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SP2 - NEURO (VIAS AUDITIVAS E VESTIBULARES )

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OBJETIVO 1 - ENTENDER AS VIAS AUDITIVAS E 
VESTIBULARES E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O 
EQUILÍBRIO CORPORAL. (ANATOMIA DA ÁREA 
RESPONSÁVEL PELA AUDIÇÃO DE FORMA GERAL) 
 
INTRODUÇÃO 
A audição é uma parte vívida de nossa vida consciente, 
ao passo que o equilíbrio é algo que nós utilizamos 
diariamente, mas raramente pensamos a respeito. 
Quando não podemos ver alguma coisa ou alguém, 
podemos detectar sua presença, identificar a sua 
origem e até mesmo receber uma mensagem apenas 
escutando seus sons. Além da habilidade para detectar 
e localizar o som, somos capazes, também, de perceber 
e interpretar suas nuanças. Podemos distinguir de 
imediato o latido de um cão, a voz de um amigo, uma 
onda do mar quebrando. 
Ao contrário da audição, o sentido do equilíbrio é um 
processo estritamente pessoal e internalizado. O 
sistema vestibular informa ao nosso sistema nervoso 
onde estão nossa cabeça e corpo e como estão se 
movimentando. Essa informação é utilizada, sem 
esforço consciente, para controlar as contrações 
musculares que mantêm o nosso corpo, ou 
posicionam-no, aonde nós queiramos ficar, a fim de 
nos orientar quando algo nos desloca e mover nossos 
olhos para que o mundo visual esteja fixo em nossas 
retinas, mesmo enquanto nossa cabeça se movimenta. 
 
ANATOMIA DA ORELHA 
A orelha é dividida em três regiões principais: (1) a 
orelha externa, que coleta as ondas sonoras e as 
direciona para dentro; (2) a orelha média, que conduz 
as vibrações sonoras para a janela do vestíbulo (oval); 
e (3) a orelha interna, que armazena os receptores para 
a audição e para o equilíbrio. 
1. Orelha/Ouvido externa: A orelha externa é formada 
pela orelha (pavilhão auricular), pelo meato acústico 
externo e pela membrana timpânica. A porção visível 
do ouvido consiste basicamente em cartilagem coberta 
por pele, formando um tipo de funil, chamado de 
pavilhão do ouvido, que permite capturar o som 
oriundo de uma extensa área. A forma do pavilhão nos 
torna mais sensíveis aos sons que chegam de frente do 
que de trás. As eminências e depressões do pavilhão 
assumem um papel na localização dos sons. 
O meato acústico externo é um tubo curvado com 
cerca de 2,5 cm de comprimento que se encontra no 
temporal e leva à membrana timpânica. A membrana 
timpânica ou tímpano é uma divisão fina e 
semitransparente entre o meato acústico externo e a 
orelha média. Ela é coberta por epiderme e revestida 
por um epitélio cúbico simples e, sua superfície medial 
está conectada uma série de ossos, chamados de 
ossículos. 
 
Próximo a sua abertura externa, o meato acústico 
externo contém alguns pelos e glândulas sudoríferas 
especializadas chamadas de glândulas ceruminosas, 
que secretam cera de ouvido ou cerume. A combinação 
entre pelos e cerume ajuda a evitar a entrada de poeira 
e de objetos estranhos na orelha. O cerume também 
evita danos à pele delicada do meato acústico externo 
que podem ser causados pela água e por insetos. 
 
2. Orelha/Ouvido médio: O ouvido externo direciona o 
som ao ouvido médio, uma cavidade preenchida com 
ar, contendo os primeiros elementos que vibram em 
resposta ao som. No ouvido médio, as variações na 
pressão do ar são convertidas em movimentos dos 
ossículos. 
+ Ele é separado da orelha externa pela membrana 
timpânica e da orelha interna por uma divisão óssea 
SP2 “ ”
fina que contém duas pequenas aberturas: a janela do 
vestíbulo (oval) e a janela da cóclea (redonda). 
Os ossículos, nomeados por causa de seus formatos, 
são o martelo, a bigorna e o estribo. O ossículo ligado 
à membrana timpânica é o martelo, o qual forma uma 
conexão rígida com a bigorna. A bigorna forma uma 
conexão flexível com o estribo e sua porção basal 
achatada do estribo, a platina, move-se para dentro e 
para fora, como um pistão, na janela oval. Os 
movimentos da platina transmitem as vibrações 
sonoras aos fluidos da cóclea no ouvido interno. 
Atrás da janela oval, está a cóclea preenchida por 
fluido, a qual contém o mecanismo que transforma o 
movimento físico da membrana da janela oval em uma 
resposta neural. Assim, os primeiros estágios da via 
auditiva seguem basicamente uma sequência como 
esta: 
A onda sonora move a membrana timpânica. → A 
membrana timpânica move os ossículos. → Os 
ossículos movem a membrana da janela oval. → O 
movimento da janela oval move o fluido da cóclea. → 
O movimento do fluido na cóclea causa uma resposta 
nos neurônios sensoriais. 
 
Além dos ligamentos, dois pequenos músculos 
esqueléticos também se ligam aos ossículos. O 
músculo tensor do tímpano, que é inervado pelo ramo 
mandibular do nervo trigêmeo (V), limita o movimento 
e aumenta a tensão da membrana timpânica, evitando 
danos à orelha interna por causa de barulhos muito 
altos. O músculo estapédio, que é inervado pelo nervo 
facial (NC VII) é o menor músculo esquelético do corpo 
humano. Ao evitar grandes vibrações no estribo 
decorrentes de sons altos, ele protege a janela do 
vestíbulo (oval), mas também diminui a sensibilidade 
auditiva. 
Por esse motivo, a paralisia do músculo estapédio está 
associada à hiperacusia, que é uma audição 
anormalmente sensível. Como demora uma fração de 
segundo para que os músculos tensor do tímpano e 
estapédio se contraiam, eles podem proteger a orelha 
interna de sons altos prolongados, mas não de sons 
curtos, como o de um tiro. 
 
A parede anterior da orelha média contém uma 
abertura que leva diretamente para a tuba auditiva, 
conhecida também pelo epônimo trompa de 
Eustáquio. A tuba auditiva, contendo osso e cartilagem 
elástica, conecta a orelha média com a parte nasal da 
faringe ou nasofaringe (porção superior da garganta). 
Ela normalmente encontrase fechada em sua 
extremidade medial (faríngea). Durante a deglutição e 
ao bocejar, ela se abre, permitindo que o ar entre ou 
saia da orelha média até que a pressão nela seja igual 
à pressão atmosférica. A maioria das pessoas já 
experimentou a sensação de estalo na orelha quando 
as pressões se igualam. Quando as pressões estão 
balanceadas, a membrana timpânica vibra livremente 
conforme as ondas sonoras chegam nela. Se a pressão 
não estiver equilibrada, podem ocorrer dor intensa, 
prejuízo auditivo, zumbido nas orelhas e vertigem. 
 
 
3. Orelha/Ouvido interno: o ouvido interno também é 
chamada de labirinto por causa de sua série 
complicada de canais. Estruturalmente, ela é formada 
por duas divisões principais: um labirinto ósseo 
externo que encapsula um labirinto membranáceo 
interno. O labirinto ósseo é formado por uma série de 
cavidades na parte petrosa do temporal divididas em 
três áreas: 
(1) os canais semicirculares, 
(2) o vestíbulo e 
(3) a cóclea. 
O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém a 
perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante 
ao líquido cerebrospinal, reveste o labirinto 
membranáceo, uma série de sacos e tubos epiteliais 
dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato 
geral do labirinto ósseo, abrigando os receptores para 
a audição e o equilíbrio. O labirinto membranáceo 
epitelial contém a endolinfa. O nível de íons potássio 
(K+) na endolinfa é incomumente alto para um líquido 
extracelular e os íons potássio desempenham um papel 
na geração dos sinais auditivos. 
O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. O 
labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por 
dois sacos chamados de utrículo e sáculo, que são 
conectados por um pequeno ducto. Projetando-se 
superior e posteriormente ao vestíbulo encontram-se 
três canais semicirculares ósseos, cada um deles 
localizado em ângulos aproximadamente retos um em 
relação aos outros dois. Com base em suas posições, 
eles são nomeados como canais semicirculares 
anterior, posterior e lateral. Os canais semicirculares 
anterior e posterior são orientados verticalmente; o 
canal lateral é orientado horizontalmente. Em uma 
extremidadede cada canal encontra-se um 
alargamento redondo chamado de ampola. As partes 
do labirinto membranáceo que se encontram dentro 
dos canais semicirculares ósseos são chamados de 
ductos semicirculares. Essas estruturas se conectam ao 
utrículo do vestíbulo. 
Anteriormente ao vestíbulo encontra-se a cóclea, um 
canal espiral ósseo que lembra a casca de um caracol e 
realiza quase três voltas ao redor de um núcleo ósseo 
central chamado de modíolo. Ela é dividida em três 
canais: o ducto coclear, a rampa do vestíbulo e a rampa 
do tímpano. 
O ducto coclear é uma continuação do labirinto 
membranáceo em direção à cóclea; ele é preenchido 
por endolinfa. O canal acima do ducto coclear é a 
rampa do vestíbulo, que termina na janela do 
vestíbulo (oval). O canal abaixo é a rampa do tímpano, 
que termina na janela da cóclea (redonda). Tanto a 
rampa do vestíbulo quanto a rampa do tímpano são 
partes do labirinto ósseo da cóclea; portanto, essas 
câmaras são preenchidas por perilinfa. 
 
