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CCJ0006-WL-PA-09-Direito Civil I-Novo-15838

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Título 
5 - DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
A PESSOA JURÍDICA 
Objetivos 
·         Discorrer sobre as diversas concepções acerca da teoria da pessoa jurídica. 
·         Introduzir o entendimento do conceito de pessoa jurídica e sua natureza jurídica. 
·         Apresentar as diversas classificações das pessoas jurídicas de direito público e privado. 
·         Apontar as formas de constituição e extinção da pessoa jurídica. 
·         Identificar as diversas formas de domicílio civil da pessoa jurídica de direito público e privado. 
Estrutura do Conteúdo 
PESSOA JURÍDICA 
1.      Conceito; natureza jurídica; classificação e constituição. 
2.      Nacionalidade e domicílio. 
3.      A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
4.      Regime jurídico das associações e fundações. 
5.      Extinção das Pessoas Jurídicas 
  
PESSOA JURÍDICA 
Existe muita discussão têm ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da 
ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito 
e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica ). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza 
das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo 
assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a 
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o 
expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. 
Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair 
obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui.  
Pessoa Jurídica, considerada como agrupamentos que se equiparam à própria pessoa, preenchendo determinados requisitos legais e com capacidade para ser sujeito das 
relações jurídicas. 
- PRINCIPAL CARACTERÍSTICA : a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
  
  
NACIONAL    OU     ESTRANGEIRA - CORPORAÇÃO 
  
  
  
  
  
  
 
  
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
1. P. J. D. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros. 
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público.  
2. P.J. D. INTERNO: (art. 41) Enumera o Código as pessoas jurídicas desta classe :  
A) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.  
B) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.  
C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
Fim específico, sem fins lucrativos. 
Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando -o à realização de um fim administrativo e 
dotando-o de organização adequada. 
Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
- CORPORAÇÕES (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos) 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES 
OBS.: São ainda pessoas jurídicas de direito privado como EXCEÇÕES:  
- EMPRESA PÚBLICA  
Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. 
- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica 
de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 1o : 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como 
pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são 
aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc..)). 
Art 12, III, IV, V, VII, IX do CPC – 
 “art. 12 – 
III – Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência 
de seu proprietário, firma ou comerciante. 
IV – Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não 
os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito. 
V – Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
VII- A sociedade sem personalidade jurídica – falta um dos elementos para tal. 
IX – o condomínio.  
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a 
conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.  
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
  
As regras sobre o domicílio das pessoas jurídicas concentraram-se num mesmo dispositivo legal , bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas 
jurídicas de direito privado.  
Como na expressão domicílio subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão às pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, 
ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.  
Diz-se, sem receio de equívoco, que ao legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar 
melhor a disciplina sobre o chamado domicílio das pessoas jurídicas.  
Na realidade, o novotexto pouco ou nada remoçou o instituto do domicílio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sem inovação de relevo algum.  
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do 
núcleo ou do centro em que ocorrem as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza.  
Sob esse influxo, o Código Civil fixou, peremptoriamente, o domicílio das pessoas jurídicas, quer de direito público quer privado, de caráter interno ou externo.  
Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno - Em relação às pessoas jurídicas de direito público interno, limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada 
na legislação anterior, acrescentando, apenas, que o domicílio dos Territórios são as respectivas capitais, disposição inexistente anteriormente à falta, então, de sua 
personificação. Com efeito, diz o Código que o domicílio:  
a) da União é o Distrito Federal;  
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. Releva advertir que as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram 
enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Domicílio das demais pessoas jurídicas - À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de 
direito privado, têm como domicílio:  
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada nos atos legais da pessoa jurídica.  
Em havendo posição afirmativa, o domicílio será o lugar, por conseguinte, definido no estatuto, contrato social ou ato constitutivo, pacificado pela formalidade que o 
credencia expressamente. 
À falta de revelação expressa, o domicílio das pessoas jurídicas será, porém, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.  
Admite-se, em outra análise, que se consolide o entendimento de que, à revelia das disposições expressas e formais constantes no estatuto, contrato social ou ato 
constitutivo, o domicílio desloque-se para o lugar onde se exerce o verdadeiro comando da pessoa jurídica, com a presença de seu corpo dirigente, do qual partam as ações 
estratégicas e gerenciais de maior nível ou poder hierárquico, em decorrência das quais pulsa a vida empresarial.  
Dá-se, no caso, a descaracterização ou a desformalização do domicílio, principalmente quando ele se artificializa por meio de maquiagens ou traquinagens jurídicas, com o 
propósito de escapulir às exigências e obrigações legais, iludindo o Estado ou a sociedade.  
Característica que merece destaque é a de que a pessoa jurídica, se dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada de domicílio plural.  
Com efeito, conforme o perfil, as características e as necessidades intrínsecas da pessoa jurídica, pode -se, perfeitamente, fragmentar a sua unidade nuclear, de cujos 
pedaços compõem-se outros estabelecimentos, a fim de otimizar a atuação da entidade, ao tempo em que cada uma delas será considerada domicílio para os atos 
individualmente praticados. 
Essa disposição socorre os que contratam com a pessoa jurídica, cultivando-se a possibilidade de facilitar, de um lado, o acionamento judicial dessas entidades e, do outro, 
barrar o surgimento de embaraços processuais relativos ao foro.  
Quando a administração, ou diretoria, tiver sede no estrangeiro, estabelece o Código Civil que se haverá por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.  
Assim, as obrigações assumidas pela pessoa jurídica, cuja administração ou corpo dirigente situem-se em território estrangeiro, serão legadas à agência localizada no país, 
reconhecendo-se como tal o seu domicílio. Para a lei, o fato de a pessoa jurídica centrar a sede de sua administração ou diretoria no estrangeiro não transmuda ou inibe o 
domicílio do lugar em que se estabelece no Brasil, em relação às obrigações aqui contraídas, independentemente da nacionalidade da empresa.  
Pluralidade de Domicílios - Mostra-se flagrante a opção que o legislador assentou sobre a pluralidade de domicílio.  
O regime adotado pelo Código Civil foi o de privilegiar a existência de mais de um domicílio, seja pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado, razão por que se disse 
que o legislador perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de domicílio.  
Plural ou singular, o que importa, porém, é que haja pelo menos um domicílio, haja vista que não é crível a existência de pessoa jurídica ou de pessoa natural , ainda que 
desprovida de toda sorte de bens materiais, sem domicílio, como representação do local em que possa a ser encontrada.  
Assim, tendo a pessoa natural multifárias residências ou exercendo sua ocupação em variadas localidades, é certo que cada uma delas constituirá o seu domicílio ou, em 
última hipótese - homenageando a segurança das relações jurídicas -, o local onde for encontrada, com o que se afasta o risco da inexistência de domicílio na ordem 
jurídica nacional.  
E no que tange às pessoas jurídicas, prevalece, também, a regra que autoriza a existência da pluralidade de domicílio, bastando que se diversifiquem os estabelecimentos 
em lugares diferentes, reputando-se domicílio cada um deles, segundo os atos nele praticados.  
Preponderância do domicílio - Ao contrário de juízo precipitado, diz -se que o legislador optou pelo modelo liberal, ao consentir a pluralidade de domicílio, sem 
hierarquizá-lo ou priorizá-lo. 
Na pluralidade de domicílio, resolve-se o conflito pela prevalência da atração do fato ou ato sob cuja área de influência ou conexão foi editado, gerando obrigações ou 
direitos. 
  
