Buscar

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 01 (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA – PARTE 01
PROFª AUGUSTA FERRAZ
e-mail:augustaferraz@yahoo.com.br
telefones:99482-1024 
FINANÇAS – é uma ciência ou uma arte, a qual faz aplicação de uma série de princípios financeiros e econômicos para maximizar a riqueza de uma empresa e o valor de sua ação. Mais especificamente, ao usar o valor presente líquido (fluxo de caixa futuro, descontado o valor presente menos os custos originais) para medir a rentabilidade, uma empresa maximiza a riqueza investindo em projetos e adquirindo ativos cujos retornos combinados produzem os lucros mais altos possíveis com os menores riscos. 
“Maximizar os lucros e minimizar os custos”.
A Função do Administrador Financeiro
O principal objetivo de qualquer empresa privada é a obtenção de lucros para os seus proprietários, mediante a produção de bens e serviços para venda no mercado.Para que tal meta possa ser alcançada, a empresa adquire os fatores de produção e com eles produz venda. A parte essencial da administração financeira é a formulação de uma estratégia empresarial para se determinar a utilização mais eficiente dos recursos, disponíveis a qualquer momento, bem como selecionar as fontes mais adequadas de fundos adicionais, que eventualmente possam tornar-se necessários.
Do nosso ponto de vista, o administrador financeiro desempenha uma função operacional. É um dos membros da alta administração, incumbido de assumir responsabilidades de planejamento, organização, execução e controle das atividades financeiras da empresa. Em firmas de maior porte, é designado vice-presidente para assuntos financeiros, tesoureiro ou “controler”. Em firmas menores, tal função é geralmente desempenhada pelo presidente, no caso de sociedade anônima, ou pelo proprietário, quando a empresa é organizada de outra forma; neste caso, essa função é exercida cumulativamente com outros encargos que normalmente lhe competem. O bom ou mau desempenho que o administrador financeiro dá a seus encargos determinam o êxito ou o insucesso da empresa.
I. FUNÇÕES DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
O conjunto de responsabilidades do administrador financeiro reúne cinco funções principais: 
· Análise financeira em profundidade dos registros e demonstrativos contábeis.
· Estimativa do movimento (entrada e saída) de caixa, para o trimestre ou ano seguintes, com o objetivo de determinar o provável grau de liquidez da empresa.
· Escolha do investimento mais interessante, de retorno rápido, para os excedentes de caixa ou quase moeda da empresa.
· Fornecimento à alta administração de informações relativas às condições financeiras atuais e futuras da firma, como base para a tomada de decisões sobre operações de compra, comercialização e fixação de preços.
· Por último e como função mais importante, a elaboração de planos financeiros detalhados para a obtenção (fontes) e utilização (aplicações) de fundos pela firma, tanto a longo quanto a curto prazo. O administrador financeiro é responsável pela avaliação do custo provável dos recursos, comparado com o lucro previsto na aplicação desses fundos em diferentes unidades operacionais. 
1. Dados Contábeis. O contador registra os resultados das atividades econômicas da empresa. Enumera todas as receitas, as despesas explícitas (ou observáveis) e os lucros ou prejuízos resultantes. O administrador financeiro analisa, além de todos esses itens, os custos implícitos (ou não observáveis). Enquanto o contador registra somente as variações de valor dos ativos que estão “de perfeito acordo com os princípios contábeis”, o administrador financeiro analisa a importância de outros fatores, que podem afetar a posição de crédito da empresa, sua capacidade de obtenção de empréstimos, bem como sua avaliação, na eventualidade de uma fusão ou venda. O administrador financeiro preocupa-se, ainda, com as causas específicas dos lucros ou prejuízos apresentados pela firma. Por exemplo, poderá interessar-se em saber se os lucros obtidos decorreram de um nível mais alto de eficiência ou simplesmente do fator “sorte”, no caso de seus principais concorrentes terem sofrido paralisação temporária, resultante de greve, incêndio ou qualquer outro transtorno inesperado. Procura igualmente projetar as condições e necessidades financeiras da empresa para os meses subseqüentes, baseado em dados recentes sobre vendas, lucros ou prejuízos.
2. Fluxo de Fundos. O administrador financeiro deve estimar a entrada de caixa decorrente das vendas efetuadas, bem como as saídas de caixa resultantes de pagamentos de salários, serviços, compra de mercadorias, impostos etc. Êste fluxo de fundos pode ser projetado tanto em bases semanais, quanto mensais, constituindo ponto de partida para a determinação da necessidade, ou não, de empréstimos de fundos para fazer frente a um déficit de caixa, caso em que deverá ser determinado o período de tempo deste empréstimo. O administrador financeiro também é responsável pela avaliação das vantagens financeiras de outras alternativas, além da tomada de empréstimo. Por exemplo, deveria a empresa, quando necessário, adquirir mercadorias e materiais auxiliares em pequenas quantidades, sem aproveitar o desconto concedido pela aquisição de maior quantidade? Ou deveria aproveitar integralmente o crédito concedido pelos fornecedores ao invés de obter um desconto pelo pagamento das mercadorias, alguns dias após o seu recebimento?
3. Fundo Excedente. A existência de um saldo substancial de caixa em relação às necessidades financeiras programadas, constitui experiência bastante comum para uma firma, especialmente em se tratando de empresa de grande porte. Tal situação surge periodicamente por influências de caráter sazonal; em outras palavras, registra-se no período de ritmo mais lento de produção e/ou volume de vendas mais reduzido. Saldos de caixa superiores às necessidades conhecidas podem provir da venda, pela firma, de um ativo fixo, ou do lançamento de ações ou “bonds”. Embora esses recursos possam ser posteriormente aplicados em novos ativos fixos, constituem-se em fundos excedentes, até que sejam desembolsados. São tarefas do administrador financeiro: 1) a estimativa do período de tempo em que a firma poderá dispor desses recursos monetários excedentes, e 2) a escolha dos projetos de investimento temporário, para os quais esses recursos poderão ser canalizados. Dentre outros, poderia o investimento ser feito sob a forma de depósito bancário, de certificado de depósito ou de obrigações governamentais a curto prazo, aplicações essas que apresentam elevado grau de liquidez, rendem juros e envolvem riscos mínimos.
4. Perspectivas Financeiras. Em qualquer empresa, cabem aos diversos membros da administração áreas específicas de supervisão, planejamento e tomada de decisões, e todos os atos administrativos exercem influências diretas sobre a disponibilidade de recursos financeiros da empresa. Compete ao administrador financeiro avaliar os efeitos de tais atos sobre as condições financeiras da firma e comunicar suas descobertas e conclusões aos demais membros da equipe administrativa. Enquanto as principais preocupações dos gerentes de compras ou produção restringem-se às suas respectivas esferas de responsabilidade, o administrador financeiro analisa uma dada iniciativa em função de uma perspectiva empresarial global. Uma despesa que poderá ser considerada conveniente para um determinado departamento, poderá privar um outro dos recursos necessários ao seu adequado funcionamento.
5. Planejamento Financeiro. Por último, mas não menos importante, cabe à alta administração a tomada de decisões quanto ao momento, fonte e forma de obtenção de fundos para aumentos da produção corrente ou expansão da planta, ou mesmo para ambos, seja em intervalos regulares de tempo ou esporadicamente. Ao administrador financeiro compete avaliar as fontes alternativas de fundos, seus respectivos custos, e a extensão em que a obtenção de recursos de uma determinada fonte pode influir sobre as condições futuras da política de dividendos, da capacidade de obtençãode empréstimos ou dos poderes decisórios da alta administração.
6. Resumo. As três primeiras funções são, por sua natureza, fundamentalmente financeiras. Sua execução efetiva exige competência em assuntos financeiros e adequados conhecimentos analíticos. Não envolvem decisões muito importantes da parte do presidente da firma e nem a aprovação da diretoria. Contrastando com as três primeiras funções, as duas últimas exigem a tomada de decisões pela alta direção. Isto é particularmente verdadeiro no caso do planejamento financeiro. Decisões relativas à obtenção de fundos mediante a venda de ações ou “bonds” não exigem apenas a aprovação da diretoria; muitas vezes requerem, também, a aprovação dos próprios acionistas. O administrador financeiro prepara a proposta e reúne os argumentos e dados subsidiários, mas a solução final escapa à sua autonomia decisória.
7. Tipos de Ativos. Constitui axioma, tanto em Contabilidade como em Finanças, dizer-se que cada ativo da firma gera automaticamente um passivo. A tudo que uma firma possui deve corresponder um débito para com terceiros, sejam estes seus credores ou proprietários. Os ativos das empresas privadas dividem-se, comumente, em duas categorias: ativos correntes (ou circulantes) e ativos fixos (ou imobilizados). A administração financeira trata do problema da obtenção de fundos para a posse ou uso de ativos pela firma ao custo mais reduzido possível. No caso dos ativos correntes, a firma desembolsa numerário para a compra de matérias-primas, materiais auxiliares e pagamento de salários e honorários. Estas despesas mantêm uma reação funcional com o volume de vendas previsto, o qual, por sua vez, é afetado por fatores sazonais e influências de caráter cíclico. Representam estas despesas o custo variável da firma. Considerando-se o resultado final verifica-se que o montante de fundos e o período pelo qual estes são necessários variam de mês para mês e, em muitos casos, mesmo de um dia para outro. As decisões de maior relevância que competem ao administrador financeiro -envolvendo as fontes e aplicações de fundos - são conseqüentemente, por sua natureza, decisões a curto prazo.
Contrastando com o que vimos acima, os ativos fixos de uma firma tornam-se parte integrante da empresa, até que os respectivos itens tenham alcançado o limite de sua vida útil. Os custos do ativo imobilizado - envolvendo depreciação, manutenção e consertos - são de caráter fixo. Se um ativo fixo foi adquirido com fundos obtidos de terceiros, os custos fixos deverão também englobar os juros sobre a dívida contraída com os fornecedores de seguros.
