Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 1 FPM VI PEDIATRIA CRESCIMENTO DIFERENTE DE DESENVOLVIMENTO CRESCIMENTO: processo biológico e contínuo de multiplicação (hiperplasia) e aumento do tamanho celular (hipertrofia), sendo expresso pelo aumento das dimensões corporais. → interação de fatores genéticos e ambientais. DESENVOLVIMENTO: ganho de habilidades NORMALIDADE: Fase de maior velocidade de crescimento de um indivíduo: 0 a 50 cm em 9 meses Moduladores: • Genéticos • Gestacionais: 1- Nutrição materna pré concepcional e durante a gestação 2- Suprimento transplacentário de O2 e substratos 3- Duração da gestação, multiplicidade 4- Doenças maternas (DM, HAS, infecções) 5- Hormônios produzidos pelo fato, placenta e mãe (IGF I e II, insulina) 6- Uso de substâncias (teratógenos, fumo, álcool, drogas) 3 PERÍODOS DE MAIOR CRESCIMENTO: 1. Intragestacional – importância de fatores nutricionais 2. 2 primeiros anos – importância do hormônio de crescimento 3. Puberdade – importância dos hormônios estereoidais CRESCIMENTO: • CRESCIMENTO GERAL: altura e peso • CRESCIMENTO NEURAL – SNC e sua mielinização • CRESCIMENTO LINFÓIDE • CRESCIMENTO GENITAL SEGMENTO SUPERIOR (SS): estatura – segmento inferior SEGMENTO INFERIOR (SI): distância da crista ilíaca até o chão RELAÇÃO NORMAL SS/SI: • 1,7 RN • 1.3 aos 3 anos • 1 entre 8 e 10 anos • 0,9 a 1 até o final da puberdade SS/SI anormal: doença do esqueleto possivelmente presente SS/SI diminuída: encurtamento da coluna SS/SI aumentada: encurtamento dos membros Baixa estatura com alta relação SS/SI sugere: malformações, displasias ósseas, hipotireoidismo ou raquitismo GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 2 FPM VI PEDIATRIA Normalmente a pessoa para de crescer pelos 17 anos. Velocidade de crescimento: ➔ Intrauterina: 50 cm em 9m o VC: 66 cm/ano ➔ Lactente: 20 a 25 cm/ano ➔ Entre 1º e 2º ano de vida: 12 cm/ano ➔ 3º ano: 8 cm ➔ Do 3º até o início da puberdade: 4 a 7 cm ➔ Puberdade: 10cm/ano Medida até os 2 anos com a criança deitada; Acima de 2 anos: medido em pé PERÍMETRO CEFÁLICO: ➔ RN: 33-35 cm ➔ 1º ano o 1º trimestre: 6 cm (2cm/mês) o 2º trimestre: 3 cm (1cm/mês) o 3º e 4º trimestre: 3 cm (0,5cm/mês) ➔ 2º ano: 2 cm/ano ➔ Pré-escolar até 18 anos: 5cm MONITORIZAÇÃO: Esquema mínimo de consultas: ➔ 1º ano de vida: 1, 2, 4, 5, 6, 9 e 12 meses ➔ 2º ano de vida: 13, 18 e 24 meses ➔ 3º, 4º e 5º anos: 1x por ano PERCENTIL – situa a posição do indivíduo em relação ao grupo de referencia (EX: P40: atrás tem 30 e na frente 60) DESVIO PADRÃO (ESCORE Z): numero de desvios padrão abaixo ou acima da mediana da população de referencia em que se encontra o índice antropométrico da criança. Normal entre -2 e +2 DP CURVA DE CRESCIMENTO: estatura/idade ESTADO NUTRICIONAL: • peso/idade: até 10 anos • peso/estatura: até 5 anos • IMC/idade GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 3 FPM VI PEDIATRIA : início 8- 13 anos • Telarca (broto mamário) • Pubarca ou adrenarca • Estirão puberal 11-12 aos • Menarca 12-13 anos • Desaceleração do crescimento : início 9-14 anos • Aumento do volume testicular > ou igual a 4ml • Pubarca • Desenvolvimento genital (aumento do pênis em comprimento e espessura) • Mudança na voz (estimulação androgênica) • Estirão puberal: 13-14 anos • Semenarca (1ª ejaculação com sêmen) ESTADIAMENTO PUBERAL (TANNER): M1: