Muito se discute sobre quem é verdadeiramente o artista, aquele que se coloca mais fechado às tradições da instituição e trabalha de forma burocrática e ideológica, ou aquele que é mais aberto às formas de criação e é denominado como “artista contemporâneo". Essa ruptura com as tradições surge com o modernismo que apresentou uma liberdade e um rompimento com o clássico e trouxe uma arte com mais críticas principalmente da própria instituição. A partir disso, surge um artista que traz uma visão mais baseada em suas vivências e mais abertas ao debate. Ao ler os textos de Ronaldo Brito e Nicolas Bourriaud temos a clara visão de como a chegada da fase moderna foi um divisor de águas para a perspectiva do que é o novo artista e de como ele não é ,exclusivamente, só o criador mas aquele que também dá o caminho para novas interpretações. No trecho “O artista, não sendo mais um criador, é uma espécie de intruso em todos os outros campos. Ele seleciona signos, explora seus campos de produção, manipula-os, constrói trajetórias entre eles.” evidencia bem o que podemos classificar como “artista contemporâneo”. Assim como o texto “O que é um artista (hoje)?” apresenta/constrói esse tal “intruso", onde em cada um dos campos ele atua de forma diferente e se encaixam com tamanha facilidade em mundos que antes não era imaginado como um “meio artístico" para o que muitos dizem, “verdadeiro artista”. Porém, ao se basear no que o filme “el artista” propõe, não vejo Jorge como artista, já que o que ele basicamente faz é expor obras que não são da autoria dele e mesmo assim sem dar nenhum novo significado para aquilo, ou seja, se aproveitou de uma situação que aparentemente estava dando certo para ele, mas quem era o verdadeiro artista era Romano. Com base nisso e nos textos e vídeos complementares, cheguei a uma possível conclusão de que o verdadeiro artista é aquele que trabalha com a criatividade seja ela apenas com surgimento de ideias, coleta de imagens para explorá-las e até mesmo dando novos pontos de vista para algo já existente ou quem executa, ou seja, “coloca a mão na massa” tanto com técnicas clássicas ou com liberdade para mais possibilidades de criação. Por isso, na minha concepção, não existe um certo ou errado e sim modos diferentes de se expressar através da arte.