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Análise das demonstrações contábeis unidade 4

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- -1
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES 
CONTÁBEIS
UNIDADE 4 - ANÁLISE DE COEFICIENTES DE 
ENDIVIDAMENTO, CAPITAL DE GIRO E 
RENTABILIDADE
Autoria: Aislan da Silva Nunes - Revisão técnica: Fábio Yojiro Wakamatsu
- -2
Introdução
A análise financeira pode ser feita a partir dos indicadores
extraídos dos relatórios contábeis e gerenciais da empresa. O
balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício
nos fornecem uma série de dados para a análise e o diagnóstico
financeiro da organização, como liquidez, atividades,
endividamento e rentabilidade. Também podem ser utilizados
os fluxos de caixa para obtenção de dados, que são, inclusive,
obtidos em períodos mais curtos de tempo.
No entanto, você já parou para pensar nos motivos que levam o empresário a pedir prazos longos para
pagamentos? Será que tais prazos influenciam nos resultados da entidade? Há alguma relação com a análise de
coeficientes financeiros?
Com base nesses questionamentos, ao longo desta unidade, descobriremos que, com o auxílio da análise
financeira, é possível realizar diagnósticos sobre a saúde financeira empresarial, visando à preservação de
dificuldades em decorrência do fluxo de caixa, como a necessidade de um capital de giro que cubra as despesas
ou de adquirir um investimento, de organizar e planejar soluções antecipadas às dificuldades encontradas
cotidianamente e da potencialização em busca de resultados positivos.
Além disso, os controles de contas a pagar são imprescindíveis para o desempenho empresarial, pois manter a
credibilidade no mercado é fundamental no momento de efetuar a compra de matérias-primas e demais
produtos para a operacionalização da empresa.
Nesse sentido, estudaremos sobre a análise do endividamento da entidade, a análise da necessidade de capital de
giro, o retorno líquido sobre as vendas e a relação entre ativo e lucro líquido, que são coeficientes financeiros
utilizados para a análise da vida econômica da entidade.
Bons estudos!
4.1 Análise de endividamento
Toda empresa possui as funções de adquirir, transformar e/ou produzir bens e serviços, assim como prestar
serviços ou vender bens para outras estruturas econômicas. Portanto, para que a empresa sobreviva, ela deve
comprar, produzir e vender para adquirir recursos financeiros com clientes, fornecedores e instituições
financeiras. A partir disso, Ferrari (2011) nos explica que a definirá metas, como controle degestão financeira
bens, evitando o mau uso; otimização dos recursos e utilização; alimentação de recursos, quando necessário;
entre outras.
Desse modo, fica clara a importância da análise de demonstrações financeiras para o controle e a manutenção da
gestão. Assaf Neto (2014, p. 34) menciona que,
[...] no intuito de extrair indicadores e medir o grau de desempenho de cada negócio, a análise de
demonstrativos contábeis auxilia na mensuração, tomada de decisões e conclusões sobre a situação
financeira e econômica da empresa, na apuração dos resultados de cada período.
- -3
Após verificar a forma como o capital participa da empresa, o próximo passo é analisar a parte relativa ao capital
de terceiros, ou seja, a parte do capital que é exigida por outras pessoas. Nesse contexto, existem dois tipos de 
 exigíveis: circulantes, cuja data de vencimento vai até o final do próximo exercício; e não circulantes,passivos
que são exigidos a longo prazo, em que o período de vencimento ocorre após o final do próximo ano fiscal.
A análise do prazo de vencimento das dívidas em uma empresa é importante porque, quando se faz uma dívida,
ou seja, contrai-se uma obrigação, espera-se que a instituição efetue o pagamento no prazo determinado. Na
maioria das vezes, essa dívida é realizada com o objetivo de obter futuros benefícios econômicos para a empresa.
Podemos, até mesmo, citar alguns exemplos:
• Exemplo 1
Quando se realiza compras de mercadorias ou matérias-primas a prazo, espera-se revender ou
transformar o que foi adquirido para venda futura.
• Exemplo 2
Quando se contrata empregados, espera-se que o trabalho agregue valor às mercadorias ou aos
produtos, contribuindo para o bom funcionamento administrativo da empresa.