Os ativos de uma empresa, seja qual for sua forma, constituem seu sangue vital. Vitaliza toda a anatomia empresarial. Daí existir uma íntima relação entre o administrador financeiro e cada uma das divisões da firma. O administrador financeiro deve estar disposto e capacitado a comunicar-se com os demais membros da alta administração, tanto no que respeita à elaboração, como à execução do programa financeiro.
8. Alocação de Fundos. Ao contrário dos demais executivos da firma, o administrador financeiro avalia o êxito de sua atuação em uma perspectiva global, ou seja, tomando a firma como um todo. O gerente do departamento de produção pode referir-se ao nível de produção e ao custo unitário, como padrão de medida de sua capacidade e eficiência. O gerente de vendas pode aferir, pelo volume de vendas alcançado, a medida de seu próprio êxito. O diretor de pesquisas e desenvolvimento pode apresentar, por sua vez, as melhorias experimentadas pelos produtos da firma ou os novos projetos e inovações que se tenham originado em seu departamento, como prova de sua participação específica no progresso alcançado pela empresa.
A contribuição do administrador financeiro, porém, não se restringe a determinado setor da empresa, prontamente identificável. Sua função e responsabilidade abrangem todas as operações da firma. Uma de suas tarefas consiste em avaliar, em termos monetários, o desempenho de cada departamento ou divisão, em função dos objetivos específicos. Ao mesmo tempo, cabe-lhe estimar o efeito financeiro das operações de um dado departamento sobre os fundos exigidos por outros departamentos. Deve, por fim, avaliar o rendimento, o desempenho da empresa como um todo.
Imaginemos o caso de uma firma varejista ou de uma empresa industrial, que possui três divisões principais: A, B e C. Admitamos que, baseado nas previsões de vendas, o gerente da divisão A solicita um aumento substancial de fundos para expandir seus estoques e realizar uma agressiva campanha promocional, enquanto que as divisões B e C não prevêem qualquer modificação significativa nos seus respectivos volumes de vendas. Suponhamos, entretanto, que o administrador financeiro verificou ser impossível a obtenção de recursos adicionais para atender à solicitação feita pela divisão A. Deverá aprovar o pedido de fundos adicionais? No caso da resposta ser o reajustamento da alocação de fundos deverá ser feito na divisão B, C ou em ambas? Em que medida deverá isso ocorrer? De que forma a redução de recursos disponíveis poderá afetar os lucros da divisão (ou divisões) que a tiver sofrido, e quais os efeitos sobre a firma como um todo? A redução de recursos disponíveis a B ou C irá prejudicar a “imagem” da firma? Provocará reações desfavoráveis da parte de clientes que normalmente compram nas três divisões, mas que reduzirão suas compras, em A, se B e C não mais oferecerem uma linha completa?
Do ponto de vista do administrador financeiro, uma divisão isolada constitui apenas parte de uma entidade integrada a que denominamos firma ou empresa. Enquanto o administrador ou gerente de cada divisão se preocupa com a rentabilidade do segmento da empresa pelo qual responder, o administrador financeiro - e isto também é válido, para a alta administração - deve sempre analisar a divisão, estabelecendo sua relação com a firma em seu conjunto.
O administrador financeiro prepara a análise que serve de base à alta administração, na tomada de decisões concernentes à distribuição dos fundos disponíveis pelos diversos departamentos ou divisões da empresa. Cada elemento operacional da firma exige recursos monetários, e dele se espera que contribua para o lucro total. Entretanto, os fundos disponíveis podem ser limitados. Para garantir o emprego mais proveitoso desses recursos, o administrador financeiro deve examinar e comparar cada uma das alternativas de usos. Se, por exemplo, for o caso de fundos adicionais serem utilizados em pesquisa e desenvolvimento, essa decisão provocará uma redução das somas disponíveis para as outras divisões da firma. Admitiremos, por hipótese, que uma firma disponha de $100.000 para despesas de capital e que a alta administração esteja levando seriamente em consideração os seguintes fatos: 1) uma despesa de $50.000 para a compra de uma frota de caminhões para entrega de mercadorias; espera-se que essa compra represente substancial economia de recursos, comparada com o atual custo dos serviços de transporte prestados por outra empresa; 2) a compra de novas máquinas, no total de $50.000, para substituir equipamentos menos eficientes; 3) uma despesa de $30.000 para instalação de um sistema moderno de ar condicionado e calefação, com o objetivo de aumentar o grau de eficiência da força de trabalho empregada; e 4) a instalação de um moderno sistema de contabilização e controle por $20.000. Os recursos exigidos totalizam $150.000, sendo que a firma dispõe apenas de $100.000. Um dos membros da alta administração deverá definir a forma de distribuição dos recursos disponíveis. O administrador financeiro deverá avaliar e comparar a rentabilidade relativa de cada alternativa e recomendar, dentre as solicitações concorrentes, a alocação de fundos mais promissora.
Na verdade, uma das tarefas básicas do administrador financeiro é, em relação aos fundos utilizados na empresa, a comparação dos seus usos alternativos. Seu objetivo consiste em fazer com que a empresa obtenha “a máxima quilometragem”de cada unidade monetária utilizada em suas operações diárias, bem como dos fundos investidos em ativos fixos, tais como planta, equipamentos, maquinaria e outros ativos.
9. Fontes de Fundos. Os fundos que o administrador financeiro pode distribuir pelos diversos departamentos da firma provêm de duas fontes. A principal fonte provém do capital investido pelos proprietários da firma e dos lucros nela reinvestidos. Além disso, qualquer empresa tem acesso às mais variadas fontes externas. Estas últimas incluem o crédito concedido por seus fornecedores; empréstimos obtidos de instituições financeiras, de emprestadores particulares ou de instituições governamentais de empréstimos; e ainda, as receitas obtidas pela venda de títulos (“bonds”, debêntures), ou de novas ações emitidas.
Geralmente, a decisão de recorrer a fontes externas de fundos envolve a tomada de empréstimos, o que gera custos sob a forma de pagamentos de juros. Além disso, os fundos tomados por empréstimo são obtidos por um dado período de tempo e exigem, com freqüência, o pagamento de prestações em determinados intervalos. Isto obriga o administrador financeiro a determinar que o uso de fundos obtidos de fontes externas gere, com razoável probabilidade, um lucro bruto superior ao seu custo. Cabe-lhe ainda estimar a probabilidade de a firma dispor de recursos suficientes para resgatar o empréstimo ou pagar suas prestações nas datas preestabelecidas.
Os supridores externos de fundos oferecem uma escala de taxas de juros e discriminam os prazos pelos quais se dispõe a conceder crédito ou fazer empréstimos, assim como o montante do empréstimo (ou crédito) que pretendem conceder a uma empresa de determinado vulto. Além do mais, as políticas e critérios para a concessão de empréstimos não se mantêm inalterados indefinidamente. Mesmo no âmbito de um dado grupo de supridores de recursos, podem existir instituições que decidam reduzir seus empréstimos, por um certo período, enquanto outros bancos mantêm uma política “liberal”. Destarte, cada fornecedor em potencial, de recursos e emprestador representa uma, dentre numerosas fontes de fundos externos, a curto ou a longo prazo.
A seleção da fonte externa de recursos, tida como mais favorável dentre as várias que estejam à disposição da firma, constitui-se em mais uma importante tarefa da competência do administrador financeiro. O efetivo desempenho dessa tarefa exige, em primeiro lugar, adequado conhecimento das políticas e condições vigentes dos diversos tipos de fontes externas de recursos. Em segundo lugar, requer a avaliação dos efeitos financeiros de diversos métodos concorrentes para a obtenção de fundos dessas fontes externas, seus custos, e os compromissos de resgate assumidos pela empresa. Por exemplo, o uso de capital de terceiros deverá afetar a disponibilidade e o custo do financiamento mediante capital próprio, ou seja, a venda de ações ordinárias.
Em certas ocasiões, apresenta-se o problema adicional da escolha entre fontes internas e externas de recursos. Geralmente esse problema aparece conjugado à decisão relativa a pagamento de dividendos, quando a firma pretende realizar amplo programa de expansão. Se a empresa decidir-se pelo não-pagamento de dividendos e, ao invés disso, reinvestir os lucros em instalações adicionais, poupará o custo dos fundos a serem obtidos por empréstimo e não será obrigada a efetuar pagamentos de amortização pelo empréstimo. Por outro lado, o não-pagamento de dividendos poderá provocar reação desfavorável nos acionistas e determinar a queda do preço das ações. Não há dúvida, portanto, de que a escolha, dentre diversas alternativas da maneira de agir, constitui problema dos mais importantes.
II. OBJETIVOS DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
O objetivo da empresa é a maximização da riqueza nela aplicada pelos seus proprietários.Na maioria dos casos, esta meta pode ser alcançada pela adoção de uma política de maximização de lucros. Entretanto, as decisões alternativas referentes à produção, volume e preços desta, podem envolver resultados potenciais com riscos variáveis. A alternativa que prometer lucros máximos poderá não conduzir à maximização da riqueza, se os resultados não corresponderem às expectativas. Como uma das funções do administrador financeiro compreende o planejamento da alocação de fundos, cabe-lhe avaliar não apenas a taxa de lucro previsto, correspondente aos usos alternativos de recursos nas diferentes divisões operacionais da firma, mas, também, estimar as probabilidades relativas de detenção do lucro previsto. Êste problema será analisado mais detalhadamente em capítulos posteriores.
Outro objetivo básico, particularmente relacionado às operações a curto prazo da firma, diz respeito à manutenção de adequado grau de liquidez. A empresa precisa dispor de recursos monetários suficientes para pagar salários e honorários, cumprir suas obrigações para com, fornecedores de bens e serviços, de conformidade com os termos da compra, e pagar, nas épocas determinadas, os impostos devidos. A firma pode possuir ativos de valor bastante superior a esses passivos. Mas, se os ativos consistirem em prédios, máquinas e equipamentos, a firma será “solvente”, ou seja, disporá de ativos que excedem, em valor, o total de seus compromissos em relação aos credores — mas “não liquida”, visto não ter possibilidades de pagar suas dívidas a curto prazo na ocasião apropriada.