Referências bibliográficas: 
Nome do livro: Curso de Direito Civil. Vol 1 Parte Geral - ISBN. 8530927923 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Forense 
Ano: 2008 
Edição: 5a 
Nome do capítulo:  A codificação do Direito Civil  
N. de páginas do capítulo:   16  
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 1 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Prof. José Barros 
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio 
procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi 
surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado 
pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless  procura você, 
seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica.  
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente: 
a)     Está correta a afirmação do Síndico? Justifique. 
b)     O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique. 
CASO CONCRETO 2 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio 
solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade 
educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e 
Documentos, deixando de mencionar amaneira de administrá-la. 
Diante do caso acima exposto, pergunta-se: 
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique. 
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê?Justifique. 
CASO CONCRETO 3 
Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer 
suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  Além dos ex -empregados que não receberam um tostão 
sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa 
credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem 
de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas. 
Pergunta-se: 
a)         A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta?  
b)         Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos? 
Plano de Aula: 5 - DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
1- NACIONALIDADE - ART 11 LICC 
2- ESTRUTURA INTERNA - 
SOCIEDADES   EMPRESÁRIAS E SIMPLES - ASSOCIAÇÕES - FUNDAÇÕES 
Estácio de Sá Página 1 / 5
Título 
5 - DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
A PESSOA JURÍDICA 
Objetivos 
·         Discorrer sobre as diversas concepções acerca da teoria da pessoa jurídica. 
·         Introduzir o entendimento do conceito de pessoa jurídica e sua natureza jurídica. 
·         Apresentar as diversas classificações das pessoas jurídicas de direito público e privado. 
·         Apontar as formas de constituição e extinção da pessoa jurídica. 
·         Identificar as diversas formas de domicílio civil da pessoa jurídica de direito público e privado. 
Estrutura do Conteúdo 
PESSOA JURÍDICA 
1.      Conceito; natureza jurídica; classificação e constituição. 
2.      Nacionalidade e domicílio. 
3.      A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
4.      Regime jurídico das associações e fundações. 
5.      Extinção das Pessoas Jurídicas 
  
PESSOA JURÍDICA 
Existe muita discussão têm ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da 
ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito 
e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica ). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza 
das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo 
assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a 
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o 
expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. 
Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair 
obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui.  
Pessoa Jurídica, considerada como agrupamentos que se equiparam à própria pessoa, preenchendo determinados requisitos legais e com capacidade para ser sujeito das 
relações jurídicas. 
- PRINCIPAL CARACTERÍSTICA : a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
  
  
NACIONAL    OU     ESTRANGEIRA - CORPORAÇÃO 
  
  
  
  
  
  
 
  
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
1. P. J. D. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros. 
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público.  
2. P.J. D. INTERNO: (art. 41) Enumera o Código as pessoas jurídicas desta classe :  
A) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.  
B) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.  
C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
Fim específico, sem fins lucrativos. 
Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando -o à realização de um fim administrativo e 
dotando-o de organização adequada. 
Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
- CORPORAÇÕES (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos) 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES 
OBS.: São ainda pessoas jurídicas de direito privado como EXCEÇÕES:  
- EMPRESA PÚBLICA  
Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. 
- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica 
de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 1o : 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como 
pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são 
aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc..)). 
Art 12, III, IV, V, VII, IX do CPC – 
 “art. 12 – 
III – Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência 
de seu proprietário, firma ou comerciante. 
IV – Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não 
os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito. 
V – Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
VII- A sociedade sem personalidade jurídica – falta um dos elementos para tal. 
IX – o condomínio.  
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direitoregressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a 
conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.  
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
  
