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A Revolução dos Bichos - Resenha crítica sobre o filme.

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INSTITUTO FEDERAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO 
GRANDE DO NORTE - IFRN 
CAMPUS APODI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA DO FILME “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apodi, RN 
Dezembro, 2020 
 
Érika Nayane Martins Marinho 
Vaneide Soares da Silva 
Wigna Élen de Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESENHA CRÍTICA DO FILME “A REVOLUÇÃO DOS BICHOS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resenha crítica do filme “A Revolução 
dos Bichos”, entregue à disciplina de 
Sociologia do Trabalho, do curso 
integrado de Biocombustíveis, do IFRN – 
Campus Apodi, ministrada pela 
professora de Leila Karla Morais 
Rodrigues Freitas. 
 
O filme “A Revolução dos Bichos”, lançado em 1999 sob a direção de John 
Stephenson, tem como base o livro do autor George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur 
Blair), publicado em 1945 com o mesmo título. O longa-metragem, que possui animais 
como a maior parte dos seus protagonistas, pode parecer muito fictício, no entanto, faz 
interessantes analogias a acontecimentos da vida real. Dentre os assuntos importantes que 
são abordados e perceptíveis no decorrer da trama, destacam-se o poder centralizado, o 
trabalho alienado, o autoritarismo e outras características que remetem a um sistema de 
ditadura. 
A obra cinematográfica tem como cenário principal a fazenda do Sr. Jones, um 
indivíduo beberrão, cheio de dívidas e que trata seus bichos de maneira exploratória, 
grosseira e sem amor. O fazendeiro, muito autoritário, maltrata/xinga os animais que não 
cumprem suas determinadas funções da maneira correta, além de não se preocupar com 
as necessidades dos mesmos, deixando-os, muitas vezes, sem comida e outros cuidados 
básicos. O fato de Jones estar sempre impondo trabalhos e mais trabalhos sobre os bichos 
(visando somente o possível lucro que receberá com isso) é uma característica bastante 
marcante, a qual pode ser comparada ao trabalho alienado, que, para o filósofo Karl Marx, 
trata-se de um sistema no qual a classe trabalhadora – os animais, nesse caso – não tem 
destaque pelo que é, mas por aquilo que faz/produz. Além disso, Marx afirmava que 
sempre há um grupo dominante exercendo ordem sobre outro e, no filme, essa classe 
detentora do poder é, inicialmente, representada pelo próprio Sr. Jones. 
Um personagem de grande importância para a trama é o porco Major: um velho e 
sábio líder que representa a classe dos animais e idealizador de uma revolução que 
colocaria um ponto final na exploração que os mesmos sofriam. Em uma reunião no 
celeiro, convocada por Major, ele relata um sonho que teve, no qual os bichos não eram 
mais submissos aos seres humanos, tornando-se livres e iguais. Então, o líder propõe que 
todos os animais se unam e formem uma irmandade, com o intuito de tirar o poder das 
mãos do homem (inimigo). As ações do velho Major, objetivando uma sociedade 
democrática entre os bichos, podem ser relacionadas aos anseios de Karl Marx, que 
também visava e propagava uma ideologia igualitária. 
Um marco significativo para o filme é a morte do porco Major, que ocorre quase 
no fim da reunião no celeiro da fazenda, quando Jones atira acidentalmente em direção 
da aglomeração. A partir desse acontecimento e após os contínuos maus-tratos pelos quais 
estavam passando (como a fome, por exemplo), todos os animais decidem se unir e 
colocar em prática o sonho do Major, então, eles promovem uma revolução. Os bichos, 
 
