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As Batalhas Espirituais Finais Parte 10

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A474
 Alves, Silvio Dutra
 As Batalhas Espirituais Finais – Parte 10 / Silvio Dutra Alves.
 - 1ª edição - Fundamentado no tratado de William Gurnall
 Rio de Janeiro, 2021.
 75p; 14,8 x 21 cm 
 1. Teologia. 2. Vida Cristã. I. Título
 CDD 230
 
Deus nunca deixa de ser amoroso, longânimo,
compassivo, perdoador, misericordioso e
bondoso quando ele é justo, santo e verdadeiro,
pois se não tivesse estes dois grupos de atributos
divinos em perfeito equilíbrio, ele seria
possivelmente alguém impotente moralmente
caso tivesse apenas os do primeiro grupo; ou
então cruel e tirano caso tivesse somente os do
segundo.
Hoje se ouve muito falar apenas de justiça e de
verdade entre as lideranças de todos os
segmentos, inclusive de religiosos, e não é de se
admirar que vivamos em mundo em que a
crueldade e a tirania se multipliquem como
nunca dantes. Em dias passados se ouvia falar
muito em caridade, em humildade, em amor, em
sinceridade, em perdão, em compreensão e
tolerância, e portanto, não se via tanto ódio e
amargura na humanidade.
Acrescente-se a isto, como fator agravante, que a
verdade e a justiça do pecador nada têm a ver com
a justiça do reino de Deus, e muito menos com o
teor do evangelho que está no centro dessa justiça
oferecendo perdão gratuito a todo aquele que se
arrepender. A justiça e a verdade iradas do
homem nunca produzirão a justiça e a verdade
amorosa de Deus, senão pensamentos e atos de
crueldade. 
Mas se o homem mudou, Deus nunca muda.
Quando Deus nos salvou para sermos à imagem e
semelhança de nosso Senhor Jesus Cristo, ele o
fez sobretudo para que fôssemos santos assim
como ele é santo. 
2
Foi para o propósito de sermos santificados que
Jesus realizou toda a obra de salvação em nosso
favor, removendo a nossa culpa e nos dando um
novo nascimento do Espírito Santo, e fez uma
aliança com Deus Pai de responder por todas as
coisas referentes à nossa redenção, santificação e
glorificação. Nesta aliança Deus ficou acordado
que seríamos salvos nas condições do evangelho,
segundo a justiça que se revela no evangelho, de
fé em fé, de maneira que jamais fôssemos
rejeitados por Deus uma vez tendo sido tornados
seus filhos amados, por qualquer transgressão
que viéssemos ainda a cometer depois da nossa
conversão. Daí serem tão claros e diretos os
termos da nova aliança:
“Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus
pecados jamais me lembrarei.” (Jer 31.34).
“18 Quem, ó Deus, é semelhante a ti, que perdoas
a iniquidade e te esqueces da transgressão do
restante da tua herança? O SENHOR não retém a
sua ira para sempre, porque tem prazer na
misericórdia.
19 Tornará a ter compaixão de nós; pisará aos pés
as nossas iniquidades e lançará todos os nossos
pecados nas profundezas do mar.” (Miqueias
7.18,19)
É por Deus ter-se determinado ser misericordioso
para com nossas faltas, e por perdoá-las por causa
do sacrifício e sacerdócio de Jesus, que podemos
nos aproximar dele para sermos continuamente
santificados, sem deixarmos de ser aceitos por
causa da justiça da lei, uma vez que não é pela
justiça da lei que somos salvos, mas pela justiça da
graça ou da fé. Não somos aceitos na base das
3
obras da lei, nem mesmo das obras da fé, mas por
causa justiça de Jesus que nos foi imputada, para
que se abrisse para nós a porta pela qual entramos
para seguir em novidade de vida, pelo caminho da
santificação, que consiste na justiça de Cristo que
é aplica em nosso viver pela operação do Espírito
Santo, realizando a obra que se refere tanto à
mortificação dos nossos pecados, quanto ao
amadurecimento de todas as graças que existem
na nova criatura, como fé, amor, paz, bondade,
alegria, mansidão, longanimidade, etc.
Agora, este perdão e esquecimento de nossas
iniquidades nos termos do evangelho não
significa que temos recebido da parte de Deus um
salvo conduto para continuarmos pecando, em
face do referido perdão, uma vez que a Palavra é
bastante clara quanto ao fato de que uma vez
tendo sido reconciliados com Deus, os crentes o
foram para um andar no Espírito, em novidade e
santidade de vida, de modo que ainda que livrados
da culpa e condenação eterna, todavia, serão
corrigidos se não atenderem às condições da
aliança de andarem humildemente diante do
Senhor, confessando e abandonando os seus
pecados. O sangue do sacrifício sempre se
mostrará eficaz para aqueles que se arrependem e
caminham em temor diante de Deus, de forma
que somos alertados devidamente quanto a isto
nas seguintes palavras de Hebreus 10.16-31:
“16 Esta é a aliança que farei com eles, depois
daqueles dias, diz o Senhor: Porei no seu coração
as minhas leis e sobre a sua mente as inscreverei,
4
17 acrescenta: Também de nenhum modo me
lembrarei dos seus pecados e das suas iniquidades,
para sempre.
18 Ora, onde há remissão destes, já não há oferta pelo
pecado.
19 Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo
dos Santos, pelo sangue de Jesus,
20 pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou
pelo véu, isto é, pela sua carne,
21 e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus,
22 aproximemo-nos, com sincero coração, em plena
certeza de fé, tendo o coração purificado de má
consciência e lavado o corpo com água pura.
23 Guardemos firme a confissão da esperança, sem
vacilar, pois quem fez a promessa é fiel.
24 Consideremo-nos também uns aos outros, para nos
estimularmos ao amor e às boas obras.
25 Não deixemos de congregar-nos, como é costume
de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais
quanto vedes que o Dia se aproxima.
26 Porque, se vivermos deliberadamente em pecado,
depois de termos recebido o pleno conhecimento da
verdade, já não resta sacrifício pelos pecados;
27 pelo contrário, certa expectação horrível de juízo e
fogo vingador prestes a consumir os adversários.
28 Sem misericórdia morre pelo depoimento de duas
ou três testemunhas quem tiver rejeitado a lei de
Moisés.
5
29 De quanto mais severo castigo julgais vós será
considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho
de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi
santificado, e ultrajou o Espírito da graça?
30 Ora, nós conhecemos aquele que disse: A mim
pertence a vingança; eu retribuirei. E outra vez: O
Senhor julgará o seu povo.
31 Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo.”
Aqui pois está o grande ponto para reflexão: o que
tem a ver a justiça de Deus, que se revela no
evangelho, com a justiça deste mundo? Enganam-
se portanto, aqueles que lutam por justiça social
nos termos do mundo, pensando estarem com
isso promovendo a justiça de Deus.
A Bíblia é muito clara quanto a isto e nos mostra
de capa a capa que Deus é santo e somos
chamados a sermos santos assim como ele é
santo. 
O amor real a Deus sempre nos moverá a
buscarmos a santificação, sabendo que esta passa
primeiro pela mortificação do pecado, e depois
por nosso empenho em seu serviço, buscando o
seu reino em primeiro lugar.
É com o contrito e abatido de espírito que Deus
tem prometido habitar, de modo que é dito por
Cristo que os que choram e não os que se alegram
segundo a carne, que são os que são bem-
aventurados.
6
Há muito valor então na tristeza que é segundo
Deus para arrependimento porque é somente esta
que nos conduz à vida eterna. E quanto isto vai na
contra-mão do muito que tem sido ensinado pela
teologia atual de que o propósito da vida cristã é o
de eliminar toda forma de sofrimento, dor e
tristeza da vida do crente, pelo que chamam de
uso da fé orientada para resultados. Mas a Palavra
de Deus nos apresenta o único caminho queé
melhor e mais seguro do que isto, que consiste
em saber tirar o devido proveito de nossas
tribulações, uma vez que já está determinado em
seu decreto eterno que nos importa entrar no seu
reino por meio de muitas e variadas tribulações
(Atos 14.22; Tg 1.2).
O que os apóstolos aqui recomendam é que nos
sujeitemos de boa vontade aos juízos de Deus que
vêm sobre nós para nos corrigir ou disciplinar.
Resistir a estes julgamentos com
autocomiseração ou murmuração, ou qualquer
outra forma de resistência, somente se
demonstrará prejudicial a nós, pois é exatamente
para remover tais coisas de nossos hábitos que
somos submetidos a tais provações.
É portanto, uma coisa abençoada sentir-se triste e
abatido pelo pecado, dentro dos limites
adequados, de forma a não perder a confiança e
esperança em Deus, e enquanto isto for exercido
com o desejo de se vencer e deixar o pecado, e
para não se perder a paz e a comunhão com Deus
por causa do pecado que há no mundo. Isto
também se aplica às tristezas e abatimentos
causados por outros motivos relativos às
circunstâncias difíceis que enfrentamos no
7
mundo conforme elas são permitidas ou mesmo
produzidas pela Providência divina, para o
exercício da nossa fé e aperfeiçoamento da nossa
santificação, sobretudo em paciência e
perseverança. Em tudo seremos provados para
demonstrarmos que de fato é Deus que amamos
acima de tudo e todos. E isto será visto na forma
como suportamos nossas perdas, especialmente
daquelas coisas ou pessoas que nos são mais
queridas. Por mais doloroso que isto seja para nós,
Deus nos confortará e cobrirá com paz e alegria
sobrenaturais, se continuarmos sendo-Lhe gratos
por tudo que nos suceda, pois sabemos que nada
há que possa nos separar do Seu amor, ou que não
seja para o nosso próprio benefício.