1. Maximização do Lucro. Um dos enfoques fundamentais baseia-se no conceito de ciclo único. Segundo esta abordagem, a política da firma referente a lucros e preços é analisada apenas em relação ao ciclo de vendas mais imediato, ou seja, estudam-se as condições da empresa no ciclo ou período presente de vendas. Neste caso, a alta administração procura obter um lucro máximo, em função das condições correntes de mercado, sendo mínima, senão nula, a preocupação com o período subseqüente. Tal situação predomina, por exemplo, no caso dos produtores de artigos baratos de vestuário, como roupas de baixo e no dos atacadistas de frutas e legumes frescos.
A segunda abordagem poderia ser denominada política de lucros e preços decrescentes. O produto analisado é inicialmente vendido a um preço máximo em mercado limitado. A seguir, o preço vai sendo reduzido, com o objetivo de englobar progressivamente um segmento maior do mercado. Um exemplo evidente desta técnica é a indústria cinematográfica. Um filme que espera conseguir sucesso será apresentado inicialmente em pequeno número de casas de espetáculo, cobrando-se entrada relativamente alta. Após essa exibição especial por vários meses, o filme será liberado para os cinemas de primeira classe a preços ainda elevados. Finalmente, um ou dois anos depois de sua estréia, estará sendo apresentado a preços normais em todos os cinemas. A publicação de obras de escritores renomados é inicialmente feita em edições encadernadas, sendo em seguida apresentada em brochuras a preços bastante inferiores ao original.
A terceira abordagem exige penetração máxima no mercado a preços que proporcionem uma taxa uniforme e prefixada de lucro, 10% por exemplo. Ao fixar essa taxa de lucro, a alta administração deseja conseguir para a firma uma participação no mercado que se estenda por toda uma série de ciclos de vendas e não apenas para o período analisado.
A firma é constituída para proporcionar lucros aos seus acionistas — mais exatamente aos portadores de suas: ações ordinárias. Assim sendo, o melhor objetivo de rentabilidade que pode ser escolhido pela direção da empresa é a maximização, a longo prazo, dos lucros dos portadores de suas ações ordinárias.A política de maximização dos lucros a curto prazo pode provocar nos clientes uma reação capaz de prejudicar a existência da empresa a longo prazo. A busca de preços em situações de escassez de oferta, por exemplo, deverá ser mais indicada para conseguir mantos clientes até que esse período termine. Uma política visando o máximo preço possível no mercado poderá proporcionar lucros vultosos a curto prazo, mas provocar, ao final, umaredução do volume de vendas.
2. Custo Explicito e Implícito de Fundos. Sendo um recurso escasso, o capital empregado na empresa possui um valor econômico. No mercado, esse valor é expresso pelo pagamento de juros. No caso de fundos obtidos por empréstimo, a taxa de juros estabelecida representa o custo explícito do capital. A prática contábil leva em conta tal custo, reconhecido pela legislação fiscal como despesa passível de dedução no cálculo do rendimento (lucro) tributável da empresa.
Mas, que dizer do custo do capital investido pelos proprietários da firma ou acionistas? As autoridades fiscais não permitem a dedução desse montante do rendimento total da firma. Portanto, segundo as normas fixadas pelo “Internal Revenue Service”, o contador não deduz o custo do capital dos proprietários da empresa (capital próprio).
Do ponto de vista da firma como contribuinte, esse procedimento é lógico. Suponhamos, por exemplo, que a empresa obtenha uma receita total de $500.000, sendo suas despesas totais, com exclusão do custo do capital próprio, de $350.000. Seu lucro é, portanto, de $150.000. Admitamos ainda que os proprietários tenham investido $500.000, que poderiam ter rendido 6% num investimento de risco relativamente pequeno. Se o contador lançasse os 6% ou $30. 000 como despesa, o lucro total da empresa seria tão-somente de $120.000. Entretanto, o rendimento tributável da firma seria de $120.000 (lucro) + $30.000 = $150.000. As autoridades fiscais não fazem distinção alguma entre “lucro” e “juros”, para efeito de pagamento de imposto, pois êste é tributo lançado sobre rendimentos e não sobre o lucro econômico.
O administrador financeiro interessa-se pelo lucro da firma. Além dos custos explícitos, leva em conta todos os custos implícitos em que a firma incorre ao aplicar os fatores de produção. Os custos implícitos incluem, por exemplo, o valor de mercado dos serviços prestados pelo proprietário de uma firma individual ou pelos sócios, no caso de uma sociedade de pessoas, o valor correspondente ao aluguel dos prédios ou equipamentos pertencentes aos proprietários ou sócios da empresa e os juros que poderiam ser obtidos sobre os recursos monetários aplicados na empresa por seus proprietários.
A importância dos custos implícitos evidencia-se imediatamente ao se considerar a venda de uma empresa. Suponhamos que duas firmas do mesmo ramo apresentem cada uma, no encerramento do exercício, um volume de vendas igual a $1.000.000. O lucro da firma A antes do pagamento de impostos é de $60.000, ao passo que o da firma B é de $90.000. A firma A é uma sociedade anônima, aluga suas instalações por $20.000 anuais e o seu presidente recebe honorários no total de $15.000 por ano. Os dois itens mencionados, aluguel e honorários, são despesas dedutíveis para efeito de imposto lançadas pelo contador, portanto, como custos explícitos. A nossa hipótese seguinte é a de que a empresa B é uma firma individual. Seu proprietário retira $15.000 como remuneração; pertence-lhe o imóvel em que a firma opera e as respectivas instalações têm um valor locativo de $20.000. Neste caso, o contador lançará somente a depreciação da propriedade, os impostos municipais, custos de manutenção, seguros, e se a propriedade estiver hipotecada, as prestações de juros. Suponhamos que todos esses itens totalizem $10.000. Nesta hipótese, o lucro de $90.000 da firma B omite custos implícitos de $15.000, retirados por seu proprietário a titulo de remuneração e $20.000, valor locativo líquido da propriedade. Se esses dois itens forem subtrai dos do lucro contábil de $90.000, ficará comprovado que a firma B obteve lucros inferiores aos da firma A, sendo a diferença de $5.000.
Afora a circunstância especial de venda ou fusão, a determinação do lucro da empresa como elemento distinto de seu rendimento, desempenha importante papel em questões administrativas relacionadas com: a rentabilidade da empresa comparada com a de concorrentes de proporção aproximadamente iguais, a rentabilidade relativa dos vários produtos fabricados ou distribuídos, a conveniência ou não do acréscimo de um novo produto ou da descontinuidade da fabricação de produtos já existentes.
3. Liquidez versus Rentabilidade. O administrador financeiro deve estar sempre preparado para assegurar a liquidez da firma. Literalmente falando, qualquer empresa é um devedor constante. Compra a prazo de seus fornecedores. Obtém empréstimos de instituições financeiras. Suas instalações operacionais podem ser alugadas e parte de seu equipamento arrendado de outras empresas. Na medida em que uma firma vai operando, cria-se uma obrigação fiscal para com as autoridades federais, estaduais e municipais. Se fabrica ou distribui produtos sob licença ou concessão, incorre em débito representado por royalties. Qualquer que seja a natureza de tais débitos, devem ser pagos nas datas predeterminadas. Se o pagamento correspondente não for feito na data estabelecida de vencimento, a firma passa a ser “inadimplente”. Na melhor das hipóteses, a reputação da firma fica comprometida e, na pior, o credor poderá levar a firma a encerrar suas atividades.
Em essência, a liquidez é representada pelos fundos não utilizados nas operações da firma. Na realidade, o administrador financeiro “troca” rentabilidade por liquidez. Se dá ênfase excessiva à liquidez, a empresa deixa de aproveitar oportunidades que poderiam elevar sua rentabilidade. Dando destaque demasiado à obtenção de lucro, o administrador financeiro põe em perigo a capacidade da firma para pagar suas contas e títulos dentro dos prazos de vencimento. A relação entre moeda, quase-moeda e o exigível a curto prazo reflete a capacidade do administrador financeiro para manter um equilíbrio efetivo entre liquidez e rentabilidade.
A “administração” dos assuntos financeiros da firma deve ser efetuada de forma a proporcionar uma disponibilidade de fundos não apenas para atendimento de necessidade interna — salários, honorários e comissões — mas, também, para saldar compromissos externos. Se o administrador financeiro for bem sucedido nessa tarefa, a firma poderá ser considerada em posição favorável de liquidez. É capaz de satisfazer seus compromissos para com terceiros. O não-pagamento de contas dentro do prazo tem efeitos desfavoráveis sobre a posição de crédito da firma. A reincidência na impontualidade pode levar a procedimentos visando a decretação da falência da empresa.
III. DIMENSÕES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
O administrador financeiro interessa-se pelo desempenho, tanto passado quanto futuro, da firma. Analisa os registros financeiros da companhia relativos ao último ano, trimestre ou mês, conforme exigirem as circunstâncias, e elabora a previsão das condições financeiras prováveis da empresa para os próximos meses, trimestres ou anos.
A função de exame dos acontecimentos passados, essencial-mente analítica, compreende o estudo do fluxo de fundos: pagamentos a fornecedores ou somas recebidas de clientes, pagamento de salários, imposto de renda etc. A mais importante tarefa do administrador financeiro — o ponto central da administração financeira — é o planejamento. Avalia as necessidades presentes e futuras de numerário, os diferentes departamentos em função das possibilidades de gerar entradas de recursos, as fontes disponíveis de capital e seus custos, as alternativas de levantamento de fundos externos e outros problemas correlatos. Estes aspectos serão expostos detalhadamente nos diversos capítulos dêste livro.