• Exemplo 3
Grande parte dos impostos é gerada pelas vendas realizadas, e estas se revertem em lucros para a
empresa.
Temos, também, que se for um empréstimo de curto prazo, a assinatura do contrato de empréstimo e
financiamento tem por objetivo a alocação de recursos de forma eficaz para garantir o bom funcionamento da
empresa, assim como a adequada gestão do capital de giro.
Os recursos de longo prazo são investidos em máquinas, equipamentos, terrenos, edificações etc., que serão
utilizados em atividades comerciais para aumentar ou melhorar o processo de produção ou comercialização.
Como vimos, são muitas as razões pelas quais as empresas assinam contratos ou incorrem em
responsabilidades, sendo que a maior parte dessas responsabilidades visa obter lucros futuros. No entanto, de
acordo com Gomes (2010), o problema é que, para a empresa cumprir com o que promete, deve gerar recursos
suficientes em um prazo adequado.
Você quer ler?
O livro , de André Luis Fernandes Limeira, Carlos AlbertoGestão Contábil e Financeira
dos Santos Silva, Carlos Vieira e Raimundo Nonato Souza Silva, explora a relevância da
contabilidade no ambiente de negócios e a enfatiza como uma ferramenta básica para
a tomada de decisões. Também é abordado o relatório contábil, sua utilidade e os
padrões de análise, além dos indicadores de desempenho, os quais refletem as
condições econômicas, financeiras e operacionais da empresa. Vale tirar um tempo
para a leitura da obra!
•
•
•
- -4
Levando em consideração esses fatores, quanto mais tempo a empresa demora para quitar suas dívidas, melhor
fica a situação, pois ela precisa de mais tempo para produzir resultados que possam fornecer recursos para a
quitação.
A parte da premissa de que quanto mais endividamento a longo prazo umacomposição do endividamento
empresa possui, melhor será para ela.
Portanto, o segundo indicador da estrutura de capital da empresa, o indicador de , tem acomposição da dívida
seguinte fórmula matemática: , em que:
• CE = composição do endividamento;
• PC = passivo circulante;
• PNC = passivo não circulante.
Desse modo, dizemos que o índice em questão indica a porcentagem do passivo circulante da empresa em
relação ao passivo total. Podemos interpretar o resultado desse coeficiente da seguinte forma: quanto menor,
melhor.
Agora que já sabemos como é calculada a composição do endividamento de uma empresa, poderemos utilizar os
dados da tabela a seguir para exemplificarmos numericamente a composição do endividamento. Podemos
calcular o índice de composição do endividamento para cada um dos anos, de acordo com os balanços
patrimoniais. Observe os dados atentamente!
Caso
Imagine que em uma empresa se obtenha os seguintes resultados em suas demonstrações contábeis:
total do ativo de R$ 10 milhões, ativos a curto prazo de R$ 2 milhões e passivos a longo prazo de R$
150 mil.
Podemos auferir o valor do coeficiente de endividamento da empresa utilizando a razão entre o
passivo circulante sobre o ativo total da organização. Em outras palavras, utilizaremos como
coeficiente endividamento a seguinte expressão matemática: .
No exemplo, a empresa apresentou um índice de endividamento correspondente a 21,5%, que
poderemos interpretar da seguinte forma: 21,5% do ativo que a instituição possui está comprometido
com suas dívidas, o que podemos interpretar como um excelente resultado. Contudo, sabemos que
esse é apenas um indicador puramente quantitativo. Assim, deve-se estar ciente de que ele não
determina a situação financeira. Porém, geralmente, quanto menor for a dívida geral, melhor.
•
•
•
- -5
Tabela 1 - Grupo contábil do passivo para utilização em exemplo de cálculo
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos quatro colunas e oito linhas, sendo três delas relacionadas ao cálculo da
composição do endividamento da empresa. A primeiracoluna mostra o grupo contábil de passivos, incluindo —
exatamente nesta ordem — os passivos circulantes, os passivos não circulantes o total dos passivos, o cálculo da
composição do endividamento da empresa e o coeficiente de endividamento. A segunda coluna traz o primeiro
ano de cada item. Na terceira e na quarta coluna também são apresentados os dados na mesma ordem, com o
segundo e o terceiro ano. Na última linha, de coeficiente de endividamento, o passivo total obtém um valor
decimal, enquanto o índice da dívida é multiplicado por 100.