Agora, sabendo que Deus opera no mundo
abatendo e exaltando pessoas pelos mais variados
motivos e para propósitos determinados por ele
em seu conselho eterno, não devemos restringir
suas operações de abatimento a todos os
poderosos arrogantes, prepotentes, injustos e
blasfemos, por suas práticas notórias e públicas
que não somente ofendem a muitos como
afrontam ao próprio Deus, pois sabemos que
muitos passaram pela história do mundo e muitos
há ainda no presente que distorcem a justiça
condenando inocentes e absolvendo culpados, e
que continuaram ou continuam transitando
livremente de sofrerem juízos humilhantes da
parte de Deus enquanto neste mundo, tendo sido
reservados para o Juízo do grande dia depois da
volta de Jesus. Os ímpios não são em geral,
humilhados e abatidos por Deus por causa de seus
8
pecados neste mundo, e nem mesmo se sentem
abatidos e humilhados quando são afligidos por
julgamentos divinos. Ao contrário, eles ficam
mais endurecidos, conforme vemos tanto na
bíblia, quanto na história da humanidade em
geral.
Ser entristecido segundo Deus é uma grande
bênção e misericórdia concedida por Deus apenas
aos que sãos seus filhos amados, pois é a estes que
ele disciplina e corrige, conduzindo-os pela
tristeza para o arrependimento que é para a vida e
não para morte.
Com isto, o que Deus pretende não é incentivar a
prática da injustiça sobre a face da Terra, ou dar
um sinal aos poderosos de que eles tudo podem,
inclusive magoar os justos. 
Nem se pense que suas ofensas e blasfêmias não
são consideradas, pois até mesmo de palavras
ociosas terão que prestar contas no dia do juízo. 
Então, o que se pode concluir de tudo isto, senão
que são verdadeiras as palavras de Jesus dirigidas
aos justos de que deverão enfrentar aflições neste
mundo, sem no entanto desanimarem na prática
da causa da justiça e muito menos em sua fé?
As aflições que sofrem por conta de viverem num
mundo de ímpios, os levará finalmente a concluir
que não devem tentar ser a palmatória do mundo,
pois este não tolera e nem aceita correções. Que
não devem abrigar suas esperanças na mudança
de comportamento de seus governantes e
magistrados, pois Deus mesmo permite que eles
cheguem às suas posições para serem o seu
chicote de aflição para um mundo que ama a
9
impiedade, a mentira e a injustiça. Como se vê por
exemplo nas palavras proféticas de 2 Tes 2.9-12.
“9 Ora, o aparecimento do iníquo é segundo a
eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira,
10 e com todo engano de injustiça aos que perecem,
porque não acolheram o amor da verdade para serem
salvos.
11 É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a
operação do erro, para darem crédito à mentira,
12 a fim de serem julgados todos quantos não
deram crédito à verdade; antes, pelo contrário,
deleitaram-se com a injustiça.” (2 Tes 2.9-12)
O apóstolo Paulo, em uma de suas epístolas
afirma: “entristecidos, mas sempre alegres”. Esta
condição do crente é referida por Pedro com as
seguintes palavras: “Nisso exultais, embora, no
presente, por breve tempo, se necessário, sejais
contristados por várias provações.”
Então há no crente fiel esta mistura de tristezas
com alegrias, existindo nele como duas correntes
em um oceano, uma de tristeza, e outra mais
profunda de alegria.
E como ambas coexistem? Apesar de em alguns
momentos, uma poder sobrepujar a outra, a nível
dos sentimentos do crente quando sob a
provação, no entanto, sempre haverá um poder
maior atuante na de alegria que é produzida pelas
visitações e operações sobrenaturais do Espírito
10
Santo no crente, levantando-o em seus
abatimentos.
Um pessoa com câncer, pode ficar muito abatida
pela enfermidade, mas pode ser injetada com
ânimo sobrenatural do Espírito Santo, que a
conduzirá não somente a se alegrar como até
mesmo ser capacitada a louvar e ser grata a Deus,
ainda que em meio à sua enfermidade.
 
Ninguém mais do que o apóstolo Paulo teve
motivos para ficar abatido pelas muitas
tribulações e perseguições que sofreu na
realização do ministério que recebeu do Senhor
para cumprir. Nós vemos uma defesa do seu
ministério em face dos muitos sofrimentos que
teve que suportar com bom ânimo e fé em Jesus
Cristo, especialmente na segunda epístola aos
Coríntios, da qual destacamos algumas partes,
para que sigamos o exemplo que ele ali nos dá.
Deus nos chama para nos levantarmos de nossos
abatimentos, e a lançarmos nossos fardos de
angústia sobre ele, para que glorifiquemos seu
nome pela bondade, amor, perdão e misericórdia
que ele demonstrará a nós, quando o fizermos.
 
Evidentemente, esta bênção da renovação é para
aqueles que lamentam por seus pecados, pois
vemos Jesus afirmando claramente no sermão do
monte que são bem-aventurados os que choram,
ou seja, aqueles a quem Deus demonstrou sua
misericórdia trazendo-lhes contrição de espírito,
pela qual são conduzidos ao arrependimento que
é para vida. Assim, chorar por causa do pecado é
11
uma evidência de ser alguém bem-aventurado,
pois foi contemplado por Deus para que fosse
gerado nele o sentimento de humilhação, tristeza
e abatimento pelo pecado.
Veja o contraste entre o que é prometido por Deus
aos que choram, e ao estado dos que são ímpios:
“18 Tenho visto os seus caminhos e o sararei;
também o guiarei e lhe tornarei a dar consolação,
a saber, aos que dele choram.
19 Como fruto dos seus lábios criei a paz, paz para os
que estão longe e para os que estão perto, diz o
SENHOR, e eu o sararei.
20 Mas os perversos são como o mar agitado, que não
se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo.
21 Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.”
(Isaías 57.18-21)
Fujamos então deste espírito permanentemente
festeiro que nunca considera a importância da
tristeza pelo pecado, porque até mesmo é
impossível ter tal sentimentoquando se está
dominado por tal espírito, o que impede que
sejamos bem-aventurados segundo Deus, sendo
abençoados por Ele por nossa contrição,
humilhação, confissão, arrependimento e
conversão.
Que Deus no-lo conceda para o nosso bem em
nome de Jesus. Amém.
Deixe os homens ímpios, deixe os réprobos que
serão eternamente rejeitados, deixe-os ser
excessivamente abatidos; mas não me deixe ser
12
abatido excessivamente pelo pecado, visto que
nunca serei rejeitado, embora possa ser abatido
por um momento, de acordo com aquela
expressão em Isa. 54. 7, 8. “Por breve momento te
deixei, mas com grandes misericórdias torno a
acolher-te; num ímpeto de indignação, escondi de
ti a minha face por um momento; mas com
misericórdia eterna me compadeço de ti, diz o
SENHOR, o teu Redentor.” Esta rejeição pelo
pecado é apenas momentânea, um pequeno
tempo, uma pequena estação; mas ele não
rejeitará para sempre.
Em segundo lugar, raciocine assim com sua
própria alma contra suas rejeições, e diga: Jesus
Cristo, ele deu sua vida por mim voluntária e
meritoriamente, e se rebaixou muito para ser
meu Salvador; portanto, por que, ó minha alma,
deverias tu estar abatida excessivamente pelo
pecado? É verdade, ó minha alma, se você tivesse
morrido e comprado a sua própria redenção, ter
sido o seu próprio Salvador, e se o peso e o fardo
extremo de seus pecados tivessem recaído sobre
seus próprios ombros, e se tivesses feito
satisfação perfeita à justiça divina em tua própria
pessoa, se tivesses sido obrigado a ter guardado
toda a Lei perfeitamente e se tivesses feito uma
recompensa completa pelo mal que fizeste e
devias oferecer o fruto do teu corpo pelo pecado
da tua alma; ainda assim, isso não funcionaria,
nem proporcionaria a menor satisfação, nem
faria a menor compensação e recompensa pelo
mal que fizeste. Agora, se este fosse o seu caso,
ser seu próprio mediador e seu próprio
intercessor, e ter seu sangue derramado por seus
13
pecados, se este fosse o seu caso, tu tinhas
motivos para ficar excessivamente abatido pelo
pecado. 
Uma criatura finita nunca pode satisfazer a
perfeição infinita. Eu poderia dar mil bezerros,
dez mil rios de azeite, mas não poderia fazer uma
expiação, ou dar um resgate suficiente para
minha redenção. Mas é bem diferente, o
contrário é a tua porção, não o teu caso. Aqui está,
ó minha alma, o teu caso, que abundantemente te
pode administrar conforto; o sangue, o sangue
precioso de Jesus Cristo, está reservado para o
pecado, para que não sejas abatido
excessivamente pelo pecado e para que obtenhas
abundância de conforto e satisfação desta
consideração.
Primeiro, considere consigo mesmo, ó minha
alma: Jesus Cristo não derramou seu precioso
sangue por si mesmo, mas por mim: ele fez como
um bom pastor que deu sua vida por suas ovelhas,
João 10. 15.
Em segundo lugar, considere que Deus, o Pai,
aceitou entregar sua vida por este motivo, João 10,
17. O Pai o ama porque ele deu a sua vida.
Em terceiro lugar, considere e raciocine consigo
mesmo, ó minha alma, embora existam grandes
argumentos para agravar o pecado, e para
intensificar o pecado; portanto, há muitos
argumentos importantes para aumentar a
misericórdia de Deus em Cristo. Seus pecados são
grandes? As misericórdias de Deus são maiores.
14
Seus pecados merecem grandes punições, até
mesmo a morte eterna? A morte de Jesus Cristo e
o mérito de Cristo são de valor infinito para
merecer a vida, sim, a vida eterna. Seus pecados
são os pecados de um homem? Mas as satisfações
de Jesus Cristo, são as satisfações de um Deus;
Seus pecados merecem a carranca de Deus? Oh,
mas a morte de Cristo merece e compra o favor
de Deus. Em suma, assim como a pessoa de Cristo
supera a tua pessoa: assim, a obediência dele
excede infinitamente a tua desobediência;
portanto, disse o apóstolo Paulo, Rom. 5. 16. “O
dom, entretanto, não é como no caso em que
somente um pecou; porque o julgamento derivou
de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça
transcorre de muitas ofensas, para a justificação.”