Entretanto, é indispensável que o planejamento seja complementado pelo controle. Os resultados obtidos devem ser confrontados com as projeções efetuadas. Por exemplo, estará o volume real de vendas acompanhando o nível previsto para o período? Se não estiver, como poderá a firma saldar suas dívidas para com os fornecedores? Admitindo-se que o volume de vendas corresponda ao previsto, o pagamento de contas pelos clientes estará correndo na proporção prevista? Os custos de produção estarão sendo mantidos dentro dos limites estabelecidos? Estará a firmaacumulando estoques, superiores ao volume exigido pelas vendas? Estas e numerosas outras perguntas acabam surgindo. Em cada um dos casos o efeito poderá ser o desequilíbrio dos planos financeiros, inicialmente formulados para o período. O único modo, de restaurar o equilíbrio entre a saída e a entrada de fundos consiste na implantação de um adequado controle de despesas e receitas.
Rentabilidade
O controle e o planejamento possuem um denominador comum — o lucro.Cabe ao administrador financeiro examinar com freqüência — normalmente em bases mensais ou trimestrais — as condições de rentabilidade do funcionamento da empresa. No caso da firma obter lucro, deverá verificar se a taxa alcançada é adequada e satisfatória. Cabe-lhe verificar se o desempenho da firma permitiu-lhe superar, igualar ou se colocar em posição de inferioridade em relação ao nível fixado pela administração como meta a ser atingida no período. O exame do último trimestre constitui, portanto, a avaliação retrospectiva dos planos e realização da firma nesse período de tempo. Igualmente, ao estimar as necessidades de recursos das diversas divisões, o administrador financeiro avalia: 1) a rentabilidade projetada, 2) a adequação da taxa de lucro previsto e 3) o custo financeiro de obtenção dos fundos necessários.
A atribuição das funções de planejamento e controle a um só indivíduo ou sua distribuição por dois ou mais membros da administração, é mera questão de organização administrativa da empresa. Seja qual for o caso, o objetivo fundamental da administração financeira permanece inalterado, no sentido de tornar mais eficaz o uso dos recursos aplicados nas operações da firma. No desempenho da função dupla de planejamento e controle, o administrador financeiro leva em consideração três dimensões ou períodos de tempo: passado e presente, o futuro próximo ou curto prazo e o futuro mais distante ou longo prazo.
1. Diagnóstico. Como indicamos anteriormente neste capítulo, o administrador financeiro responde pela obtenção de fundos e aplicação dêstes nas operações diárias; da empresa. Para desincumbir-se adequadamente dessas tarefas, é necessário que conheça, principalmente, os fundos à disposição da empresa no momento. Em seguida, deve estimar o movimento provável de entrada e saída de caixa nos dias ou semanas subseqüentes. Assim, passado, presente e futuro combinam-se em fluxo contínuo de fontes e aplicações financeiras de recursos. Entretanto, embora contínuo, êsse fluxo apresenta-se desigual, num período qualquer de tempo, digamos uma semana, as receitas de vendas podem exceder de muito os pagamentos feitos a fornecedores, empregados e outras pessoas, das quais a empresa adquire produtos e obtém serviços. O inverso também poderá ocorrer em período posterior.
Para determinar a importância dessas flutuações do movimento de caixa e seus prováveis efeitos sobre a liquidez da firma, o administrador financeiro prepara uma projeção do movimento de caixa para um ano, digamos. Essa projeção, por sua vez, é parcelada mensalmente (e algumas vezes também em semanas), com a indicação dos valores dos fluxos positivos (saldo de caixa) e negativos (déficit de caixa). Posteriormente, o administrador financeiro compara a experiência real com a previsão originalmente formulada. Se descobrir uma defasagem substancial entre os dados reais e os que foram projetados, deverá determinar se as diferenças verificadas devem-se a elementos não considerados na projeção inicial.
Ao elaborar a projeção do movimento de caixa, o administrador financeiro utiliza como ponto de partida os demonstrativos financeiros mais recentes da firma: o balanço e os demonstrativos de lucros e perdas. O balanço assemelha-se aos dados biométricos de altura, pêso, idade e sexo de um paciente, usados pelo médico como ponto de partida de sua análise. O demonstrativo de lucros e perdas é análogo, por sua vez, aos diferentes testes de pulsação, respiração, pressão sanguínea e tudo que possa dar ao médico uma idéia da anatomia de seu paciente como organismo vivo.
Entretanto, o administrador financeiro poderá não se satisfazer apenas com o exame do balanço e dos demonstrativos de lucros e perdas e aceitá-los como totalmente representativos da situação corrente da empresa. Tal como o médico, o executivo financeiro deverá, em seguida, examinar os dados da vida pretérita da empresa. Deverá interpretar os dados contábeis à luz aos diferentes elementos que afetaram favorável ou desfavoravelmente as operações da companhia e que produziram os resultados expressos nos demonstrativos financeiros.
2. Interpretação. A segunda questão é a seguinte: oferece o desempenho passado da firma uma base sólida às operações previstas para os seis ou doze meses subseqüentes? Na análise anterior os demonstrativos financeiros refletem os resultados de operações passadas. São inadequados para determinar as causas específicas desses resultados. O administrador financeiro deve examinar o significado dos valores obtidos e assinalar os fatores específicos que levaram a empresa às condições atuais.
Suponhamos que o lucro obtido pela Companhia XY no ano passado tenha sido substancial. Um exame mais acurado dos fatos subjacentes aos valores numéricos indica ao administrador financeiro que as vendas e os lucros da empresa se elevaram rapidamente em virtude de dificuldades que seu principal concorrente, a L. M. Inc., enfrentou ao se ver obrigado a reduzir a produção e o volume de suas vendas por vários meses, em conseqüência de uma prolongada greve na fábrica de seu principal fornecedor. A redução das vendas teve efeitos adversos sobre os lucros. No momento em que é feito o exame ao fim do último ano fiscal para ambas as empresas, a situação da XY parece bem melhor do que a da L. M. Inc. Mas, se analisarmos o que poderá ocorrer nos próximos meses, não haverá dúvidas de que o volume de vendas e a taxa de lucro da XY poderão reduzir-se, enquanto que a L. M. Inc. poderá ter esperanças de recuperar seu volume de vendas e nível de produção, assim como obter lucro adequado.
3. Planejamento. A administração financeira preocupa-se não apenas com as perspectivas do mercado e as necessidades financeiras das semanas ou meses vindouros. Ocasionalmente, a alta administração da empresa deve pensar em termos de períodos de vários anos. Há decisões a tomar que criam compromissos e obrigações que se estendem por diversos anos. A consumação de um projeto de arrendamento da fábrica, loja ou escritório envolve, normalmente, um período de cinco, dez ou mais anos. O arrendamento é apenas uma alternativa em relação à compra de uma fábrica já existente ou à construção de uma nova planta. É função do administrador financeiro estimar as conseqüências de natureza financeira de cada uma dessas alternativas. Se a companhia adquire uma fábrica já existente, é provável que o custo anual de impostos, consertos e seguros, mais os juros e a amortização da hipoteca, sejam inferiores ao aluguel anual de um prédio comparável. Entretanto, a aquisição de uma fábrica significa normalmente que a firma será obrigada a investir certa soma, ou seja, a diferença entre o preço de compra e o valor da hipoteca. Este investimento em fábrica implica no desvio de fundos que poderiam ser utilizados em outras operações da firma. Se esta não puder acumular o dinheiro necessário para o investimento (o preço de compra menos hipoteca) sem incorrer em escassez de disponibilidades, a economia representada pela compra da fábrica, em relação ao seu arrendamento, pode ser mais do que anulada pela “deseconomia” oriunda da insuficiência de recursos monetários para as atividades de produção, comercialização dos produtos e outras. Contudo, mesmo que a firma disponha de fundos inativos, em quantidade suficiente para o investimento, poderão surgir outras questões que deverão ser respondidas pelo administrador financeiro, antes de se chegar a uma decisão racional.
Os mesmos problemas básicos surgem no planejamento em longo prazo da expansão de instalações para atividades de produção, seja pelacompra de novas máquinas, arrendamento ou em decorrência de subcontratos efetuados com outras firmas para a produção adicional, total ou parcial. Quando se trata de pesquisa e desenvolvimento de produtos, a empresa defronta-se com alternativas iguais, ou monta instalações próprias ou contrata com outra firma a realização das tarefas necessárias.
Os resultados da programação das despesas a longo prazo são expressos pelo Orçamento de Capital. Este orçamento mostra detalhadamente: 1) as despesas propostas para cada modalidade de ativo (ou seja, melhorias em plantas, máquinas e equipamentos); 2) a distribuição, no tempo, de cada uma das despesas; 3) a previsão das receitas em cada projeto de investimento; 4) o custo dos recursos a serem aplicados nesses projetos; 5) o lucro liquido, antes de deduzidos os impostos, a ser obtido pela firma na execução desses projetos de investimentos.
CAPITAL DE GIRO
Parte dos bens de uma empresa representados pelo estoque de produtos e pelo dinheiro disponível (imediatamente a curto prazo).Também chamado de capital circulante. O Capital de Giro tem por finalidade suprir a empresa de recursos financeiros necessários para a realização das suas operações, ou seja, comprar e vender mercadorias/produtos.
O Capital de Giro é o conjunto de valores necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão “Capital em Giro”, que seriam os bens efetivamente em uso. O capital de giro representa, em média, 30 a 40% do total dos ativos de uma empresa. O capital permanente tem um peso maior sobre o total dos ativos, atingindo entre 60% e 70%.
Apesar de sua menor participação sobre o total dos ativos da empresa, o capital de giro exige um esforço do administrador financeiro maior do que aquele requerido pelo  capital fixo.
O capital de giro precisa de acompanhamento permanente, pois está continuamente sofrendo o impacto das diversas mudanças enfrentadas pela empresa. Já o capital fixo  não exige atenção constante, uma vez que os fatos capazes de afetá-lo acontecem com uma freqüência bem menor.
Boa parte dos esforços do administrador financeiro  típico é canalizada para resolução de problemas de capital de giro - formação e financiamento de estoques, gerenciamento do contas a receber e administração de déficits de caixa. 