As regras sobre o domicílio das pessoas jurídicas concentraram-se num mesmo dispositivo legal , bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas 
jurídicas de direito privado.  
Como na expressão domicílio subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão às pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, 
ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.  
Diz-se, sem receio de equívoco, que ao legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar 
melhor a disciplina sobre o chamado domicílio das pessoas jurídicas.  
Na realidade, o novo texto pouco ou nada remoçou o instituto do domicílio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sem inovação de relevo algum.  
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do 
núcleo ou do centro em que ocorrem as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza.  
Sob esse influxo, o Código Civil fixou, peremptoriamente, o domicílio das pessoas jurídicas, quer de direito público quer privado, de caráter interno ou externo.  
Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno - Em relação às pessoas jurídicas de direito público interno, limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada 
na legislação anterior, acrescentando, apenas, que o domicílio dos Territórios são as respectivas capitais, disposição inexistente anteriormente à falta, então, de sua 
personificação. Com efeito, diz o Código que o domicílio:  
a) da União é o Distrito Federal;  
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. Releva advertir que as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram 
enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Domicílio das demais pessoas jurídicas - À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de 
direito privado, têm como domicílio:  
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada nos atos legais da pessoa jurídica.  
Em havendo posição afirmativa, o domicílio será o lugar, por conseguinte, definido no estatuto, contrato social ou ato constitutivo, pacificado pela formalidade que o 
credencia expressamente. 
À falta de revelação expressa, o domicílio das pessoas jurídicas será, porém, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.  
Admite-se, em outra análise, que se consolide o entendimento de que, à revelia das disposições expressas e formais constantes no estatuto, contrato social ou ato 
constitutivo, o domicílio desloque-se para o lugar onde se exerce o verdadeiro comando da pessoa jurídica, com a presença de seu corpo dirigente, do qual partam as ações 
estratégicas e gerenciais de maior nível ou poder hierárquico, em decorrência das quais pulsa a vida empresarial.  
Dá-se, no caso, a descaracterização ou a desformalização do domicílio, principalmente quando ele se artificializa por meio de maquiagens ou traquinagens jurídicas, com o 
propósito de escapulir às exigências e obrigações legais, iludindo o Estado ou a sociedade.  
Característica que merece destaque é a de que a pessoa jurídica, se dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada de domicílio plural.  
Com efeito, conforme o perfil, as características e as necessidades intrínsecas da pessoa jurídica, pode -se, perfeitamente, fragmentar a sua unidade nuclear, de cujos 
pedaços compõem-se outros estabelecimentos, a fim de otimizar a atuação da entidade, ao tempo em que cada uma delas será considerada domicílio para os atos 
individualmente praticados. 
Essa disposição socorre os que contratam com a pessoa jurídica, cultivando-se a possibilidade de facilitar, de um lado, o acionamento judicial dessas entidades e, do outro, 
barrar o surgimento de embaraços processuais relativos ao foro.  
Quando a administração, ou diretoria, tiver sede no estrangeiro, estabelece o Código Civil que se haverá por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.  
Assim, as obrigações assumidas pela pessoa jurídica, cuja administração ou corpo dirigente situem-se em território estrangeiro, serão legadas à agência localizada no país, 
reconhecendo-se como tal o seu domicílio. Para a lei, o fato de a pessoa jurídica centrar a sede de sua administração ou diretoria no estrangeiro não transmuda ou inibe o 
domicílio do lugar em que se estabelece no Brasil, em relação às obrigações aqui contraídas, independentemente da nacionalidade da empresa.  
Pluralidade de Domicílios - Mostra-se flagrante a opção que o legislador assentou sobre a pluralidade de domicílio.  
O regime adotado pelo Código Civil foi o de privilegiar a existência de mais de um domicílio, seja pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado, razão por que se disse 
que o legislador perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de domicílio.  
Plural ou singular, o que importa, porém, é que haja pelo menos um domicílio, haja vista que não é crível a existência de pessoa jurídica ou de pessoa natural , ainda que 
desprovida de toda sorte de bens materiais, sem domicílio, como representação do local em que possa a ser encontrada.  
Assim, tendo a pessoa natural multifárias residências ou exercendo sua ocupação em variadas localidades, é certo que cada uma delas constituirá o seu domicílio ou, em 
última hipótese - homenageando a segurança das relações jurídicas -, o local onde for encontrada, com o que se afasta o risco da inexistência de domicílio na ordem 
jurídica nacional.  
E no que tange às pessoas jurídicas, prevalece, também, a regra que autoriza a existência da pluralidade de domicílio, bastando que se diversifiquem os estabelecimentos 
em lugares diferentes, reputando-se domicílio cada um deles, segundo os atos nele praticados.  
Preponderância do domicílio - Ao contrário de juízo precipitado, diz -se que o legislador optou pelo modelo liberal, ao consentir a pluralidade de domicílio, sem 
hierarquizá-lo ou priorizá-lo. 
Na pluralidade de domicílio, resolve-se o conflito pela prevalência da atração do fato ou ato sob cuja área de influência ou conexão foi editado, gerando obrigações ou 
direitos. 
  
Referências bibliográficas: 
Nome do livro: Curso de Direito Civil. Vol 1 Parte Geral - ISBN. 8530927923 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Forense 
Ano: 2008 
Edição: 5a 
Nome do capítulo:  A codificação do Direito Civil  
N. de páginas do capítulo:   16  
Aplicação Prática TeóricaCASO CONCRETO 1 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Prof. José Barros 
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio 
procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi 
surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado 
pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless  procura você, 
seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica.  
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente: 
a)     Está correta a afirmação do Síndico? Justifique. 
b)     O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique. 
CASO CONCRETO 2 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio 
solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade 
educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e 
Documentos, deixando de mencionar a maneira de administrá-la. 
Diante do caso acima exposto, pergunta-se: 
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique. 
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê?Justifique. 
CASO CONCRETO 3 
Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer 
suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  Além dos ex -empregados que não receberam um tostão 
sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa 
credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem 
de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas. 
Pergunta-se: 
a)         A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta?  
b)         Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos? 
Plano de Aula: 5 - DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
1- NACIONALIDADE - ART 11 LICC 
2- ESTRUTURA INTERNA - 
SOCIEDADES   EMPRESÁRIAS E SIMPLES - ASSOCIAÇÕES - FUNDAÇÕES 
Estácio de Sá Página 2 / 5
Título 
5 - DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
A PESSOA JURÍDICA 
Objetivos 
·         Discorrer sobre as diversas concepções acerca da teoria da pessoa jurídica. 
·         Introduzir o entendimento do conceito de pessoa jurídica e sua natureza jurídica. 
·         Apresentar as diversas classificações das pessoas jurídicas de direito público e privado. 
·         Apontar as formas de constituição e extinção da pessoa jurídica. 
·         Identificar as diversas formas de domicílio civil da pessoa jurídica de direito público e privado. 
Estrutura do Conteúdo 
PESSOA JURÍDICA 
1.      Conceito; natureza jurídica; classificação e constituição. 
2.      Nacionalidade e domicílio. 
3.      A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
4.      Regime jurídico das associações e fundações. 
5.      Extinção das Pessoas Jurídicas 
  