Aqui o apóstolo sugere que, embora haja grande
culpa no pecado, ainda assim há maior
misericórdia e méritos em Cristo; pois, assim
como por Adão veio o pecado e a morte, assim por
Jesus Cristo veio a justiça e a vida; pois assim
como o salário do pecado é a morte; assim o dom
gratuito de Deus é a vida eterna por Jesus Cristo
nosso Senhor, Rom. 6. 23. Não há tanta culpa no
pecado, quanto há mérito em Cristo; não há tanta
culpa no pecado para condenar, quanto há mérito
em Jesus Cristo para salvar. Portanto, por que
você deveria permanecer abatida, ó minha alma?
Jesus Cristo deu sua vida por mim; e ao dar sua
vida, ele deu satisfação total pelo pecado a seu Pai;
e embora sejam necessárias mais lágrimas pelo
pecado em meio de humilhação: ainda assim, não
falta mais sangue pelo pecado em meio de
15
satisfação; portanto, não sejas excessivamente
abatido pelo pecado.
Raciocine assim com a tua própria alma, para que
não seja excessivamente abatida pelo pecado, ó
minha alma; considere; o abatimento excessivo
pode impedir-te de esforços santos para suprimir
e mortificar o pecado. É política e sutileza do diabo
atrair os homens para correr para extremos; às
vezes o diabo atrai os homens para possuí-los com
o poder reinante do pecado, de forma que eles
nunca pensem na culpa do pecado; e às vezes
possuí-los com o poder do pecado, a ponto de não
poderem sequer olhar para o perdão do pecado.
Posso dizer a ti, como Deus a Josué, cap. 7. 10.
“Levanta-te, por que estás deitado sobre o teu
rosto?” Foi adequado Josué ser abatido no
desastre, mas não ter deixado de perseguir o
inimigo. Portanto, raciocine e diga: Ó minha alma,
não convém a ti ficar abatido excessivamente sob
a culpa do pecado, mas erguer-te contra ele,
descansando em Deus.
Também raciocine assim com sua alma: Ó minha
alma, considere: não são esses abatimentos de
mente, não são essas humilhações excessivas
pelo pecado, grande desprezo à graça e
misericórdia de Deus e aos méritos de Cristo? Se
um homem sedento vier ao Mar, ao poderoso
Oceano, para buscar água e, quando vier lá, ser
derrubado com os pensamentos de que toda a
água do Mar não pode matar sua sede; isso faria
com que o Mar fosse apenas uma coisa vazia:
então tu ficarias perturbado e excessivamente
16
abatido pelo pecado, e pensar que a misericórdia
de Deus e os méritos de Cristo não podem
confortar e sustentar tua alma criada; isto
deprecia excessivamente o poderoso Oceano das
misericórdias de Deus e dos méritos de Cristo,
por você pensar que seus pecados superam a
misericórdia e a graça gratuita. No tempo da Lei, o
propiciatório cobria totalmente a Arca onde a Lei
era guardada; para mostrar que se um homem
violar não apenas um mandamento, mas todos os
mandamentos da Lei, ainda assim, tudo isso pode
ser coberto com misericórdia; e não obstante a
violação da Lei, eles tinham um propiciatório para
ir; embora violemos toda a Lei, todos os
mandamentos de Deus, embora esta Lei seja
totalmente coberta com misericórdia, a
misericórdia de Deus está muito acima de seus
abatimentos. O Mar Vermelho realmente afogou
Faraó e todas as suas hostes, com a maior
facilidade com que poderia afogar um homem; da
mesma forma, o sangue do Mar Vermelho de
Cristo pode afogar todos os pecados, embora
fossem montanhas de transgressões, assim como
o menor pecado. 
Ainda, raciocine assim com tua alma: por que te
abaterás, ó minha alma, especialmente
considerando que o abatimento da alma abate
também o corpo? Existe tal simpatia entreo corpo
e a alma que um não pode ser perturbado e
abatido, que o outro não seja também; pois
quando o corpo de Cristo foi perturbado, sua alma
também foi perturbada; quando o povo de Deus
tem melancolia e pensamentos perturbados, ela
17
perturba o corpo assim como a mente;
enfraquece o corpo e diminui aquela alegria que
eles deveriam ter em Deus, e coloca o homem
todo fora de ordem.
Ainda, raciocine assim com sua própria alma;
considere, ó minha alma, a oposição contra o
pecado, em vez de abatimento excessivo pelo
pecado, é que Deus aceita e fica mais satisfeito
com todos. Os cristãos são muito capazes de
pensar e acreditar que se eles forem assim
derrubados pelo pecado, e muito humilhados e
abatidos pelo pecado, eles fazem grandes coisas; e
ainda nesse meio tempo eles não entram em
conflito e contestam com suas luxúrias, e
constantemente se opõem a seus pecados; estar
tão humilhado, estar tão abatido pelo pecado, a
ponto de encorajar a alma a lutar contra o pecado,
isso é o que agrada a Deus. Quando os homens de
Israel fugiram diante dos homens de Ai, no
capítulo sétimo de Josué, Josué caiu com o rosto
em terra e rasgou suas roupas; disse Deus a Josué:
“Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre
o rosto?” verso 10. Assim diz Deus a você, à sua
alma que está abatida e excessivamente abatida
pelo pecado: Por que estás com o rosto no chão
em uma condição abatida pelo pecado? Levanta-
te; então diga a tua alma: por que caíste sobre tua
face? Por que você se abate? Por que você chora
excessivamente pelo pecado? Levanta-te. Deus
prefere ver a alma se levantar e lutar contra a
corrupção, do que cair de cara em um abatimento
muito baixo por causa do pecado. É com tua alma
como com um soldado, um General prefere ver
18
seus soldados lutando contra seu inimigo
comum, do que deitar no chão ferido e abatido,
chorando por causa de suas feridas: então Deus
prefere ver as almas de seu povo se levantando e
lutando contra suas corrupções e luxúrias, e seus
inimigos comuns para sua salvação.
Também, raciocine assim consigo mesmo, ó
minha alma, por que estás abatida diante da visão
e do senso do pecado? Considere que não é a
medida da humilhação, nem seus graus, mas a
verdade da humilhação que Deus aceita e faz
promessa de aceitação. Portanto, não fique tão
abatido sob um desânimo tão triste; o Senhor faz
as maiores promessas com a menor medida e
grau de fé; embora tua fé seja pequena, e tuas
graças pequenas, ainda assim, Deus aceita a
menor e a mais fraca medida e grau de graça. 
O objetivo do nosso abatimento de alma é duplo:
Primeiro, é para aborrecer o pecado. E em
segundo lugar, para tornar precioso e querido
Jesus Cristo para nós. E quando o nosso
abatimento tiver estes dois fins, a saber, fazer com
que o pecado seja amargo para a nossa alma e
fazer com que Jesus Cristo seja precioso para nós,
por reconhecermos que não há outro que possa
nos valar; então é correto o nosso abatimento. 
Em segundo lugar, devemos nutrir este
abatimento quando com esta humilhação e
abatimento pelo pecado nos alegramos com o
sentimento do amor e favor de Deus; quando o
nosso coração é trazido para esta moldura para
ver o pecado com um olho, e o amor de Deus e a
19
graça livre e a misericórdia perdoadora com
outro.
Em todo modo e circunstância, Deus deve ser
glorificado em nossas vidas, mesmo quando nos
envia humilhações e abatimentos pelo pecado,
pois importa que manifestemos por nosso
testemunho de fé nEle o Seu grande poder, amor
e perdão para nos restaurar e curar de todas as
nossas fraquezas e enfermidades.
Por nossa mansidão em receber os seus
julgamentos corretivos e disciplinadores,
demonstramos o quanto o amamos como um Pai
que é de fato e que tem o direito de nos
repreender e disciplinar segundo a Sua sabedoria
e justiça. 
Daí dizer o apóstolo Tiago que é bem-aventurado
o homem que suporta com paciência a provação,
pois será coroado por Deus depois de ter sido
aprovado.
Muito temos falado sobre a intensidade e grau do
abatimento, quanto ao que seria o limite
adequado permitido para o mesmo, o qual não
deveríamos ultrapassar a ponto de perder de vista
a bondade, misericórdia e amor de Deus por nós.
Além da intensidade, deve ser considerado
também o tempo, o período o prazo de duração
destes abatimentos, porque não é comum o caso
de haver livramentos imediatos ou instantâneos
da parte de Deus no momento mesmo em que lhe
clamamos para sermos livrados, de modo que no
cumprimento da promessa do Salmo 50.15:
“invoca-me no dia da angústia, eu te livrarei e tu
20
me glorificarás” sempre deve ser considerado o
“ainda o louvarei” do salmo 42.11, em nossa
abertura, porque este “ainda” indica que é
comum sempre haver um tempo a ser esperado
para o livramento de nossas tribulações.
A experiência prática na vida cristã comprova esta
verdade de que Deus sempre fixa um prazo de
duração de nossas aflições, havendo até mesmo
problemas que dão causa a elas, que duram todo o
tempo da nossa existência neste mundo. E neste
caso, se ficarmos aguardando o momento do
livramento para que possamos ter bom ânimo, e
não ficarmos vencidos pelo abatimento de alma,
teremos sérios problemas nisto, pois, em tal
situação devemos pedir ao Senhor que nos dê
graça suficiente para suportar com paciência e
bom ânimo tudo o que possa estar nos abatendo,
ainda que não desistamos de clamar
continuamente e aguardar com a esperança de
sermos curados ou livrados. 
Seria importante então, refletirmos sobre a
natureza das causas que nos afligem e abatem.
Geralmente é pela falta de apreensão do amor e
favor de Deus que o seu povo fica abatido. Não
que isto signifique que haja necessariamente falta
deste amor e favor divino, mas quando é esta a
nossa percepção e apreensão.
Uma vida cristã normal sempre será
acompanhada de várias provações que nos vêm
diretamente da parte de Deus ou por permissão
divina, com o intuito de nos esvaziar do nosso ego,
e aprendermos a depender inteiramente da graça
do Senhor para que possamos ser achados de pé
21
na sua presença em toda e qualquer
circunstância.