Podemos verificar, calculando adequadamente o valor percentual, que mais da metade do endividamento da
empresa, em todos os períodos, está concentrada no passivo circulante, ou seja, dívida a vencer até o final do
próximo exercício.
Além disso, a instituição apresentou uma piora do seu índice de composição do endividamento do primeiro para
o segundo ano, porém houve uma melhora considerável do segundo para o terceiro ano. Nesse último período,
houve quase uma situação de equilíbrio entre dívidas circulantes e não circulantes (MATARAZZO, 2010).
Você quer ver?
O filme , dirigido por John Lee Hancock, conta a história da ascensão daFome de Poder
marca McDonald's e revela como o ex-vendedor de rua Michael Keaton transformou a
cafeteria dos irmãos McDonald's em uma rede global de . Coragem,fast food
perseverança e inovação podem ser aprendidas com a obra. Afinal, não há dúvidas de
que a contabilidade e as análises financeiras auxiliaram nesse processo, mesmo que o
conhecimento técnico tenha sido utilizado de forma sutil. Tire um tempo para assistir
ao longa e reparar nos detalhes!
- -6
A partir de uma análise criteriosa de como estão compostos os passivos circulantes, podemos visualizar como a
empresa vem gerenciando os seus, atentando-se ao fato de que podem ser necessários outros indicadores para
afirmar que ela está, efetivamente, dependendo dos prazos de recebimento para efetuar o pagamento de suas
obrigações.
Podemos, ainda, enriquecer a análise de coeficiente de endividamento com uma avaliação mais detalhadas de
balanço patrimonial, a exemplo das . Dessa forma, podemos buscar possíveisanálises vertical e horizontal
explicações quanto à evolução da dívida ou do impacto de cada conjunto de contas contábeis no passivo,
evidenciando as razões para a diminuição ou o aumento do coeficiente.
Por exemplo, podemos optar pela análise vertical para verificar a porcentagem de empréstimos e financiamentos
ou contas de fornecedores no valor total do ativo, a fim de avaliar se essas contas estão corretas.
O passivo circulante tem um impacto significativo, e mesmo uma análise de nível é realizada para mostrar se os
juros a serem transferidos — ou seja, a redução dos empréstimos e financiamentos — são transferidos
corretamente, bem como a maior parte dos juros (ROSS; WESTERFIELD; JORDAN, 2002).
Em suma, existem inúmeros passivos circulantes ou não circulantes, além de possibilidade de convergência de
análises relacionadas ao coeficiente de dívida.
Antes de entrarmos no assunto capital de giro e sua análise, vamos colocar o que estudamos até aqui em prática?
Confira mais uma atividade proposta na sequência e coloque a “mão na massa”!
4.2 Análise de capital de giro
O capital de giro também é chamado de capital de giro líquido, portanto, sua gestão cobre a da conta corrente da
empresa, incluindo ativos e passivos circulantes.
Podemos mensurar o coeficiente de capital de giro por meio da expressão matemática , em que:
Vamos Praticar!
Analise os dados a seguir quanto ao balanço patrimonial e à demonstração do
resultado do exercício de uma empresa fictícia.
Ativo circulante = R$ 3.199,00.
Ativo não circulante = R$ 2.894,00.
Passivo circulante = R$ 989,00.
Passivo não circulante = R$ 245,00.
Patrimônio líquido = R$ 4.859,00.
Lucro líquido do exercício = R$ 1.242,00.
Receita líquida do exercício = R$ 5.101,00.
Agora, utilize os conhecimentos adquiridos até o momento para calcular o coeficiente
de endividamento. Depois, faça uma análise crítica do resultado obtido e compartilhe
com seus colegas!
- -7
Podemos mensurar o coeficiente de capital de giro por meio da expressão matemática , em que:
• CCL = capital circulante líquido;
• AC = ativo circulante;
• PC = passivo circulante.