PESSOA JURÍDICA 
Existe muita discussão têm ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da 
ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito 
e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica ). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza 
das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo 
assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a 
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o 
expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. 
Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair 
obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui.  
Pessoa Jurídica, considerada como agrupamentos que se equiparam à própria pessoa, preenchendo determinados requisitos legais e com capacidade para ser sujeito das 
relações jurídicas. 
- PRINCIPAL CARACTERÍSTICA : a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
  
  
NACIONAL    OU     ESTRANGEIRA - CORPORAÇÃO 
  
  
  
  
  
  
 
  
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
1. P. J. D. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros. 
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público.  
2. P.J. D. INTERNO: (art. 41) Enumera o Código as pessoas jurídicas desta classe :  
A) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.  
B) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.  
C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
Fim específico, sem fins lucrativos. 
Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando -o à realização de um fim administrativo e 
dotando-o de organização adequada. 
Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
- CORPORAÇÕES (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos) 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES 
OBS.: São ainda pessoas jurídicas de direito privado como EXCEÇÕES:  
- EMPRESA PÚBLICA  
Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. 
- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica 
de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 1o : 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchemas condições legais e formais para serem enquadrados como 
pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são 
aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc..)). 
Art 12, III, IV, V, VII, IX do CPC – 
 “art. 12 – 
III – Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência 
de seu proprietário, firma ou comerciante. 
IV – Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não 
os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito. 
V – Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
VII- A sociedade sem personalidade jurídica – falta um dos elementos para tal. 
IX – o condomínio.  
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a 
conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.  
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
  
As regras sobre o domicílio das pessoas jurídicas concentraram-se num mesmo dispositivo legal , bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas 
jurídicas de direito privado.  
Como na expressão domicílio subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão às pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, 
ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.  
Diz-se, sem receio de equívoco, que ao legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar 
melhor a disciplina sobre o chamado domicílio das pessoas jurídicas.  
Na realidade, o novo texto pouco ou nada remoçou o instituto do domicílio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sem inovação de relevo algum.  
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do 
núcleo ou do centro em que ocorrem as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza.  
Sob esse influxo, o Código Civil fixou, peremptoriamente, o domicílio das pessoas jurídicas, quer de direito público quer privado, de caráter interno ou externo.  
Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno - Em relação às pessoas jurídicas de direito público interno, limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada 
na legislação anterior, acrescentando, apenas, que o domicílio dos Territórios são as respectivas capitais, disposição inexistente anteriormente à falta, então, de sua 
personificação. Com efeito, diz o Código que o domicílio:  
a) da União é o Distrito Federal;  
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. Releva advertir que as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram 
enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Domicílio das demais pessoas jurídicas - À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de 
direito privado, têm como domicílio:  
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada nos atos legais da pessoa jurídica.  
Em havendo posição afirmativa, o domicílio será o lugar, por conseguinte, definido no estatuto, contrato social ou ato constitutivo, pacificado pela formalidade que o 
credencia expressamente. 
À falta de revelação expressa, o domicílio das pessoas jurídicas será, porém, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.  
Admite-se, em outra análise, que se consolide o entendimento de que, à revelia das disposições expressas e formais constantes no estatuto, contrato social ou ato 
constitutivo, o domicílio desloque-se para o lugar onde se exerce o verdadeiro comando da pessoa jurídica, com a presença de seu corpo dirigente, do qual partam as ações 
estratégicas e gerenciais de maior nível ou poder hierárquico, em decorrência das quais pulsa a vida empresarial.  
Dá-se, no caso, a descaracterização ou a desformalização do domicílio, principalmente quando ele se artificializa por meio de maquiagens ou traquinagens jurídicas, com o 
propósito de escapulir às exigências e obrigações legais, iludindo o Estado ou a sociedade.  
Característica que merece destaque é a de que a pessoa jurídica, se dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada de domicílio plural.  
Com efeito, conforme o perfil, as características e as necessidades intrínsecas da pessoa jurídica, pode -se, perfeitamente, fragmentar a sua unidade nuclear, de cujos 
pedaços compõem-se outros estabelecimentos, a fim de otimizar a atuação da entidade, ao tempo em que cada uma delas será considerada domicílio para os atos 
individualmente praticados. 
Essa disposição socorre os que contratam com a pessoa jurídica, cultivando-se a possibilidade de facilitar, de um lado, o acionamento judicial dessas entidades e, do outro, 
barrar o surgimento de embaraços processuais relativos ao foro.  
Quando a administração, ou diretoria, tiver sede no estrangeiro, estabelece o Código Civil que se haverá por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.  
Assim, as obrigações assumidas pela pessoa jurídica, cuja administração ou corpo dirigente situem-se em território estrangeiro, serão legadas à agência localizada no país, 
reconhecendo-se como tal o seu domicílio. Para a lei, o fato de a pessoa jurídica centrar a sede de sua administração ou diretoria no estrangeiro não transmuda ou inibe o 
domicílio do lugar em que se estabelece no Brasil, em relação às obrigações aqui contraídas, independentemente da nacionalidade da empresa.  
Pluralidade de Domicílios - Mostra-se flagrante a opção que o legislador assentou sobre a pluralidade de domicílio.  
O regime adotado pelo Código Civil foi o de privilegiar a existência de mais de um domicílio, seja pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado, razão por que se disse 
que o legislador perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de domicílio.  
Plural ou singular, o que importa, porém, é que haja pelo menosum domicílio, haja vista que não é crível a existência de pessoa jurídica ou de pessoa natural , ainda que 
desprovida de toda sorte de bens materiais, sem domicílio, como representação do local em que possa a ser encontrada.  
Assim, tendo a pessoa natural multifárias residências ou exercendo sua ocupação em variadas localidades, é certo que cada uma delas constituirá o seu domicílio ou, em 
última hipótese - homenageando a segurança das relações jurídicas -, o local onde for encontrada, com o que se afasta o risco da inexistência de domicílio na ordem 
jurídica nacional.  
E no que tange às pessoas jurídicas, prevalece, também, a regra que autoriza a existência da pluralidade de domicílio, bastando que se diversifiquem os estabelecimentos 
em lugares diferentes, reputando-se domicílio cada um deles, segundo os atos nele praticados.  
Preponderância do domicílio - Ao contrário de juízo precipitado, diz -se que o legislador optou pelo modelo liberal, ao consentir a pluralidade de domicílio, sem 
hierarquizá-lo ou priorizá-lo. 
Na pluralidade de domicílio, resolve-se o conflito pela prevalência da atração do fato ou ato sob cuja área de influência ou conexão foi editado, gerando obrigações ou 
direitos. 
  