Evidentemente, nunca poderíamos perceber a
necessidade de sermos transformados, caso não
sentíssemos com tristeza e abatimento de alma
aos golpes que nos são desferidos pelas
provações, conforme elas se encontram
encaixadas nos propósitos da providência divina
em relação a nós, uma vez que se estivéssemos
contentes, alegres e satisfeitos permanentemente
mesmo em meio àquelas circunstâncias difíceis
em que o que é comum é que gerem desconforto
e dor em vez de satisfação e prazer, é bem certo
que não buscaríamos socorro em Deus e nem
mesmo indagaríamos sobre as causas do que nos
sucede para crescermos em maturidade
espiritual quanto à forma adequada de enfrentá-
las, conforme prescrita a nós nas Escrituras. 
Não será portanto, com argumentos falsos que
encontraremos paz e descanso para as nossas
almas, como por exemplo, a noção de que todo o
mal é sempre causado pelo diabo, ou então que
Deus nunca nos causará enfermidades, danos ou
dores, ou ainda que não somos culpados de coisa
alguma, sendo apenas vítimas daqueles que nos
causam males e em consequência somos o
resultado daquilo que sofremos, como por
exemplo a hipótese clássica de que filhos de pais
violentos, poderão vir a ser também pessoas
violentas. E assim, transferindo-se a culpa daquilo
que somos aos que nos feriram, e estes por sua
vez, aos que fizeram o mesmo com eles, esta linha
de descendência de culpa desceria até o primeiro
homem criado, e deste ao próprio Criador, e
22
então Deus seria o grande culpado de omundo
ser como ele é.
Ora, todo este modo de pensar está desprovido de
verdade, conforme revelada nas Escrituras, e é o
fruto de mentes ignorantes e deformadas,
incapazes de julgarem com a reta justiça.
A grande verdade é que há uma linha divisória
que se estabelece na criação da humanidade, de
modo que por conta da liberdade que é dada aos
seres morais, eles revelarão em dado momento
de sua existência, se inclinar-se-ão para
permanecerem ímpios, ou então a buscarem ser
transformados em santos, por meio de uma nova
geração através da fé em Jesus Cristo. 
Este trabalho de gerar uma nova criatura é
conduzido pelo poder de Deus, atraindo
pecadores a Jesus para serem salvos, sem que no
entanto, no lado oposto Ele tente alguém ou
conduza ao estado de impiedade em que se
encontra naturalmente, herdado de Adão, pois
Deus a ninguém tenta e nem mesmo pode ser
tentado a fazê-lo.
Tudo isto pode ser verificado e confirmado no
relato das Escrituras, em que vemos declarações
feitas diretamente pelo próprio Deus quanto a
estes dois estados de impiedade e de santidade
dos homens, respectivamente, bem como as
intervenções, em forma de juízo e condenação
para os primeiros, ou seja, para os ímpios, como
de correção, disciplina e recompensa para os
últimos, a saber os santos.
Quando o profeta Habacuque ficou em grande
perplexidade com o fato de que os babilônios,
com toda a sua idolatria e soberba, e falta de
23
conhecimento do Deus verdadeiro, estavam
assolando o mundo, e que lhes seria dado oprimir
e levar em cativeiro o próprio povo de Judá, que
era a nação aliançada com o Senhor.
Mas Deus lhe deu como resposta no segundo
capítulo do seu livro que toda a soberba dos
babilônios seria julgada e eles seriam
condenados, uma vez exercidos os juízos que lhes
foram determinados por Deus para realizarem,
mas os justos viveriam por causa da fé, mediante
a justiça eterna que receberiam em Cristo, que
lhes permitiria andarem de modo digno diante
dEle. 
Mais adiante, tendo os judeus retornado de
Babilônia para a sua própria terra, nós vemos que
com o passar do tempo eles tornaram a se rebelar
em grande número contra Deus, e queixavam-se
de suas provações, e de não estarem prosperando
e tendo domínio e prosperidade como as nações
ímpias.
Mas, veja a resposta que foi dada por Deus, por
meio de Malaquias à queixa deles:
“13 As vossas palavras foram duras para mim, diz
o SENHOR; mas vós dizeis: Que temos falado
contra ti?
14 Vós dizeis: Inútil é servir a Deus; que nos aproveitou
termos cuidado em guardar os seus preceitos e em
andar de luto diante do SENHOR dos Exércitos?
15 Ora, pois, nós reputamos por felizes os soberbos;
também os que cometem impiedade prosperam, sim,
eles tentam ao SENHOR e escapam.
16 Então, os que temiam ao SENHOR falavam uns aos
outros; o SENHOR atentava e ouvia; havia um
24
memorial escrito diante dele para os que temem ao
SENHOR e para os que se lembram do seu nome.
17 Eles serão para mim particular tesouro, naquele dia
que prepararei, diz o SENHOR dos Exércitos; poupá-
los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve.
18 Então, vereis outra vez a diferença entre o justo
e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não
o serve.” (Mal 3.13-18).
E assim, se percorrermos todas as páginas da
Bíblia nós veremos que sempre é apresentada a
diferença que há diante de Deus entre o justo e o
perverso, entre o que serve a Deus e o que não o
serve.
Ao fazer boas promessas para os judeus através do
profeta Isaías, quanto à nova aliança que seria
feita para a cura e salvação daqueles que
lamentavam no meio do povo, por seus pecados,
sendo de coração contrito e espírito abatido, Deus
deixou bastante claro que seria somente a estes
que os benefícios da aliança alcançariam, pois não
havia nenhuma promessa de paz para os ímpios,
uma vez que eles não são pela paz, pela verdade e
pela justiça:
“14 Dir-se-á: Aterrai, aterrai, preparai o caminho,
tirai os tropeços do caminho do meu povo.
15 Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a
eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no
alto e santo lugar, mas habito também com o contrito
e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos
abatidos e vivificar o coração dos contritos.
25
16 Pois não contenderei para sempre, nem me
indignarei continuamente; porque, do contrário, o
espírito definharia diante de mim, e o fôlego da vida,
que eu criei.
17 Por causa da indignidade da sua cobiça, eu me
indignei e feri o povo; escondi a face e indignei-me,
mas, rebelde, seguiu ele o caminho da sua escolha.
18 Tenho visto os seus caminhos e o sararei; também o
guiarei e lhe tornarei a dar consolação, a saber, aos
que dele choram.
19 Como fruto dos seus lábios criei a paz, paz para os
que estão longe e para os que estão perto, diz o
SENHOR, e eu o sararei.
20 Mas os perversos são como o mar agitado, que não
se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo.
21 Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.”
(Isaías 57.14-21)
Temos tudo isto confirmado no texto do Novo
Testamento, e ali é mais enfática ainda a
condenação daqueles que viverem na impiedade
e que não forem salvos por meio da fé em Jesus.
Observe, por exemplo o texto de 2 Pedro 3.1-13:
“1 Amados, esta é, agora, a segunda epístola que
vos escrevo; em ambas, procuro despertar com
lembranças a vossa mente esclarecida,
2 para que vos recordeis das palavras que,
anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem
como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado
pelos vossos apóstolos,
26
3 tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias,
virão escarnecedores com os seus escárnios, andando
segundo as próprias paixões
4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda?
Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas
permanecem como desde o princípio da criação.
5 Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo
tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da
água e através da água pela palavra de Deus,
6 pela qual veio a perecer o mundo daquele tempo,
afogado em água.
7 Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma
palavra, têm sido entesourados para fogo, estando
reservados para o Dia do Juízo e destruição dos
homens ímpios.
8 Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis
esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos,
e mil anos, como um dia.
9 Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a
julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo
para convosco, não querendo que nenhum pereça,
senão que todos cheguem ao arrependimento.
10 Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no
qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os
elementos se desfarão abrasados; também a terra e as
obras que nela existem serão atingidas.
11 Visto que todas essas coisas hão de ser assim
desfeitas, deveis ser tais como os que vivem em santo
procedimento e piedade,
27
12 esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por
causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e
os elementos abrasados se derreterão.
13 Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos
novos céus e nova terra, nos quais habita justiça.
14 Por essa razão, pois, amados, esperando estas
coisas, empenhai-vos por serdes achados por ele
em paz, sem mácula e irrepreensíveis.” (2 Pedro
3.1-13)
É portanto, uma grande maldade e pecado tentar
consolar pessoas não convertidas com falsas
promessas de bem-aventurança eterna sob o
argumento de que Deus é bom, e sendo Pai, não
permitirá que nenhum ser humano seja
condenado nas chamas do inferno, pois segundo
eles, isto seria destinado somente ao diabo e aos
demônios. 
É portanto, um dever e verdadeira prova de amor,
adverti-los quanto ao grande perigo eterno queestão correndo caso não se arrependam e se
convertam a Cristo. 
Tive uma visão noturna em que em uma tabela
aparecia em um quadrante uma pergunta sobre a
razão dos nossos abatimentos, e em outro a
resposta afirmando que quando Deus quer
abençoar e confortar alguém ele não o faz com
carinhos, mas enviando-lhe, flores, flores, flores,
flores correspondente ao Salmo 130, Salmo 130,
Salmo 130, Salmo 130.
A repetição da palavra flores por quatro vezes,
com uma correspondência do salmo 130 pelo
28
mesmo número de vezes, parece indicar que a
cada envio de flores que Deus faz a quem está se
sentindo nas profundezas, este deve se sentir
incentivado pela alegria gerada pelo refrigério da
visitação recebida, a clamar a Deus para que Ele
esteja com ele perdoando todos os seus pecados,
por causa da sua fé nEle e na sua copiosa
misericórdia, pela qual redime o Seu povo de
todas as suas iniquidades. 
Mas como a provação pode se prolongar, então
este processo de clamar a cada incentivo recebido
da parte de Deus, deve se repetir, até que seja
completado o Seu propósito na provação a que
nos submeteu: “Ora, a perseverança deve ter ação
completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em
nada deficientes.”, Tiago 1.4. 
“1 Das profundezas clamo a ti, SENHOR.
