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Curso Uniasselvi - Autismo em Perspectiva (etapa 1)

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AUTISMO EM 
PERSPECTIVA
Apoio
Núcleo de Apoio Psicopedagógico – NUAP
Núcleo de Inclusão e Acessibilidade – NIA
Organização
Ana Clarisse Alencar 
Barbosa
Autora
Karoline Gregol
Reitor da 
UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitora do EAD
Prof.ª Francieli Stano 
Torres
Edição Gráfica 
e Revisão
UNIASSELVI
AUTISMO NA 
PERSPECTIVA 
DA PSICOLOGIA
E.01
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
3
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
1 INTRODUÇÃO
 
A psicologia possui uma longa história de envolvimento no diagnóstico 
e tratamento do transtorno do espectro autista (TEA), contribuindo com outros 
profissionais para melhorar a compreensão do TEA ao longo das décadas. Como 
parte de uma equipe interdisciplinar, o treinamento e a experiência do psicólogo 
são particularmente úteis durante todo o processo de diagnóstico, conduzindo 
avaliações para o planejamento educacional ou de transição, avaliando problemas 
psiquiátricos comórbidos e problemas comportamentais comuns, mudanças no 
funcionamento ao longo do tempo e usando essas informações em colaboração 
com a equipe interdisciplinar para desenvolver planos de tratamento eficazes. 
No que diz respeito ao tratamento, o papel do psicólogo na equipe é 
frequentemente abordar preocupações psiquiátricas e comportamentais através 
de uma lente do TEA de uma maneira que facilite a participação e o sucesso em 
outros tratamentos e atividades diárias. Isso geralmente envolve colaboração 
com outros profissionais, incluindo outros membros da equipe interdisciplinar. No 
decorrer da vida, o psicólogo pode estar mais ou menos envolvido, dependendo 
das necessidades atuais do indivíduo. 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Em um escopo maior, o treinamento em pesquisa do psicólogo pode ser 
utilizado para melhorar o desenvolvimento de programas e avaliar os meios 
para melhorar a prestação de serviços. Este texto discutirá cada uma dessas 
contribuições em mais detalhes.
FIGURA 1 – SÍMBOLO DO AUTISMO
FONTE: <www.dicionariodesimbolos.com.br>. Acesso em: 2 mar. 2020.
Descrição da imagem: símbolo do autismo em forma de laço. Nesse laço temos peças na 
forma de quebra-cabeça nas cores amarelo, vermelho e azul.
http://www.dicionariodesimbolos.com.br
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
2 CONTRIBUIÇÕES PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
A avaliação e o diagnóstico da saúde mental, distúrbios comportamentais 
e distúrbios do desenvolvimento têm sido um foco fundamental da psicologia 
desde o início da disciplina, e os psicólogos recebem treinamento substancial 
no uso de avaliações validadas com boas qualidades psicométricas para melhor 
entender e abordar essas preocupações. Selecionar as ferramentas de avaliação 
apropriadas, entender suas propriedades psicométricas em diferentes populações 
e entender como diferentes contextos sociais ou diagnósticos simultâneos 
afetam a apresentação do TEA, são componentes essenciais para um diagnóstico 
preciso.
Existem áreas diferentes que precisam ser incluídas nas avaliações 
de diagnóstico, incluindo histórico de desenvolvimento e início dos sintomas, 
histórico médico, incluindo hábitos de sono e alimentação, histórico psicológico/
psiquiátrico, avaliação de risco para ideação suicida, desenvolvimento social, 
histórico acadêmico e de trabalho e acomodações, história familiar e antecedentes 
culturais e apresentação comportamental que pode se sobrepor à apresentação 
de outros distúrbios. 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
O treinamento do psicólogo os prepara para realizar um diagnóstico 
diferencial cuidadoso nos casos em que a deficiência intelectual, o déficit de 
atenção/hiperatividade, a ansiedade ou outras comorbidades podem influenciar 
a apresentação dos sintomas. Assim como com os pediatras do desenvolvimento 
comportamental, o psicólogo da equipe é treinado em padrões de desenvolvimento 
e diferenças no processo de desenvolvimento que podem ser indicativos de TEA 
versus outros distúrbios do desenvolvimento neurológico.
A aplicação do treinamento do psicólogo na avaliação psicológica e 
comportamental é importante para decidir quais medidas administrar para 
garantir que as preocupações estejam sendo suficientemente avaliadas. 
Por exemplo, o uso de um teste cognitivo pode fornecer boas informações 
sobre pontos fortes e fracos do funcionamento intelectual, mas, para fins de 
diagnóstico diferencial, a equipe também precisará avaliar habilidades fora do 
escopo do teste, como atrasos na compreensão social, habilidades adaptativas 
funcionais ou compensatórias. Fatores relacionados ao TEA também devem ser 
considerados; por exemplo, indivíduos com habilidades de linguagem receptivas 
e/ou expressivas fracas podem ter um pior desempenho em testes com demandas 
verbais significativas (por exemplo, WISC-IV), mas com desempenho melhor em 
medidas de inteligência cognitiva que requerem pouca ou nenhuma instrução 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
verbal (por exemplo, o Leiter-R). É importante notar que grandes diferenças 
estereotipadas entre habilidades verbais e não verbais, frequentemente vistas 
em crianças pequenas com TEA, diminuem com o tempo, como bem documentado 
por Klinger, O'Kelley e Mussey (2009). 
Que tipo de teste cognitivo é mais adequado para a situação geralmente 
depende do motivo da avaliação. Algumas agências (por exemplo, alguns 
sistemas escolares) só aceitam medidas abrangentes ou mesmo específicas ao 
tomar decisões sobre a elegibilidade do serviço, mesmo que o psicólogo avaliador 
pense que outro teste cognitivo seja mais adequado para um indivíduo em 
particular. Nesses casos, o psicólogo pode optar por dar várias medidas do mesmo 
construto, a fim de fornecer uma imagem mais completa do perfil cognitivo do 
indivíduo. Algumas medidas têm uma faixa etária mais ampla, o que é relevante 
se a avaliação for planejada para ser uma de uma série de administrações para 
acompanhar o desenvolvimento ao longo do tempo.
 
 Em geral, é provável que a bateria de avaliação inclua medidas 
relacionadas ao desenvolvimento, cognição e funcionamento executivo; 
observações clínicas e entrevistas estruturadas; inventários e questionários 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
relacionados ao funcionamento adaptativo, emocional, social e comportamental; 
registros médicos, psicológicos e histórico relatado; e avaliação de quaisquer 
comportamentos desafiadores. 
 O psicólogo usará o treinamento nessas áreas para integrar descobertas e 
fazer escolhas sobre informações adicionais que possam ser necessárias ao longo 
da avaliação. Por exemplo, não é incomum que surjam informações conflitantes 
entre o relatório do cuidador, o relatório do professor e a observação clínica,o que 
pode indicar a necessidade de avaliação ou acompanhamento adicional. O psicólogo 
pode recorrer ao treinamento para determinar quais métodos e medidas adicionais 
empregar para obter informações críticas para um diagnóstico diferencial preciso.
 