ausência de desenvolvimento mamário, estágio infantil – PRÉ-PÚBERE M2: aparecimento do broto mamário - TELARCA M3: crescimento de mama e aréola, sem separação de contornos M4: projeção da papila e aréola acima do contorno da mama - MENARCA M5: projeção apenas da papila e retorno da aréola ao contorno da mama P1: ausência de pelos pubianos P2: pelos finos e lisos na borda dos grandes lábios – PUBERDADE P3: aumento da quantidade de pelos nos grandes lábios e na sínfise púbica, mais escuros e crespos P4: pelos escuros, crespos, grossos, nos grandes lábios, na sínfise púbica e períneo P5: pelos terminais abundantes em sínfise, períneo e raiz das coxas G2 – início da puberdade! Aumento inicial do volume testicular (>4ml) Método de Greulich-Pyle (GP): • Raio-x • Representativos: pouca precisão: intervalos de até 1 ano e não leva em conta que alguns núcleos epifisários podem maturar de forma assincrônica) Método de Tanner-white house • Analisa isoladamente cada núcleo epifisário estipulando graus progressivos de maturidade ALTERAÇÕES: • Estatura abaixo do percentil 3 (2 desvios abaixo da media populacional); ou • 1 desvio abaixo da estatura parenteral • Velocidade de crescimento abaixo do percentil 25 para determinada idade ou sexo Causas patológicas: GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 4 FPM VI PEDIATRIA Proporcional ➔ De origem pré-natal 1- RCIU (retardo de crescimento intrauterino) – RN PIG (abaixo de -2 do desvio padrão), podendo atingir o normal até 3 anos • Não exclui déficit de GH • Pior prognóstico nos pré-termos • Risco de baixa estatura aos 18 anos • IO não é preditor de potencial de crescimento • Causas: alterações de oxigenação da placenta: anomalias da placenta, gêmeos, HAS, doenças maternas, alterações cromossômicas 2- Síndromes dismórficas; cromossomopatias • SÍNDROME DE TURNER: baixa estatura ao nascimento (abaixo do percentil 3); tórax largo, mamilos afastados, metacarpo curto, dobras na pele, pouco desenvolvimento do seio, amenorreia • SHOX • Down • Russel-silver: face com rosto pequeno e triangular; atraso no fechamento de fontanelas, RCIU, clinodactilia do 5º dedo (curvatura para dentro), hemiassimetria facial, hipoglicemia • Noonan: baixa estatura, pescoõ curto, pterium coli (prega de pele no posterior do pescoço); pectus escavatum, criptorquitismo, estenose pulmonar • SECKEL: baixa estatura grave, retardo mental, microcefalia, cranioestenose, micrognatia, nariz proeminente • BLOOM: be, hipoplasia malar, teleangectasias de face (aspecto eritematoso) • PRADER-WILLI: delação do braço longo do cromossomo 15: be, hipotonia, hipoglicemia neonatal, compulsão alimentar; mãos e pés pequenos ➔ De origem pós-natal 1- Desnutrição 2- D. crônica (renal, gastrointestinal, cardíaca, pulmonar, hematológica, infecções) • DOENÇA CELÍACA: intolerância ao glúten; distensão abdominal, diarreia crônica, emagrecimento, baixa estatura, biópsia de intestino delgado, acometimento precoce 3- Fármacos, psicossocial, endocrinopatias • ENDOCRINOPATIAS: deficiência isolada de GH, disfunção neurosecretória, resistência ao GH, hipotieroidismo, hipopituitarismo, diabetes, sind. Cushing, deficiência ou resistência à IGF-1 e IGFBP-3 Desproporcional ➔ Raquitismo ➔ Displasias ósseas – ACONDROPLASIA • Displasia óssea devido mutação do gene FGFR3 • Nanismo desproporcional, com