2 Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus
ouvidos às minhas súplicas.
3 Se observares, SENHOR, iniquidades, quem, Senhor,
subsistirá?
4 Contigo, porém, está o perdão, para que te temam.
5 Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu
espero na sua palavra.
6 A minha alma anseia pelo Senhor mais do que os
guardas pelo romper da manhã. Mais do que os
guardas pelo romper da manhã,
7 espere Israel no SENHOR, pois no SENHOR há
misericórdia; nele, copiosa redenção.
29
8 É ele quem redime a Israel de todas as suas
iniquidades.”
Então, nas profundezas de nossos abatimentos de
alma, em vez de murmurações, que se vejam em
nossos lábios clamores ao Senhor com o anseio de
que Ele manifeste a Sua presença em nossas
vidas, pois isto é na verdade, tudo quanto
necessitamos.
Digamos pois com o salmista:
“Aguardo o SENHOR, a minha alma o aguarda; eu
espero na sua palavra.”
Deste ponto em diante prosseguiremos com o
tratado de William Gurnall, O Cristão na
Armadura Completa.
Argumento pressionando a exortação. 'Assim
podereis apagar todos os dardos inflamados do
maligno.' (Efésios 6:16)
Terminamos a exortação e agora chegamos à
segunda parte geral do versículo, um poderoso
argumento que pressiona esta exortação, contida
nestas palavras - 'Por meio do qual sereis capazes
de apagar todas as chamas dos dardos do
maligno.' 'Vocês serão capazes.' Não é algo incerto
'pode ser'; mas ele é peremptório e absoluto -
'vocês poderão.' Mas para fazer o que? 'Capaz de
apagar '- não só para resistir e repelir, mas 'matar.'
Mas o que devem eles 'extinguir?' Não apenas
tentações comuns, mas as piores flechas que o
diabo carrega em sua aljava - 'dardos inflamados';
30
e não alguns poucos deles, mas 'todos os dardos
inflamados do maligno'. Nesta segunda parte
geral, existem duas particularidades. Primeira. O
inimigo do santo descrito – 'o maligno'. Segunda.
O poder e força da fé sobre o inimigo – 'Será capaz
de apagar todos os dardos inflamados do maligno.'
Primeira divisão. - Descrito o inimigo do santo. 'O
maligno.' Aqui temos o inimigo do santo descrito
em três detalhes. 
Primeiro. Em sua natureza - 'pervertida'. 
Segundo. Em sua unidade — 'maligno', no número
singular. 
Terceiro. Em seus instrumentos bélicos e
provisão, com a qual ele entra em campo contra
os santos - 'dardos', e eles são 'ardentes'.
O inimigo dos santos descrito por sua natureza.
Primeiro. O inimigo do santo é descrito aqui por
sua natureza - 'pervertido'. Algo que eu disse sobre
isso, verso 12, onde Satanás é chamado de
'maldades espirituais'. 
1 No momento, portanto, passarei adiante com a
parte mais leve. Certamente há alguma lição
especial que Deus deseja que seu povo aprenda
com este atributo do diabo e seus membros - pois
toda a matilha de demônios e homens diabólicos
são aqui destinados - que eles são representados
para uma santa consideração por esse nome tão
frequentemente como 'perverso'. Devo me
contentar com dois fins, que imagino que Deus
visa por este nome.
31
Primeiro Fim. Eles são chamados de 'perversos',
como um nome odioso pelo qual Deus elevaria o
estômago de seus filhos em uma aversão ao
pecado acima de todas as coisas no mundo, e
provocar suas almas puras quanto ao ódio e
detestação de todo pecado, assim a uma
resistência vigorosa do diabo e seus
instrumentos, como tais, que são ímpios; que é um
nome que o torna detestável acima de qualquer
outro. Deus gostaria que soubéssemos que
quando ele mesmo falasse o pior isto pode ser do
diabo, ele não consegue pensar em nenhum
nome para um propósito como este - dizer que ele
é 'o maligno'. O nome que exalta Deus mais alto, e
é a própria excelência de todas as suas outras
excelências, é que ele é 'o Santo', e 'não há santo
como o Senhor.' Isso, portanto, dá ao diabo a
marca mais negra de infâmia, que ele é 'o maligno'
e ninguém é perverso a essa altura além dele
mesmo. Que a santidade poderia ser separada de
qualquer outro atributo de Deus- o que é o
cúmulo da blasfêmia pensar - a glória deles teria
partido. E pudesse do diabo a maldade ser
removida de seus tormentos e miséria, o caso
seria excessivamente alterado. Devemos então ter
pena daquele a quem agora devemos odiar e
abominar com ódio perfeito.
1. Considere isto, todos vocês que vivem em
pecado, e envergonhem-se por não ser visto na
prática dele. Ó, se você contemplasse seus rostos
neste espelho, e você veria com quem você se
parece! Na verdade, ninguém menos que o
próprio diabo e nesse o que o torna mais odioso,
32
que é sua maldade. Nunca mais cuspa em nome
do diabo, nem parece que ter medo de qualquer
foto mal formada dele; pois tu carregas um muito
mais feio - e o mais verdadeiro dele que é possível,
em seu próprio seio perverso. Quanto mais
perverso, mais parecido com o diabo; quem pode
descrever a imagem do diabo como ele é mesmo?
Se tu és um desgraçado perverso, tu és do próprio
diabo. De 'Caim', é dito, 'era do maligno,' I João 3:12.
Cada pecado que você comete é uma nova linha
que o diabo traça em sua alma. E se a imagem de
Deus em um santo - que o Espírito de Deus está
atraindo por muitos anos juntos nele - será uma
peça tão curiosa quando a última linha for
desenhada no céu, ó pense, então, quão terrível e
horrível uma criatura você parecerá ser, quando
depois de todas as dores do diabo aqui na terra
para imprimir sua imagem sobre ti, tu verás a ti
mesmo no inferno tão perverso ao máximo
quanto um demônio perverso pode se tornar.
2. Considerem isto, ó santos, e deem sua primeira
piedade àquelas pobres almas desamparadas que
estão sob o poder de um demônio perverso. É um
julgamento lamentável viver sob um governo
ímpio, embora seja apenas de homens. Ser servo
em uma família sob o domínio de um senhor
perverso é uma praga pesada. Davi considera isso
entre outras grandes maldições. 'Ponha um
homem perverso sobre ele,' Sl. 109: 6. O que é
então ter um espírito mau sobre ele! Ele iria
mostrar a si mesmo muito gentil com seu amigo
que deseja que ele seja o pior escravo da Turquia,
ao invés do melhor servo do pecado ou Satanás. E
33
ainda veja a loucura dos homens. Salomão nos diz:
'Quando os ímpios governam, o povo pranteia',
Prov. 29: 2. Mas quando um diabo perverso
governa, os pobres pecadores apaixonados riem e
ficam felizes. Bem, você que não está fora de sua
inteligência até agora, mas saiba que o serviço do
pecado éa maior miséria da criatura, chore por
aqueles que vão por conta própria rindo para o
pecado, e pelo pecado para o inferno. E mais uma
vez, deixe encher seu coração, cristão, de zelo e
indignação contra Satanás em todas as suas
tentações. Lembre-se de que ele é mau e não pode
vir para o bem. Você conhece a felicidade de
servir a um Deus santo. Certamente, então, você
tem uma resposta pronta por você contra este
maligno que vem para levá-lo ao pecado. Você
pode pensar em sujar tuas mãos por causa de seu
trabalho sujo e desagradável, depois de terem sido
acostumadas a um trabalho tão puro e fino como
o serviço do teu Deus? Não dê ouvidos aos
movimentos de Satanás, a menos que tenha a
intenção de ser 'perverso'.
Segunda Finalidade. Eles são chamados de
'ímpios', como um nome de desprezo, para o
encorajamento de todos os crentes em seu
combate com eles. Como se Deus tivesse dito:
'Não os temais; eles são uma companhia perversa
que você vai contra ela' - causa, e aqueles que a
defendem, ambos 'ímpios'. E, na verdade, se os
santos devem ter inimigos, quanto piores, melhor.
Seria uma covarde coragem lutar com tal
companhia. A maldade deve ser fraca. A culpa dos
demônios em seus próprios seios lhes dizem que
34
sua causa está perdida antes que a batalha seja
travada. Eles temem a ti, cristão, porque tu és
santo e, portanto, não precisas ficar desanimado
com aqueles que são ímpios. Tu os vês como sutil,
poderoso e múltiplo, e então seu coração falhará.
Mas veja todos esses espíritos poderosos e sutis
como perversos desgraçados ímpios, que odeiam
a Deus mais do que a ti, sim a ti por tua parentela a
ele, e tu não podes evitar coração. De que lado está
Deus, em que você está com medo? Aquele que
repreendeu os reis por tocarem seus ungidos e
fazendo-lhes mal em seus corpos e propriedades,
fique quieto, pense você, e permita que esses
espíritos malignos tentem a vida do próprio Deus
em ti, tua graça, tua santidade, sem vir em teu
socorro? É impossível. O inimigo do santo
descrito por sua unidade.
Segundo. O inimigo do santo é estabelecido por
sua unidade - 'dardos inflamados dos ímpios' - É
como se todos tivessem sido disparados do
mesmo arco e pela mesma mão; como se a luta do
cristão fosse um único duelo com um único
inimigo. Todas as legiões de demônios e
multidões de homens e mulheres perversos
fazem apenas um grande inimigo. Todos eles são
um corpo místico de maldade; como Cristo e seus
santos são um corpo santo místico. Um Espírito
atua em Cristo e seus santos; assim, um espírito
age como demônios e homens ímpios seus
membros. A alma está no dedinho do pé; e o
espírito do diabo no menor dos pecadores. 
35
O inimigo do santo descrito por sua provisão
bélica.
Terceiro. O inimigo do santo é aqui descrito por
seus instrumentos bélicos e provisões com que
eles entram em campo contra os santos - 'dardos'
e os da pior espécie, 'dardos inflamados'.
Primeiro. Dardos. As tentações do diabo são os
dardos que ele usa contra as almas dos homens e
mulheres. Eles podem caber ser assim chamado
em um aspecto triplo.