 Em muitas ocasiões, são necessárias medidas para o diagnóstico ou 
o planejamento do tratamento, que apenas o psicólogo ou os médicos com 
treinamento e qualificação similar poderão administrar e interpretar. Por 
exemplo, testes cognitivos, como as escalas de inteligência Stanford-Binet ou 
Wechsler (WISC, WAIS e WPPSI), exigem o mais alto nível de qualificação para 
compra e administração. Esses testes exigem um alto nível de conhecimento 
especializado em interpretação de testes e só pode ser adquirido por indivíduos 
com um diploma, licenciamento ou certificação que indique que foram obtidos 
treinamento e experiência formais. 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
FIGURA 2 – ESCALA DE INTELIGÊNCIA WECHSLER PARA CRIANÇAS
FONTE: <www.casadopsicopedagogosp.com.br>. Acesso em: 2 mar. 2020.
Descrição da imagem: imagem da capa do Manual de David Wechsler, intitulado Escala de 
Inteligência Wechsler para Crianças, terceira edição. A capa do manual possui fundo na cor 
cinza, com uma tira na cor verde e no centro o título do manual.
A compreensão da construção do teste, da psicometria e de outros 
fatores psicológicos ou do desenvolvimento que podem afetar os resultados 
de certos tipos de avaliação são contribuições importantes que o psicólogo 
traz para a equipe interdisciplinar do TEA. Existem muitos fatores que podem 
afetar o desempenho do teste que devem ser considerados na interpretação. Um 
http://www.casadopsicopedagogosp.com.br
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
desafio na avaliação de distúrbios do desenvolvimento neurológico é que muitas 
avaliações não foram suficientemente pesquisadas em indivíduos com TEA e 
outras deficiências no desenvolvimento, e o clínico deve levar em consideração 
possíveis preocupações psicométricas durante a seleção e a interpretação dos 
testes. 
A falta de pesquisa usando uma medida específica na população de TEA 
não significa necessariamente que a medida não irá reunir informações úteis, mas 
os resultados devem ser interpretados com cuidado. A equipe de avaliação deve 
levar em consideração o resultado de cada medida, bem como o histórico médico 
e de desenvolvimento ao interpretar os resultados dos testes; por exemplo, 
os resultados da avaliação cognitiva afetarão a interpretação de medidas de 
habilidades adaptativas, sociais e de comunicação críticas para o diagnóstico 
diferencial. Por outro lado, altos níveis de ansiedade social, dificuldade em 
processar informações verbais, distração por coisas na sala de avaliação e outros 
fatores podem afetar os resultados em medidas cognitivas.
 
Fatores especificamente relacionados aos sintomas do TEA podem afetar 
a administração e a interpretação de um teste. Como exemplo, ao aplicar um 
WPPSI a uma criança pequena que tenha um interesse particular em cores e 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
letras, em uma seção do teste, a criança é incumbida de preencher uma página 
de itens em ordem o mais rápido e preciso possível. Cada item aparece em 
uma caixa de cor diferente para ajudar a orientar a criança pequena em itens 
individuais em uma página cheia de informações. O interesse dessa criança por 
cores, no entanto, pode a levar a concluir os itens por ordem de cores (todos os 
vermelhos, depois laranjas, amarelos, verdes e assim por diante). 
Às vezes, o avaliador pode precisar decidir rapidamente se deve fazer 
acomodações. Por exemplo, devido ao interesse em letras, essa mesma criança 
pode ter dificuldade em selecionar a resposta correta de uma série de figuras 
rotuladas como A, B, C, D e E (em vez de responder listando palavras que 
começavam com cada letra). Será que a criança deve ser acomodada colocando 
uma tira de papel branca sobre as letras e exigindo uma resposta pontual para 
facilitar a participação do indivíduo? O que dizer para uma criança que tem 
dificuldade em sentar-se por um longo tempo, mas permanece mais concentrada 
se puder sentar no chão? A eliminação de estímulos perturbadores, como as letras, 
ou a adição de estrutura visual, como uma página com um quadrado delineado, 
para que um indivíduo coloque seus blocos durante os subtestes de construção 
de padrões, pode fornecer uma imagem mais precisa (e eficiente em termos de 
tempo) do funcionamento cognitivo da criança, mas às custas da administração 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
padronizada. O objetivo da avaliação é determinar como a criança provavelmente 
funciona em sala de aula ou ter uma ideia de funcionamento em um ambiente 
mais individualizado? Como esses comportamentos ou acomodações devem ser 
incorporados na interpretação do relatório?
 
Durante as sessões de avaliação desafiadoras, o treinamento do psicólogo 
em técnicas comportamentais é um ativo. Por exemplo, se durante o curso de 
uma sessão de teste, a criança frequentemente pula da cadeira e corre pela 
sala, frequentemente interrompe o teste para fazer perguntas irrelevantes 
ou pergunta quando o teste terminará, é excessivamente distraída por vários 
estímulos no quarto, ou se recusa a cumprir o solicitado? Também pode ser 
que a criança não entenda o que está sendo solicitado, mas os prejuízos na 
comunicação social os impedem de pedir o tipo de ajuda de que precisam, ou 
podem estar excessivamente frustrados ou cansados, mas têm dificuldade em 
expressar isso. 
Lincoln, Hansel e Quirmbach (2007) forneceram várias ideias para 
incentivar a cooperação em uma sessão de teste, incluindo o posicionamento 
estratégico da criança, dos materiais e do examinador. O uso de cronogramas 
visuais simples e o estabelecimento rápido de rotinas e reforços claros e previsíveis 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
na avaliação podem reduzir a ansiedade que muitos indivíduos com TEA sentem 
ao serem solicitados a realizar uma nova tarefa não rotineira com uma pessoa 
nova. Idealmente, a necessidade dessa estrutura seria conhecida de antemão, e 
a equipe poderia decidir se as acomodações deveriam ser fornecidas com base 
no objetivo da avaliação, mas, se esse não for o caso, o histórico do psicólogo 
em técnicas comportamentais é um trunfo para a equipe que se encontra com 
a necessidade de adaptar rapidamente técnicas durante a avaliação, a fim de 
garantir que a avaliação forneça informações válidas para o construto que 
está sendo testado (por exemplo, inteligência), em vez de se tornar um teste 
inadvertido de motivação, conformidade ou regulação emocional. Para obter 
mais informações sobre ideias para estruturar uma sessão de teste, consulte 
Klinger, O’Kelley e Mussey (2009).
 