aproveitando a oportunidade do momento – em que o fazendeiro e seus homens estavam 
bêbados – decidem invadir o armazém onde as comidas são guardadas e, quando são 
confrontados pelos humanos, revidam como podem, mantendo resistência até que Jones, 
sua esposa e seus capangas fossem embora de vez da fazenda. 
Quando passam a ter posse de toda a fazenda, os animais resolvem honrar os ideais 
do Major e, para isso, passam a seguir os “princípios do animalismo”, que diz respeito a 
seis regras, as quais foram escritas em uma parede pelo porco Snowball (Bola de Neve), 
o único alfabetizado. As normas eram: “qualquer coisa que ande sobre duas pernas, é 
inimigo; qualquer coisa que ande sobre quatro pernas ou tenha asas, é nosso amigo; 
nenhum animal dormirá em cama; nenhum animal beberá álcool; nenhum animal matará 
outro animal; todos os animais são iguais”. 
O porco Snowball, em seu discurso, diz que: “Educação é conhecimento e que 
conhecimento é poder”. Nesse sentido, Snowball teve o intuito de mostrar, aos seus 
colegas animais, que a educação tem uma extrema relevância no processo de luta contra 
os humanos e, também, no processo de conquista de espaço na sociedade. Com isso, 
Snowbow passa a praticar, com os outros animais, a alfabetização e o aprendizado de 
noções básicas de matemática. Tal discurso proferido por Snowball muito se assemelha 
ao ideal defendido pelo Educador e filósofo Paulo Freire, o qual defende que a educação 
é uma importante ferramenta de transformação social. 
Logo após essa etapa de aprendizagem, os animais começam a trabalhar juntos 
com um interesse comum: defender os ideais do falecido porco Major. Entretanto, é 
mostrado que alguns membros passam a agir com ambição, como é o caso do porco 
Napoleão, o qual começa, disfarçadamente, a se opor à liderança de Snowball. 
Em uma reunião no moinho, Snowball apresenta a ideia da construção de um 
moinho, no entanto, Napoleão se opõe, o qual tenta, também, colocar outros animais 
contra Snowball. Com isso, surge uma votação, para saber se o plano de Snowball será 
aprovado, porém, apesar de obter mais votos, Napoleão arma um plano contra ele, os 
expulsando da granja e o tratando como um traidor, assumindo, em seguida, o poder da 
fazenda. 
Os ideais criados pelo porco Major passam a ser distorcidos quando Napoleão 
assume a liderança, o qual é um líder extremamente autoritário e oportunista, não 
demonstrando preocupação nenhuma contra os outros animais. A partir do início do seu 
“governo”, os animais começam a trabalharem de maneira exploratória, não se 
alimentando bem e trabalhando excessivamente. Tal modelo de trabalho assemelha-se 
 
bastante ao trabalho escravo, pois, além dos animais terem uma jornada de trabalho 
cansativa e pouco alimento, eles também eram vigiados. Com isso, marca-se a 
centralização do poder não “mãos” do Napoleão, sendo assim, em um paralelo com a 
“luta de classes”, defendida por Karl Marx, dominante do poder, enquanto os demais 
animais eram os dominados. 
A dúvida e angústia se faz presente na fazenda com as contradições do governo 
de Napoleão, no entanto, alguns animais não questionam, sendo representados como 
massa de manobra, apenas trabalhando e aceitando o que está sendo imposto, acreditando 
que Napoleão era um bom líder e que pensava em todos, como é o caso do cavalo Boxer. 
Nesse sentido, percebe-se que há uma forte alienação na fazenda, uma vez que os animais 
trabalham incansavelmente para Napoleão e não usufruem de nenhum benefício, além 
disso, ainda vivem em situações precárias. Nesse sentido, para Karl Marx, a alienação 
ocorre quando os indivíduos são separados dos bens que eles mesmos produzem. Desse 
modo, vê-se, de fato, que tal conceito muito se aproxima do sistema político de Napoleão, 
pois ele pode usufruir de todos os benefícios da fazenda, já os demais animais não podem. 
Ao decorrer do tempo, Napoleão e seus aliados porcos passam a adquirirem 
costumes humanos e, também, por consequência, alteram a Constituição criada por 
Snowball, esses porcos passam a morar na casa grande, dormirem nas camas e comerem 
na mesa. De acordo com eles, isso era necessário, pois eles trabalhavam muito para 
governar a granja, em virtude da sua inteligência, então deveriam ter um espaço adequado 
para descansarem. Além disso, Napoleão começa a fazer comércio com os humanos, o 
que deixa explícito, para o telespectador, que esseporco já não pensava mais na revolução 
pensada por Major. 
Havia uma distorção tão clara das regras que o velho Major tinha deixado, que, 
em certo momento, Napoleão, ao deixar os animais sem comida, disse que precisaria 
vender os ovos das galinhas para assim poder comprar comida para os animais, no 
entanto, isso iria contra os ideais de Major e, consequentemente, das galinhas. Portanto, 
as galinhas, mostrando uma forma de rebeldia, sacrificaram seus próprios ovos para que 
não os vessem sendo vendidos como acontecia antes quando eram dominadas por 
humanos. Mesmo assim, essas aves receberam retaliações por parte dos líderes. 
Os animais eram alienados continuamente através da ideia de “patriotismo” – que 
seria um sentimento de amor e reverência à pátria – propagada e praticada 
contraditoriamente à definição pelos líderes porcos, já que os próprios animais que faziam 
 