1. Dardos ou flechas são rápidos. Daí está nossa
expressão usual: 'Tão rápido quanto uma flecha
saída de um arco'. Relâmpago é chamada de seta
de Deus, porque voa rapidamente. 'Ele disparou
suas flechas e as espalhou; e ele disparou
relâmpagos, e os desconcertou,' Sl. 18:14, isto é,
relâmpagos como flechas. As tentações de
Satanás fogem como um flash de relâmpago - não
demorou muito para chegar. Ele não precisa de
mais tempo do que olhar para o despacho de uma
tentação. Os olhos de Davi caíram, mas sem
perceber, sobre Bate-Seba, e a flecha do diabo
estava em seu coração antes que ele pudesse se
fechar em seu caixilho. Ou ouvir uma ou duas
palavras bastará. Assim, quando os servos de Davi
disseram o que Nabal disse o rude, a cólera de
Davi estava agora para cima - uma flecha de
vingança o feriu no coração. Que mais rápido do
que um pensamento? No entanto, quantas vezes
isso é uma tentação para nós? Um pensamento
tolo surge em um dever, e nossos corações, antes
concentrados no trabalho, são repentinamente
36
arrebatados, como um gavião atrás de um pássaro
que surge diante dele quando ele vai atrás de seu
mestre. Sim, se uma tentação não acerta, ele pode
enviar outra atrás dela! - tão rápido quanto o
arqueiro mais ágil. Assim que uma flecha é
lançada, ele tem outra na corda.
2. Dardos ou flechas voam secretamente. E o
mesmo acontece com as tentações.
(1.) A flecha frequentemente sai de longe. Um
homem pode ser ferido por um dardo e não ver
quem o disparou. Dos perversos é dito,
dispararem suas flechas 'em segredo no justo', e
então, 'eles dizem, quem os verá?' Sal 64: 4, 5.
Desse modo Satanás deixa voar uma tentação. Às
vezes, ele usa a língua de uma esposa para
cumprir sua missão; outro enquanto ele fica atrás
das costas de um marido, amigo, servo etc., e não é
visto o tempo todo enquanto está fazendo seu
trabalho. Quem teria pensado ter encontrado um
demônio em Pedro tentando seu mestre, ou
suspeitado que Abraão deveria ser seu
instrumento entregar sua amada esposa nas mãos
de um pecado? No entanto, foi assim. Não, às vezes
ele é tão secreto que pede emprestado o arco de
Deus para disparar suas flechas, e o pobre cristão
é abusado, pensando que é Deus repreendendo e
que está zangado, quando é o diabo que o tenta a
pensar assim, e apenas falsifica a voz de Deus. Jó
grita 'as flechas do Todo-Poderoso,' como 'o
veneno deles bebeu seu espírito', e dos 'terrores
de Deus que se colocaram em armas contra ele,'
Jó 6: 4, quando era Satanás o tempo todo que
37
estava praticando sua malícia e pregando peças
nele. Deus era amigo deste bom homem, apenas
Satanás pediu licença - e Deus deu por um tempo
- assim para assustá-lo. E o pobre Jó grita, como se
Deus o tivesse rejeitado e se tornado seu inimigo.
(2.) Dardos ou flechas, eles fazem pouco ou
nenhum ruído enquanto avançam. Elas cortam
sua passagem pelo ar, sem nos dizer por qualquer
relatório, como o canhão faz, que elas estão vindo.
Assim, insensivelmente, a tentação faz sua
abordagem; - o ladrão está dentro antes que
pensemos em qualquer necessidade de fechar as
portas. O vento é um segredo de criatura em seu
movimento, do qual nosso Salvador disse: 'Não
sabemos de onde vem e para onde vai,' João 3: 8,
ainda assim, 'ouvimos o seu som', como disse
nosso Salvador no mesmo lugar. Mas muitas
vezes as tentações vêm e não dão nenhum aviso
por qualquer som que elas façam. O diabo põe sua
trama tão perto, que a alma não vê sua derivação,
não se observa o anzol até que ele o encontre em
sua barriga. Como a mulher de Tecoa contou sua
história com tanta beleza, que o rei julga a si
mesmo na pessoa de outra pessoa antes de
liquidar o negócio.
3. Os dardos têm uma natureza feroz e matadora,
especialmente quando bem dirigidos e
disparados de um arco forte por alguém que é
capaz de lançá-lo. Essas são as tentações de
Satanás - encabeçadas por uma malícia
desesperada e atraídas por uma força não menos
do que angelical; e isso contra uma criatura tão
38
pobre como o homem, que seria impossível
resistir, se Deus não tivesse provido boa armadura
para nossa alma, para superar o poder de Satanás
e chegar a salvo no céu. Cristo deseja que
tenhamos consciência de sua força e perigo, por
aquela petição em sua oração que o melhor dos
santos deste lado do céu precisa usar - 'Não nos
deixes cair em tentação'. Cristo estava, então,
apenas recentemente fora da lista, onde
experimentou o sabor das habilidades e forças
tentadoras de Satanás; que, embora abaixo de sua
sabedoria e poder para derrotar, elesabia que era
capaz de piorar o mais forte dos santos. Nunca
houve ninguém além de Cristo que Satanás não
frustrou mais ou menos. Isto era prerrogativa de
Cristo ser tentado, mas não ser tentado. 
Jó, um dos principais dignos de Deus no exército
de santos, que, da boca de Deus, é um homem
justo, mas foi ferido por essas flechas disparadas
do arco de Satanás, e colocado em grande
desordem. Deus estava disposto a arrancá-lo das
garras do diabo, ou então ele teria ficado bastante
preocupado com aquele leão.
Segundo. A provisão bélica de Satanás não
consiste apenas em dardos, mas em 'dardos
inflamados'. Alguns restringem esses dardos
inflamados a alguns tipos particulares de
tentação, como desespero, blasfêmia e aquelas
que enchem o coração de terror e horror. Mas
isso, eu imagino, é muito estreito; porque a fé é
um escudo para todos os tipos de tentações - e na
verdade não há ninguém, que não possa provar
39
uma tentação 'ígnea'; de modo que devo me
inclinar a pensar em todos os tipos de tentações
devem ser compreendidas aqui, do que respeitar
algumas de maneira especial mais do que outras.
Estas serão instanciadas posteriormente.
Pergunta. Por que os dardos de Satanás são
chamados de inflamados?
Resposta 1. Pode-se dizer que eles são 'ígneos', em
relação à ira ardente com que Satanás os atira.
Eles são o fogo que este dragão cospe, cheio de
indignação contra Deus e seus santos. De Saulo, é
dito, 'expirou ameaças e massacres contra os
discípulos do Senhor,' Atos 9: 1. Como alguém que
está interiormente inflamado, seu hálito é quente
- uma corrente de fogo de ira perseguidora saiu
dele como uma fornalha ardente. Tentações são
as respirações da ira do diabo.
Resposta 2. Pode-se dizer que eles são 'ígneos', em
relação ao fim a que conduzem, se não apagados; e
isso é fogo do inferno. Existe uma centelha do
inferno em cada tentação; e todas as faíscas voam
para seu elemento. Então, todas as tentações
tendem para o inferno e condenação, de acordo
com a intenção e propósito de Satanás.
Resposta 3. E principalmente pode-se dizer que
eles são 'ígneos', em relação à qualidade maligna
que eles têm nos espíritos dos homens - e isso é
para acender o fogo no coração e na consciência
das pobres criaturas. O apóstolo alude ao costume
de inimigos cruéis, que mergulhavam as pontas
de suas flechas em algum veneno, pelo que se
40
tornavam mais mortais, e não só feriam a parte
onde acendia, mas inflamava todo o corpo, o que
fazia a cura mais difícil. Jó fala sobre 'o veneno dos
que lhe devoravam o ânimo', Jó 6: 4. Eles têm um
envenenamento e qualidade inflamada.
Segunda divisão - O poder e a força da fé sobre
este inimigo. 'O escudo da fé, pelo qual podereis
apagar todos os dardos inflamados do maligno.' Os
dardos inflamados de Satanás que a alma crente é
capaz de apagar pela fé podem ser descritos como
de dois tipos.
Primeiro. Ou aqueles que agradavelmente
seduzem e enfeitiçam com algumas promessas
aparentes de satisfação para a criatura. Ou,
segundo. Tais como amedrontam e carregam o
horror com eles. Ambos são ígneos e extintos pela
fé, e apenas fé.
O PRIMEIRO PODER EXCITADOR DE FÉ.
'Dardos inflamados' de Satanás de tentações
agradáveis, e o poder da fé para apagá-los.
Devemos começar com o primeiro tipo de dardos
inflamados de Satanás, aquelas tentações que
agradavelmente atraem e enfeitiçam a alma com
algumas promessas aparentes de satisfação para a
criatura. A nota é esta: - Doutrina. Aquela fé
capacitará a alma a apagar o fogo das mais
ardentes tentações de Satanás. 
Primeiro. Nós vamos te mostrar que essas
tentações ardentes têm uma qualidade ígnea
nelas. 
41
Segundo. Que a fé é capaz de apagá-las. As
tentações ardentes de Satanás têm uma qualidade
'ígnea'.
Primeiro. Mostraremos a você que as tentações
sedutoras de Satanás têm uma qualidade ígnea
nelas. Elas têm uma qualidade de inflamação.
Existe uma disposição secreta no coração de todos
para com todos os pecados. A tentação não cai
sobre nós como uma bola de fogo no gelo ou na
neve, mas como uma faísca em uma isca, ou como
um relâmpago em um telhado de palha, que
atualmente está em chamas. Consequentemente,
na Escritura, embora tentado por Satanás, o
pecado é imputado a nós. 'Cada um é tentado pela
sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.',
Tiago 1:14. Marque! É Satanás que tenta, mas
nossa própria luxúria nos atrai. O passarinheiro
lança a rede, mas o próprio desejo do pássaro o
trai na rede. O coração de um homem é
maravilhoso propenso a tirar fogo desses dardos.