Outros fatores que a equipe deve considerar ao selecionar e interpretar 
medidasincluem capacidade de linguagem, atraso no processamento, nível 
de desenvolvimento em comparação com a idade cronológica, problemas com 
planejamento/coordenação motora e preocupações psiquiátricas concomitantes. 
Mesmo as ferramentas avaliativas que são frequentemente consideradas o 
“padrão ouro” para avaliar sintomas de TEA, como a Escala de Observação para o 
Diagnóstico de Autismo 2 (ADOS-2) (LORD et al., 2012) devem ser interpretadas 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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A VIDA ADULTA, 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
no contexto das informações obtidas ao longo do processo de avaliação. Por 
exemplo, Sikora et al. (2008) descobriram que 15% das crianças e adolescentes 
com transtornos do humor foram classificadas incorretamente usando o algoritmo 
ADOS-G, destacando a necessidade de obter informações colaterais durante 
as avaliações de diagnóstico e interpretar os resultados de cada avaliação no 
contexto de outras informações (de fato, os autores do ADOS enfatizam que a 
medida deve ser usada como um ponto de dados entre vários outros no processo 
de diagnóstico). 
Por exemplo, indivíduos com ansiedade significativa também podem 
demonstrar comportamentos que se sobrepõem aos sintomas do TEA (HARTLEY; 
SIKORA, 2009) e, portanto, apresentam um desempenho ruim no ADOS-2 e em 
outras medidas do TEA. Crianças com cegueira e surdez congênita podem exibir 
comportamentos semelhantes às crianças com TEA (GRAHAM et al., 2005). 
As medidas observacionais e dos relatórios dos pais frequentemente usadas 
na avaliação do TEA podem não ter sido pesquisadas no contexto da cegueira 
congênita, e esses indivíduos podem pontuar bem dentro do intervalo do TEA no 
protocolo de pontuação, mas após uma avaliação cuidadosa, seu comportamento 
pode ser atribuído ao comprometimento/privação sensorial (GRAHAM et al., 
2005; VERVLOED et al., 2006).
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
FIGURA 3 – ESCALA DE OBSERVAÇÃO PARA O DIAGNÓSTICO DO AUTISMO
FONTE: <www.nzcer.org.nz>. Acesso em: 2 mar. 2020.
Descrição da imagem: imagem de um caderno com espiral e no centro em caixa alta, na cor 
vermelha, a palavra ADOS-2.
Certamente, não importa quão bem treinado e experiente possa ser um 
clínico, em algum momento haverá um caso em que o psicólogo simplesmente 
não possui as habilidades ou os meios necessários para conduzir adequadamente 
uma avaliação diagnóstica completa e precisará encaminhar ou consultar outros 
colegas com treinamento em áreas especializadas. Além disso, é extremamente 
provável que o planejamento do tratamento envolva encaminhamento e 
colaboração com outros especialistas, especialmente devido à alta incidência de 
outras comorbidades médicas, de desenvolvimento e psicológicas no contexto 
http://www.nzcer.org.nz
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
do TEA. Ter uma equipe interdisciplinar de TEA estabelecida agiliza e melhora 
o processo de diagnóstico, reunindo profissionais com a experiência necessária 
para atender totalmente às necessidades do cliente. A equipe interdisciplinar 
facilita assim uma transição fácil de uma avaliação diagnóstica completa para o 
recebimento de serviços adequados.
 
3 AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS
 
As comorbidades psiquiátricas são bastante comuns no contexto do 
transtorno do espectro do autista (DEPREY; OZONOFF, 2009; JOSHI et al., 2010; 
MANNION; LEADER; HEALY, 2013) e podem ser subdiagnosticadas. Crianças 
com TEA têm dificuldades emocionais mais significativas do que crianças em 
desenvolvimento de 5 a 16 anos. Em crianças de 5 a 16 anos com TEA, 74% 
apresentam dificuldades clinicamente significativas, incluindo raiva, tristeza e 
ansiedade, em comparação com 18% dos colegas em desenvolvimento típico 
(TOTSIKA et al., 2011). Aproximadamente 40-50% dos jovens com TEA atendem 
aos critérios para dois ou mais transtornos psiquiátricos (SIMONOFF et al., 2008). 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
A avaliação e o tratamento analítico do comportamento padronizado 
em crianças com TEA podem deixar de abordar o papel de outros problemas de 
saúde mental, como a ansiedade, especialmente sua potencial contribuição para 
a presença de comportamentos problemáticos, se os avaliadores não estiverem 
cientes desses problemas e de como os sintomas podem se apresentar 
diferentemente nos indivíduos do espectro. 
Ansiedade e depressão são particularmente comuns em indivíduos mais 
velhos com TEA que não apresentam comprometimento cognitivo, muitas vezes se 
tornando mais prevalentes à medida que os indivíduos se tornam mais conscientes 
de suas próprias dificuldades sociais (VAN STEENSEL; BÖGELS; PERRIN, 2011). 
A avaliação e o diagnóstico precisos das comorbidades psiquiátricas são 
fundamentais para o planejamento adequado do tratamento, e há momentos em 
que os problemas relacionados às preocupações psicológicas podem ser alvos de 
tratamento mais prementes do que os sintomas do TEA (MASKEY et al., 2013). O 
diagnóstico de comorbidade psiquiátrica pode ser complicado se não for claro se 
os sintomas justificam um diagnóstico adicional ou se podem ser considerados 
como relacionados ao TEA (MATSON; NEBEL-SCHWALM, 2007).
 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Os déficits de comunicação social centrais ao TEA complicam a notificação 
de sintomas psiquiátricos aos clínicos. Medidas frequentemente usadas para 
avaliar dificuldades psiquiátricas e comportamentais na população em geral foram 
usadas com indivíduos com TEA, mas a maioria dessas medidas não foi testada 
quanto à confiabilidade ou validade em indivíduos com TEA. Até perguntas que 
parecem relativamente diretas podem ser confusas para indivíduos com TEA 
que relatam sintomas psiquiátricos. Por exemplo, itens de algumas medidas de 
autorrelato comumente usadas para ansiedade e depressão incluem descrições 
como: “Sou uma pessoa estável” – do Inventário de Ansiedade Traço-Estado 
(IDATE), de Spielberger (2010). Na clínica, esses itens intrigaram adultos do 
espectro, alguns dos quais passam um tempo substancial ponderando esses 
itens.
 