Referências bibliográficas: 
Nome do livro: Curso de Direito Civil. Vol 1 Parte Geral - ISBN. 8530927923 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Forense 
Ano: 2008 
Edição: 5a 
Nome do capítulo:  A codificação do Direito Civil  
N. de páginas do capítulo:   16  
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 1 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Prof. José Barros 
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio 
procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi 
surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado 
pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless  procura você, 
seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica.  
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente: 
a)     Está correta a afirmação do Síndico? Justifique. 
b)     O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique. 
CASO CONCRETO 2 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio 
solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade 
educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e 
Documentos, deixando de mencionar a maneira de administrá-la. 
Diante do caso acima exposto, pergunta-se: 
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique. 
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê?Justifique. 
CASO CONCRETO 3 
Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer 
suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  Além dos ex -empregados que não receberam um tostão 
sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa 
credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem 
de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas. 
Pergunta-se: 
a)         A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta?  
b)         Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos? 
Plano de Aula: 5 - DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
1- NACIONALIDADE - ART 11 LICC 
2- ESTRUTURA INTERNA - 
SOCIEDADES   EMPRESÁRIAS E SIMPLES - ASSOCIAÇÕES - FUNDAÇÕES 
Estácio de Sá Página 3 / 5
Título 
5 - DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
A PESSOA JURÍDICA 
Objetivos 
·         Discorrer sobre as diversas concepções acerca da teoria da pessoa jurídica. 
·         Introduzir o entendimento do conceito de pessoa jurídica e sua natureza jurídica. 
·         Apresentar as diversas classificações das pessoas jurídicas de direito público e privado. 
·         Apontar as formas de constituição e extinção da pessoa jurídica. 
·         Identificar as diversas formas de domicílio civil da pessoa jurídica de direito público e privado. 
Estrutura do Conteúdo 
PESSOA JURÍDICA 
1.      Conceito; natureza jurídica; classificação e constituição. 
2.      Nacionalidade e domicílio. 
3.      A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
4.      Regime jurídico das associações e fundações. 
5.      Extinção das Pessoas Jurídicas 
  
PESSOA JURÍDICA 
Existe muita discussão têm ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da 
ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito 
e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica ). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza 
das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo 
assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a 
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorização genérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o 
expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. 
Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair 
obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui.  
Pessoa Jurídica, considerada como agrupamentos que se equiparam à própria pessoa, preenchendo determinados requisitos legais e com capacidade para ser sujeito das 
relações jurídicas. 
- PRINCIPAL CARACTERÍSTICA : a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
  
  
NACIONAL    OU     ESTRANGEIRA - CORPORAÇÃO 
  
  
  
  
  
  
 
  
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
1. P. J. D. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros. 
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público.  
2. P.J. D. INTERNO: (art. 41) Enumera o Código as pessoas jurídicas desta classe :  
A) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios peloCC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.  
B) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.  
C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
Fim específico, sem fins lucrativos. 
Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando -o à realização de um fim administrativo e 
dotando-o de organização adequada. 
Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
- CORPORAÇÕES (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos) 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES 
OBS.: São ainda pessoas jurídicas de direito privado como EXCEÇÕES:  
- EMPRESA PÚBLICA  
Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. 
- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica 
de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 1o : 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como 
pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são 
aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc..)). 
Art 12, III, IV, V, VII, IX do CPC – 
 “art. 12 – 
III – Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência 
de seu proprietário, firma ou comerciante. 
IV – Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não 
os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito. 
V – Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
VII- A sociedade sem personalidade jurídica – falta um dos elementos para tal. 
IX – o condomínio.  
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a 
conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.  
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
  