 
A membrana (parede) vestibular separa o ducto 
coclear da rampa do vestíbulo e a lâmina basilar separa 
o ducto coclear da rampa do tímpano. Localizada sobre 
a lâmina basilar encontra-se o órgão espiral ou órgão 
de Corti. O órgão espiral é uma lâmina espiral de 
células epiteliais, incluindo células epiteliais de 
sustentação e cerca de 16.000 células ciliadas, que são 
os receptores da audição. 
Existem dois grupos de células ciliadas: as células 
ciliadas internas estão organizadas em uma única 
fileira, enquanto as células ciliadas externas estão 
organizadas em três fileiras. Na porção apical de cada 
célula ciliada encontram-se entre 40 e 80 estereocílios, 
que se estendem para a endolinfa do ducto coclear. 
Apesar de seu nome, os estereocílios são 
microvilosidades longas e semelhantes a pelos 
organizadas em várias fileiras de comprimento 
graduado. 
Em suas extremidades basais, as células ciliadas 
formam sinapses com os neurônios sensitivos de 
primeira ordem e com os neurônios motores da parte 
coclear do nervo vestibulococlear (VIII). Os corpos 
celulares dos neurônios sensitivos estão localizados no 
gânglio espiral. 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA DA AUDIÇÃO 
Os seguintes eventos estão envolvidos na audição: 
❶ O pavilhão direciona as ondas sonoras para o 
meato acústico externo. 
❷ Quando as ondas sonoras alcançam a membrana 
timpânica, as ondas alternadas de pressão alta e baixa 
no ar fazem com que a membrana timpânica vibre para 
frente e para trás. A membrana timpânica vibra 
lentamente em resposta a sons de baixa frequência 
(tons baixos) e rapidamente em resposta a sons de alta 
frequência (tons altos). 
❸ A área central da membrana timpânica se conecta 
ao martelo, que vibra junto com a membrana 
timpânica. Essa vibração é transmitida do martelo para 
a bigorna e, então, para o estribo. 
❹ Conforme o estribo se move para frente e para trás, 
sua placa basal em formato oval, conectada através de 
um ligamento à circunferência da janela do vestíbulo 
(oval), faz vibrar essa janela. As vibrações na janela do 
vestíbulo (oval) são cerca de 20 vezes mais vigorosas 
do que aquelas na membrana timpânica porque os 
ossículos auditivos transformam eficientemente 
pequenas vibrações espalhadas por uma grande área 
superficial (a membrana timpânica) em vibrações 
maiores em uma superfície menor (a janela do 
vestíbulo [oval]). 
❺ O movimento do estribo na janela do vestíbulo 
(oval) provoca ondas de pressão no líquido da perilinfa 
da cóclea. Conforme a janela do vestíbulo (oval) é 
empurrada para dentro, ela empurra a perilinfa na 
rampa do vestíbulo. 
❻ As ondas de pressão são transmitidas da rampa do 
vestíbulo para a rampa do tímpano e, eventualmente, 
para a janela da cóclea (redonda), fazendo com que ela 
se projete para fora na orelha média (ver ❾ na figura). 
❼ As ondas de pressão atravessam através da 
perilinfa da rampa do vestíbulo, passam então para a 
membrana vestibular e se movem para a endolinfa 
dentro do ducto coclear. 
❽ As ondas de pressão na endolinfa fazem com que 
as membranas basilares vibrem, fazendo com que as 
células ciliadas do órgão espiral se movam contra a 
membrana tectória. Isso promove o dobramento dos 
estereocílios e leva em última análise à geração de 
impulsos nervosos nos neurônios de primeira ordem 
nas fibras nervosas cocleares. 
❾ As ondas sonoras de várias frequências fazem com 
que determinadas regiões da lâmina basilar vibrem 
mais intensamente do que outras. Cada segmento da 
lâmina basilar está “afinado” para um tom em 
particular. Como a membrana é mais estreita e mais 
espessa na base da cóclea (próxima à janela do 
vestíbulo [oval]), os sons de alta frequência (com tom 
alto) induzem vibrações máximas nessa região. Na 
direção do ápice da cóclea, a lâmina basilar é mais 
ampla e mais flexível; os sons de baixa frequência (de 
tom baixo) causam a vibração máxima da lâmina 
basilar naquele local. A altura do som é determinada 
pela intensidade das ondas sonoras. Ondas sonoras de 
alta intensidade promovem vibrações maiores na 
lâmina basilar, promovendo maior frequência de 
impulsos nervosos que chegam ao encéfalo. Sons mais 
altos também podem estimular uma quantidade maior 
de células ciliadas. 
 
FUNÇÃO DO ÓRGÃO DE CORTI 
O órgão de Corti é o órgão receptor que gera impulsos 
nervosos em resposta à vibração da membrana basilar. 
Ele está situado na superfície das fibras basilares e da 
membrana basilar. 
Os receptores sensoriais no órgão de Corti são dois 
tipos especializados de células nervosas chamados de 
células ciliadas e células ciliadas externas. 
 As células ciliadas é fileira única de células 
ciliadas internas, em número de cerca de 3.500 
e medindo cerca de 12 micrômetros de 
diâmetro; e 
 As células ciliadas externas, que são cerca de 
12.000 e tendo diâmetros de apenas cerca de 
8 micrômetros, estando disposta em três ou 
quatro fileiras. 
As bases e os lados das células ciliadas fazem sinapse 
com a rede de terminações nervosas da cóclea. 
Entre 90% e 95% dessas terminações terminam nas 
células ciliadas internas, o que enfatiza sua importância 
especial para a detecção do som. 
As fibras nervosas, estimuladas pelas células ciliadas, 
levam ao gânglio espiral de Corti, que se situa no 
modíolo (centro) da cóclea. As células neuronais do 
gânglio espiral enviam axônios — total de cerca de 
30.000 — para o nervo coclear e, depois, para o 
sistema nervoso central no nível da parte superior do 
bulbo. 
 
VIA AUDITIVA - TORTORA 
O dobramento dos estereocílios das células ciliadas do 
órgão espiral promove a liberação de um 
neurotransmissor (provavelmente o glutamato), que 
gera impulsos nervosos nos neurônios sensitivos que 
inervam as células ciliadas. Os corpos celulares dos 
neurônios sensitivos estão localizados nos gânglios 
espirais. Os impulsos nervosos passam através dos 
axônios desses neurônios, que formam a parte coclear 
do nervo vestibulococlear (VIII). 
Esses axônios formam sinapses com neurônios nos 
núcleos cocleares no bulbo naquele mesmo lado. 
Alguns dos axônios dos núcleos cocleares passam por 
um cruzamento no bulbo e ascendem em um trato 
chamado de lemnisco lateral no lado oposto e 
terminam no colículo inferior do mesencéfalo. 
Outros axônios dos núcleos cocleares terminam no 
núcleo olivar superior em cada lado da ponte. 
Diferenças sutis no tempo que demora para que os 
impulsos nervosos provenientes das duas orelhas 
cheguem nos núcleos olivares superiores permitem a 
localização da fonte do som. Axônios dos núcleos 
olivares superiores também ascendem no lemnisco 
lateral em ambos os lados e terminam nos colículos 
inferiores. 
A partir de cada colículo inferior, os impulsos nervosos 
são transmitidos para o núcleo geniculado medial no 
tálamo e, finalmente, para a área auditiva primária do 
córtex cerebral no lobo temporal do cérebro. Comomuitos axônios auditivos cruzam o bulbo, trocando de 
lado, enquanto outros permanecem no mesmo lado, as 
áreas auditivas primárias direita e esquerda recebem 
impulsos nervosos de ambas as orelhas. 
 