Apesar da dificuldade em avaliar as comorbidades psiquiátricas, fazer 
isso com precisão é fundamental para o planejamento eficaz do tratamento. 
O treinamento do psicólogo em TEA, desenvolvimento típico e distúrbios 
psiquiátricos desempenham um papel no diagnóstico preciso e no planejamento 
do tratamento. Os antecedentes de um psicólogo especializado incluirão 
treinamento em tratamentos baseados em evidências para distúrbios psiquiátricos 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
comuns na população em geral, como terapia cognitivo comportamental, terapia 
comportamental dialética e outros (embora o grau de ênfase em cada orientação 
possa diferirentre os programas de treinamento). 
A pesquisa mostra que, com adaptação individualizada apropriada, 
estratégias de intervenção como terapia cognitivo comportamental e terapia 
comportamental dialética, com forte base de evidências em outras populações, 
podem ser úteis para indivíduos do espectro. De fato, a adaptação de tais 
intervenções é uma área crescente de pesquisa no campo do TEA. A capacidade de 
identificar e adaptar abordagens adequadas para lidar com ansiedade, depressão, 
regulação emocional e outros desafios é uma contribuição importante para a 
equipe de tratamento do TEA. Além disso, como os sintomas de preocupações 
psiquiátricas concomitantes podem aumentar e diminuir ou surgirem novos 
problemas com a maturação e as mudanças na situação, é importante não apenas 
monitorar o impacto das intervenções, mas também continuar a monitorar 
sintomas recorrentes ou novos ao longo do tempo.
 
Existe um crescente corpo de literatura para apoiar a eficácia de 
intervenções comportamentais e cognitivas que os psicólogos podem fornecer 
para abordar problemas comórbidos em indivíduos com TEA. Abordar problemas 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
comportamentais ou psiquiátricos comórbidos em indivíduos com TEA é 
importante, pois a presença de problemas comórbidos pode significar pior 
prognóstico e pode impedir que os indivíduos se beneficiem totalmente das 
intervenções específicas que recebem. 
Por exemplo, problemas de comportamento podem impedir a capacidade 
de uma criança de participar de instruções em sala de aula, intervenções 
individualizadas, oportunidades de socialização naturalista ou treinamento em 
teste discreto. Os psicólogos treinados no fornecimento de terapia cognitivo 
comportamental (TCC) e terapia comportamental podem resolver esses 
problemas em conjunto com a intervenção específica do TEA, trabalhando com 
outros profissionais para garantir que os tratamentos sejam complementares (por 
exemplo, para que as estratégias para solucionar as dificuldades comportamentais 
sejam aplicadas de maneira consistente em todas as situações).
 
Quando se trata de implementar tratamentos para comportamentos 
desafiadores, como agressão, lesão pessoal ou dificuldades para dormir 
(após a exclusão de condições médicas), as abordagens comportamentais 
são um componente crítico do planejamento do tratamento. Mesmo quando 
os medicamentos podem ser usados para resolver dificuldades, abordagens 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
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CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
comportamentais são frequentemente necessárias para o sucesso do 
tratamento a longo prazo e para diminuir o uso de medicamentos. O tratamento 
comportamental se concentra em ensinar ao indivíduo (e cuidadores) maneiras 
novas e mais adaptativas para atender às necessidades situacionais, abordando 
os déficits de habilidades que contribuem para as dificuldades de comportamento. 
Portanto, uma equipe interdisciplinar que inclua psicólogos e psiquiatras é 
benéfica.
 
A TCC agora é uma intervenção comumente usada para crianças com TEA 
de alto funcionamento que possuem habilidades verbais bem desenvolvidas 
e são capazes de se envolver em terapias baseadas em conversas (apoiada, é 
claro, com suportes visuais e outros conforme necessário para se adequar ao 
estilo de aprendizagem do indivíduo). Existe um crescente corpo de literatura 
que apoia o uso da TCC para abordar uma variedade de déficits de habilidades em 
indivíduos com TEA, incluindo déficits de habilidades sociais e adaptativas. Muitos 
autores sugerem modificações na TCC tradicional, confiando mais fortemente 
nos componentes comportamentais do tratamento, incorporando os interesses 
restritos de um indivíduo como uma maneira de aumentar o envolvimento na 
terapia, o aumento do envolvimento dos pais e o ensaio comportamental de 
habilidades (DANIAL; WOOD, 2013).
 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
No passado, a TCC para TEA era focada principalmente nos sintomas do 
TEA (THOMSON; RIOSA; WEISS, 2015). Alguns pesquisadores observaram que 
existem certas habilidades de pré-requisito que precisam ser desenvolvidas 
para melhorar as respostas positivas à TCC em indivíduos com TEA (LICKEL et 
al., 2012). A eficácia da TCC pode ser aprimorada se o tratamento enfatizar 
inicialmente a melhoria da identificação e conscientização das emoções, uma vez 
que esse é um déficit social central para indivíduos com TEA. A TCC tradicional 
exige que os indivíduos relatem estados emocionais internos e demonstrem 
uma compreensão das causas e consequências de experiências emocionais. Isso 
exige que os indivíduos possam identificar e discriminar com precisão entre uma 
variedade de emoções para participar plenamente das intervenções de TCC.
 
Outros componentes importantes incluem educação eficaz, inclusão 
de pais e professores e ensino de conceitos-chave de amizade e resolução 
de problemas interpessoais, como iniciar conversas, consolar um amigo e 
compartilhar experiências. A capacidade de resposta social é frequentemente 
o principal comportamento-alvo na TCC para indivíduos com TEA. A ênfase 
também é colocada em ajudar os indivíduos a adquirir habilidades mediadas 
cognitivamente para promover interações sociais bem-sucedidas (por exemplo, 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
tomadas de perspectivas). Essas intervenções também têm como objetivo ajudar 
os indivíduos a entender os pensamentos, metas e intenções próprias e de outras 
pessoas (DANIAL; WOOD, 2013).
 
Os déficits de habilidades sociais são um sintoma central do TEA, e 
é necessário estabelecer intervenções de habilidades sociais baseadas em 
evidências para esses indivíduos. Existem várias intervenções de habilidades 
sociais que se mostram promissoras na melhoria das habilidades sociais. Os 
psicólogos podem fornecer intervenções baseadas na TCC destinadas a melhorar 
as habilidades sociais. Por exemplo, o Programa para Educação e Enriquecimento 
em Habilidades Relacionais (PEERS) é uma intervenção de habilidades sociais 
empiricamente apoiada para jovens com TEA. O PEERS aplica métodos de 
instrução da TCC, incluindo psicoeducação, dramatização, estratégias cognitivas 
(percepção social, cognição social/tomada de perspectiva, resolução de problemas 
sociais), exercícios de ensaio comportamental, feedback de desempenho, 
questionamento socrático, lição de casa e revisão e envolvimento dos pais. 
Os resultados dos ensaios clínicos randomizados mostraram melhorias nas 
habilidades sociais evidentes, maior frequência de interações entre pares e maior 
capacidade de resposta social (LAUGESON; PARK, 2014). A pesquisa mostrou que 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
os tratamentos de habilidades sociais com base na TCC são viáveis, acessíveis e 
benéficos quando há adaptações, como aumentar a estrutura e a previsibilidade 
das sessões, usar suportes visuais, usar sugestões verbais explícitase feedback, 
identificar pistas sociais importantes e ensaios comportamentais de habilidades 
frequentes. Além do programa PEERS, existem outras intervenções empíricas 
de apoio social. Essas intervenções são geralmente fornecidas em formato de 
grupo. Pensa-se que o formato baseado em grupo permita mais oportunidades de 
interação social e habilidades de ensino em um ambiente naturalista (LAUGESON; 
PARK, 2014).
 