Nesta luta para sobreviver, a empresa acaba sendo arrastada pelos problemas de gestão do capital de giro e tende a sacrificar seus objetivos de longo prazo. Os empresários conhecem bem este fenômeno. Boa parte de seu tempo é consumido "apagando incêndios", onde o foco mais perigoso reside no capital de giro.
				CCL = AC – PC
Portanto, o capital circulante líquido pode também ser pensado como a parcela dos ativos circulantes que deve ser financiada por meio do exigível a longo prazo ou do patrimônio líquido.
Levando em consideração as três razões mais importantes pelas as quais o valor do dinheiro decresce progressivamente ao longo do tempo são as seguintes:
1.INFLAÇÃO – refere-se ao aumento geral de preços na economia.Quando os preços aumentam, o valor do real diminui, e já se espera que os preços subam no futuro, o valor do real nos anos futuros será menor do que o atual.Em outras palavras, o poder de compra do real hoje é maior do que será amanhã, por causa do aumento do preço que diminuirá o valor desse real.
2.RISCO – ou incerteza acerca do futuro, também causa um declínio no valor do dinheiro.Como o futuro é incerto, o risco aumenta com o passar do tempo.A maioria das pessoas deseja evitar o risco,assim, valorizam mais o dinheiro agora do que a promessa de dinheiro no futuro.
3.LIQUIDEZ – é importante tanto para um investidor quanto para uma empresa. Liquidez refere-se ao grau de facilidade com que os ativos podem ser convertidos em caixa.
MEDIDAS PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DE CAPITAL DE GIRO
Os tópicos seguintes apresentam algumas alternativas de solução para essas questões. 
1. Formação de reserva financeira
Como acontece no trato de muitos outros problemas, a ação preventiva tem um papel importante para a solução dos problemas de capital de giro. 
A principal ação consiste na formação de reserva financeira para enfrentar as mudanças inesperadas no quadro financeiro da empresa. 
A determinação do volume dessa reserva financeira levará em conta o grau de proteção que se deseja para o capital de giro. Também uma análise do tipo "o que aconteceria ao capital de giro se...." poderia ser bastante útil para se formular a estimativa do volume da reserva financeira.À primeira vista, poderia soar antieconômico a formação de uma reserva financeira, já que esta decisão tiraria recursos financeiros que de outra forma deveriam ser aplicados no investimento em ativos fixos de modo a permitir a expansão da empresa. Dada a alta volatilidade da economia brasileira, a formação de reserva financeira para o capital de giro deveria ser a prioridade econômica fundamental da empresa. Além disso, os recursos destinados e essa reserva seriam aplicados no mercado financeiro, onde as taxas de juros têm sido maiores do que a taxa de rentabilidade do capital fixo.
2. Encurtamento do ciclo econômico 
Quando a empresa encurta seu ciclo econômico - este pode ser definido como o tempo necessário à transformação dos insumos adquiridos em produtos ou serviços - suas necessidades de capital de giro se reduzem drasticamente.Numa indústria, a redução do ciclo econômico significa um menor tempo para produzir e vender. No comércio, esta redução significa um giro mais rápido dos estoques. Na atividade de serviços, a redução do ciclo econômico significa basicamente trabalhar com um cronograma mais curto para a execução dos serviços, A redução do ciclo econômico não é uma função tipicamente financeira. Ela requer o apoio de funções como produção, operação e logística.
3. Controle da inadimplência 
A inadimplência dos clientes de uma empresa pode decorrer do quadro econômico geral do país ou de fatores no âmbito da própria empresa. No primeiro caso, a contração geral da atividade econômica e a conseqüente diminuição da renda das pessoas, tende a aumentar a inadimplência. Nesta situação, a empresa tem pouco controle sobre o problema. 
Quando a inadimplência é decorrente de práticas de crédito inadequadas, estabelecidas pela própria empresa, existe uma solução viável para o problema. Neste caso, é preciso dar mais atenção à qualidade das vendas (tanto as vendas a crédito como as vendas faturadas) do que ao volume dessas vendas. No caso das vendas a crédito, também será recomendável uma redução do prazo de pagamento concedido aos clientes.
4. Não se endividar a qualquer custo
Na tentativa de suprir a insuficiência de capital de giro, muitas empresa utilizam empréstimos de custo elevado. Como regra, qualquer dinheiro captado a um custo maior do que 1,17% ao mês (ou 15% ao ano) em termos reais, é incompatível com a rentabilidade normal da empresa que é de 15 % ao ano, também em termos reais. Assim, uma linha de crédito de curto prazo que hoje não custa menos do 2% ao mês em termos reais, é claramente antieconômica.
O financiamento de capital de giro a uma taxa real maior do que 1,17% ao mês, pode resolver o problema imediato de caixa da empresa, mas cria um novo problema - seu pagamento. 
O administrador tem consciência da inviabilidade do custo financeiro dos financiamentos de capital de giro. Ele tenta ganhar tempo, esperando que uma melhora posterior nas condições de mercado da empresa permitam pagar o capital de terceiros. Todavia, quando a recuperação das vendas acontece, a empresa já acumulou um estoque de dívidas cujo pagamento será impraticável. 
5. Alongar o perfil do endividamento 
Quando a empresa consegue negociar um prazo maior para o pagamento de suas dívidas, ela adia as saídas de caixa correspondentes e, portanto, melhora seu capital de giro. Embora essa melhora seja provisória, ajudará bastante até que a empresa se ajuste financeiramente. 
Também neste caso, é importante uma atenção especial para o custo do alongamento de prazo. Ele precisa sersuportado pela rentabilidade da empresa.
6. Reduzir custos 
A implantação de um programa de redução de custos tem um efeito positivo sobre o capital de giro da empresa desde que não traga restrições às suas vendas ou à execução de suas operações.Uma vez que a empresa com problema de capital de giro também estará com sua capacidade de investimento comprometida, a redução de custos em atividades como modernização, automação ou informatização não será possível. 
Diante de uma crise de capital de giro, o programa de redução de custos tem natureza compulsória e seu grande desafio é identificar aqueles itens de gastos que possam ser cortados sem grandes prejuízos para as atividades da empresa. Dificilmente serão encontrados gastos supérfluos ou desperdícios, pois a crise de capital de giro naturalmente já os deve ter eliminados.
7. Substituição de passivos
A política de substituição de passivos consiste em trocar uma dívida por outra de menor custo financeiro. Por exemplo, uma empresa de grande porte poderia adotar esta solução, através do lançamento de títulos no exterior ou mesmo fazendo um lançamento de ações. Entretanto, as empresas de pequeno e médio porte não têm essa opção. Um programa tradicional de substituição de passivos para essas empresas quase sempre significaria trocar seis por meia dúzia. Numa situação extrema, as pequenas e médias empresas poderiam trocar passivo exigível por passivo não exigível (capital), através da admissão de novos sócios. Sem dúvida, esta seria uma solução a ser adotada em último caso.
*NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO:
A necessidade de capital de giro da empresa é calculada das seguintes formas: 
1.Através do saldo das contas no Balanço Patrimonial: 
NCG =" Valor" das Contas a Receber + Valor em Estoque - Valor das Contas a Pagar. 
Exemplo: Contas a Receber: R$ 25.000,00 + Estoques R$ 40.000,00 - Contas a Pagar R$ 35.000,00 =" Necessidade" Capital de Giro: R$ 30.000,00. 
2.Através do Ciclo Financeiro (Prazo Médio de Estoques + Prazo Médio de Recebimentos ? Prazo Médio de Pagamentos). 
NCG =" Ciclo" Financeiro x Valor das Vendas por Dia PM Recebimentos 30 dias + PM Estoques 45 dias - PM Pagamentos 35 dias =" Ciclo" Financeiro: 40 dias 
Vendas por dia: R$ 750,00 =" Necessidade" Capital de Giro: R$ 30.000,00 (R$ 750,00 x 40 dias). 
A escolha por um dos métodos depende das necessidades do momento. O cálculo, através do ciclo financeiro, possibilita mais facilmente prever a necessidade de capital de giro em função de uma alteração nas políticas de prazos médios, ou no volume de vendas.
 #ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
Análise das demonstrações contábeis é a técnica contábil que consiste na decomposição, comparação e interpretação das demonstrações contábeis.
A análise contábil não é exigida por lei. 
OBJETIVO: fornecer informações numéricas de dois ou mais períodos, de modo a auxiliar ou instrumentar acionistas, administradores, fornecedores, clientes, governo, instituições financeiras, investidores e outras pessoas físicas ou jurídicas interessadas em conhecer a situação da empresa ou para tomar decisões.
ASPECTOS QUE PODEM NÃO ESTAR EVIDENCIADOS PELA ANÁLISE:
a)Capacidade ociosa de máquinas e equipamentos: fato que, numa simples análise de demonstrações pode ficar encoberto.
b)Análise da tendências: comparação entre os resultados obtidos nas análises de diversos períodos visando obter a tendência do resultado em epígrafe.
Os processos mais utilizados na análise das demonstrações contábeis são:
1-análise vertical
2-análise horizontal
3-análise de quocientes
4-por diferenças absolutas
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS:
· – BALANÇO PATRIMONIAL – procura evidenciar, em determinada, a natureza dos valores que compõem o patrimônio da empresa – bens e direitos - e a origem desses valores – obrigações e patrimônio líquido. Evidencia, assim, a posição patrimonial e a posição financeira da empresa. É levantado ao final de cada exercício, a partir das contas relacionadas no balancete final. Demonstra a situação estática da empresa.
· – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO – é uma peça contábil que mostra o resultado das operações sociais – lucro ou prejuízo. Dentro desse objetivo básico, procura evidenciar: o resultado operacional do período, provocado pela movimentação dos valores aplicados no ativo; o lucro líquido dom período, ou seja, aquela parcela do resultado que, efetivamente, ficou à disposição dos sócios para ser retirada ou investida. Demonstrativo dinâmico.
· - DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA – procura apresentar, de forma ordenada, a movimentação de entrada e saída de numerário ocorrida em determinado período. 
1. OPERAÇÕES FINANCEIRAS: são todas as operações que envolvam a variação do dinheiro em função da passagem do tempo, havendo assim sempre três variáveis: tempo, capital e taxa de juro.
Entre os diversos tipos de operações financeiras, os mais conhecidos são:
-Aplicações Financeiras
-Empréstimos e Financiamentos
-Descontos de Duplicatas
 