 
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VIA AUDITIVA - GUYTON 
As fibras nervosas do gânglio espiral de Corti entram 
nos núcleos cocleares dorsal e ventral, localizados na 
parte superior do bulbo. Nesse ponto, todas as fibras 
fazem sinapse, e neurônios de segunda ordem passam, 
em sua maior parte, para o lado oposto do tronco 
cerebral para terminar no núcleo olivar superior. 
Algumas fibras de segunda ordem também se projetam 
para o núcleo olivar superior no mesmo lado. Do 
núcleo olivar superior, a via auditiva ascende pelo 
lemnisco lateral. Algumas das fibras terminam no 
núcleo do lemnisco lateral, porém muitas se desviam 
desse núcleo e vão para o colículo inferior, onde todas 
ou quase todas as fibras auditivas fazem sinapse. Daí, a 
via passa para o núcleo geniculado mediai, onde todas 
as fibras fazem sinapse. Por fim, a via prossegue por 
meio da radiação auditiva, até o córtex auditivo, 
localizado em sua maior parte no giro superior do lobo 
temporal. 
 
Devem ser observados vários pontos importantes. O 
primeiro é que sinais de ambos os ouvidos são 
transmitidos, por meio de vias de ambos os lados do 
cérebro, com preponderância de transmissão da via 
contralateral. Em pelo menos três lugares no tronco 
cerebral ocorre cruzamento entre as duas vias: (1) no 
corpo comissura entre os dois núcleos do lemnisco 
lateral e (3) na comissura que liga os dois colículos 
inferiores. 
O segundo é que muitas fibras colaterais dos tratos 
auditivos entram diretamente no sistema reticular 
ativador do tronco cerebral. Esse sistema se projeta 
difusamente para cima, no tronco cerebral, e para 
baixo, na medula espinhal, e ativa todo o sistema 
nervoso em resposta a sons intensos. Outros colaterais 
vão para o ver- mis do cerebelo que também é ativado 
instantaneamente no evento de um ruído súbito. 
O terceiro é que o alto grau de orientação espacial é 
mantido nos tratos de fibras da cóclea, em todo o 
trajeto até o córtex. De fato, existem três padrões 
espaciais para o término das diferentes frequências 
sonoras nos núcleos cocleares, dois padrões nos 
colículos inferiores, um padrão preciso, para 
frequências de som distintas no córtex auditivo e, pelo 
menos, cinco outros padrões precisos no córtex 
auditivo e nas áreas de associação auditiva 
 
FUNÇÃO DO CÓRTEX CEREBRAL NA AUDIÇÃO 
O córtex auditivo se situa em sua maior parte no plano 
supratemporal do giro temporal superior, mas também 
se estende à lateral do lobo temporal, sobre grande 
parte do córtex insular, até à porção lateral do 
opérculo parietal. Ele possui duas subdivisões distintas: 
o córtex auditivo primário e o córtex de associação 
auditiva (também chamado córtex auditivo 
secundário). O córtex auditivo primário é excitado 
diretamente por projeções do corpo geniculado 
medial, enquanto as áreas de associação auditivas são 
excitadas secundariamente por impulsos do córtex 
auditivo primário, bem como por algumas projeções 
das áreas de associação talâmicas, adjacentes ao corpo 
geniculado medial. 
Pelo menos seis mapas tonotópicos foram encontrados 
no córtex auditivo primário e nas áreas de associação 
auditivas. Em cada um desses mapas, sons de alta 
frequência excitam neurônios em uma extremidade do 
mapa, enquanto sons com baixa frequência excitam 
neurônios na extremidade oposta. Na maioria, os sons 
com baixa frequência estão localizados na frente, e os 
sons com alta frequência estão localizados 
posteriormente. Isso não é verdade para todos os 
mapas. 
 
 
RESUMINDO 
A recepção e a tradução da informação sonora em 
atividade neural são feitas pelo ouvido, o qual pode ser 
subdividido em ouvido externo, médio e interno. O 
ouvido externo é composto pelo pavilhão (orelha) e 
pelo canal auditivo, e é por onde os sons do meio 
ambiente são captados e canalizados até a membrana 
timpânica (tímpano) do ouvido médio. O som faz o 
tímpano vibrar e movimentar uma série de pequenos 
ossos (ossículos) denominados martelo, bigorna e 
estribo. A movimentação dos ossículos é transmitida, 
via interação estribo e janela oval do ouvido interno, 
aos fluidos da cóclea. Na cóclea, estão localizados a 
membrana basilar e o órgão de Corti, responsáveis pela 
transdução da energia mecânica do som em atividade 
neuronal. Próximo à cóclea estão localizados os 
componentes do sistema vestibular, responsáveis pelo 
sentido do equilíbrio. 
No órgão de Corti, estão localizadas as células ciliadas, 
que possuem estruturas denominadas estereocílios, 
conectadas à membrana basilar. A movimentação dos 
estereocílios induz a despolarização das células ciliadas 
que fazem sinapse com neurônios do gânglio espiral; os 
axônios de suas células bipolares entram no nervo 
vestibulococlear, o qual se projeta aos núcleos 
cocleares dorsal e ventral do bulbo. A informação 
sonora segue, então, por uma via que passa, 
sequencialmente, pela oliva superior do tronco 
encefálico, colículo inferior do mesencéfalo, núcleo 
geniculado medial do tálamo e, por fim, pelo córtex 
auditivo. 
 
 
FISIOLOGIA DO EQUILÍBRIO 
Existem dois tipos de equilíbrio. O equilíbrio estático 
se refere à manutenção da posição do corpo 
(principalmente a cabeça) em relação à força da 
gravidade. Os movimentos corporais que estimulam os 
receptores do equilíbrio estático incluem girar a cabeça 
e a aceleração e a desaceleração lineares, como 
experimentado quando o corpo é movido dentro de 
um elevador ou em um carro que acelera ou 
desacelera. O equilíbrio dinâmico é a manutenção da 
posição corporal (principalmente da cabeça) em 
resposta a movimentos súbitos como a aceleração ou 
a desaceleração rotacionais. Coletivamente, os órgãos 
receptores para o equilíbrio são chamados de aparelho 
vestibular; que incluem o sáculo, o utrículo e os ductos 
semicirculares. 
O sáculo e o utrículo detectam mudanças no ângulo da 
cabeça, como também a aceleração linear dela. 
Quando você inclina a cabeça, o ângulo entre os órgãos 
otolíticos e a direção da força gravitacional mudam. As 
forças decorrentes da aceleração linear são as do tipo 
que você encontra quando sobe ou desce de elevador 
ou em um carro, enquanto este arranca ou para. 
As paredes tanto do utrículo quanto do sáculo contêm 
uma região pequena e espessa chamada de mácula. As 
duas máculas, que são perpendiculares uma à outra, 
são os receptores do equilíbrio estático. Elas fornecem 
informação sensorial a respeito da posição da cabeça 
no espaço e são essenciais para a manutenção da 
postura e do equilíbrio adequados. As máculas 
também detectam aceleração e desaceleração lineares 
– por exemplo, as sensações que você percebe 
enquanto está dentro de um elevador ou de um carro 
que acelera ou desacelera. 
 
 
As máculas são formadas por dois tipos de células: as 
células ciliadas, que são os receptores sensitivos, e as 
células de sustentação. As células ciliadas possuem em 
sua superfície estereocílios (que são na realidade 
microvilosidades) de altura gradual, além de um 
cinocílio, um cílio convencional ancorado firmemente 
em seu corpo basal e que se estende além do 
estereocílio mais longo. Assim como na cóclea, os 
estereocílios estão conectados pelas ligações de 
extremidade. Coletivamente, os estereocílios e os 
cinocílios são chamados de feixe piloso. 
O aspecto peculiar dos órgãos otolíticos é a presença 
de diminutos cristais de carbonato de cálcio, chamados 
de otocônias. As otocônias estão incrustadas na 
cobertura gelatinosa da mácula, próximas às pontas 
dos feixes de estereocílios, e são o elemento-chave 
para a sensibilidade da mácula a inclinações. Elas 
possuem uma densidade superior à da endolinfa 
circundante. Quando o ângulo da cabeça mudaou 
quando a cabeça sofre aceleração, uma força (inércia 
ao movimento) é exercida sobre as otocônias que, por 
sua vez, exercem uma força no mesmo sentido sobre a 
cobertura gelatinosa, movendo- -a levemente e 
inclinando, assim, os estereocílios das células ciliadas. 
Contudo, não é qualquer inclinação do estereocílio que 
produzirá resultado. 
 
