esse controle não ocorre no caso concreto, apenas no abstrato pois a ação é ajuizada contra a lei e, se declarada inconstitucional, ela é retirada da ordem jurídica.
Esse tipo de controle foi importado para o Brasil, onde o controle veio por meio da EC 16 de 1965, que criou uma ação que, na época, foi chamada de REPRESENTAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE, cujas características eram:
Era uma ação que podia ser ajuizada contra uma lei ou um ato normativo federal ou estadual, caso essa lei tivesse ofendido norma federal.
LEGITIMIDADE ATIVA EXCLUSIVA do PGR (Procurador Geral da República). 
Ação de COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA do STF
Caso o STF declarasse a inconstitucionalidade da lei, a eficácia da decisão seria ERGA OMNES e a lei seria retirada do ordenamento jurídico.
Essa representação de inconstitucionalidade foi criada na vigência da nossa CF 1965, por meio da EC 16. Na CF88, ela mudou de nome para ADIN. 
Esse controle criado por Hans Kelsen é o OPOSTO do controle americano. Tem, portanto, as seguintes características:
a) Finalidade: OBJETIVO (o controle americano é subjetivo) 
 Aqui o interesse é objetivo: DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE / CONSTITUCIONALIDADE DA LEI
b) ABSTRATO: NÃO TEM CASO CONCRETO. Não tem interesses subjetivos em jogo (o controle americano é concreto) A ação é ajuizada em face de uma lei. Se esta for declarada inconstitucional, será expulsa do ordenamento jurídico.
c) Órgãos competentes: CONCENTRADO(o controle americano é difuso). Aqui, um só tribunal é competente.
d) Modo de provocação: POR VIA DE AÇÃO (o controle americano é por via de exceção)
e) POR VIA PRINCIPAL (o controle americano é por via incidental): a questão de inconstitucionalidade da lei é QUESTÃO DE MÉRITO.
* Memorização:
 AO CONCENTRADO AÇÃO PRINCIPAL
A = Abstrato
O = Objetivo
CONCENTRADO 
AÇÃO = por via de ação
PRINCIPAL = por via principal
2. MECANISMOS QUE FAZEM O CONTROLE ABSTRATO
I) DE COMPETÊNCIA DO STF (para proteção da CF):
1) ADIn: Contra lei / ato normativo federal ou estadual
2) ADIn por omissão (irmã gêmea da ADIn)
3) ADC (ação declaratória de inconstitucionalidade): contra lei / ato normativo (inimiga da ADIn)
4) ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental): é ação subsidiária pois só cabe se não couber ADIn e ADC (prima da ADIn)
* 1, 2, 3: regulados pela Lei 9868/99
* 4: regulado pela Lei 9882/99
II) DE COMPETÊNCIA DO TJ (para proteção da Constituição Estadual):
1) RI (representação de inconstitucionalidade): contra lei / ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual. Veja que aqui foi conservado o nome antigo da ADIn. Às vezes, na prova, aparece o nome “ADIn”.
2) RIO (representação de inconstitucionalidade por omissão): contra omissão de lei / ato normativo estadual ou municipal em face da Constituição Estadual
3) ADC (ação declaratória de inconstitucionalidade): em face de lei / ato normativo estadual ou municipal. Para que seja possível o ADC, o STF entende que é necessária expressa previsão na Constituição Estadual (já que não há previsão na CF) (inimiga da RI).
III) DE COMPETÊNCIA DO TJ-DFT (para proteção da Lei Orgânica do DF):
1) ADIn: contra lei / ato normativo distrital 
2) ADIn por omissão: contra omissão de lei / ato normativo distrital
* Ambas as ações são reguladas pela Lei 9868/99 (a mesma lei federal que regula a ADIn) porque o DF não regula o seu Poder J, quem o faz é a União.
 Nessa lei federal, não há previsão de ADC para proteção da Lei Orgânica do DF.
* Com estes 2 quadros, observamos que:
ADPF e Súmula Vinculante só no STF
ADI, ADIn e ADC também existem no TJ dos Estados e TJ-DF >> Por isso, tomar cuidado porque temos ADIn do STF em face da CF, ADIn do TJ em face da Constituição Estadual ou ADIn em face da Lei Orgânica Distrital.

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