Em outras palavras, a equação mostra que o capital circulante líquido (CCL) é a diferença entre ativos circulantes
(AC) e passivos circulantes (PC).
Voltando à temática, podemos interpretar esse coeficiente como: quanto maior for a margem dos ativos líquidos
para pagar a dívida de curto prazo (passivo circulante), maior será a capacidade de a empresa pagar as contas no
vencimento, assim como maior será sua previsibilidade. Isto é, entrada de dinheiro, menos o CCL necessário.
4.3 Análise de rentabilidade
O de uma empresa pode ser medido pela receita, menos os custos. Já o pode serretorno do investimento risco
medido pela probabilidade de a empresa se tornar incapaz de pagar suas contas na data do vencimento
(RIBEIRO, 2015). Nesse contexto, de acordo com Gitman (2006, p. 283), uma das formas de medir o risco é pelo
montante do CCL: “[…] quanto maior o montante de CCL da empresa, menos risco ela apresenta”.
Vamos analisar o efeito sobre risco e retorno utilizando a relação entre AC, PC e ativo total (AT)? Acompanhe o
quadro a seguir e suas informações!
•
•
•
Vamos Praticar!
A seguir, temos as informações de um balanço patrimonial e de uma demonstração do
resultado do exercício. Observe atentamente os dados!
Ativo circulante = R$ 3.199,00.
Ativo não circulante = R$ 2.894,00.
Passivo circulante = R$ 989,00.
Passivo não circulante = R$ 245,00.
Patrimônio líquido = R$ 4.859,00.
Lucro líquido do exercício = R$ 1.242,00.
Receita líquida do exercício = R$ 5.101,00.
Agora, utilize os conhecimentos adquiridos até o momento para fazer a análise de
capital. Depois, avalie criteriosamente o resultado obtido e compartilhe com seus
colegas a situação da empresa em questão!
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Quadro 1 - Relação entre ativo circulante e ativo total
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: no quadro, temos duas colunas e três linhas. A primeira coluna traz a ação, ou seja, o aumento e a
diminuição da relação entre o ativo circulante e o ativo total. Na segunda coluna, temos o efeito. Quanto há
aumento, temos a redução na relação risco/retorno; quando há diminuição, temos o aumento na relação risco
/retorno.
O indicador de rentabilidade é necessário porque fornece informações relevantes para a análise do desempenho
da empresa. Em uma análise mais superficial, as pessoas envolvidas estão interessadas apenas no lucro líquido,
mas, na verdade, analisar somente ele não acarreta em avaliar totalmente os potenciais econômico e financeiro
gerais da organização.
Além disso, vale mencionar que, quando se fala em investimentos, não estamos nos referindo apenas ao capital
social dos sócios ou acionistas.
A partir do termo retorno sobre o patrimônio líquido, o retorno sobre o investimento descreve a capacidade de a
empresa utilizar o capital social do proprietário para gerar retorno financeiro, ou seja, a relação entre lucro
líquido e capital social. A relação pode ser expressa em linguagem matemática pela expressão .
Vamos fazer outra atividade? Esta, agora, está relacionada ao que estudamos até o momento, para que os
conhecimentos adquiridos sejam fixados. Acompanhe!
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
Retomando nosso conteúdo, podemos interpretar o ROE como a capacidade de uma empresa gerar lucros a
Você o conhece?
Sérgio de ludícibus é professor universitário do programa de mestrado em Ciências
Contábeis e Financeiras da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e
conferencista internacional de contabilidade. Também é professor aposentado da
Faculdade de Economia e Gestão da Universidade de São Paulo e ex-chefe do
departamento de contabilidade e atuarial. Suas obras na literatura contábil possuem
enorme impacto na área, principalmente aquelas voltadas à análisede indicadores
econômicos.
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Retomando nosso conteúdo, podemos interpretar o ROE como a capacidade de uma empresa gerar lucros a
partir dos investimentos feitos por sócios ou acionistas, por meio do patrimônio líquido. Sua interpretação indica
que, quanto maior for o índice, melhor será o impacto na empresa.