 
Os três ductos semicirculares agem sobre o equilíbrio 
dinâmico. Os ductos se encontram em ângulos retos 
um em relação aos outros em três planos (Figura 
17.25): os dois ductos verticais são os ductos 
semicirculares anterior e posterior e o ducto horizontal 
é o ducto semicircular lateral (ver também Figura 
17.20). 
Esse posicionamento permite a detecção da aceleração 
e da desaceleração rotacionais. Na ampola, a parte 
dilatada de cada ducto, encontra-se uma pequena 
elevação chamada de crista. Cada crista contém um 
grupo de células ciliadas e de células de sustentação. 
Recobrindo a crista encontra-se uma massa de material 
gelatinoso chamada de cúpula. Quando você move sua 
cabeça, os ductos semicirculares vinculados e as células 
ciliadas se movem concomitantemente. Entretanto, a 
endolinfa dentro da ampola não está vinculada e fica 
para trás. Conforme as células ciliadas se movendo 
sofrem atrito contra a endolinfa estacionária, os ramos 
ciliares se dobram. 
O dobramento dos ramos ciliares produz potenciais 
receptores. Por sua vez, os potenciais receptores 
causam impulsos nervosos que passam pela parte 
vestibular do nervo vestibulococlear (VIII). 
 
 
 
VIAS DO EQUILÍBRIO 
A curvatura dos feixes pilosos das células ciliadas nos 
ductos semicirculares, no utrículo ou no sáculo 
promove a liberação de um neurotransmissor 
(provavelmente glutamato), gerando impulsos 
nervosos nos neurônios sensitivos que inervam as 
células ciliadas. 
Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios vestibulares. 
Impulsos nervosos são transportados pelos axônios 
desses neurônios, que formam a parte vestibular do 
nervo vestibulococlear (VIII) (Figura 17.26). A maior 
parte desses axônios forma sinapses com os neurônios 
sensitivos nos núcleos vestibulares, os principais 
centros de integração com o equilíbrio, localizados no 
bulbo e na ponte. 
Os núcleos vestibulares também recebem informações 
dos olhos e dos proprioceptores, especialmente os 
localizados nos músculos do pescoço e dos membros, 
que indicam a posição da cabeça e dos membros. 
Os axônios restantes entram no cerebelo através dos 
pedúnculos cerebelares inferiores (ver Figura 14.8B). 
Vias bidirecionais conectam o cerebelo e os 
núcleosvestibulares. 
Os núcleos vestibulares integram informações 
provenientes dos receptores vestibulares, visuais e 
somáticos e enviam comandos para (1) os núcleos dos 
nervos cranianos – oculomotor (III), troclear (IV) e 
abducente (VI) – que controlam os movimentos 
coordenados dos olhos e da cabeça, ajudando a manter 
o foco no campo visual; (2) os núcleos dos nervos 
acessórios (XI), que ajudam a controlar os movimentos 
da cabeça e do pescoço para a manutenção do 
equilíbrio; (3) o trato vestibulospinal, que transmite 
impulsos para a medula espinal para a manutenção do 
tônus muscular nos músculos esqueléticos, ajudando a 
manter o equilíbrio; e (4) o núcleo ventral posterior do 
tálamo e, então, para a área vestibular no lobo parietal 
do córtex cerebral (que é parte da área 
somatossensorial primária; ver áreas 1, 2 e 3, na Figura 
14.15) que nos fornece a percepção consciente da 
posição e dos movimentos da cabeça e dos membros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO 2 - ESTUDAR AS CAUSAS MAIS 
PREVALENTES DE PERDA AUDITIVA, ENFATIZANDO AS 
CAUSAS OCUPACIONAIS E SEUS ASPECTOS LEGAIS. 
(FISIOPATOLOGIAS MECÂNICAS, SENSORIAIS, 
CORTICAIS) 
 
Dentre as deficiências humanas, a auditiva pode ser 
considerada uma das mais devastadoras em relação ao 
convívio social do sujeito, visto que interfere 
diretamente no desenvolvimento da linguagem, fala, 
comunicação interpessoal e aprendizagem, podendo 
prejudicar o desenvolvimento escolar e, 
consequentemente, profissional da população afetada. 
Em adultos, o impacto deste tipo de deficiência pode 
associar-se ao declínio cognitivo, depressão e redução 
do estado funcional principalmente para sujeitos que 
apresentam a perda e, no entanto, não foram tratados 
ou sequer avaliados. 
Em estudo realizado em quatro estados, foram 
entrevistadas 5.250 pessoas, sendo encontrados 480 
relatos de deficiência auditiva, sendo: 
 387 (80,6%) com dificuldade auditiva, 
 76 (15,8%) com surdez unilateral e 
 17 (3,5%) com surdez bilateral. 
A média de idade da população acima de 12 anos que 
referiu deficiência auditiva foi de 52,35 anos (IC95%: 
49,31-55,39). 
As causas atribuídas à deficiência auditiva foram: 
doenças (19,82%), idade avançada (12,71%), acidente 
de trabalho (9,37%), causas congênitas (5,6%), 
acidente doméstico (1,3%), acidente de trânsito (0,5%), 
violência/agressão (0,3%), outras causas (34,6%) e não 
sabiam ou não responderam (15,8%). 
 
Levando isso em conta, temos: 
1 – Perda auditiva ocupacional: a utilização do termo 
“perda auditiva ocupacional”, por ser mais abrangente, 
considerando o ruído, sem dúvida, como o agente mais 
comum, mas sem ignorar a existência de outros. Em 
1996, o National Institute for Occupational Safety and 
Health (NIOSH) publicou o Guia Prático para Prevenção 
de Perda Auditiva Ocupacional, utilizando o termo 
“perda auditiva ocupacional”, que incorpora não só a 
perda auditiva induzida por ruído, mas também 
aquelas provocadas por exposições a solventes 
aromáticos, metais e alguns asfixiantes, além de 
vibração, incentivando a pesquisa desses e de outros 
fatores potencialmente geradores de perda auditiva. 
 
1.1 - Perda Auditiva Induzida por Ruído (Pair): O ruído 
pode ser visto como o risco de agravo à saúde que 
atinge maior número de trabalhadores. Às vezes o 
ruído pode parecer inofensivo, mas torna-se mais 
perigoso quando se trata de ruído no ambiente de 
trabalho, pela sua intensidade, tempo de exposição e 
efeitos combinados com outros fatores de risco, como 
produtos químicos ou vibração. Além disso, os gentes 
químicos ou ambientais podem, em alguns casos, 
causar perdas auditivas com as mesmas características 
audiométricas das perdas por ruído. 
Quando o ruído é intenso e a exposição a ele é 
continuada, em média 85dB(A) por oito horas por dia, 
ocorrem alterações estruturais na orelha interna, que 
determinam a ocorrência da Pair (possui um CID 10 
especifico: H83.3). Como é o caso de trabalhadores, 
dos ramos, principalmente, da siderurgia, metalurgia, 
gráfica, têxteis, papel e papelão, vidraria, entre outros. 
Além dos sintomas auditivos frequentes – quais sejam 
perda auditiva, dificuldade de compreensão de fala, 
zumbido e intolerância a sons intensos –, o trabalhador 
portador de Pair também apresenta queixas, como 
cefaleia, tontura, irritabilidade e problemas digestivos, 
entre outros. 
Outro tipo de alteração auditiva provocado pela 
exposição ao ruído intenso é a mudança transitória de 
limiar, que se caracteriza por uma diminuição da 
acuidade auditiva que pode retornar ao normal, após 
um período de afastamento do ruído. 
Para o tratamento, foi realizado um protocolo que o 
tem a função de articulação, no âmbito do SUS, de 
ações de prevenção, promoção, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação e vigilância em saúde do 
trabalhador. Em relação ao tratamento, não existe algo 
especifico, mas o que tem sido feito é a notificação 
para dá início ao processo de vigilância em saúde e 
acompanhamento da progressão da perda auditiva. 
Mas existe uma reabilitaçãopara essas pessoas com 
acompanhamento de um fonoaudiólogo. 
Para a prevenção, considerando o ruído um risco 
presente nos ambientes de trabalho, as ações de 
prevenção devem priorizar esse ambiente. A empresa 
deve estar sempre atenta aos limites de exposição 
preconizados pela legislação, bem como orientações 
sobre programas de prevenção e controle de riscos. E 
cabe ao Ministério do Trabalho, por meio das 
Delegacias Regionais do Trabalho (DRT), e ao serviço de 
vigilância à saúde a fiscalização do cumprimento da 
legislação pertinente. Existe uma espécie de check-list 
que a empresa que trabalha com ruídos deve seguir: 
 Adquirir EPI’s  sendo que a proteção auditiva 
deve ser selecionada com base no ambiente de 
suas instalações, o nível de ajuste e conforto 
para cada funcionário e oferecer o melhor nível 
de proteção 
 Ensinar a equipe como fazer o uso correto dos 
EPI’s 
 Manter os registros do Programa de 
Conservação Auditiva sempre atualizados 
 Implementar e manter o Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA–NR9), 
no qual os diversos riscos existentes no 
trabalho devem ser identificados e 
quantificados para, a partir dessa informação, 
direcionar as ações do Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO-NR7), 
que procederá às avaliações de saúde dos 
trabalhadores. 
 