'Onde não há lenha, aí o fogo se apaga', Prov. 26:20.
Assim, o 'dardo ígneo' em Cristo. Não havia
nenhum assunto combustível de corrupção nele
para que Satanás trabalhasse. Mas nossos
corações estando uma vez aquecido em Adão
nunca poderia esfriar desde então. O coração de
um pecador é comparado a 'um forno'. 'Estão
todas adúlteros, como um forno aquecido pelo
padeiro,' Oséias 7: 4. O coração do homem é o
forno, o diabo é o padeiro e tentação o fogo com
que o aquece; e então nenhum pecado vem
errado. 'Acha-se a minha alma entre leões, ávidos
de devorar os filhos dos homens; lanças e flechas
42
são os seus dentes, espada afiada, a sua língua.' Sl.
57: 4. E, eu pergunto, quem lhes ateou fogo? O
apóstolo vai nos responder: 'Ora, a língua é fogo; é
mundo de iniquidade; a língua está situada entre
os membros de nosso corpo, e contamina o corpo
inteiro, e não só põe em chamas toda a carreira da
existência humana, como também é posta ela
mesma em chamas pelo inferno.', Tiago 3: 6. Ó
amigos! Quando o coração está inflamado pela
tentação, que estranhos efeitos ela produz! Como
é difícil apagar tal fogo, embora em uma pessoa
graciosa! O próprio Davi, sob o poder de uma
tentação, aparente que um olho carnal podia ver -
Joabe, quero dizer, que o reprovou - mas foi levado
às pressas para a perda de tantas vidas de mil
homens; por tanto que um pecado custou. E se o
fogo está tão forte em um Davi, que trabalho isso
vai dar onde nenhuma água está próxima,
nenhuma graça no coração para apagá-lo?
Consequentemente, os ímpios são considerados
"loucos" por seus ídolos, Jer. 1:38 - esporeando sem
medo ou sagacidade, como um homem inflamado
por uma febre que lhe tira a cabeça; lá não há
sustentação dele então em sua cama. Assim, a
alma possuída pela fúria da tentação corre para a
boca de morte e inferno, e não será interrompido.
Primeira Aplicação. Oh, como isso deve nos deixar
com medo de cair em tentação quando existe tal
encantamento nisso. Alguns homens são muito
confiantes. Eles têm uma opinião muito boa de si
mesmos - como se eles não pudessem ser levados
a tal doença e, portanto, vão respirar qualquer ar. É
justo com Deus permitir que os tais sejam
43
atingidos com um dos dardos, para que eles
conheçam melhor o próprio coração. 
 'O teu servo é um cão', diz Hazael, II Reis 8:13. Você
me faz um cão, afundado tão abaixo da natureza
do homem a ponto de envolver minhas mãos
nesses horríveis assassinatos? No entanto, quão
logo este desgraçado cai na tentação, e, por aquele
ato sangrento sobre seu rei, que mostra que os
outros males, que o profeta predisse dele, não
eram tão improváveis como a princípio ele
pensava. Oh, fique longe da mira do diabo, a
menos que você pretenda ter uma das flechas do
diabo em seu lado! Mantenha-se longe do
redemoinho da tentação. Pois se uma vez que ele
o colocou dentro do círculo dele, sua cabeça logo
ficará tonta. Um pecado ajuda a acender outro;
quanto menos, maior, quanto mais escovar as
toras. Quando os cortesãos tiveram seu rei para
festejar e bancar o bêbado, ele logo aprendeu a
bancar o escarnecedor: 'Os príncipeso deixaram
doente com garrafas de vinho; ele estendeu a mão
com os escarnecedores,' Oseias 7: 5.
Segunda aplicação. Os dardos de Satanás têm uma
natureza tão estimulante? Tome cuidado para não
ser o instrumento de Satanás para colocar fogo
para a corrupção de outros. Alguns fazem isso de
propósito. Idólatras expõem seus templos e
altares com quadros supersticiosos, embelezados
com todo o custo que o ouro e a prata podem
pagar, para enfeitiçar os olhos do espectador.
Consequentemente, eles são considerados
'inflamados com seus ídolos', Isa. 57: 5 - tanto
44
quanto qualquer amante com seu par. E o bêbado,
ele desperta a luxúria do vizinho, 'pondo-lhe a
garrafa', Hab. 2:15. Oh, que trabalho vil esses
homens realizam! Pela lei, é punido com morte
qualquer um deliberadamente atear fogo na casa
de seu vizinho. O que então de - servir aqueles que
atearam fogo nas almas dos homens, e isso não
menos do que o fogo do inferno? Mas, é possível
que você possa fazer isso inconscientemente por
uma questão menos do que você sonha. Uma
criança tola brincando com um canudo aceso
pode colocar uma casa em chamas que muitos
sábios não podem apagar. E verdadeiramente
Satanás pode usar sua tolice e descuido para
acender a luxúria no coração de outro. Talvez um
discurso leve e ocioso saia de sua boca, e você não
pretende causar grande mal; mas uma rajada da
tentação pode levar esta centelha no seio do teu
amigo, e acender um triste fogo lá. Um traje
devasso, que vamos supor que você se veste com
um coração casto, e apenas porque é a moda,
ainda pode enredar o olho de outra pessoa. E se
aquele que manteve uma cova aberta, senão para
dano de um animal, pecou, quanto mais tu, que
dás ocasião ao pecado de uma alma, qual é a pior
dor? Paulo 'não comeria carne enquanto o mundo
existisse, se isso fizesse seu irmão se escandalizar,'
I Cor. 8:13 . E podes adorar um vestido tolo e uma
moda imodesta, pela qual muitos podem se
escandalizar? 'O corpo', disse Cristo, 'é melhor do
que as vestes.' A alma, então, de teu irmão é mais
para ser mais valorizada do que uma moda ociosa
de tua vestimenta. 
45
Chegamos à segunda ramificação do ponto. O
poder da fé para extinguir as tentações agradáveis
de Satanás.
Segundo. Mostraremos a você que a fé capacitará
uma alma a extinguir as tentações inflamadas do
maligno. Isso é chamado de nossa 'vitória que
vence o mundo, sim, nossa fé', I João 5: 4. A fé lança
sua bandeira triunfante na cabeça do mundo. O
apóstolo João dirá o que significa mundo: 'Não
ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está
nele; porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas
procede do mundo.', I João 2:15, 16. Diz-se que tudo
o que existe no mundo é 'cobiça', porque é
alimento e combustível para a cobiça. Agora a fé
capacita a alma a apagar aqueles dardos que
Satanás mergulha e envenena com essas luxúrias
mundanas - chamadas por alguns, a Trindade
mundana.
Primeiro dardo de tentações inflamadas. 'A
luxúria da carne.' Sob isso estão compreendidas as
tentações que prometem prazer e deleite para a
carne. Estes realmente carregam fogo na boca
deles; e quando eles acendem um coração carnal,
logo o inflama com paixões indisciplinadas e
afeições bestiais. Diz-se que o adúltero queima em
sua luxúria, Rom. 1:27. O bêbado deve ser
'inflamado com o seu vinho', Isa. 5:11. Nenhum tipo
de tentação funciona mais fortemente do que
aquelas que apresentam prazer sensual e
46
prometem deleite para a carne. Diz-se que os
pecadores 'trabalham toda impureza com avidez '-
com uma espécie de cobiça; pois a palavra
importa que eles nunca têm o suficiente. Quando
a pessoa voluptuosa desperdiçou sua propriedade,
cansou seu corpo no luxo, ainda assim o fogo
queima em seu miserável coração. Nenhuma
bebida saciará a sede de um homem envenenado.
Nada além da fé pode ser útil para uma alma
nessas chamas. Encontramos o rico no inferno
queimando, e nem 'uma gota d'água para esfriar a
ponta da língua' é encontrada ali. Os incrédulos
pecadores estão em um inferno acima do solo. Ele
arde em sua luxúria, e nem uma gota d'água, por
falta de fé, para extinguir o incêndio. Pela fé, é dito
que aqueles gloriosos mártires 'apagaram a
violência do fogo', Heb. 11. E realmente o fogo da
luxúria é tão quente quanto o fogo do martírio.
Somente pela fé isso também é apagado: 'Pois nós
também, outrora, éramos néscios, desobedientes,
desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e
prazeres, vivendo em malícia e inveja, odiosos e
odiando-nos uns aos outros. Quando, porém, se
manifestou a benignidade de Deus, nosso
Salvador, e o seu amor para com todos,' Tito 3: 3, 4.
Eles nunca poderiam se livrar dessas luxúrias, os
velhos companheiros, até que pela fé eles
adquiriram um novo conhecimento com a graça
de Deus revelada no evangelho. 
Como a fé extingue a 'concupiscência da carne'.
Pergunta. Como a fé extingue esse dardo
inflamado de deleites sensuais?
47
Resposta 1. À medida que desvenda e remova a
névoa dos olhos do cristão, por meio da qual ele
agora pode ver o pecado em seu ser nu e
princípios imaturos antes de Satanás o ter
decaído. Isso dá a ele o gosto nativo e deleite do
pecado antes que o diabo o tenha sofisticado com
seu molho açucarado. E, na verdade, agora o
pecado se mostra um lugar caseiro, um pedaço
amargo. A fé tem um olho penetrante; é 'a
evidência das coisas não vistas'. Olha atrás da
cortina de bom senso, e vê o pecado, antes de seu
fogo estar aceso. Agora, deixe Satanás vir se
quiser, e apresentar um desejo nunca tão
atraente, o cristão tem a resposta pronta. 'Não
sejas enganada, ó minha alma', diz a fé, 'com um
espírito mentiroso.' Ele te mostra uma bela
Raquel, mas ele pretende para ti uma Lia de olhos
turvos; ele promete alegria, mas vai pagar-te com
tristeza. As roupas que tornam essa luxúria tão
graciosa não são suas. A doçura que você prova
não é nativa, mas emprestada para enganar-te
também. 'Tu és Saul', disse a feiticeira de Endor,
'por que me enganaste?' Assim, a fé pode chamar
o pecado e Satanás por conta de seus próprios
nomes quando vêm disfarçados. 'Tu és Satanás',
diz a fé, 'por que me enganas? Deus disse o pecado
é amargo como fel e absinto, e queres me fazer
acreditar que posso colher os doces frutos da
verdadeira delícia com esta raiz de amargura e
uvas desses espinheiros?'