As regras sobre o domicílio das pessoas jurídicas concentraram-se num mesmo dispositivo legal , bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas 
jurídicas de direito privado.  
Como na expressão domicílio subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão às pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, 
ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.  
Diz-se, sem receio de equívoco, que ao legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar 
melhor a disciplina sobre o chamado domicílio das pessoas jurídicas.  
Na realidade, o novo texto pouco ou nada remoçou o instituto do domicílio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sem inovação de relevo algum.  
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do 
núcleo ou do centro em que ocorrem as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza.  
Sob esse influxo, o Código Civil fixou, peremptoriamente, o domicílio das pessoas jurídicas, quer de direito público quer privado, de caráter interno ou externo.  
Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno - Em relação às pessoas jurídicas de direito público interno, limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada 
na legislação anterior, acrescentando, apenas, que o domicílio dos Territórios são as respectivas capitais, disposição inexistente anteriormente à falta, então, de sua 
personificação. Com efeito, diz o Código que o domicílio:  
a) da União é o Distrito Federal;  
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. Releva advertir que as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram 
enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Domicílio das demais pessoas jurídicas - À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de 
direito privado, têm como domicílio:  
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada nos atos legais da pessoa jurídica.  
Em havendo posição afirmativa, o domicílio será o lugar, por conseguinte, definido no estatuto, contrato social ou ato constitutivo, pacificado pela formalidade que o 
credencia expressamente. 
À falta de revelação expressa, o domicílio das pessoas jurídicas será, porém, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações.  
Admite-se, em outra análise, que se consolide o entendimento de que, à revelia das disposições expressas e formais constantes no estatuto, contrato social ou ato 
constitutivo, o domicílio desloque-se para o lugar onde se exerce o verdadeiro comando da pessoa jurídica, com a presença de seu corpo dirigente, do qual partam as ações 
estratégicas e gerenciais de maior nível ou poder hierárquico, em decorrência das quais pulsa a vida empresarial.  
Dá-se, no caso, a descaracterização ou a desformalização do domicílio, principalmente quando ele se artificializa por meio de maquiagens ou traquinagens jurídicas, com o 
propósito de escapulir às exigências e obrigações legais, iludindo o Estado ou a sociedade.  
Característica que merece destaque é a de que a pessoa jurídica, se dispuser de estabelecimentos em lugares diferentes, será dotada de domicílio plural.  
Com efeito, conforme o perfil, as características e as necessidades intrínsecas da pessoa jurídica, pode -se, perfeitamente, fragmentar a sua unidade nuclear, de cujos 
pedaços compõem-se outros estabelecimentos, a fim de otimizar a atuação da entidade, ao tempoem que cada uma delas será considerada domicílio para os atos 
individualmente praticados. 
Essa disposição socorre os que contratam com a pessoa jurídica, cultivando-se a possibilidade de facilitar, de um lado, o acionamento judicial dessas entidades e, do outro, 
barrar o surgimento de embaraços processuais relativos ao foro.  
Quando a administração, ou diretoria, tiver sede no estrangeiro, estabelece o Código Civil que se haverá por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações por cada 
uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.  
Assim, as obrigações assumidas pela pessoa jurídica, cuja administração ou corpo dirigente situem-se em território estrangeiro, serão legadas à agência localizada no país, 
reconhecendo-se como tal o seu domicílio. Para a lei, o fato de a pessoa jurídica centrar a sede de sua administração ou diretoria no estrangeiro não transmuda ou inibe o 
domicílio do lugar em que se estabelece no Brasil, em relação às obrigações aqui contraídas, independentemente da nacionalidade da empresa.  
Pluralidade de Domicílios - Mostra-se flagrante a opção que o legislador assentou sobre a pluralidade de domicílio.  
O regime adotado pelo Código Civil foi o de privilegiar a existência de mais de um domicílio, seja pessoa natural ou pessoa jurídica de direito privado, razão por que se disse 
que o legislador perfilhou a escola que cultiva a pluralidade de domicílio.  
Plural ou singular, o que importa, porém, é que haja pelo menos um domicílio, haja vista que não é crível a existência de pessoa jurídica ou de pessoa natural , ainda que 
desprovida de toda sorte de bens materiais, sem domicílio, como representação do local em que possa a ser encontrada.  
Assim, tendo a pessoa natural multifárias residências ou exercendo sua ocupação em variadas localidades, é certo que cada uma delas constituirá o seu domicílio ou, em 
última hipótese - homenageando a segurança das relações jurídicas -, o local onde for encontrada, com o que se afasta o risco da inexistência de domicílio na ordem 
jurídica nacional.  
E no que tange às pessoas jurídicas, prevalece, também, a regra que autoriza a existência da pluralidade de domicílio, bastando que se diversifiquem os estabelecimentos 
em lugares diferentes, reputando-se domicílio cada um deles, segundo os atos nele praticados.  
Preponderância do domicílio - Ao contrário de juízo precipitado, diz -se que o legislador optou pelo modelo liberal, ao consentir a pluralidade de domicílio, sem 
hierarquizá-lo ou priorizá-lo. 
Na pluralidade de domicílio, resolve-se o conflito pela prevalência da atração do fato ou ato sob cuja área de influência ou conexão foi editado, gerando obrigações ou 
direitos. 
  