2. JURO:
A razão essencial do cálculo financeiro está focada num único conceito: o valor do dinheiro ao longo do tempo, portanto, o tempo é o fator essencial em qualquer análise que envolva capitais.
O juro corresponde à remuneração recebida na aplicação de dinheiro no mercado financeiro ou cobrada pelo empréstimo de dinheiro ou venda a prazo de algum bem (financiamento de bens).
O JURO representa a compensação recebida pelo credor, em função deste não poder usar o dinheiro até o dia do vencimento e também em razão do mesmo correr o risco de inadimplência do devedor. Podemos concluir que a existência do JURO se justifica por três razões:
#PERDA DA LIQUIDEZ – Ao ceder um capital ao devedor, o credor perde a opção de escolher o que fazer com o dinheiro (aplicação do dinheiro ou compra de bens).
#PERDA DO PODER DE COMPRA – A inflação é a causa da perda de valor do dinheiro ao longo do tempo.
#RISCO – Há sempre a possibilidade do devedor não pagar ao credor.
 
3.TAXA DE JUROS:
Representa a percentagem incidente em cada período (mês, trimestre, semestre, ano etc.) sobre o dinheiro emprestado ou aplicado no mercado financeiro. Normalmente é representada pela letra “i”, tendo em vista a origem da expressão inglesa “Interest Rate”.
 