Recomenda-se que a comparação com esse indicador não produza uma taxa de juros menor do que o ativo
financeiro de menor risco no mercado financeiro — ou seja, a taxa de poupança —, por conta disso, não é
aceitável que o retorno do investimento (ROE) seja menor do que a taxa de poupança.
4.4 Retorno operacional sobre as vendas
As empresas constantemente medem seu desempenho por meio de indicadores que apresentem lucratividade e
rentabilidade. Uma das formas mais usuais para verificar a rentabilidade é a partir do cálculo do retorno sobre
 (RSV), também chamado de margem líquida.as vendas
Vamos Praticar!
Temos na sequência as informações de um balanço patrimonial e da demonstração do
resultado do exercício de uma empresa. Observe os dados com atenção!
Ativo circulante = R$ 3.199,00.
Ativo não circulante = R$ 2.894,00.
Passivo circulante = R$ 989,00.
Passivo não circulante = R$ 245,00.
Patrimônio líquido = R$ 4.859,00.
Lucro líquido do exercício = R$ 1.242,00.
Receita líquida do exercício = R$ 5.101,00.
Considerando as informações, use seus conhecimentos para fazer a análise de
rentabilidade. Qual foi o resultado encontrado?
Você sabia?
As demonstrações financeiras são demonstrações contábeis que representam o status
da empresa em relação aos parâmetros contábeis em uma data específica. Elas podem
provar o plano em certo dia — como um balanço — ou se referir a fatos ocorridos em
determinado período de tempo, como a demonstração do resultado do exercício.
- -10
Para Gitman (2006), o retorno sobre vendas é a percentagem de lucro líquido em relação às vendas líquidas.
Entende-se que a margem líquida é o que sobrou das vendas (produtos vendidos e serviços prestados),
destinada aos proprietários da organização. Dessa maneira, é o mesmo que lucro líquido por unidade vendida.
Assaf Neto (2017) complementa que, quanto maior for o retorno sobre as vendas, maior será o lucro da empresa.
Em geral, as empresas que conhecem seu retorno sobre vendas compreendem sua lucratividade em
porcentagem, podendo evitar prejuízos futuros, bem como inadimplência. Assim, garante-se a vida saudável da
organização.
A receita de vendas é baseada nos dados mostrados na do ano. As informaçõesdemonstração de resultados
necessárias para calcular tal retorno são o lucro líquido e a receita líquida. Como podemos observar no quadro a
seguir, o lucro líquido é o resultado da empresa após o pagamento de todos os impostos, os custos e as despesas
financeiras.
Quadro 2 - Estrutura da demonstração do resultado do exercício
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: no quadro, temos uma coluna e 12 linhas representando a estrutura da demonstração do
resultado do exercício. De cima para baixo, encontramos receita bruta, menos deduções, igual à receita líquida,
menos custos, igual ao lucro bruto, menos despesas, igual ao lucro operacional, mais ou menos receitas não
operacionais, igual ao lucro antes de IRPJ e CSLL, menos impostos e contribuições, igual ao lucro líquido.
A receita líquida é a receita bruta depois de subtraídos os impostos destacados na nota fiscal, as devoluções e os
descontos comerciais.
Podemos calcular o coeficiente de retorno operacional sobre as vendas utilizando a seguinte expressão
- -11
Podemos calcular o coeficiente de retorno operacional sobre as vendas utilizando a seguinte expressão
matemática: , em que:
• RSV = retorno sobre as vendas;
• LL = lucro líquido;
• RL = receita líquida.
Normalmente, a empresa deve calcular constantemente seu retorno sobre vendas para entender sua
lucratividade, de modo a garantir a vitalidade da organização. O uso constante de indicadores também permite
que as empresas definam questões sobre aumento de vendas e de clientes ou redução de custos e despesas. Para
um melhor entendimento, usaremos os dados numéricos fornecidos a seguir para realizar cálculos.