Beaumont desenvolveu uma intervenção da TCC chamada “Sociedade do 
Agente Secreto: Regulação da Operação” para ensinar habilidades de regulação 
emocional a crianças com TEA (BEAUMONT, 2013). Thompson, Riosa e Weiss 
(2015) conduziram um estudo com 13 crianças com QI médio a acima da média 
para avaliar a eficácia e a viabilidade dessa intervenção de regulação emocional. 
O programa incluiu os seguintes componentes da TCC: modelagem, representação 
de papéis, psicoeducação, relaxamento, generalização e sistema de reforço. As 
sessões iniciais visam à conscientização e identificação emocional e depois 
passam à implementação de estratégias de relaxamento e enfrentamento.
 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Recentemente, as intervenções de TCC para indivíduos com TEA se 
expandiram para abordar outras áreas de dificuldade, particularmente a ansiedade 
(THOMSON; RIOSA; WEISS, 2015). Indivíduos com TEA são predispostos à 
ansiedade (BELLINI, 2006). A prevalência de transtornos de ansiedade comórbida 
em indivíduos com TEA é de aproximadamente 40% (VAN STEENSEL; BÖGELS; 
PERRIN, 2011) e, anedoticamente, é um dos problemas de apresentação mais 
comuns para jovens com TEA em ambulatórios.
 
A ansiedade é documentada em indivíduos com e sem deficiência 
intelectual (DI). Uma grande proporção da literatura se concentrou em tratamentos 
comportamentais para ansiedade em TEA sem DI (ROSEN; CONNELL; KERNS, 
2016). A ansiedade está associada a prejuízos funcionais adicionais para pessoas 
com TEA, incluindo dificuldades sociais mais graves, depressão, autolesão e 
estresse familiar (KERNS et al., 2015). Dada a alta taxa de ansiedade comórbida 
e TEA e os comprometimentos funcionais relacionados, houve um esforço para 
identificar práticas baseadas em evidências para problemas de ansiedade em 
indivíduos com TEA (ROSEN; CONNELL; KERNS, 2016). 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) modificada está mostrando 
um apoio emergente para o tratamento eficaz de transtornos de ansiedade 
comórbidos (DANIAL; WOOD, 2013), particularmente para indivíduos com 
autismo de "alto funcionamento" (TEA sem DI associado); observe que, embora 
comumente usado, esse termo está entre aspas porque pode ser enganoso, pois 
na verdade não fala do funcionamento adaptativo do indivíduo. Vários ensaios 
clínicos randomizados mostraram que a TCC modificada (TCC-M) pode reduzir 
os sintomas de ansiedade em crianças com autismo de "alto funcionamento" 
(REAVEN et al., 2012; WOOD et al. 2009). Essas intervenções geralmente 
incluem o uso de suportes visuais (por exemplo, termômetros de emoção) e maior 
envolvimento dos pais em comparação à TCC infantil tradicional, incorporando 
interesses específicos dos indivíduos e usando linguagem mais concreta em vez 
de analogias.
 
No entanto, há menos evidências para apoiar o uso de TCC-M em indivíduos 
com sintomas mais graves do TEA, em indivíduos com DI ou capacidade verbal 
limitada. Componentes comportamentais da TCC, como exposição graduada, 
dessensibilização sistemática, extinção de fuga, modelagem, reforço positivo, 
habilidades de enfrentamento e estratégias antecedentes, mostraram-se 
promissores na redução da evitação fóbica (ROSEN; CONNELL; KERNS, 2016). 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Dado que os sintomas de ansiedade costumam ser mediados verbalmente 
(preocupações, ansiedade antecipatória), os tratamentos para ansiedade 
em indivíduos com deficiência intelectual (DI) ou capacidade verbal limitada 
dependem mais fortemente dos componentes comportamentais da TCC para 
diminuir os sintomas de ansiedade e menos ênfase é colocada nas habilidades 
cognitivas, componentes como reestruturação cognitiva, diálogo interno e 
nomeação de emoções. 
Os psicólogos também contam com comportamentos observáveis para 
medir a ansiedade (por exemplo, frequência cardíaca, respiração, sintomas 
somáticos, evitação). Isso também permite mais ênfase nos componentes 
comportamentais e menos ênfase no componente cognitivo (por exemplo, 
nomeação de emoções, diálogo interno, reestruturação cognitiva).
 
Aproximadamente 50% das crianças com TEA também se envolvem 
em comportamentos disruptivos, como agressão, descumprimento ou não 
conformidade (noncompliance) e autolesão (BEARSS et al., 2015). Esses 
comportamentos disruptivos têm o potencial de interferir na capacidade de um 
indivíduo se beneficiar e participar de seu tratamento e programação educacional. 
 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
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TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
A TCC para comportamentos disruptivos pode incluir reestruturação 
cognitiva, reconhecimento de emoções e desenvolvimento de estratégias de 
enfrentamento. Essas intervenções também abordaram tomada de perspectiva, 
solução de problemas, dramatização e uso de histórias sociais. Algumas dessas 
intervenções incluem sessões para pais simultâneas e tarefas domésticas. 
O treinamento em mindfulness também tem sido usado para transtornos 
externalizantes. No entanto, o papel e a eficácia da TCC no comportamento 
disruptivo não são claros, requerem um certo nível de comunicação e compreensão 
verbal e são necessárias mais pesquisas (DANIAL; WOOD, 2013).
 
Há evidências promissoras para apoiar o uso do treinamento 
comportamental dos pais para lidar com comportamentos problemáticos em 
indivíduos com TEA. Foi realizado um ensaio clínico randomizado (ECR) para 
determinar os efeitos de um programa de treinamento de comportamento dos 
pais em comparação com a educação destes para diminuir comportamentos 
disruptivos em crianças pequenas com TEA (BEARSS et al., 2015). Os resultados 
indicaram que comportamentos disruptivos diminuíram significativamente na 
condição de treinamento dos pais em comparação com a educação dos pais. A 
ênfase está no papel dos pais como agentes de mudança; é uma abordagem de 
tempo limitado e é considerado um tratamento baseado em evidências.
 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Os problemas do sono de indivíduos com TEA são semelhantes aos 
que ocorrem na população em geral, mas ocorrem com muito mais frequência. 
May, Cornish e Rinehart (2014) descobriram que, enquanto 29% das crianças 
em desenvolvimento típico tinham problemas de sono relatados pelo cuidador, 
78% das crianças com TEA tinham problemas de sono. O sono ruim está 
correlacionado com o aumento da agressividade, hiperatividade e problemas 
sociais mais significativos. Os psicólogos podem fornecer breves intervençõescomportamentais para treinar os pais em abordagens comportamentais para 
melhorar o sono de seus filhos. Essas breves intervenções podem resultar em sono 
significativamente melhorado e menos problemas comportamentais com TEA, o 
que também aumenta a saúde mental e o bem-estar dos pais (PAPADOPOULOS 
et al., 2015).
 