parte daquela pátria eram explorados e poderiam ser vistos como inimigos a qualquer 
momento, quando bem coubesse aos líderes. 
Essa ideia de patriotismo é muito bem articulada principalmente em grupos de 
indivíduos que possem algum espectro político. Geralmente essa ideia é articulada de 
forma a despertar um sentimento de pertencimento à um grupo, de superioridade em 
relação a outros grupos de pessoas. 
A vida dos animais ficava cada vez mais triste à medida que os porcos tomavam 
o poder para si e os animais deixavam que houvesse esse repasse de poder, fazendo com 
que os ideais que Major fossem totalmente distorcidos. 
A ideia de poder nesse filme é muito clara, era representada pelos líderes conforme 
a teoria de Kaul Marx que defini poder como “a capacidade de uma classe social realizar 
os seus interesses objetivos específicos”. 
Os animais sempre eram influenciados por uma argumentação manipuladora 
vinda por parte dos líderes, em que havia um consenso, no entanto, é um consenso forçado 
pela ideia de uma “superioridade intelectual”. No entanto, mesmo havendo punições 
severas para quem demostrasse pensar diferente aos líderes, havia o contra-poder – teoria 
muito difundida por Michel Foucault, em que grupo se contrapõe a um poder 
estabelecido. A cachorra Jessie, que é a personagem narradora do filme, investigava e 
questionava muito as atitudes dos líderes. Ela falava sobre esses questionamentos para 
outros animais, mas nunca obtia muito sucesso na compreensão deles, pois, esses animais 
estavam alienados de tal forma que praticavam a chamada “banalidade do mal” – 
expressão criada por Hanna Arenhdt, em que os indivíduos realizam alguma maldade por 
impulso de alguma pessoa que lhe parece ser superior e, portanto, uma autoridade que 
deva ser obedecida. 
Um exemplo dessa banalidade é que o cavalo Boxer, durante o filme, seguia 
cegamente tudo que seus líderes lhe pediam até chegar o momento de ficar doente pelo 
esforço do trabalho e de não resistir ao ser levado para um matadouro de cavalos. 
Portanto, cabe o questionamento de até que ponto podemos dar o poder de alguém 
definir as rédeas da nossa vida. 
Depois da morte do cavalo Boxer, a cachorra e alguns outros animais decidiram 
fugir para um esconderijo longe dos olhos dos líderes. Ali, ela e os animais que estavam 
com ela passaram muito tempo, envelheceram, mas não perderam a esperança de 
realmente ver uma “revolução dos bichos” de verdade. 
 
Assim, as muralhas da fazenda caíram com uma forte tempestade, os líderes e 
outros animais morreram. Entretanto, alguns animais conseguiram sobreviver e restou 
esperança para que todos os animais restantes reconstruíssem a fazenda e fossem livres 
de verdade, sem autoritarismos. 
Essa esperança que Jessie tinha de ver uma revolução pode ser levada e ensinada 
por todas as pessoas que procuram por um mundo mais justo, onde os grupos oprimidos 
resgatem seu poder e decidam lutar por mudanças que realmente resultem no progresso 
humano na melhoria da qualidade de vida de todos(as). 
No entanto, vale salientar, que o ensino sempre deve vir de forma crítica e 
questionadora, pois, como dizia Paulo freire “quando a educação não é libertadora, o 
sonho do oprimido e ser o opressor.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
A REVOLUÇÃO dos Bichos (Animal Farm). Direção de John Stephenson. Roteiro: 
George Orwell, Alan Janes e Martyn Burke. Estados Unidos, 1999. (91 min.), son., 
color. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&t=563s. 
Acesso em: 14 dez. 2020. 
FREIRE, Paulo. Paulo Freire: Quando a educação não é libertadora,... Pensador, 
2020. Disponível em: <https://www.pensador.com/frase/MTM4MTYwNg/>. Acesso 
em 17 de dez. de 2020. 
MENEZES, Pedro. O que é a Alienação do Trabalho para Marx? 2020. Disponível 
em: https://www.todamateria.com.br/alienacao-trabalho/. Acesso em: 16 dez. 2020. 
Pensador, 2020. Disponível em: 
<https://www.pensador.com/frase/MTM4MTYwNg/>. Acesso em 17 de dez. de 2020. 
http://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&t=563s
http://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&t=563s
http://www.youtube.com/watch?v=2ygQBkmMfqY&t=563s
https://www.pensador.com/frase/MTM4MTYwNg/
http://www.todamateria.com.br/alienacao-trabalho/
http://www.todamateria.com.br/alienacao-trabalho/
https://www.pensador.com/frase/MTM4MTYwNg/

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