2 – Perda auditiva relacionada à idade: A deficiência 
auditiva relacionada à idade, também conhecida como 
presbiacusia, é uma diminuição da capacidade auditiva 
que acontece à medida que você envelhece. É a forma 
mais comum de perda auditiva neurossensorial. A 
expressão “perda auditiva neurossensorial” significa 
que as células ciliadas de seu ouvido interno ou suas 
vias nervosas estão danificadas. Na maior parte dos 
casos, a perda auditiva afeta ambos os ouvidos. 
A perda auditiva relacionada à idade (presbiacusia) 
pode afetar lentamente a qualidade de vida. Com 
frequência, quando as pessoas percebem a extensão 
de sua perda auditiva, sentem-se muito 
desencorajadas e ficam mais relutantes em participar 
de interações sociais. O isolamento social e a 
depressão são consequências comuns dos problemas 
auditivos. 
Outra preocupação é que o agravamento da perda 
auditiva pode se transformar rapidamente em um 
problema de segurança. Pode imaginar não ouvir o 
som agudo de um alarme de fumaça se a casa pegar 
fogo? Ou não ouvir a sirene de uma ambulância 
enquanto dirige na estrada? Todas essas situações 
podem colocar a pessoa em perigo. 
Embora possa ser tentador culpar o envelhecimento 
pelo declínio da capacidade auditiva, há mais do que 
isso nessa equação. Apesar de os cientistas não 
entendam inteiramente as causas exatas desse 
problema, é provável que muitos fatores contribuam 
para a perda auditiva que enfrentamos à medida que 
envelhecemos. Os médicos creem que a presbiacusia é 
causada por uma combinação de fatores ambientais, 
genéticos e de estilo de vida. Muitos especialistas 
associam o desenvolvimento da perda auditiva 
relacionada à idade a alterações no ouvido interno, que 
é o lugar onde as ondas sonoras são convertidas em 
impulsos nervosos. 
 
3 – Perda auditiva congênita: Por vários séculos, 
alguns médicos tinham observado que a surdez de 
origem congênita em uma criança também poderia 
ocorrer em seus irmãos. Contudo, as pesquisas 
relacionadas às causas da perda auditiva (PA) e da 
surdez de origem congênita somente foram iniciadas 
na segunda metade do século XIX. 
Quando a perda auditiva congênita ocorre como um 
sintoma isolado, esta é referida como perda auditiva 
não sindrômica (PANS). Quando ela está associada a 
outros sintomas, esta é referida como perda auditiva 
sindrômica (PAS). 
As PANS são responsáveis por aproximadamente 70% 
das perdas auditivas genéticas, predominantemente 
monogênica e apresenta elevada heterogeneidade, 
com uma estimativa do número de 50 e 100 genes 
envolvidos. Ela é classificada em autossômica 
dominante e autossômica recessiva: 
 Perda Auditiva Genética não Sindrômica 
Autossômica Dominante – DFNA: Quase todos 
os genes relacionados à DFNA são 
caracterizados por perda auditiva pós-lingual e 
de característica progressiva. Com poucas 
exceções, as DFNA se iniciam na segunda ou 
terceiras décadas de vida, permitindo o 
desenvolvimento normal da linguagem. O gene 
responsável pela perda auditiva nesse 
contexto é o GJB3 que, quando alterado, gera 
mutação no tecido coclear e vestibular. 
 Perda Auditiva Genética Não-Sindrômica 
Autossômica Recessiva – DFNB: para esse tipo 
de perda auditiva, foi descoberto que o 
causador está no cromossomo 13. Dentro da 
região q12-13 há um gene chamado GJB2 que 
codifica a proteína Cx26 que é está relacionada 
com o transporte do potássio. Como 
concentrações elevadas de potássio intra-
celular é um componente essencial da 
fisiologia auditiva, quando ocorre uma 
mutação desse gene a proteína codificada é 
danificada, levando a diminuição no transporte 
de potássio. Mutações neste gene têm sido 
descritas como responsáveis por mais de 50% 
dos casos de PANS e por 20% de todas as 
perdas auditivas pré-linguais em países 
desenvolvidos. 
 
A Perda Auditiva Genética Sindrômica pode ser 
condutiva, mista ou neurossensorial, podendo estar 
presente as má-formações embriológicas da orelha. 
Temos o exemplo da Síndrome de Pendred (SP), que é 
uma doença autossômica recessiva caracterizada por 
surdez neurossensorial e disfunção tireoideana. Ela 
está associada a um aqueduto vestibular alargado, que 
pode ser demonstrado radiologicamente. 
 
4 – Perda auditiva causada por trauma: a etiologia do 
trauma pode ser diversa, podendo ser por acidente 
como, por exemplo, um traumatismo craniano, ou por 
até mesmo esporte, que é o caso de lutadores de 
MMA. 
Nesses tipos de trauma, o mais comum é a fratura de 
algum osso. No traumatismo craniano, pode ocorrer 
um fratura do osso temporal que acarreta lesões 
potencialmente graves devido aos riscos de lesão do 
nervo facial, orelha média e interna bem como risco de 
fístula liquórica e lesões cerebrais associadas. 
Já, os lutadores de MMA, o mais comum é ocorrer a 
desarticulação dos ossículos do ouvido médio, 
impedindo a propagação da vibração sonora. Essa 
desarticulação pode ser muito grave porque pode 
causar a perfuração da membrana timpânica. 
Nos casos desse tipo de surdez é fundamental o 
contato imediato com um otorrinolaringologista, pois 
o atendimento rápido pode aumentar as chances de 
reversão do problema, as quais diminuem 
consideravelmente após as primeiras 48 horas. 
Porém, mesmo com o atendimento imediato, a 
condição ainda causa muitas discussões quanto ao 
tratamento, que varia de acordo com cada caso e com 
a causa do problema. Podem ser utilizados 
medicamentos como corticoides ou anti-inflamatórios 
para buscar a reversão. 
O tratamento convencional da desarticulação da 
cadeia ossicular é cirúrgico. A pessoa é submetida a 
interposição de cadeia ossicular com enxerto 
cartilaginoso de tragus, sendo este colocado entre o 
processo lenticular da bigorna e cabeça do estribo, 
seguido de fixação de reforço com cola de fibrina. 
 