Outras preocupações comportamentais, como agressão a si e aos outros, 
birras, dificuldades de alimentação e problemas de sono também são comuns 
em indivíduos com TEA. Aproximadamente, 50% das crianças com TEA também 
se envolvem em comportamentos disruptivos, como agressão, descumprimento 
e autolesão (BEARSS et al., 2015). Esses comportamentos podem ser bastante 
prejudiciais para o indivíduo e perturbadores para a família (DOO; WING, 2006). 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Esses comportamentos também podem interferir na capacidade de um indivíduo 
se beneficiar e participar de seu tratamento e programação educacional.
É importante descartar ou resolver problemas médicos subjacentes 
aos comportamentos difíceis, que podem incluir encaminhamento para outros 
membros da equipe interdisciplinar (por exemplo, neurologia, medicina do sono 
e outros especialistas). Também é importante avaliar possíveis problemas 
psicológicos, como TOC ou distúrbios de humor, ao projetar uma abordagem 
de tratamento para comportamentos difíceis. Depois que as causas médicas 
para comportamentos desafiadores sejam descartadas ou tratadas, e possíveis 
problemas psicológicos sejam avaliados e iniciado o tratamento adequado, a 
avaliação do comportamento funcional (com uma consideração cuidadosa das 
preocupações específicas do TEA) surge como um elo crítico entre avaliação e 
intervenção. 
 
A experiência do psicólogo na medição e monitoramento de 
comportamentos ao longo do tempo é útil para esse fim. Estabelecer um método 
para monitorar eficientemente essas mudanças não é apenas importante para 
estabelecer e ajustar um plano de tratamento ao longo do tempo. Registrar 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
mudanças quantificáveis também pode ser uma ferramenta poderosa para os 
profissionais de saúde que podem não perceber melhorias incrementais na vida 
cotidiana, mas são motivados ao ver o cenário geral conforme os dados são 
documentados ao longo do tempo.
 
Muitos métodos foram desenvolvidos para avaliar os fatores subjacentes 
a comportamentos desafiadores e servem como base para o planejamento do 
tratamento. Alguns comportamentos desafiadores são relativamente diretos. 
Nesses casos, fazer uma série de perguntas (talvez usando uma das várias 
escalas para avaliar a função comportamental) e fazer observações informais 
pode ser suficiente para o planejamento do tratamento. Em outras ocasiões, 
a determinação dos antecedentes e a manutenção de variáveis não são tão 
claras. Em qualquer um dos casos, a definição operacional do comportamento é 
importante, principalmente se outras pessoas acompanharem o comportamento 
em outros ambientes (por exemplo, em casa e na escola) para determinar se o 
plano de tratamento está funcionando. 
Não é incomum que as definições do comportamento-alvo variem 
amplamente. Por exemplo, digamos que os pais relatem que o descumprimento 
ou a não conformidade está causando grandes dificuldades em casa e na 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
32
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
escola. Se for solicitado à criança que faça algo que ela entenda claramente e 
diga "não, eu não quero", ambos os pais concordam prontamente que este é um 
exemplo do comportamento-alvo. No entanto, e se a criança disser "sim" a uma 
solicitação, mas falhar em fazer isso? Ou, se a criança for solicitada a fazer algo 
imediatamente, mas o fizer 5 minutos depois? Talvez um pai ou mãe registre isso 
como descumprimento, enquanto o outro não. 
Determinar o que registrar também pode envolver psicoeducação para 
os indivíduos envolvidos. No exemplo anterior, talvez a criança tenha um 
processamento lento para instruções verbais, pelas quais um ou ambos os pais 
não estão respondendo ao dar instruções. O que pode parecer “descumprimento” 
(desobediência) pode, de fato, ser devido à falta de compreensão, atraso no 
processamento ou problemas de atenção. A dificuldade em tais casos pode estar 
mais com quem dá as instruções. Talvez ambos os pais deem instruções verbais, 
mas um tende a falar mais devagar ou fornecer pistas visuais, para que a criança 
pareça mais "obediente" com um dos pais do que com o outro. Uma melhor 
compreensão do funcionamento do indivíduo, incluindo déficits no estilo de 
aprendizagem e nas habilidades relacionadas ao TEA, seria útil para essa família, 
mesmo antes de a equipe começar a rastrear instâncias de não conformidade. O 
psicólogo primeiro forneceria qualquer psicoeducação necessária e, em seguida, 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
33
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
ajudaria a família a definir operacionalmente o comportamento difícil, de modo 
que um relato preciso do comportamento-alvo pudesse ser feito. A colaboração 
para chegar a uma definição clara do comportamento-alvo é um primeiro passo 
crítico para lidar com comportamentos difíceis.
 
A expertise comportamental do psicólogo é igualmente utilizada para 
determinar a relação entre eventos no ambiente do indivíduo e o comportamento-
alvo. Os meios para determinar a função subjacente podem variar dependendo 
da situação. Em alguns casos, o uso de uma das medidas indiretas, relato dos 
pais, juntamente à observação informal, pode ser suficiente. Em outros casos, 
pode ser necessária uma avaliação comportamental funcional mais envolvida. 
O psicólogo pode precisar treinar os profissionais de saúde sobre como registrar 
sistematicamente antecedentes e consequências de uma maneira que registre 
detalhes suficientes para ajudar na formação de uma hipótese sólida, além de se 
adequar às habilidades da família. 
Por exemplo, eles precisam decidir se todas as incidências do 
comportamento operacionalmente definido serão contadas ou se a família 
registrará apenas durante um determinado período de tempo todos os dias. Com 
pouca frequência, uma análise funcional do comportamento pode ser necessária. 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
34
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Usar esta técnica significa essencialmente executar um experimento de apenas 
um sujeito em que fatores ambientais são sistematicamente manipulados em 
um ambiente controlado. Uma sólida formação na integração de pesquisas e 
estudos comportamentais é essencial na condução dessas análises formais para 
minimizar a chance de introdução de fatores de confusão.
 
Uma vez que for definido o comportamento operacionalmente, que for 
fornecida a psicoeducação necessária, que as funções forem determinadas e uma 
linha de base de frequência e gravidade do comportamento for estabelecida, o 
psicólogo pode trabalhar com a família e a equipe para estabelecer um plano de 
tratamento para enfrentar o comportamentodesafiador. 
 