Resposta 2. A fé não só permite que a alma veja a
natureza do pecado sem todo o verdadeiro prazer,
mas também como transitórios seus falsos
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prazeres são. Não vou perder, diz a fé,
misericórdias seguras para prazeres incertos e
transitórios. Isto fez Moisés saltar dos prazeres da
corte egípcia para o fogo da 'aflição', Heb. 11:25,
porque ele via os 'prazeres por um certo tempo'.
Se você ver um homem em um navio se jogar no
mar, você pode a princípio pensar que ele está fora
de si; mas se, um pouco depois, você o ver em
segurança na costa, e o navio engolido pelas
ondas, você deve então pensar que ele tomou o
curso mais sábio. A fé vê o mundo e todos os
prazeres do pecado afundando: há um vazamento
neles que a inteligência do homem não pode
parar. Agora não é melhor nadar pela fé através de
um mar de problemas e chegar a salvo no céu
finalmente, do que pecar no colo de prazeres
pecaminosos até que nos afoguemos no golfo do
inferno? É impossível que o prazer do pecado
dure muito.
(1.) Porque não é natural. Tudo o que não é natural
logo se deteriora. A natureza do açúcar é ser doce
e portanto, mantém sua doçura; mas adoçar
cerveja ou vinho nuncatanto com açúcar, em
poucos dias eles perderão sua doçura. O prazer do
pecado é extrínseco à sua natureza e, portanto,
corromperá. Nada dessa doçura que agora
enfeitiça os pecadores será provada no inferno. O
pecador terá sua taça preparada por sua mão que
terá um gole amargo.
(2.) Os prazeres do pecado devem ser curtos,
porque a vida não pode ser longa e ambos
terminam juntos. De fato, muitas vezes o prazer do
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pecado morre antes que o homem morra. Os
pecadores vivem para enterrar sua alegria neste
mundo. O verme se reproduz em sua consciência
antes que se reproduza em sua carne pela morte.
Mas certifique-se de que o prazer do pecado
nunca sobrevive a este mundo. A palavra saiu da
boca de Deus, todo pecador deve 'deitar-se em
tristeza e acordar em tristeza.' O inferno é um
clima muito quente para as delícias lascivas
viverem. Agora, a fé é uma graça providente e
sábia, e faz a alma pensar de si mesma como pode
viver em outro mundo. Considerando que o
coração carnal é tudo para o presente; o focinho
dele está no cocho e, enquanto durar seu esboço,
ele acha que nunca vai acabar. Mas a fé tem um
grande passo; em um ritmo pode durar uma vida
inteira de anos e vê-los feitos enquanto estão
apenas começando. 'Eu vi o fim de todas as
perfeições', disse Davi. Ele viu os ímpios, ao
crescerem em sua cama de prazer, cortar e
queimar no forno de Deus, como se já tivesse sido
feito, Salm. 37: 2. E a fé fará o mesmo para cada
cristão de acordo com sua força e atividade. E
quem invejaria o homem condenado que tem o
seu caminho para a forca.
Resposta 3. A fé supera as ofertas de Satanás,
mostrando à alma onde os prazeres mais
escolhidos podem ser desfrutados em uma taxa
mais barata. Na verdade, 'o melhor é o mais
barato'. Quem não irá àquela loja onde será mais
bem servido? Esta lei mantém-se em vigor entre
os próprios pecadores. O bêbado vai aonde pode
ter o melhor vinho; o glutão onde ele pode ter o
50
melhor ânimo. Agora, a fé apresenta tais prazeres
para a alma que estão além de qualquer
comparação melhor. Isso leva à promessa e a
entretém ali, às custas de Cristo, com todas as
deliciosas iguarias do evangelho. Não há um prato
que os santos se alimentam no céu, que a fé não
possa colocar diante da alma e dar a ela, embora
não seja uma refeição completa, ainda um gosto
que a derreterá em 'alegria indizível e cheia de
glória'. Isso com certeza precisa extinguir a
tentação. Quando Satanás envia para convidar o
cristão para sua refeição grosseira, a alma não
dirá: 'Devo abandonar aqueles prazeres que
alegraram, sim, arrebataram meu coração, para ir
e me rebaixar com o pão poluído do pecado, onde
devo ser apenas um plebeu com o animal, que
compartilha dos prazeres sensuais com o homem
- sim, torna-se pior do que o animal - um demônio,
como Judas, que se levantou da mesa de seu
Mestre para sentar-se à mesa do diabo? 
'Segundo dardo de tentações inflamadas.' 
‘A luxúria dos olhos.' Isso é apagado pela fé. Pela
'luxúria dos olhos,' o apóstolo se refere às
tentações que são retiradas da pele e do tesouro
do mundo. É chamado assim, no primeiro lugar,
porque é o olho que comete adultério com essas
coisas. Enquanto o olho impuro olha para outra
esposa do homem, então o olho cobiçoso olha
para a riqueza de outro para cobiçá-la. Em
segundo lugar, é assim chamado, porque todo o
bem que deles é recebido é apenas para agradar
aos olhos. 'Onde os bens se multiplicam, também
51
se multiplicam os que deles comem; que mais
proveito, pois, têm os seus donos do que os verem
com seus olhos?', Ec. 5:11. Ou seja, se um homem
tem apenas que comprar comida e vestimenta
suficiente para pagar sua dose diária de despesas
necessárias, o excedente serve apenas para o olho
cobiçar. No entanto, vemos como eles são
agradáveis ao coração carnal. É raro encontrar
um homem que não vai se rebaixar, por práticas
mesquinhas e sórdidas, para pegar esta maçã
dourada. Quando considero que efeitos tristes
causou a tentação que recaiu sobre Acabe, que,
para ganhar um pedaço de terreno de alguns
hectares, isso não poderia acrescentar muito às
receitas de um rei, ousou nadar até elas no sangue
do proprietário, Não me admiro de não ver
homens cuja condição é necessária mordiscando
o anzol da tentação, onde a isca é uma vantagem
mundial muito maior. Esta é a porta pela qual o
diabo entrou em Judas. Esta foi a ruptura da fé de
Demas, ele abraçou 'este mundo presente.' Agora
a fé vai extingue uma tentação afiada com estas. 
Como a fé extingue a 'concupiscência dos olhos'.
1. A fé persuade a alma do cuidado paternal de
Deus e da providência sobre ela. E onde este
trabalho é levantado a alma está segura enquanto
se mantiver dentro de sua linha. 'Oh!' diz Satanás,
'se você apenas se aventurar em uma mentira, e
ousar um pouco com Deus em tal mandamento -
esta cunha de ouro é sua, e essa vantagem
reverterá para o seu Estado.' Agora, a fé ensinará a
alma a responder: 'Já estou bem provido, Satanás;
52
não preciso da tua pensão; por que devo bancar o
ladrão por aquilo que, se for bom, Deus prometeu
dar?' 'Deixe sua conduta ser sem cobiça; e
contenta-te com o que tens; porque ele disse:
Nunca te deixarei, nem desampararei a ti', Heb. 13:
5. Como podes desejar, ó minha alma, que pela
promessa tens o comando da bolsa de Deus?
Deixe-o que é 'sem Deus no mundo' mudar e fugir
por sua inteligência; viva por sua fé.
2. A fé ensina à alma que o conforto e o
contentamento da criatura não vêm da
abundância, mas da bênção de Deus.
E ganhar o mundo pelo pecado não é o caminho
que leva à bênção de Deus. 'Um homem fiel
abundará com bênçãos: mas o que se apressa a
enriquecer não ficará inocente,' Prov. 28:20.
'Devias,' diz a fé,'amontoar os bens do mundo de
uma maneira perversa, você nunca está mais
perto do contentamento que espera.' É difícil
roubar o alimento de alguém e então almejar uma
bênção sobre ele nas mãos de Deus. O que você
obtém pelo pecado, Satanás não pode dar posse
calmamente, nem livrar daqueles processos que
Deus certamente iniciará contra ti.
3. A fé leva a alma a projetos mais elevados do que
buscar as coisas desta vida. Ela descobrirá um
mundo além da lua - e aí está a mercadoria da fé -
deixando os mineiros deste mundo carregar-se
com argila e carvão, enquanto negocia por graça e
glória. A fé busca suas riquezas de longe. Saul não
saiu de boa vontade buscando as jumentas de seu
pai quando ele ouviu falar de um reino, do que a
53
alma crente deixa para a terra agora que ouve
falar de Cristo e do céu, Salm. 39: 6, 7.
Encontramos, verso 6, o santo Davi marcando os
homens do mundo por tolice, que eles se
preocuparam tanto por nada: 'Certamente,' disse
ele, 'eles estão inquietos em vão; ele amontoam
riquezas, e não sabem quem as colherá. ' E, verso 7,
nós o temos com um santo desdém virando as
costas sobre o mundo como não digno de suas
dores: 'E agora, Senhor, o que espero?' Como se ele
tivesse dito, esta é a parte que eu poderia me
contentar em sentar-se com ela? - sentar-se sobre
um monte de riquezas maior do que o de meu
vizinho? 'Minha esperança está em ti; livra-me de
todas as minhas transgressões,' verso 8. Cada um
como eles gostam. Deixe que aqueles que amam o
mundo tomem o mundo; mas, Senhor, não pague
minha porção em ouro ou prata, mas no perdão
dos pecados. Eu espero por isso. Abraão, ele pela
fé tinha uma estima tão baixa do tesouro deste
mundo que deixou seu próprio país para viver
aqui como um estranho, na esperança de 'um
melhor,' Heb. 11:16.
Terceiro dardo de tentações inflamadas. 
'O orgulho da vida.' Há uma coceira de orgulho no
coração do homem

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