Tabela 2 - Cálculo do retorno sobre as vendas
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos quatro colunas e sete linhas, sendo três delas relacionadas ao cálculo do retorno
sobre as vendas. A primeira coluna traz a DRE, incluindo — exatamente nesta ordem — a receita líquida, o lucro
líquido do exercício, o cálculo do retorno sobre as vendas e o coeficiente de RSV. A segunda coluna traz o
primeiro ano de cada item. Na terceira e na quarta coluna também são apresentados os dados na mesma ordem,
com o segundo e o terceiro ano.
Pelos cálculos realizados, podemos saber que no primeiro ano todo o lucro líquido foi de R$ 100,00, enquanto o
restante foi de R$ 11,49. No segundo ano, todo o lucro líquido foi de R$ 100,00, com restante de R$ 14,36. Por
fim, no terceiro ano, todo o lucro líquido continuou de R$ 100,00, com restante de R$ 12,54.
Para fixar nossos conhecimentos, antes de seguirmos com o conteúdo, propomos a seguir outra atividade.
Acompanhe e responda corretamente!
Teste seus conhecimentos
(Atividade não pontuada)
•
•
•
- -12
Os dados conseguidos anteriormente podem ser resumidos da seguinte maneira: para cada R$ 100,00 investidos
pela empresa nas vendas no ano 1, houve um lucro de R$ 11,49, ante R$ 14,74 no segundo ano. Além disso, de
acordo com Ferrari (2011), continuando nossa análise, descobrimos que do primeiro ano para o segundo, o lucro
aumentou em R$ 2,87. Já do segundo ano para o terceiro, a receita aumentou em R$ 280.040,00, sendo que, para
R$ 100,00 investido na entidade, houve uma diminuição do lucro em R$ 1,82.
4.5 Retorno do ativo sobre o lucro líquido
Do ponto de vista do , este indica a capacidade de o valor dos ativos gerarem benefíciosretorno sobre os ativos
financeiros e econômicos para a empresa. Isto é, indicam a capacidade de a organização utilizar os ativos a fim de
gerar lucro para suas atividades econômicas.
Esse indicador pode ser obtido pela razão entre o lucro líquido da empresa e o ativo total, que pode ser expresso
por uma fórmula matemática: , em que:
• ROA = rentabilidade do ativo;
• LL = lucro líquido;
• AT = ativo total.
Podemos interpretar o ROA como uma capacidade que a empresa tem de gerar lucros a partir dos investimentos
que possui no ativo, ou seja, intuitivamente, podemos concluir que, quanto maior for o índice, melhor será para a
organização (IUDÍCIBUS, 2017).
Vamos Praticar!
Temos na sequência as informações de um balanço patrimonial e da demonstração do
resultado do exercício de uma empresa. Observe os dados com atenção!
Ativo circulante = R$ 3.199,00.
Ativo não circulante = R$ 2.894,00.
Passivo circulante = R$ 989,00.
Passivo não circulante = R$ 245,00.
Patrimônio líquido = R$ 4.859,00.
Lucro líquido do exercício = R$ 1.242,00.
Receita líquida do exercício = R$ 5.101,00.
Considerando as informações, use seus conhecimentos para fazer a análise de
rentabilidade. Qual foi o resultado encontrado?
•
•
•
- -13
Tabela 3 - Cálculo do retorno sobre o lucro líquido
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos quatro colunas e 11 linhas, sendo três delas relacionadas ao cálculo do ROA. A
primeira coluna traz a DRE, incluindo — exatamente nesta ordem — a receita líquida e o lucro líquido do
exercício, bem como o grupo contábil com o passivo circulante (PC) e o passivo não circulante (PNC), além do
total dos passivos, o cálculo do ROA e o retorno do ativo sobre o lucro líquido. A segunda coluna traz o primeiro
ano de cada item. Na terceira e na quarta coluna também são apresentados os dados na mesma ordem, com o
segundo e o terceiro ano.
Podemos usar o conhecimento adquirido até aqui para aplicá-lo na prática, a fim de realizar alguns cálculos com
base nas demonstrações financeiras demonstradas na tabela a seguir, ou seja, a partir do balanço patrimonial e
da demonstração do resultadodo exercício. Nesse contexto, conseguiremos obter dados sobre o índice de
endividamento, o capital de giro, a lucratividade de ativos, a receita de vendas e o retorno sobre ativos líquidos.