Para comportamentos desafiadores e para transtornos psiquiátricos 
comórbidos, o psicólogo pode trabalhar com a família para continuar 
monitorando comportamentos e sintomas ao longo do tempo e alterar o plano 
de tratamento conforme necessário. O psicólogo também utilizará a mesma 
expertise comportamental para identificar déficits de habilidades e incorporar 
o desenvolvimento de habilidades necessárias no plano de tratamento (por 
exemplo, encontrar maneiras de ensinar métodos mais apropriados de solicitar 
atenção, lidar com a frustração e solicitar ajuda ou uma pausa). O estabelecimento 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
35
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
dos métodos de construção de habilidades geralmente envolve mais membros da 
equipe interdisciplinar do TEA, incluindo terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos 
e outros membros da equipe interdisciplinar. Em suma, os antecedentes de 
pesquisa do psicólogo e a experiência em avaliação comportamental são 
benéficos para o planejamento do tratamento em colaboração com outros 
membros da equipe interdisciplinar.
4 TRANSIÇÃO PARA A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E NECESSIDADES DE 
APOIO
 
À medida que as crianças com TEA se aproximam da idade adulta, seus 
sintomas e necessidades de apoio geralmente mudam. Muitos indivíduos 
no espectro mostram algum grau de melhoria em sua sintomatologia e 
comprometimento geral ao longo do tempo, com comunicação não verbal e 
reciprocidade social mostrando comprometimento mais persistente (SHATTUCK 
et al., 2007). 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
36
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
Os desafios causados pelos sintomas do TEA podem se tornar mais 
complexos na idade adulta. Quando um indivíduo finaliza o ensino básico ou chega 
na idade de 18 anos, experimenta uma súbita e significativa perda de estrutura 
e familiaridade diárias. No local de trabalho, no ensino pós-secundário ou em 
outros locais após o ensino médio, o tempo geralmente não é tão estruturado e 
as expectativas não são tão claras quanto eram no ambiente escolar. Indivíduos 
familiares e confiáveis que ajudaram o indivíduo através de dificuldades no 
ambiente escolar não estão mais disponíveis, amigos e colegas familiares estão 
subitamente ausentes, e as expectativas sociais no local de trabalho podem ser 
bem diferentes das da sala de aula familiar. 
Compreensivelmente, a transição para a idade adulta pode ser estressante 
para muitas pessoas no espectro e pode exacerbar problemas de humor ou 
comportamento em algumas pessoas. Os membros da família e da equipe de 
tratamento devem procurar sinais de que um indivíduo pode estar enfrentando 
dificuldades que justificariam o envolvimento do psicólogo. O psicólogo poderia 
então avaliar e elaborar um plano de tratamento adequado ao indivíduo, conforme 
discutido na seção sobre comorbidade. 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
37
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
O planejamento do tratamento pode envolver encaminhamento para 
outros serviços, como programas de treinamento de habilidades vocacionais 
e sociais, que já foram comprovados para reduzir a ansiedade e a depressão 
autorreferidas entre jovens adultos com TEA (HILLIER et al., 2011).
 
Para indivíduos que têm recebido serviços principalmente na escola, a 
transição para a idade adulta pode exigir uma nova avaliação psicológica para 
determinar o grau de comprometimento em várias áreas, conforme descrito 
pelas agências de serviços. Por exemplo, pode ser necessário um certo grau 
de comprometimento funcional em várias áreas para poder acessar serviços 
de emprego inclusivos. Nesse caso, o psicólogo escolherá as avaliações mais 
adequadas para destacar as necessidades do indivíduo nos vários domínios 
descritos pela organização prestadora de serviços, com a colaboração da equipe 
interdisciplinar, se necessário.
 
Durante o início da idade adulta, muitas pessoas no espectro passam pela 
transição a serviços de apoio. Além disso, algumas pessoas que se mudam para 
moradias assistidas ou outros ambientes de apoio podem ter dificuldade em se 
adaptar ao novo cenário; nesse caso, um psicólogo pode consultar a moradia para 
fornecer psicodedução ao pessoal, implementar a estrutura necessária e outros 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
38
3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
apoios ambientais, e elaborar planos de apoio ao comportamento para atender 
às necessidades do indivíduo à medida que se ajustam à transição.
A transição do ensino médio para o ensino superior ou o local de trabalho é 
uma experiência essencial para os jovens adultos, independentemente de estarem 
ou não no espectro TEA. Os resultados de pesquisas mostram que um número 
crescente de jovens adultos com TEA está cursando o ensino pós-secundário 
em faculdades de quatro anos, faculdades de dois anos e escolas técnicas/
profissionais (SHATTUCK et al., 2012). No entanto, indivíduos no espectro são 
extremamente subempregados e indivíduos com TEA sem deficiência intelectual 
concomitante ainda frequentam o ensino superior a taxas mais baixas do que 
seus pares neurotípicos (TAYLOR; SELTZER, 2011). A comorbidade psiquiátrica 
e os níveis mais baixos de funcionamento adaptativo estão associados a piores 
resultados para adultos. 
Os principais sintomas e características associadas do TEA, incluindo 
déficits na comunicação e interação social, comportamentos e interesses 
restritos e repetitivos, dificuldades pragmáticas de linguagem e disfunção 
executiva também podem complicar uma transição bem-sucedida para atividades 
vocacionais ou educacionais. Os psicólogos, particularmente quando trabalham 
2
CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
1
INTRODUÇÃO
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3
AVALIAÇÃO E 
TRATAMENTO DE 
COMORBIDADES 
PSIQUIÁTRICAS
4
TRANSIÇÃO PARA 
A VIDA ADULTA, 
SEUS SINTOMAS E 
NECESSIDADES DE 
APOIO
5
CONTRIBUIÇÕES DO 
PSICÓLOGO
ao lado de profissionais de diferentes disciplinas, estão bem posicionados para 
apoiar adolescentes e adultos com TEA ao entrarem e participarem do emprego 
e do ensino pós-secundário. Nesta seção, são discutidos os apoios e serviços que 
os psicólogos podem fornecer aos estudantes com TEA.
Para os indivíduos que ingressam na força de trabalho, uma avaliação para 
determinar as necessidades atuais de suporte às vezes é benéfica se o indivíduo 
não recebe uma avaliação há vários anos. A avaliação por um psicólogo pode 
ser necessária para se qualificar para serviços de emprego ou de reabilitação 
profissional; essas organizações geralmente conduzem a avaliação de habilidades 
profissionais, conforme necessário. Essas avaliações podem informar o indivíduo 
e sua equipe de tratamento sobre os apoios que podem ser necessários no 
ambiente de trabalho, o que pode informar a procura de emprego e perguntas 
sobre se e quando divulgar o diagnóstico de TEA. 
Os indivíduos que continuam o ensino pós-secundário também devem 
levar essas coisas em consideração. Como as escolas pós-secundárias não 
precisam rastrear a presença de deficiências ou condições que possam interferir 
na aprendizagem, é improvável que os alunos sejam avaliados e diagnosticados 
com TEA ou outras condições pelas escolas pós-secundárias (PINDER-AMAKER, 
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PARA O PROCESSO 
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2014). Em vez disso, uma avaliação neuropsicológica, psicológica e/ou 
educacional independente com um psicólogo é valiosa para estudantes com TEA 
que planejam seguir o ensino pós-secundário antes de iniciarem o programa 
educacional. 
Para um jovem, uma avaliação neuropsicológica completa examinará o 
funcionamento em vários domínios, incluindo funções intelectuais e cognitivas, 
linguagem e funções relacionadas, habilidades visuoespaciais e visuomotoras, 
aprendizagem e memória, atenção e funções executivas e bem-estar psicológico 
e socioemocional. Também podem ser incluídos as aptidões acadêmicas 
(BRAATEN; FELOPULOS, 2003). Os resultados dessa avaliação podem identificar 
o perfil de diagnóstico de um aluno e áreas de força e fraqueza cognitiva e 
informar os tipos de serviços e apoios que podem ser necessários no cenário do 
ensino pós-secundário. 
De fato, um relatório de avaliação recente geralmente é exigido pelos 
departamentos de serviços para deficientes nas universidades de 2 e 4 anos 
para fornecer acomodações (por exemplo, tempo prolongado para concluir 
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PARA O PROCESSO 
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tarefas e exames, assentos preferenciais, acesso a anotações e esboços de 
aula) para alunos individuais. Embora alguns estudantes se sintam relutantes 
em compartilhar seus relatórios de avaliação e, por sua vez, seu status de 
incapacidade com suas instituições de ensino pós-secundário (MACLEOD; GREEN, 
2009), é importante ter em mente que, de acordo com os mandatos legais, todas 
as informações devem ser mantidas em sigilo e compartilhadas com o pessoal 
apenas com base na necessidade de conhecimento, e a obtenção de apoios 
adequados pode aumentar significativamente o sucesso geral do indivíduo.
 