MMII e MMSS curtos, hiperlordose, não há evidencia de resposta ao GH Causas idiopáticas: Baixa estatura familiar: • velocidade de crescimento normal; • estatura < P3; • idade óssea adequada; • dentro do canal de crescimento familiar; • puberdade normal (estatura final baixa); IC=IO>IE Baixa estatura não familiar Rccp (retardo constitucional do crescimento e da puberdade): • estatura <P3; • VC normal; • IO atrasada, não seguindo canal familiar; • Atraso da puberdade e do estirão puberal • Estatura final normal BE constitucional com componente familiar: • Estatura < P3 • VC normal • IO atrasada • Segue canal familiar • Se beneficia de GH GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 5 FPM VI PEDIATRIA INDICAÇÃO DO USO DE GH: • Deficiência de GH (combinada ou isolada)= 25cm o Obs: + comum em homens • Síndrome de Tunner 5-10cm • Síndrome de prader-willi (melhoraa distribuição de gordura e hipotonia muscular) • PIC/ RCIU: pode ter aumento de desvio • Baixa estatura idiopática: ganho de estatura variável (2-6cm) EXAMES COMPLEMENTARES: ➔ Hemograma ➔ VHS ➔ Hipoglicemia ➔ Lipidograma ➔ PT totais e frações ➔ Uréia e creatinina ➔ TGO ➔ TGP ➔ Ca e P ➔ EAS e MIF ➔ ACS (doença celíaca); IGF-1, IGFBP3, TSH e T4 Obs: como o GH é liberado de maneira pulsátil, não é um bom preditor Estatura superior a 2DP da média ou superior ao percentil 97 das curvas de crescimento para idade, sexo e grupo populacional Se encontra acima do limite superior do canal familiar Causas: alta estatura familiar e constitucional, obesidade, aumento do GH, tiroidianos e hormônios gonadais DISMÓRFICAS – síndromes de hipercrescimento Desproporcionada: ➔ Síndrome de marfan • Alterações cardiovasculares • Alterações do tecido conjuntivo • Pectus excavatum • Polidactilia ➔ Síndrome de kjlinefelter: • Aneuploidia XXY • Alta estatura desproporcionada: MMII longos • Dificuldade de aprendizado e comportamento • Inicio da puberdade espontâneo com falência gonadal no final • Infertilidade • Risco de tumor de células germinativas ➔ Homocistinuria: • Fenótipo semelhante à marfan • Dificuldade de aprendizado • Distúrbios psiquiátricos • Fenômenos tromboembólicos ➔ Deficiência ou resistência estrogênica Não desproporcionada ➔ Síndrome de Mc Cune Albright • Manchas café com leite • Puberdade precoce periférica • Fibrose óssea • IO avançada ➔ Síndrome de sotos: • Facies característica: fronte proeminente, hipertelorismo, ponte nasal alargada, mandíbula proeminente; • Dolicocefalia • Dificuldade de aprendizado • Aumento da velocidade de crescimento pré e pós natal (primeiros 4 anos) ➔ Síndrome de weaver: • Hipercrescimento pré e pós natal GIOVANA SANTA MARIA – UFMS CPTL 6 FPM VI PEDIATRIA • Fácies típica: hiperterolismo ocular, orelhas frandes, ponte nasal baixa, micrognatia • Campptodactilia • Avanço da maturação esquelética ➔ Síndrome do X frágil: • Pode estar associado à alta estatura ➔ Síndrome de becwith-wiedemann • Hipoclicemia neonatal • Onfalocele • Hernia umbilical • Macroglossia • Hiperglossia • Hiperplasia do hemicorpo e sulcos das orelhas • Risco aumentado de neoplasias NÃO DISMÓRFICAS: Com alteração recente do crescimento ➔ Puberdade precoce ➔ Hipertireodismo ➔ Excesso de GH Sem alteração do crescimento recente ➔ Alta estatura familiar ➔ Obesidade HISTÓRIA CLÍNICA: EXAME FÍSICO: EXAMES COMPLEMENTARES:
Compartilhar