 
Os aspectos legais de doenças ocupacionais. 
As doenças ocupacionais são aquelas deflagradas em 
virtude da atividade laborativa desempenhada pelo 
Segurado. “Doenças ocupacionais são as moléstias de 
evolução lenta e progressiva, originárias de causa 
igualmente gradativa e durável, vinculadas às 
condições de trabalho”. Elas estão dispostas nos 
artigos 20 e 21 da Lei 8213/91 e equiparam-se aos 
acidentes do trabalho. 
As doenças ocupacionais são consideradas como 
acidente de trabalho e se dividem em doenças 
profissionais e do trabalho. 
a) Doenças Profissionais: são aquelas decorrentes de 
situações comuns aos integrantes de determinada 
categoria profissional de trabalhadores. Estão 
relacionadas no anexo II do Decreto3.048/99 ou 
reconhecida pela Previdência Social; 
b) Doenças do Trabalho: são aquelas adquiridas ou 
desencadeadas em função de condições especiais em 
que o trabalho é realizado. Está relacionada 
diretamente às condições do ambiente, ou seja, a 
atividade profissional desenvolvida não é a causadora 
de nenhuma doença ou perturbação funcional, mas as 
condições do ambiente que cerca o segurado. 
Considerando a extensão do rol dessas doenças, cabe 
destacar quatro delas que aparecem com maior 
incidência e por isso são tidas como doenças 
ocupacionais mais comuns de acordo com as 
estatísticas, sendo estas: a perda auditiva induzida por 
ruído (PAIR); asma ocupacional; a lesão por esforço 
repetitivo (LER) e as doenças da coluna. 
As principais causas dos acidentes de trabalho estão 
relacionadas a três fatores, quais sejam, condições 
inseguras, atos inseguros e fator pessoal de 
insegurança. O risco de acidentes, neste sentido, é 
inerente à própria atividade do trabalhador em seu 
exercício laboral e observa-se que ao galgar do avanço 
das tecnologias e maquinários no ambiente de 
trabalho esses riscos têm aumentado 
consideravelmente. 
Existem algumas doenças que não são consideradas 
doença de trabalho em virtude de sua natureza, pois 
se desenvolvem naturalmente. São elas: 
1. Doença degenerativa; 
2. Doença inerente ao grupo etário; 
3. Doença que não produza incapacidade 
laborativa; 
4. Doença endêmica adquirida por segurado 
habitante de região e que se desenvolva, salvo 
comprovação de que é resultante de exposição 
ou contato direto determinado pela natureza 
do trabalho. 
Após sofrer um acidente de trabalho, algumas medidas 
tornam-se necessárias para que o acidentado possa 
garantir seus direitos: 
a) logo após a ocorrência do acidente e tendo 
condições físicas, deve-se comunicar imediatamente o 
superior hierárquico ou pedir que alguém o faça em 
seu nome; 
b) procurar por socorro médico o mais rápido possível, 
e solicitar um atestado descrevendo quais foram os 
danos sofridos; 
c) ir até a empresa ou pedir que alguém vá para que 
seja providenciada a abertura do Comunicado de 
Acidente de Trabalho (CAT). É importante destacar 
que, independentemente de ser o próprio acidentado 
ou terceiro a comparecer à empresa, é imprescindível 
a apresentação do atestado médico para que o CAT 
possa ser lavrado adequadamente. 
 
O CAT é uma peça de suma importância para o 
trabalhador, pois é capaz de provar que o obreiro 
sofreu um acidente de trabalho, servindo como prova 
para requerimento de benefícios previdenciários e 
para obrigar que a empresa indenize o empregado pela 
perda ou redução da capacidade laborativa. 
A estabilidade provisória decorrente da doença 
profissional é uma garantia que assegura a 
manutenção do contrato de trabalho, 
independentemente da vontade do empregador. Ela 
pode ser aplicada para trabalhadores que se 
encontram em determinadas situações de caráter 
especial e em decorrência de autorização de lei. 
Quando o funcionário está abrangido pela proteção 
ao emprego, o empregador fica impedido de 
dispensá-lo, salvo em caso de justo motivo. 
O artigo 118 da Lei n. 8.213/1991 dispõe que: 
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho 
tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a 
manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, 
após a cessação do auxílio-doença acidentário, 
independentemente de percepção de auxílio-acidente. 
 
O art. 19 da Lei 8.213/1991 expõe as consequências 
individuais do trabalhador, quais sejam: a perda ou a 
redução permanente ou temporária da capacidade 
para a execução do trabalho, ou ainda a morte do 
trabalhador. Além dessa consequência inerente ao 
próprio trabalhador, pode-se evidenciar as 
consequências que recaem sob a família, a empresa, a 
sociedade e a Previdência social. 
A família do trabalhador vitimado, em consequência ao 
acidente do trabalho, reduz sua capacidade de 
rendimento financeiro, e isso se justifica uma vez que 
o empregado que se afastar do trabalho por mais de 
quinze dias, passa a receber um benefício denominado 
auxílio acidente que é concedido pela Previdência 
Social. O auxílio equivale apenas a cerca de 80% do 
salário. 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, 
havendo cumprido, quando for o caso, o período de 
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu 
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 
15 (quinze) dias consecutivos. 
Os acidentes do trabalho sempre produzirão danos ao 
trabalhador, sejam eles em menor ou maior nível. Eles 
podem ser caracterizados como danos morais pela dor 
física e psíquica experimentada; como danos 
materiais, uma vez que a morte ou lesão corporal 
resultará redução total ou parcial, permanente ou 
temporária de sua capacidade para o trabalho, 
provocando assim a diminuição de seus rendimentos 
econômicos por determinado período, ou para 
sempre; ou como danos estéticos, que são aqueles 
associados ao sofrimento causado por uma 
deformação, que poderá deixar sequelas permanentes 
e, com isso, ser facilmente perceptível aos olhos 
humanos. 
 O dano estético deriva de lesão desfiguradora 
acarretada por acidente de trabalho, de modo 
a tornar o empregado desarmônico sob o 
aspecto visual, projetando uma imagem 
pessoal desforme no meio social, causando-lhe 
desconforto permanente. Assim, faz-se 
necessária a sua reparação mediante 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11342697/artigo-118-da-lei-n-8213-de-24-de-julho-de-1991
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/104108/lei-de-benef%C3%ADcios-da-previd%C3%AAncia-social-lei-8213-91
indenização pecuniária adequada à extensão 
do dano sofrido. 
O artigo 7º, inciso XXVIII da Constituição Federal dispõe 
que, é direito do empregado o seguro contra acidentes 
de trabalho, sob responsabilidade do empregador, sem 
contudo haver exclusão da indenização a ser paga pelo 
empregador ao empregado vitimado, quando aquele 
incorrer em dolo ou culpa. Dessa forma, pode-se 
afirmar que o empregado sempre terá amparo da 
Previdência Social, uma vez que dela é segurado 
obrigatório, sendo irrelevante o fato de o trabalhador 
vitimado perquirir sobre culpa, dolo, ou 
responsabilidade pelo evento danoso ocorrido. 
 Alguns benefícios: 
Aposentadoria por Invalidez -Art. 42. A aposentadoria 
por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a 
carência exigida, será devida ao segurado que, estando 
ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado 
incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício 
de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á 
paga enquanto permanecer nesta condição 
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, 
havendo cumprido, quando for o caso, o período de 
carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu 
trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 
15 (quinze) dias consecutivos 
Art. 86. O auxílio-acidente será concedido, como 
indenização, ao segurado quando, após consolidação 
das lesões decorrentes de acidente de qualquer 
natureza, resultarem sequelas que impliquem redução 
da capacidade para o trabalho que habitualmente 
exercia. 
§ 1o O auxílio-acidente mensal corresponderá a 
cinquenta por cento do salário de benefício e será 
devido, observado o disposto no § 5o, até a véspera do 
início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito 
do segurado. 
 § 4o A perda da audição, em qualquer grau, 
somente proporcionará a concessão do auxílio-
acidente, quando, além do reconhecimento de 
causalidade entre o trabalho e a doença, resultar, 
comprovadamente, na redução ou perda da 
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia. 
 