Referências bibliográficas: 
Nome do livro: Curso de Direito Civil. Vol 1 Parte Geral - ISBN. 8530927923 
Nome do autor: NADER, Paulo. 
Editora: Forense 
Ano: 2008 
Edição: 5a 
Nome do capítulo:  A codificação do Direito Civil  
N. de páginas do capítulo:   16  
Aplicação Prática Teórica 
CASO CONCRETO 1 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Prof. José Barros 
Antônio Luckyless ao chegar na garagem de seu prédio, pela manhã, observou que seu automóvel encontrava-se amassado. Diante do fato, Antônio 
procurou o Síndico para que este tomasse providências no sentido de ressarcir o dano causado ao automóvel de sua propriedade. Entretanto, foi 
surpreendido pelo Síndico que lhe informou nada poder fazer uma vez que o condomínio não é pessoa jurídica, logo, não pode ser responsabilizado 
pelos danos que por ventura ocorram nas suas dependências. Com dúvida sobre a pertinência do que foi dito pelo síndico, Luckyless  procura você, 
seu advogado pessoal, para uma consulta jurídica.  
À luz do caso acima narrado, responda justificadamente: 
a)     Está correta a afirmação do Síndico? Justifique. 
b)     O condomínio pode figurar no pólo passivo de uma relação jurídica? Justifique. 
CASO CONCRETO 2 
Espécies de pessoas jurídicas de direito privado. 
Josimar de Sant´Anna, próspero comerciante estabelecido na cidade de Salvador/BA, é um cidadão de bons princípios. Ao saber que herdara todos os bens de seu rico tio 
solteirão que morrera na Suíça, tratou de buscar dar uma finalidade social à metade de tudo que herdara. Instituiu uma fundação por escritura particular, com finalidade 
educacional não lucrativa para as crianças carentes da Baixa do Sapateiro, e com dotação de bens livres, tendo registrado o instrumento no Cartório de Títulos e 
Documentos, deixando de mencionar a maneira de administrá-la. 
Diante do caso acima exposto, pergunta-se: 
a) Josimar fez a escolha jurídica correta ao criar uma fundação e não uma associação? Justifique. 
b) O procedimento adotado para criação da fundação está de acordo com a lei? Por quê?Justifique. 
CASO CONCRETO 3 
Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda, prestadora de serviço de limpeza, foi despejada da sua sede, por falta de pagamento de alugueres. De fato, parou de exercer 
suas atividades, pois dispensou seus empregados por telegrama e encontra-se em local incerto e não sabido.  Além dos ex -empregados que não receberam um tostão 
sequer pela rescisão do contrato de trabalho, diversos credores tentaram receber seus créditos, em vão. No curso de um dos processos ajuizados por uma empresa 
credora, a Detergentes Clariol Ltda, foi constatado que um dos sócios da Clean Serviços de Limpeza Ltda. transferiu sua parte na sociedade para o manobrista da garagem 
de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui qualquer ativo para pagar suas dívidas. 
Pergunta-se: 
a)         A empresa Clean Serviços de Limpeza Ltda. está legalmente extinta?  
b)         Qual solução jurídica para os credores receberem seus créditos? 
Plano de Aula: 5 - DIREITO CIVIL I
DIREITO CIVIL I 
1- NACIONALIDADE - ART 11 LICC 
2- ESTRUTURA INTERNA - 
SOCIEDADES   EMPRESÁRIAS E SIMPLES - ASSOCIAÇÕES - FUNDAÇÕES 
Estácio de Sá Página 4 / 5
Título 
5 - DIREITO CIVIL I 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
A PESSOA JURÍDICA 
Objetivos 
·         Discorrer sobre as diversas concepções acerca da teoria da pessoa jurídica. 
·         Introduzir o entendimento do conceito de pessoa jurídica e sua natureza jurídica. 
·         Apresentar as diversas classificações das pessoas jurídicas de direito público e privado. 
·         Apontar as formas de constituição e extinção da pessoa jurídica. 
·         Identificar as diversas formas de domicílio civil da pessoa jurídica de direito público e privado. 
Estrutura do Conteúdo 
PESSOA JURÍDICA 
1.      Conceito; natureza jurídica; classificação e constituição. 
2.      Nacionalidade e domicílio. 
3.      A desconsideração da personalidade da pessoa jurídica. 
4.      Regime jurídico das associações e fundações. 
5.      Extinção das Pessoas Jurídicas 
  
PESSOA JURÍDICA 
Existe muita discussão têm ocorrido sobre o verdadeiro conceito de pessoa jurídica. Para alguns, as pessoas jurídicas são seres de existência anterior e independente da 
ordem jurídica, se apresentando ao direito como realidades incontestáveis (teoria orgânica da pessoa jurídica). Para outros, as pessoas jurídicas são criações do direito 
e, assim, fora da previsão legal correspondente, não se as encontram em lugar algum (teoria da ficção da pessoa jurídica ). Hoje, para a maioria dos teóricos, a natureza 
das pessoas jurídicas é a de uma idéia, cujo sentido é partilhado pelos membros de uma comunidade jurídica, que a utilizam na composição de seus interesses. Sendo 
assim, ela não preexiste ao direito. 
A pessoa jurídica é um sujeito de direito personalizado, assim como as pessoas físicas, em contraposição aos sujeitos de direito despersonalizados, como o nascituro, a 
massa falida, o condomínio horizontal, etc. Desse modo, a pessoa jurídica tem a autorizaçãogenérica para a prática de atos jurídicos bem como de qualquer ato, exceto o 
expressamente proibido. Feitas tais considerações, cabe conceituar pessoa jurídica como o sujeito de direito inanimado personalizado. 
Pessoa jurídica é, assim, a entidade ou instituição que, por força das normas jurídicas criadas, tem personalidade e capacidade jurídicas para adquirir direitos e contrair 
obrigações. Ela nasce do instrumento formal e escrito que a constitui (art. 45 CC), ou diretamente da lei que a institui.  
Pessoa Jurídica, considerada como agrupamentos que se equiparam à própria pessoa, preenchendo determinados requisitos legais e com capacidade para ser sujeito das 
relações jurídicas. 
- PRINCIPAL CARACTERÍSTICA : a pessoa jurídica, embora formada por pessoas naturais, tem vida própria e autônoma não se confundindo com a vida de seus membros. 
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
  
  
NACIONAL    OU     ESTRANGEIRA - CORPORAÇÃO 
  
  
  
  
  
  
 