4. TAXA BÁSICA DE JUROS:
É a menor taxa de juros vigente numa economia, funcionando, assim, como a taxa de referência para todos os contratos. No brasil, por exemplo, essa taxa corresponde à TAXA SELIC, a qual é estabelecida pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) do BACEN, sendo utilizada, por exemplo, em empréstimos de dinheiro de um banco para o outro.
A taxa SELIC é também utilizada pela Receita Federal para parcelamento de débitos de contribuintes do IR e CSLL, ou para remunerar os títulos de dívida pública, representando assim um instrumento essencial de política fiscal e monetária.
 
5. TAXA PREFERENCIAL DE JURO (Em Inglês: “PRIME RATE”):
Equivale à taxa de juro bancária cobrada dos clientes preferenciais, ou seja, os que têm as melhores avaliações de crédito, tendendo, portanto, a ser melhor taxa do mercado, considerando todos as instituições financeiras. Sua determinação é completa,pois envolve diversos fatores, como expectativas inflacionárias, custos bancários, conjuntura econômica do mercado etc.
Apesar disso tudo, a taxa preferencial de juro, em geral, é maior que a taxa básica de juro, com algumas exceções, como, por exemplo, nos países cuja moeda é o euro (Eurozona), não havendo nas mesmas diferenças em relação á taxa básica de juro, isto é, tal taxa é utilizada nas operações interbancárias, feitas em euro, na Eurozona, e recebe o nome de EURIBOR (Euro Interbank Offered Rate).
 
 
6. JUROS SIMPLES:
O juro simples cresce ao longo do tempo de forma linear, ou seja, é diretamente proporcional ao tempo transcorrido, tendo em vista que a taxa de juro incide o tempo todo sobre o principal.
 
7.JURO COMPOSTO:
De forma diferente do regime de juro simples, onde a taxa de juro incide o tempo todo somente sobre o principal, tendo em vista que o juro não pago não é capitalizado (unido ao principal), no regimede juro composto a taxa de juro incide em cada período sobre o montante do período, anterior, ou seja, há incidência cumulativa de juro sobre juro, razão pela qual esse tipo de juro é considerado exponencial (não linear). Cabe ressaltar que todas as normas impostas pelos pronunciamentos técnicos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) no que se refere a empréstimos e financiamentos são baseadas em juros compostos. Todas as operações nos bancos e no mercado financeiro também são realizadas em regime de juro composto.
 
8. APLICAÇÕES FINANCEIRAS:
É comum o fato das empresas que possuem folgas de caixa aplicarem esse excesso no mercado financeiro de renda fixa ou de renda variável.
Os impostos incidentes sobre os rendimentos das aplicações financeiras são:
* IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) – Também chamado de Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros, sendo que, no caso de aplicações financeiras sacadas até 29 dias, contando-se o 1º dia da aplicação, onde as alíquotas vão decrescendo no decorrer desses 29 dias, tendo em vista que a maioria dos fundos de aplicação no mercado têm liquidez diária. A partir do 30º dia NÃO há incidência de IOF sobre os rendimentos das aplicações sacadas. Assim,por exemplo, se a aplicação for sacada no 2º dia, o IOF incide com alíquota de 93% sobre o rendimento. Se o saque for no 25º dia, a alíquota será de 16%. se o saque for no 29º dia, a alíquota será de 3%. A partir do 30º dia, a alíquota é zero.
 
*IRRF(Imposto de Renda Retido na Fonte) – Incide sobre os rendimentos das aplicações financeiras sacadas, de acordo com a Lei nº11.033/2004, a partir de janeiro de 2005, com as seguintes sobre as aplicações de renda fixa:
22,5% - para aplicações com prazo de até 180 dias;
20,0% - para aplicações com prazo de 181 até 360 dias;
17,5% - para aplicações com prazo de 361 até 720 dias;
15,0% - para aplicações com prazo de acima de 720 dias.
 
8.1. Aplicações Financeiras De Renda Variável:
Quando a remuneração, que é o ramo de capital investido, não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Ex: aplicação de ações, aplicações em ouro, etc.
 
8.2. Aplicações Financeiras De Renda Fixa:
Quando o retorno do capital investido pode ser dimensionado no momento da aplicação. Tais aplicações em títulos de crédito e valores mobiliários podem ser feitas em títulos públicos ou títulos privados, podendo ser aplicações com liquidez imediata, aplicações com rendimento prefixados e aplicações com correção pós-fixada.
Como títulos de renda fixa públicos, citam-se:
#NTN – Notas do Tesouro Nacional;
#BBC – Bônus do Banco Central;
#TDA – Títulos da Dívida Agrária;
#Títulos emitidos pelos Estados e Municípios etc
 
Como títulos de renda fixa privados, citam-se:
# Debêntures;
#CDB – Certificado de Depósito Bancário;
#RDB – Recibos de Depósito Bancário, etc.
 
8.2.1. Aplicações Financeiras de Liquidez Imediata:
São aquelas com prazo máximo para resgate em 3 meses, onde a característica básica é que o dinheiro pode ser resgatado em qualquer dia dentro desse mesmo prazo máximo. Ex: aplicações financeiras em títulos do Governo; caderneta de poupança, etc.
 