 
 
 
OBJETIVO 3 - DISCUTIR O IMPACTO PSICOSSOCIAL 
DAS PERDAS AUDITIVAS. 
A audição é um dos sentidos mais importantes para a 
vida humana. É a chave para a linguagem oral e uma 
forma de sentir o mundo.Consoante a idade em que surge a perda auditiva, 
ocorrem diferentes consequências e impactos, tanto a 
nível social como emocional. 
Quando a perda auditiva surge nos primeiros anos de 
vida, a criança deixa de estar exposta ao estímulo da 
linguagem, provocando um desfasamento ao nível do 
desenvolvimento linguístico, dificultando a 
aprendizagem e até mesmo o desenvolvimento 
cognitivo e emocional da criança. 
Se a perda auditiva ocorrer durante a idade escolar, 
podem surgir problemas tanto na linguagem como na 
articulação das palavras, pondo muitas vezes em causa 
o aproveitamento escolar do aluno. 
Nas pessoas adultas, especialmente as mais idosas, a 
perda auditiva normalmente surge de uma forma tão 
gradual, que muitas delas nem se apercebem que estão 
a ficar surdas. A perda auditiva associada ao 
envelhecimento tem inúmeras consequências, sendo a 
mais grave a degradação da comunicação oral. 
As pessoas com deficiência auditiva tendem a isolar-se, 
evitando situações sociais em que o barulho de fundo 
torna a conversação normal difícil de compreender. O 
isolamento social e as doenças depressivas são muito 
frequentes nos idosos, e a barreira da comunicação 
que a perda de audição provoca, pode causar ou 
exacerbar estes problemas. 
Para Marin e Góes (2006), a deficiência auditiva tem 
mais importância em como as relações sociais são 
construídas ou significadas, ou seja, como a pessoa é 
falada, olhada e julgada. O local de trabalho, sendo um 
espaço com predomínio da língua oral, dificulta ao 
surdo mostrar seu potencial, e ele pode falhar no 
cumprimento de compromissos, devido ao 
entendimento prejudicado (Marin e Goés, 2006). 
Além dessa limitação, as pessoas com deficiência se 
deparam no mercado de trabalho com dificuldades 
relacionadas à educação e ao treinamento profissional 
pela escassez de programas de reabilitação, 
sobressaindo a deficiência sobre as habilidades 
individuais. A alternativa do trabalho informal também 
se torna uma opção limitada pelos fatores 
mencionados e pelas dificuldades de acesso ao 
financiamento, autoconfiança e habilidades comerciais 
(Corde, 1994). 
Entre os 18 e os 65 anos, as pessoas vivem o auge de 
suas vidas na educação, profissão, casamento e 
educação dos filhos. De acordo com Erdman (1993), a 
ocorrência da deficiência auditiva nessa faixa etária 
pode, direta ou indiretamente, alterar todo um 
planejamento de vida. 
Dentre os problemas associados à deficiência auditiva, 
pode ocorrer o isolamento do indivíduo na medida em 
que ele deixa de pedir para as pessoas repetirem ou 
falarem mais alto, devido à vergonha e para não se 
tornar motivo de zombaria ou de desprezo (Erdman, 
1993). A negação é uma das reações mais comuns, com 
alegações de que os outros não articulam bem as 
palavras, falam baixo ou rápido (Iervolino e col., 2003). 
Além disso, quando a perda auditiva ocorre 
gradualmente, a própria limitação não é percebida 
pelo indivíduo. 
Preconceito e atitudes discriminatórias para com as 
pessoas com algum tipo de deficiência, que podem ser 
vistas como dependentes, foram relatadas por Souza e 
Neves (2005) como algo comum na sociedade. Esse 
comportamento está relacionado ao desconhecimento 
do problema e da capacidade da pessoa com 
deficiência. 
IDOSOS 
Indivíduos com perda auditiva apresentam uma 
redução das suas atividades normais sociais, aumento 
dos problemas relacionais com a família e amigos, 
maiores dificuldades emocionais no trabalho e ainda, 
maiores níveis de ansiedade, depressão, sensibilidade 
interpessoal e hostilidade. 
A cognição humana é social e linguisticamente 
mediada através de interações com os outros. Assim, a 
percepção de sinais não-verbais com teor emocional, 
durante a comunicação, pode ser prejudicada quando 
o indivíduo apresenta uma alteração a nível auditivo, e 
com isto a informação emocional recebida é alterada, 
apresentando um efeito significativo no próprio 
indivíduo e na sociedade em que se encontra inserido. 
Deste modo, verifica-se que a incapacidade auditiva, 
com o decorrer do tempo, dado à evolução do grau de 
perda, provoca também uma incapacidade 
comunicativa, e esta é claramente percebida através 
do isolamento do indivíduo. 
A perda auditiva parece afetar negativamente a 
comunicação com os familiares, profissionais de saúde, 
e outros, o que pode resultar no isolamento social e 
consequentes sintomas de depressão dos seus 
portadores. 
O Better Hearing Institute (2012) tem-se focado na 
investigação deste tema. Para tal, efectuou um estudo 
em larga escala, em que constatou que pessoas com 
idade superior a 50 anos, portadoras de perda auditiva, 
não reabilitada, eram mais propensas a relatar 
depressão, ansiedade, raiva, frustração, instabilidade 
emocional e paranóia, e eram menos propensas a 
participar em atividades sociais organizadas, do que 
aquelas que eram reabilitadas. Na amostra estudada 
60% das pessoas com perda auditiva apresenta 
sintomas associados à depressão, e aproximadamente 
20% apresentaram pelo menos três dos principais 
sintomas da depressão. Especificamente, 52% tinham 
demonstrado um aumento da irritabilidade e 
frustração, 22% tinham problemas para dormir ou 
inquietação experiente, e 18% demonstraram perda de 
interesse na maioria das atividades. 
 
 
OBJETIVO 4 - CITAR OS MÉTODOS DIAGNÓSTICOS 
CLÍNICOS E COMPLEMENTARES DISPONÍVEIS PARA A 
AVALIAÇÃO DA ACUIDADE AUDITIVA E DO 
EQUILÍBRIO. (TESTES CLÍNICOS) 
 
Existem três tipos principais de exames auditivos que 
são considerados na avaliação básica da audição e cada 
um deles cumpre uma função específica no 
diagnóstico: 
 Audiometria tonal: esse é um dos exames mais 
comuns nos consultórios, no qual são 
analisadas as respostas a diversas frequências 
sonoras. Ele permite determinar qual o limiar 
auditivo do paciente, em um espectro de 
frequência que varia de 250 a 8.000 Hz, além 
do componente responsável pela perda 
auditiva – se é neurossensorial (quando há 
danos ao ouvido interno ou aos nervos), 
condutiva (por problemas na orelha externa ou 
no ouvido médio) ou mista. 
 
É importante levar em conta, entretanto, que 
as respostas do examinado aos estímulos 
realizados pelo avaliador são determinantes 
para o resultado final, sendo necessário 
manter a atenção e ser sincero ao se submeter 
ao exame. 
 Audiometria vocal (logoaudiometria): avalia a 
detecção e reconhecimento da fala humana, 
confirmando os valores obtidos na 
audiometria tonal. Nele, o paciente é 
submetido a sons com diferentes intensidades 
e precisa repetir as palavras ditas pelo 
examinador. É utilizado como um auxiliar no 
diagnóstico de doenças psiconeurológicas, 
além de atuar na seleção e adaptação de 
aparelhos auditivos (AASI). 
 Imitanciometria: este exame avalia o 
funcionamento das estruturas do sistema 
auditivo, como a flacidez ou rigidez da 
membrana timpânica, as medidas da pressão 
na orelha média e a função da tuba auditiva. 
Também é um exame complementar à 
audiometria tonal, indispensável no 
diagnóstico de perdas auditivas. 
 
Acumetria: é a realização de testes auditivos usando 
diapasões. Os diapasões são “barras metálicas em 
formato de U que, quando vibradas executam 
movimentos de vaivém em direções opostas”. A 
vibração das hastes origina um tom puro. A partir da 
percepção do som pelo paciente podem-se ter 
informações sobre sua audição. Os diapasões emitem 
tons puros em várias frequências, mas os mais usados 
são os de 512Hz e 1024Hz. 
Dentre os vários testes que podem ser realizados, os 
mais conhecidos e utilizados são os testes de Weber e 
Rinne. Foram criados em 1834 (Weber) e 1855 (Rinne), 
mas até os dias atuais são conhecidos e utilizados por 
sua praticidade e por permitirem que se tenha 
informações sobre a situação auditiva do paciente. 
 Teste de Weber: O teste de Weber permite a 
comparação das viasósseas. Para a realização do teste, 
o fonoaudiólogo deve vibrar o diapasão (batendo-o na 
mão, cotovelo ou joelho) e colocar na linha média do 
crânio. Após, deve perguntar ao paciente se ele 
percebe o som igualmente nas duas orelhas ou se é 
mais forte em uma delas. Se o paciente perceber o som 
igualmente nas duas orelhas indica que a audição das 
mesmas é simétrica, ou seja, ou o paciente tem 
limiares auditivos normais em ambos os lados ou 
apresenta perdas auditivas simétricas, de mesmo tipo 
e mesmo grau. Quando o som é percebido mais forte 
em uma das orelhas, indica que existe assimetria entre 
os limiares auditivos. Pode indicar um dos seguintes 
resultados: 
o Perda auditiva condutiva unilateral – 
percepção do som no lado pior (afetado) 
o Perda auditiva neurossensorial unilateral 
– percepção do som no lado melhor (não 
afetado) 
o Perda auditiva condutiva bilateral 
assimétrica – percepção do som no lado 
com maior gap aéreo-ósseo 
o Perda auditiva neurossensorial bilateral 
assimétrica – percepção do som no lado 
melhor 
O resultado do Weber lateralizado deve ser marcado 
da seguinte forma: uma seta indicando o lado para o 
qual o paciente indicou ouvir mais forte 
D ← → E 
 