  
 PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
1. P. J. D. EXTERNO: Regidas pelo Direito Internacional, abrangendo: ONU/OEA, UNESCO, FIFA, Nações Estrangeiras; entre outros. 
São criadas através de tratados internacionais, fatos históricos, criação constitucional. – art. 42 novo CC – Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público.  
2. P.J. D. INTERNO: (art. 41) Enumera o Código as pessoas jurídicas desta classe :  
A) ADM. DIRETA - União, os Estados, os Territórios(retorno dos territórios pelo CC 2002), os Municípios e o Distrito Federal.  
B) ADM. INDIRETA : art. 41, IV – autarquias, e V – demais entidades de caráter público criadas por lei.  
C) FUNDAÇÕES PÚBLICAS: 
Fim específico, sem fins lucrativos. 
Surgem quando a lei individualiza um patrimônio a partir de bens pertencentes a uma pessoa jurídica de direito público, afetando -o à realização de um fim administrativo e 
dotando-o de organização adequada. 
Fundação Nacional de Cultura – instituída por lei. 
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
- CORPORAÇÕES (associações, sociedades civis simples e empresariais, partidos políticos, sindicatos) 
- FUNDAÇÕES PARTICULARES 
OBS.: São ainda pessoas jurídicas de direito privado como EXCEÇÕES:  
- EMPRESA PÚBLICA  
Entidade com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que tenha que ser exercida pelo governo. 
- SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
Entidade criada por lei para exploração de atividade econômica sob forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam, em sua maioria à União ou à 
Administração Indireta. 
- PARTIDOS POLÍTICOS: 
Associações civis que têm por escopo assegurar dentro do regime democrático, os direitos fundamentais estatuídos pelo CF/88. Foram considerados como pessoa jurídica 
de direito privado pela Lei 9.096, de 19.09.1995, que dispõe em seu art. 1o : 
ENTES DESPERSONALIZADOS 
São aqueles que, embora possam ser capazes de adquirir direitos e contrair obrigações, não preenchem as condições legais e formais para serem enquadrados como 
pessoas jurídicas, por falta de alguns requisitos ou pela sua situação jurídica “sui generis”. Estão entre tais, a massa falida, espólio e a pessoa jurídica “de fato” – (que são 
aqueles pequenos comerciantes que compram e vendem produtos sem terem sociedade comercial regularmente constituída. ( ambulantes, camelôs etc..)). 
Art 12, III, IV, V, VII, IX do CPC – 
 “art. 12 – 
III – Massa Falida – Serve para designar a situação jurídica em que se coloca o negócio ou o estabelecimento comercial, em virtude da declaração de falência 
de seu proprietário, firma ou comerciante. 
IV – Herança Jacente e Vacante – (herança sem dono) é entendida a herança que não se apresentam herdeiros do “de cujus”, por não os ter deixado ou por não 
os ter capazes para sucede-lo como, mesmo, quando livres, por não terem aceito. 
V – Espólio – é a soma da totalidade dos bens deixados por uma pessoa, após sua morte. 
VII- A sociedade sem personalidade jurídica – falta um dos elementos para tal. 
IX – o condomínio.  
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização 
ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. 
As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito 
regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. 
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
A pessoa jurídica tem o seu fim através da dissolução, deliberada entre seus membros, ou quando é cassada a autorização para seu funcionamento, porém subsiste até a 
conclusão da liquidação. Concluída a liquidação, será cancelada a inscrição da pessoa jurídica. Ainda poderá ter seu fim por determinação legal ou por ato do governo.  
DOMICÍLIO DA PESSOA JURÍDICA 
  
As regras sobre o domicílio das pessoas jurídicas concentraram-se num mesmo dispositivo legal , bordejando as pessoas jurídicas de direito público interno e as pessoas 
jurídicas de direito privado.  
Como na expressão domicílio subtende-se a idéia de residência, com ânimo definitivo, jaz inapropriada a sua extensão às pessoas jurídicas, o que, porém e no fundo, 
ocorre apenas como mais uma criação ficcional do legislador.  
Diz-se, sem receio de equívoco, que ao legislador cabia articular e engenhar sistema normativo mais esmerado e expressão mais adequada para, com precisão, alcançar 
melhor a disciplina sobre o chamado domicílio das pessoas jurídicas.  
Na realidade, o novo texto pouco ou nada remoçou o instituto do domicílio das pessoas jurídicas, haja vista que foi reproduzido sem inovação de relevo algum.  
Com as considerações acima expendidas, retoma-se o tema, salientando que as pessoas jurídicas, malgrado a sua realidade incorpórea, reclamam a identificação do 
núcleo ou do centro em que ocorrem as relações jurídicas a partir do qual se desenvolvem as atividades que lhe são próprias, em conformidade com a sua natureza.  
Sob esse influxo, o Código Civil fixou, peremptoriamente, o domicílio das pessoas jurídicas, quer de direito público quer privado, de caráter interno ou externo.  
Domicílio da pessoa jurídica de direito público interno - Em relação às pessoas jurídicas de direito público interno, limitou-se o Código Civil a ativar a regra consagrada 
na legislação anterior, acrescentando, apenas, que o domicílio dos Territórios são as respectivas capitais, disposição inexistente anteriormente à falta, então, de sua 
personificação. Com efeito, diz o Código que o domicílio:  
a) da União é o Distrito Federal;  
b) dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; e 
c) dos Municípios, o lugar onde funcione a administração municipal. Releva advertir que as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei foram 
enquadradas na categoria genérica das chamadas demais pessoas jurídicas de que cuida o Código Civil , a cujo regime jurídico equiparam-se para efeito de domicílio. 
Domicílio das demais pessoas jurídicas - À exceção da União, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios, as pessoas jurídicas, de direito público interno ou de 
direito privado, têm como domicílio:  
a) o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações; ou 
b) o lugar designado no estatuto ou contrato social ou ato constitutivo. 
Na definição certeira do domicílio, examina-se, em primeiro diagnóstico, a disposição legal encartada

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