- -14
Tabela 4 - Balanço patrimonial para cálculo
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos o balanço patrimonial de uma empresa fictícia. A tabela possui seis colunas e 37
linhas. Na primeira coluna, encontramos as contas dos ativos circulantes e não circulantes, as contas dos
passivos circulantes e não circulantes e o patrimônio líquido. Na segunda coluna, temos o primeiro ano de
análise. Na terceira, na quarta, na quinta e na sexta coluna, respectivamente, encontramos o segundo, o terceiro,
o quarto e o quinto ano de análise.
- -15
Apresentado o balanço patrimonial, com os dados que serão utilizados de exemplo para serem calculados os
indicadores financeiro e econômico até o momento, passaremos a apresentar um exemplo de demonstração do
resultado do exercício da mesma empresa para complementar a análise.
Tabela 5 - Demonstrativo do resultado do exercício para cálculos
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos o balanço patrimonial de uma empresa fictícia. A tabela possui seis colunas e 17
linhas. Na primeira coluna, encontramos a receita bruta, a receita líquida, o lucro bruto, o resultado operacional
e o resultado antes do IRPJ e CSLL. Na segunda coluna, temos o primeiro ano de análise. Na terceira, na quarta,
na quinta e na sexta coluna, respectivamente, encontramos o segundo, o terceiro, o quarto e o quinto ano de
análise. Na última linha, temos o total de lucro líquido a cada ano avaliado.
Utilizando as equações matemáticas introduzidas, podemos calcular os indicadores financeiros abrangidos ao
longo dos nossos estudos. Consulte a tabela a seguir para resumir os resultados de todos os coeficientes.
- -16
Tabela 6 - Tabela de resumo dos coeficientes financeiros
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: na tabela, temos seis colunas e seis linhas. Na primeira coluna, encontramos os coeficientes de
endividamento, giro do ativo, rentabilidade do investimento, retorno sobre as vendas e retorno do ativo sobre o
lucro líquido. Na segunda coluna, temos o primeiro ano e os dados de cada item. Na terceira, quarta, quinta e
sexta coluna, há as informações referentes ao segundo, terceiro, quarto e quinto ano.
De acordo com a tabela anterior, podemos verificar todos os indicadores que estudamos ao longo desta unidade
e aproveitamos para obter um resumo de cada um deles. Entre eles, estão a análise de endividamento, a análise
de capital de giro, a análise de rentabilidade, o retorno operacional sobre as vendas e o retorno do ativo sobre o
lucro líquido.
Vamos Praticar!
Para finalizar, analise os dados a seguir, conforme já estamos fazendo nas atividades
propostas anteriormente.
Ativo circulante = R$ 3.199,00.
Ativo não circulante = R$ 2.894,00.
Passivo circulante = R$ 989,00.
Passivo não circulante = R$ 245,00.
Patrimônio líquido = R$ 4.859,00.
Lucro líquido do exercício = R$ 1.242,00.
Receita líquida do exercício = R$ 5.101,00.
Agora, calcule o retorno do ativo sobre o lucro líquido considerando as informações
mencionadas. Depois, faça uma análise crítica do resultado obtido!
- -17
Conclusão
Chegamos ao fim da última unidade da disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis. Ao que pudemos
observar, é uma ferramenta importante, principalmente ao ser utilizada como base para a tomada de decisões,
tendo como referência o plano estratégico da entidade.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender a importância da análise do coeficiente de endividamento para a empresa;
• aprofundar seus conhecimentos sobre o coeficiente de capital de giro;
• conhecer quanto à análise de rentabilidade dos investimentos;
• entender a respeito dos coeficientes de retorno sobre as vendas e do coeficiente de retorno do ativo 
sobre o lucro líquido.
Referências
ASSAF NETO, A. : um enfoqueEstrutura e análise de balanço
econômico-financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
FERRARI, E. L. . 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,Análise de balanços
2011.
FOME de poder. Direção: John Lee Hancock. Estados Unidos:
Diamond Films, 2017. 1 DVD (115 min.), son., color.
GITMAM, L. J. . São Paulo:Princípios de administração financeira
Pearson, 2006.
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