OBJETIVO 1 - ENTENDER AS VIAS AUDITIVAS E VESTIBULARES E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O EQUILÍBRIO CORPORAL. (ANATOMIA DA ÁREA RESPONSÁVEL PELA AUDIÇÃO DE FORMA GERAL) INTRODUÇÃO A audição é uma parte vívida de nossa vida consciente, ao passo que o equilíbrio é algo que nós utilizamos diariamente, mas raramente pensamos a respeito. Quando não podemos ver alguma coisa ou alguém, podemos detectar sua presença, identificar a sua origem e até mesmo receber uma mensagem apenas escutando seus sons. Além da habilidade para detectar e localizar o som, somos capazes, também, de perceber e interpretar suas nuanças. Podemos distinguir de imediato o latido de um cão, a voz de um amigo, uma onda do mar quebrando. Ao contrário da audição, o sentido do equilíbrio é um processo estritamente pessoal e internalizado. O sistema vestibular informa ao nosso sistema nervoso onde estão nossa cabeça e corpo e como estão se movimentando. Essa informação é utilizada, sem esforço consciente, para controlar as contrações musculares que mantêm o nosso corpo, ou posicionam-no, aonde nós queiramos ficar, a fim de nos orientar quando algo nos desloca e mover nossos olhos para que o mundo visual esteja fixo em nossas retinas, mesmo enquanto nossa cabeça se movimenta. ANATOMIA DA ORELHA A orelha é dividida em três regiões principais: (1) a orelha externa, que coleta as ondas sonoras e as direciona para dentro; (2) a orelha média, que conduz as vibrações sonoras para a janela do vestíbulo (oval); e (3) a orelha interna, que armazena os receptores para a audição e para o equilíbrio. 1. Orelha/Ouvido externa: A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão auricular), pelo meato acústico externo e pela membrana timpânica. A porção visível do ouvido consiste basicamente em cartilagem coberta por pele, formando um tipo de funil, chamado de pavilhão do ouvido, que permite capturar o som oriundo de uma extensa área. A forma do pavilhão nos torna mais sensíveis aos sons que chegam de frente do que de trás. As eminências e depressões do pavilhão assumem um papel na localização dos sons. O meato acústico externo é um tubo curvado com cerca de 2,5 cm de comprimento que se encontra no temporal e leva à membrana timpânica. A membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina e semitransparente entre o meato acústico externo e a orelha média. Ela é coberta por epiderme e revestida por um epitélio cúbico simples e, sua superfície medial está conectada uma série de ossos, chamados de ossículos. Próximo a sua abertura externa, o meato acústico externo contém alguns pelos e glândulas sudoríferas especializadas chamadas de glândulas ceruminosas, que secretam cera de ouvido ou cerume. A combinação entre pelos e cerume ajuda a evitar a entrada de poeira e de objetos estranhos na orelha. O cerume também evita danos à pele delicada do meato acústico externo que podem ser causados pela água e por insetos. 2. Orelha/Ouvido médio: O ouvido externo direciona o som ao ouvido médio, uma cavidade preenchida com ar, contendo os primeiros elementos que vibram em resposta ao som. No ouvido médio, as variações na pressão do ar são convertidas em movimentos dos ossículos. + Ele é separado da orelha externa pela membrana timpânica e da orelha interna por uma divisão óssea SP2 “ ” fina que contém duas pequenas aberturas: a janela do vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda). Os ossículos, nomeados por causa de seus formatos, são o martelo, a bigorna e o estribo. O ossículo ligado à membrana timpânica é o martelo, o qual forma uma conexão rígida com a bigorna. A bigorna forma uma conexão flexível com o estribo e sua porção basal achatada do estribo, a platina, move-se para dentro e para fora, como um pistão, na janela oval. Os movimentos da platina transmitem as vibrações sonoras aos fluidos da cóclea no ouvido interno. Atrás da janela oval, está a cóclea preenchida por fluido, a qual contém o mecanismo que transforma o movimento físico da membrana da janela oval em uma resposta neural. Assim, os primeiros estágios da via auditiva seguem basicamente uma sequência como esta: A onda sonora move a membrana timpânica. → A membrana timpânica move os ossículos. → Os ossículos movem a membrana da janela oval. → O movimento da janela oval move o fluido da cóclea. → O movimento do fluido na cóclea causa uma resposta nos neurônios sensoriais. Além dos ligamentos, dois pequenos músculos esqueléticos também se ligam aos ossículos. O músculo tensor do tímpano, que é inervado pelo ramo mandibular do nervo trigêmeo (V), limita o movimento e aumenta a tensão da membrana timpânica, evitando danos à orelha interna por causa de barulhos muito altos. O músculo estapédio, que é inervado pelo nervo facial (NC VII) é o menor músculo esquelético do corpo humano. Ao evitar grandes vibrações no estribo decorrentes de sons altos, ele protege a janela do vestíbulo (oval), mas também diminui a sensibilidade auditiva. Por esse motivo, a paralisia do músculo estapédio está associada à hiperacusia, que é uma audição anormalmente sensível. Como demora uma fração de segundo para que os músculos tensor do tímpano e estapédio se contraiam, eles podem proteger a orelha interna de sons altos prolongados, mas não de sons curtos, como o de um tiro. A parede anterior da orelha média contém uma abertura que leva diretamente para a tuba auditiva, conhecida também pelo epônimo trompa de Eustáquio. A tuba auditiva, contendo osso e cartilagem elástica, conecta a orelha média com a parte nasal da faringe ou nasofaringe (porção superior da garganta). Ela normalmente encontrase fechada em sua extremidade medial (faríngea). Durante a deglutição e ao bocejar, ela se abre, permitindo que o ar entre ou saia da orelha média até que a pressão nela seja igual à pressão atmosférica. A maioria das pessoas já experimentou a sensação de estalo na orelha quando as pressões se igualam. Quando as pressões estão balanceadas, a membrana timpânica vibra livremente conforme as ondas sonoras chegam nela. Se a pressão não estiver equilibrada, podem ocorrer dor intensa, prejuízo auditivo, zumbido nas orelhas e vertigem. 3. Orelha/Ouvido interno: o ouvido interno também é chamada de labirinto por causa de sua série complicada de canais. Estruturalmente, ela é formada por duas divisões principais: um labirinto ósseo externo que encapsula um labirinto membranáceo interno. O labirinto ósseo é formado por uma série de cavidades na parte petrosa do temporal divididas em três áreas: (1) os canais semicirculares, (2) o vestíbulo e (3) a cóclea. O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém a perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante ao líquido cerebrospinal, reveste o labirinto membranáceo, uma série de sacos e tubos epiteliais dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato geral do labirinto ósseo, abrigando os receptores para a audição e o equilíbrio. O labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa. O nível de íons potássio (K+) na endolinfa é incomumente alto para um líquido extracelular e os íons potássio desempenham um papel na geração dos sinais auditivos. O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. O labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por dois sacos chamados de utrículo e sáculo, que são conectados por um pequeno ducto. Projetando-se superior e posteriormente ao vestíbulo encontram-se três canais semicirculares ósseos, cada um deles localizado em ângulos aproximadamente retos um em relação aos outros dois. Com base em suas posições, eles são nomeados como canais semicirculares anterior, posterior e lateral. Os canais semicirculares anterior e posterior são orientados verticalmente; o canal lateral é orientado horizontalmente. Em uma extremidade