 DEPRECIAÇÃO:
A depreciação é a despesa com a perda de valor de bens tangíveis do ativo imobilizado, sujeitos ao desgaste pelo, ação da natureza ou por se tornarem obsoletos. A contrapartida da Despesa de Depreciação é a conta Depreciação Acumulada, sendo esta uma conta retificadora do ativo imobilizado.
Não são depreciados:
- terrenos, salvo em relação a benfeitorias e construções;
- bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras de arte;
- bens para os quais sejam registradas quotas de amortização ou exaustão;
- bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados à produção ou comercialização de bens e serviços.
VALOR CONTÁBIL de um bem depreciado corresponde à diferença entre o custo de aquisição (este pode sofrer acréscimos posteriores) e a depreciação acumulada.
VC = Valor Original (da Nota Fiscal) - Depreciação
VALOR RESIDUAL de um bem depreciado, que muitas vezes é impropriamente confundido com valor contábil, corresponde ao valor da provável realização do bem, após depreciado em sua totalidade.
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO:
Entre os diversos métodos existentes, o método mais utilizado no Brasil é o chamado MÉTODO DAS QUOTAS CONSTANTES, mais conhecido como MÉTODO LINEAR, visto que a depreciação acumulada é diretamente proporcional ao tempo, gerando assim uma função linear. Por esse método, a depreciação pode ser calculada de duas formas:
1ª FORMA: Aplicando-se uma taxa constante sobre o valor a ser depreciado.
2ª FORMA: Dividindo-se o valor a ser depreciado pelo tempo da vida útil.
Outro método de depreciação é o chamado MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS ou MÉTODO DE COLE. Neste, a depreciação é calculada da seguinte forma:
1ª ETAPA: Somar os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem a ser depreciado.
2ª ETAPA: Multiplicar o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo denominador é a soma obtida na 1ª etapa, e o numerador, para o primeiro ano, é de n ( n= tempo de vida útil estimado).
A vantagem desse método em relação ao das quotas constantes é que proporciona maior uniformidade nos custos , visto que , com o passar do tempo, os gastos com manutenção do bem se tornam progressivamente crescentes. Sendo assim, ao fazermos os valores das depreciações decrescentes, tornamos a soma dos gastos de manutenção, ao longo do tempo, com suas respectivas depreciações, aproximadamente constantes.
#Depreciação de Bens Adquiridos Usados:
Neste caso, o prazo de depreciação será o maior dentre os seguintes:
a)metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo;
b)restante do prazo de vida útil do bem, considerado este em relação à primeira instalação ou utilização desse bem.
# Depreciação de Edificações:
As seguintes normas devem ser observadas, com relação à depreciação de edifícios e construções:
a)a depreciação deve ser registrada a partir da conclusão da obra e do inicio da utilização do bem;
b)o valor das edificações deve estar destacado do valor do custo de aquisição do terreno, admitindo-se o destaque baseado em laudo pericial.
Observações:
1)Não é admitida a depreciação relativa a:
a)terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
b)prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo proprietário na produção dos seus rendimentos ou que sejam destinados à revenda;
c)bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como as obras de arte e antiguidades;
d)bens para os quasi haja registro de exaustão.
2) Apesar da lei nº6.404/1976 referenciar a depreciação apenas no ativo imobilizado, é admitida também a depreciação no ativo investimentos, como é o caso dos imóveis alugados.
AMORTIZAÇÃO:
Como base no § 2º do art. 183 da lei 6.404/76, podemos inferir que a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado ou do ativo intangível será registrada periodicamente nas contas de amortização quando corresponder à perda do valor de capital aplicado na aquisição de direitos de propriedade comercial ou industrial ( exemplo: patentes – ativo intangível) e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada (exemplo: concessões obtidas – ativo intangível), ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado (exemplo: benfeitorias em imóveis de terceiros – ativo imobilizado).
*Bens sujeitos a amortização:
- patentes de invenção, fórmulas e processos de fabricação, direitos autorais, licenças, autorizações ou concessões;
- direitos sobre bens que, nos termos da lei ou contrato regule a concessão de serviço público, devem reverter ao poder concedente, ao fim do prazo da concessão, sem indenização;
- custo de aquisição, prorrogação ou modificação de contratos e direitos de qualquer natureza, inclusive de exploração de fundo de comércio;
- custo das construções ou benfeitorias em bens locados ou arrendados, ou em bens de terceiros, quando não houver direito ao recebimento de seu valor em restituição.
*Taxa de Amortização:A taxa de amortização é função do tempo de utilização do bem, podendo tal tempo ser estabelecido em lei que regule os direitos sobre o bem; podendo ser fixado no contrato de aquisição do bem; ou ser proveniente da natureza do bem de existência limitada. As taxas de amortização também são obtidas pelo método linear.
EXAUSTÃO:
A EXAUSTÃO corresponde à perda de valor, decorrente de sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração.
Observações:
1) As máquinas e equipamentos de extração mineral ou florestal, opcionalmente, podem ser depreciados, ao invés de serem exauridos.
2) Somente se sujeitam à exaustão as minas que estejam só regime de concessão. A exploração de recursos minerais sob a forma de arrendamento ou licenciamento não pode ser objeto de exaustão.
3) Não se há de confundir a exaustão de recursos florestais com a depreciação de projetos florestais destinados à exploração de frutos. Ao passo que a exaustão é referente ao corte, (exemplo: extração de madeira), a depreciação é relativa à extração de frutos (exemplo: extração de cacau).
4) Ao passo que os gastos para a obtenção do direito de exploração de minas e jazidas estão sujeitas à exaustão, as despesas com prospecção e cubagem estão sujeitas à amortização. 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES PARA ESTRUTURAÇÃO DA DRE:
Ebitda é a sigla em inglês para Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization. Em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização” (também conhecida como Lajida). É um indicador muito utilizado para avaliar empresas de capital aberto.
Se você ler uma entrevista de um analista de mercado, é provável que verá a repetição desse termo em diversas respostas. E não é por acaso.
Com ele, é possível descobrir quanto a empresa está gerando com suas atividades operacionais, não incluindo investimentos financeiros, empréstimos e impostos.
Dessa forma, a divulgação do Ebitda é uma forma de o investidor descobrir qual é a realidade financeira da companhia e se ela está melhorando sua competitividade e a sua eficiência ano a ano.
Mas atenção: apesar de ser um indicador importante, o Ebitda não é o único instrumento de avaliação de empresas na bolsa de valores. É importante analisar informações como alavancagem e lucros, por exemplo.
“O Ebitda mostra o potencial de geração de caixa de um negócio, pois indica quanto dinheiro é gerado pelos ativos operacionais.”
Portanto, o Ebitda é um número muito interessante para analisar a competitividade e a eficiência da empresa, especialmente em comparação ano a ano e com os concorrentes.
Isso se deve ao fato de que o indicador não leva em conta questões como financiamentos, impostos, amortização e depreciação dos ativos.
Assim, por exemplo, duas empresas de países diferentes podem ser postas lado a lado em uma planilha sem interferências dos juros altos que uma paga ou dos impostos mais baixos da outra.
Embora seja muito utilizado, esse indicador, por si, não revela a situação completa das finanças da empresa. E pode levar a muitos erros, caso não seja complementado com mais dados, conforme Eduardo de Oliveira, sócio responsável por finanças corporativas e reestruturação de empresas da consultoria Deloitte Touche Tohmatsu.
“As pessoas começam a usar o Ebitda como se fosse uma medida exata de valor de empresa, mas ele é um instrumento que mostra, quando muito, se o negócio deve ou não ser analisado a fundo”, afirma Oliveira, também em entrevista à Revista Exame.
· Para que serve o Ebitda
Como já dito, o Ebitda ajuda a analisar a geração de caixa de uma empresa, medindo com maior precisão a produtividade e a eficiência do negócio.
Isso acontece porque ele desconsidera algumas variáveis complexas, como a tomada de financiamentos, que podem ser analisadas sob uma ótica própria.
Saber se a empresa dá lucro ou prejuízo é fundamental, mas contar apenas com esse dado primário em uma análise não é o melhor caminho para um bom diagnóstico financeiro. O Ebitda ajuda a ir além da conjuntura de financiamentos e alavancagem em que a empresa está inserida e mostra com maior clareza a situação operacional.
Mas lembre que, ao pesquisar sobre uma empresa, o Ebitda é um indicador que deve ser usado em conjunto com outros números, como lucro líquido, evolução do faturamento, situação dos custos, endividamento e lucro por ação.
· Como calcular o Ebitda?
Para calcular o Ebitda, é necessário antes descobrir o lucro operacional. No Brasil, ele resulta da subtração, a partir da receita líquida, do custo das mercadorias comercializadas, das despesas operacionais e das despesas financeiras líquidas (despesas menos receitas com juros e instrumentos financeiros).
Depois, é preciso adicionar ao lucro operacional a depreciação e a amortização inclusos no custo de mercadoria vendida e nas despesas operacionais. O motivo é que essas contas não se constituem de uma redução efetiva do caixa no período.
Além disso, você deve somar ainda a despesa financeira líquida, uma das variáveis que não está no escopo operacional do negócio.
Ou seja, você vai acrescentar juros, amortização e depreciação ao lucro operacional líquido antes dos impostos.
Para quem pensa em investir em uma empresa de capital aberto na bolsa de valores brasileira, a boa notícia é que elas costumam publicar esse indicador em seus balanços, para facilitar o trabalho dos analistas do mercado.
· Lucro operacional
Lucro operacional é o aquele gerado pela operação do negócio, subtraindo despesas administrativas, comerciais e operacionais. Ele oferece uma visão bem completa sobre os resultados financeiros da empresa.
Ele é calculado com esta fórmula:
Lucro operacional = Lucro Bruto – Despesas Operacionais + Receitas Operacionais.
Esse valor faz parte da Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). Esse documento é um resumo dos resultados em um período, geralmente um ano. É uma das melhores ferramentas para analisar empreendimentos e é bastante usada no mercado.
É importante não confundir lucro operacional com o lucro bruto. O lucro bruto, na verdade, é um estágio anterior: dele, subtraem-se as despesas administrativas, comerciais e operacionais para chegar posteriormente ao lucro operacional.
· Depreciação e amortização
A definição de depreciação pode parecer complicada, mas não é. Trata-se da apuração de um valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil, isto é, a anotação da redução do valor dos bens por desgaste ou perda de utilidade, seja por ação da natureza, ação humana ou obsolescência.
A depreciação ocorre a partir do momento em que ele é disponibilizado para o uso, quando chega ao local de trabalho em condições plenas de funcionamento. Esse cálculo da depreciação não termina quando o ativo fica ocioso, a menos que ele esteja totalmente depreciado.
A amortização parte de uma lógica semelhante: consiste na alocação sistemática do valor amortizável de ativo intangível (uma dívida, por exemplo) ao longo do tempo.
A diferença básica entre os dois é que o primeiro se impõe sobre ativos físicos, como uma mesa de trabalho, e o segundo, sobre ativos intangíveis, como direitos ou despesas com prazo limitado, seja legal ou contratual.
· Aplicação do Ebitda
Para entender a aplicação do Ebitda, vamos partir de uma Demonstração do Resultado de Exercício (DRE) hipotética de uma empresa XYZ, que possui Receita Operacional Bruta de R$ 12.000,00.
	DRE da empresa XYZ
	Receita Operacional Bruta:
	12.000,00
	(-) Deduções da Receita Bruta:
	(1.500,00)
	(=) Receita Operacional Líquida:
	10.500,00
	(-) Custo dos Produtos Vendidos:
	(6.000,00)
	(=) Lucro Bruto:
	4.500,00
	(-) Despesas Operacionais:
	(1.500,00)
	Despesas com Vendas Administrativas:
	(1.200,00)
	Resultado Financeiro
	(1.000,00)
	(=) Lucro Operacional:
	3.000,00
Pronto, temos aí as informações necessárias para o cálculo do Ebitda.
Seguimos:
	DRE da empresa XYZ
	Receita Operacional Bruta:
	12.000,00
	(-) Deduções da Receita Bruta:
	(1.500,00)
	(=) Receita Operacional Líquida:
	10.500,00
	(-) Custodos Produtos Vendidos:
	(6.000,00)
	(=) Lucro Bruto:
	4.500,00
	(-) Despesas Operacionais:
	(1.500,00)
	Despesas com Vendas e Administrativas:
	(1.200,00)
	(=) Ebit
	3.300,00
	(+) Depreciação e amortização
	300,00
	(=) Ebitda
	3.600,00
	(=) Ebitda em percentual da Receita Operacional Bruta
	30%
Abaixo, vamos conferir um exemplo de um Ebitda divulgado pela Petrobras, que serve para ilustrar como se dá esse tipo de anúncio e como esses números são divulgados para o investidor.
· Exemplo prático de Ebitda
Em março de 2017, a Petrobras divulgou seus resultados financeiros referentes ao último trimestre de 2016. Entre os dados, está o Ebitda da empresa e sua evolução ao longo do ano. Informações como essas são muito úteis para os investidores que pensam em aplicar na Petrobras. Com esses dados, eles podem tomar decisões mais bem embasadas a respeito da saúde financeira da estatal e de suas perspectivas de geração de caixa nos próximos meses. Mas antes de chegar ao Ebitda, é importante contextualizar os resultados e mostrar a importância de outros indicadores.
No consolidado de 2016, a Petrobras teve um prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões. Esse foi o terceiro ano seguido de prejuízos para a estatal, que havia registrado um recorde negativo de R$ 34,8 bilhões em 2015 e perdas de R$ 21,6 bilhões em 2014.
Por outro lado, no último trimestre de 2016, a Petrobras teve lucro de R$ 2,5 bilhões, após um prejuízo de R$ 16,4 bilhões no terceiro trimestre. A previsão do mercado, porém, era de lucro maior, de R$ 3,7 bilhões no último período do ano.
No mesmo informe, a estatal explicou os motivos para os prejuízos recentes (reavaliação dos ativos) e comunicou a redução de seu endividamento, que teve queda de 20% do fim de 2015 (em R$ 392 bilhões) para o fim de 2016 (em R$ 314,2 bilhões).
Além disso, a publicação prevê mais um ano sem pagamento de dividendos aos acionistas, já que as contas ainda não o permitem, de acordo com o presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Por fim, aquela informação que aguardávamos: o Ebitda. Ele foi de R$ 24,8 bilhões no quarto trimestre e de R$ 88,7 bilhões em 2016, 16% superior em relação a 2015.
Veja abaixo a evolução do Ebitda da Petrobras em 2015 e 2016:
Reparou como você não pode analisar apenas o Ebitda de uma empresa? Considerando apenas esse indicador, a Petrobras merece os parabéns, não?
Mas é a dívida de R$ 314,2 bilhões? É uma das mais altas entre empresas de todo o mundo e teve uma melhora de 2015 para 2016 principalmente porque ela é em dólar, que caiu de R$ 4,00 para pouco mais de R$ 3,30 no período.
· O Ebitda é confiável?
O Ebitda é um indicador confiável para a tendência de lucros da atividade principal de uma empresa. Mas para usá-lo adequadamente, é preciso levar em conta suas limitações.
Uma delas é que ele pode oferecer uma falsa noção da efetiva liquidez da empresa.
É comum que gestores contratem financiamentos para alavancar suas operações, o que leva a casos em que as despesas financeiras se tornam superiores às receitas.
No fim das contas, é possível ter um Ebitda positivo e uma demonstração de resultados com prejuízo líquido.
Além disso, o Ebitda não deixa claro qual será o reinvestimento necessário nos ativos nos próximos anos, o que também pode promover uma visão distorcida da saúde financeira da empresa. Ou seja, avaliar uma empresa exclusivamente através desse indicador pode não proporcionar as respostas mais corretas sobre as habilidades de geração de caixa no futuro. Por isso, esse indicador não é o único avaliado pelos especialistas e analistas do mercado.
Hoje os resultados são percebidos também considerando o “lucro por ação” e o Fluxo de Caixa Operacional, para apresentar uma dimensão mais completa da capacidade da empresa em se sustentar, crescer e dar lucro.
Por isso, vamos entender agora um pouquinho dos prós e contras de utilizar esse indicador para o diagnóstico financeiro das empresas.
· Vantagens e desvantagens de usar o ebitda como indicador da saúde financeira da empresa
Existem vantagens e desvantagens no uso do Ebitda como medida da saúde financeira de uma empresa.
Na verdade, é essencial que você o utilize em sua análise, mas não dependa apenas dele. Se ele for incorporado a uma avaliação maior, que compreenda ainda números relacionados à alavancagem e ao lucro por ação, terá uma utilidade muito grande.
Abaixo, vamos desvendar os principais argumentos a favor e contra:
· Vantagens do Ebitda
Entre elas, estão:
· Oferece uma régua importante para o analista determinar a produtividade e a eficiência de um negócio, já que retira da equação os efeitos de decisões contábeis e financiamentos
· A evolução do Ebitda ao longo dos anos mostra aos acionistas a capacidade da empresa em promover e entregar eficiência e produtividade
· A comparação do Ebitda de diferentes empresas, inclusive de diferentes setores, fornece análise de competitividade ao remover o impacto dos custos de financiamentos, que podem ser muito altos em indústrias pesadas e de tecnologia
· Essa comparação pode ser até de duas (ou mais) empresas de países diferentes, já que o Ebitda acaba sendo um indicador universal, especialmente porque deixa de fora fatores locais, como a tributação.
· Desvantagens do Ebitda
Entre as desvantagens, podemos elencar:
· O uso exclusivo do Ebitda como indicador elimina da lupa de análise, por exemplo, uma possível alta alavancagem que pode comprometer os resultados e o caixa no futuro
· Uma empresa que investe em ativos financeiros para o seu futuro não terá esse esforço de economia recompensado pelo Ebitda e passará batido de um analista que se basear apenas nesse indicador
· A liquidez de uma empresa não pode ser determinada pelo Ebitda, e essa capacidade de converter investimento em dinheiro também é essencial para compreender o valor real da companhia
· Investidores leigos podem não entender que um Ebitda positivo pode esconder prejuízo líquido da empresa.
· Diferença entre o Ebit e o Ebitda
As expressões Ebit e Ebitda são semelhantes, mas oferecem indicadores distintos da saúde financeira da empresa.
O primeiro se refere aos lucros antes de juros e tributos e, o segundo, aos lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização.
Ebit é a sigla da expressão Earning before interest and taxes, também conhecido no Brasil como Lajir. Em português, significa “Lucro antes dos juros e tributos”.
Essa ferramenta mostra o verdadeiro lucro contábil das atividades genuinamente ligadas ao negócio, ou seja, excluindo tudo que não é auferido pela atividade fim da empresa, como um investimento financeiro.
Em relação ao Ebitda, a diferença é muito simples. É o Ebit sem a dedução do valor da depreciação de ativos tangíveis (máquinas, por exemplo) e da amortização de ativos intangíveis (dívida de longo prazo, por exemplo).
Ou seja, trata-se da capacidade de geração de caixa considerando apenas a atividade fim.
· Conclusão
Ficou mais claro o conceito de Ebitda? Sim, a contabilidade parece um universo à parte, mas deve fazer parte do seu vocabulário e do seu conhecimento como investidor.
Ela oferece respostas muito importantes para quem tem apreço pelo seu dinheiro e busca avaliar papéis que o farão render ao máximo.Para entender em quais ações aplicar, por exemplo, você precisa ler nas entrelinhas e saber apurar, em meio a tantas informações, quais serão úteis para suas projeções.
Afinal, a empresa avaliada tem boas perspectivas no médio prazo ou será castigada pela concorrência?
Será que ela está melhorando a sua competitividade ou ainda é muito ineficiente?
Quais números devem preocupá-lo além do Ebitda apresentado?
São muitas questões, e se trata de um tema delicado. Por isso, para resumir um pouquinho do que aprendemos, vamos retomar aqui os principais tópicos abordados:
· Ebitda significa lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização
· Trata-se de um indicador muito usado para analisar empresas de capital aberto
· O Ebitda deve ser apenas um dos componentes dessa análise, e não o único
· Outros indicadores importantes

Outros materiais