 Teste de Rinne: O teste de Rinne permite que se 
compare a percepção do som por via aérea e via óssea. 
Após a vibração do diapasão, apresenta-se 
alternadamente o som por via óssea e aérea, 
colocando-se o cabo na mastoide e depois próximo ao 
trágus. Pergunta-se ao paciente onde ele percebe o 
som mais forte. Deve se observar a posição do 
diapasão. 
A percepção do som mais forte por via aérea indica que 
não há presença de componente condutivo (o paciente 
apresenta limiares auditivos normais ou perda auditiva 
neurossensorial). O resultado é Rinne positivo (+) 
A percepção do som mais forte por via óssea indica que 
existe componente condutivo (perda auditiva 
condutiva ou neurossensorial). O resultado é Rinne 
negativo (-). Pode ocorrer também a presença do falso 
Rinne negativo, quando o paciente apresenta perda 
auditiva severa ou profunda ou anacusia unilateral. 
 
TESTE DA ORLEHINHA 
O Teste da Orelhinha, ou “exame de emissões 
otoacústicas evocadas”, é o método mais moderno 
para constatar problemas auditivos nos recém-
nascidos. Ele consiste na produção de um estímulo 
sonoro e na captação do seu retorno por meio de um 
delicada sonda introduzida na orelhinha do nenê. É 
rápido, seguro e indolor. 
Este exame é feito ainda no hospital, com o nenê 
dormindo, a partir de 48 horas de vida. Ele leva de 5 a 
10 minutos para ser concluído. No caso de suspeita 
de alguma anormalidade, o bebê será encaminhado 
para uma avaliação otológica e audiológica completa. 
 
TESTE EM IDOSOS: 
O teste do sussurro tem sido apontado como 
instrumento para triagem auditiva em indivíduos 
idosos com suspeita de presbiacusia6,12-14. Ele é 
considerado um teste de rastreio para a detecção de 
perdas auditivas de grau moderado em adultos que 
não necessita de aparelhagem ou equipamento 
tecnológico, sendo, portanto, uma opção barata, 
simples e de rápida aplicação. 
O examinador deverá ficar fora do campo visual da 
pessoa idosa e, após distanciar-se 33 cm de cada 
orelha, deve sussurrar, em cada lado, uma questão 
breve e simples, como, por exemplo, “qual é o seu 
nome”. Caso o idoso não responda, deve-se realizar a 
inspeção do conduto auditivo externo para afastar a 
possibilidade de obstrução que poderia ser a causa da 
redução da acuidade auditiva. Na ausência de 
obstrução, o avaliado deverá ser encaminhado para 
realização da audiometria em ambulatórios 
especializados. 
O teste do sussurro tem sido utilizado nos centros de 
referência em atenção à saúde do idoso e na rede do 
Sistema Único de Saúde por profissionais da geriatria e 
de diversas categorias profissionais. Porém, as 
perguntas usadas podem ter pistas cognitivas, como, 
por exemplo, “qual o seu nome”. Nesse caso, o 
indivíduo pode escutar apenas a palavra “qual” ou 
“nome” e essa pista levar a resposta correta, mesmo 
que aquele indivíduo já tenha uma perda auditiva que 
necessite de intervenção. Assim, até o presente 
momento, falta a padronização e a validação da técnica 
a partir de estudos nacionais que indiquem 
sensibilidade, especificidade, reprodutibilidade 
interexaminador e valor de predição do teste do 
sussurro como como método 
 
EXAMES DE EQUILÍBRIO 
Pacientes com queixas como vertigem, alterações de 
equilíbrio, hipoacusia e zumbido são candidatos a uma 
avaliação otoneurológica que se constitui de anamnese 
detalhada, exame físico completo, exames 
laboratoriais, radiológicos, audiométricos, 
eletronistagmografia e provas rotatórias. 
 Teste de Romberg: O paciente é colocado em 
posição ortostática, com os calcanhares unidos e 
pontas dos pés separados em 30°, cabeça reta, braços 
ao longo do corpo na posição anatômica, olhos 
fechados (para inibir a visão) durante um minuto. O 
exame é considerado alterado se houver queda. 
 
Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo 
através de algumas manobras: 
- Manobra de Jendrassik: mãos em oposição e 
cotovelos na horizontal. 
- Romberg-Barre: colocando-se em pé um diante do 
outro, em linha reta, diminuindo a base de 
sustentação. 
- Oscilar cabeça no plano horizontal, de olhos fechados. 
Romberg-Barré sensibiliza o látero-pulsão, mas 
dificulta a observação da ântero ou retropulsão, que 
podem ser melhor observados no Romberg clássico. 
 
Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para 
frente ou para trás (Romberg clássico) enquanto nos 
distúrbios do sistema proprioceptivo, não há lado 
preferencial para a queda. Classicamente quando há 
queda com lateralização para direita ou esquerda 
pede-se ao paciente para girar a cabeça primeiro para 
a direita e depois para a esquerda para observar se há 
alteração na direção da queda, dependendo da posição 
do labirinto posterior. Isto caracteriza um Romberg 
Vestibular. 
 
Braços Estendidos: O paciente deverá permanecer 
com os braços estendidos à sua frente, paralelos entre 
si, com os dedos indicadores apontando para frente. 
Em seguida, solicitamos que feche os olhos, 
observando se o paciente é capaz de manter os braços 
em posição inicial. O resultado é considerado normal 
se houver ausência de desvio dos braços após 1 a 2 
minutos e alterado se houver desvio de 2 a 3 cm 
durante o mesmo período. Nas patologias centrais, 
ocorre queda de um ou de ambos os braços e os 
desvios não são conjugados enquanto nas periféricas 
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017021103589#B6
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017021103589#B12
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232017021103589#B14
observa-se desvio conjugado dos braços para o lado 
lesado. 
 
 Teste de Babinski-Weil (Prova de Marcha às Cegas): 
O paciente deve caminhar, de olhos fechados, para 
frente e para trás num percurso aproximadamente de 
1,5m. Espera-se em indivíduos saudáveis que não 
ocorra desvio da marcha. No caso de lesão vestibular 
unilateral, o tônus muscular será assimétrico, 
provocando desvio da marcha para o lado lesado, 
descrevendo uma marcha em estrela. Pode-se 
encontrar uma alternância de desvio (passo para frente 
desviado para um lado e passo para trás desviado para 
outro), que reflete a látero-pulsão do déficit vestibular. 
Quadros acentuados de Neuronite Vestibular, por 
exemplo, por exemplo podem apresentar perfil de 
estrela muito alterado 
 
 Teste de Fukuda: O teste é realizado sobre três 
círculos concêntricos desenhados no chão, cujos raios 
têm 0,5m de diferença entre si. Estes círculos são 
divididos em 12 partes iguais, por retas que cruzam o 
centro, formando um ângulo de 30°. O paciente 
marcha, elevando os joelhos aproximadamente 45° 
sem deslocar-se,executando 60 passos (um por 
segundo) com os braços estendidos e os olhos 
fechados. São considerados resultados patológicos se 
houver deslocamento maior do que 1m e/ou rotação 
superior a 30°. Este teste é útil no acompanhamento de 
pacientes com patologias periféricas durante o 
tratamento, pois fornece sinais de compensação 
vestibular. 
 Teste de Unterberger: É uma variante do teste e 
Fukuda. O paciente executa 90 passos, sem deslocar-
se. São consideradas apenas variações na rotação. Para 
que os três testes acima sejam valorizados é 
importante que não haja fonte de luz e sonora, 
evitando qualquer tipo de orientação 
 
 Apoio Monopodal de Uemura: É um teste de 
altíssima sensibilidade que consiste em equilibrar-se 
sobre um pé com os olhos fechados. Classicamente 
observa-se um indivíduo com déficit vestibular uni ou 
bilateral não consegue equilibrar-se sobre um pé com 
os olhos fechados. Obs: Após os 55 anos de idade é 
quase impossível não haver alteração neste teste.

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