Vendo que não existe um protocolo padronizado para avaliar jovens 
com TEA, Hewitt (2015) ofereceu algumas recomendações para trabalhar com 
essa população. Especificamente, ao avaliar indivíduos com TEA que estão se 
preparando para o ensino pós-secundário, é útil cobrir os seguintes domínios: 
• objetivos educacionais e de carreira; 
• motivação para frequentar a faculdade; 
• preocupações com experiências educacionais e sociais anteriores; 
• hobbies e interesses; 
• rede de apoio atual e antecipada ao ingressar no ensino superior; 
• experiências anteriores com independência, vida comunitária e autodefesa;
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• experiências anteriores com a autodivulgação do status de TEA. 
Essas mesmas considerações são importantes para os indivíduos que se 
preparam para ingressar na força de trabalho. Ao avaliar jovens com TEA que 
já estão matriculados no ensino pós-secundário, é importante avaliar (HEWITT, 
2015): 
• sua situação atual de vida; 
• capacidade de identificar e usar serviços e organizações do campus (por 
exemplo, organizações estudantis, serviços de saúde); 
• capacidade de navegar no campus e na comunidade circundante; 
• relacionamento com o departamento de serviços para deficientes do campus; 
• horários e programas de aula; 
• desempenho acadêmico; 
• interações com professores e funcionários (por exemplo, professores, 
conselheiros residentes); 
• uso de tecnologia; 
• habilidades de estudo e gerenciamento de tempo. 
 
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A avaliação dessas áreas pode informar a necessidade e a prestação de 
serviços, além das acomodações acadêmicas que as escolas pós-secundárias 
podem estar mais familiarizadas e equipadas para oferecer.
 
Embora a transição para o ensino pós-secundário ou para a força de 
trabalho seja um período empolgante para muitos indivíduos com TEA, também 
pode introduzir um aumento nas demandas acadêmicas/de produtividade e 
sociais e, por sua vez, um aumento no estresse. Além disso, o estresse associado 
a essa transição pode persistir ao longo do tempo para estudantes com TEA 
(VANBERGEIJK; KLIN; VOLKMAR, 2008). 
 
Os psicólogos que prestam serviços diretos podem fornecer terapia 
individual ou em grupo para estudantes pós-secundários com TEA. Muitos 
indivíduos com TEA apresentam sintomas significativos de depressão e ansiedade 
(LAI et al., 2011). Embora a base de pesquisa permaneça limitada, existem 
evidências emergentes para mostrar que a terapia cognitivo-comportamental 
adaptada (TCC), discutida também na seção de comorbidades, aplicada em 
contextos individuais e em grupo, pode reduzir esses sintomas em jovens com 
TEA sem a presença de deficiência intelectuais concorrentes (KERNS et al., 2016). 
 
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Além disso, intervenções baseadas nos princípios da TCC, incluindo 
terapia de solução de problemas em grupo (PUGLIESE; WHITE, 2014), têm apoio 
emergente para aumentar as habilidades práticas e reduzir o sofrimento entre 
os estudantes do ensino pós-secundário com TEA. Essas intervenções são 
fornecidas por um psicólogo.
 
Além de ajudar os alunos com TEA a gerenciar sintomas depressivos e 
de ansiedade, estudos recentes de intervenção têm como objetivo aumentar 
as habilidades e comportamentos sociais. Por exemplo, Ashbaugh, Koegel e 
Koegel (2017) desenvolveram e testaram uma intervenção estruturada de 
planejamento social para abordar as altas taxas de solidão e isolamento relatadas 
por estudantes pós-secundários com TEA. 
O planejamento social estruturado envolve vários componentes, incluindo 
a incorporação dos interesses dos indivíduos ao selecionar atividades sociais, 
os indivíduos envolvidos nas atividades sociais selecionadas, o treinamento 
em habilidades organizacionais e o uso de um mentor para suporte. Os autores 
Ashbaugh, Koegel e Koegel (2017) usaram um design de linha de base múltipla 
para medir o impacto desse programa de intervenção no número de atividades 
sociais frequentadas por semana, número de atividades extracurriculares 
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frequentadas por semana, número de colegas com quem interagiram nessas 
atividades, desempenho acadêmico e índices de autorrelato geral de satisfação 
de três estudantes universitários com TEA. A participação na intervenção 
estruturada de planejamento social teve resultados benéficos para cada 
participante em cada uma dessas áreas, e os resultados deste estudo apoiam a 
intervenção direta nas habilidades e comportamentos sociais de estudantes do 
ensino pós-secundário com TEA. 
Enquanto que participantes do estudo de Ashbaugh, Koegel e Koegel 
(2017) receberam intervenção individualmente, esses resultados são 
consistentes com aqueles de estudos anteriores que demonstraram que adultos 
jovens com TEA podem se beneficiar em várias áreas da intervenção social e 
vocacional baseadaem grupo (HILLIER et al., 2011; HILLIER et al., 2007). 
Tomados em conjunto, esses resultados sugerem que os psicólogos podem 
contribuir para uma transição bem-sucedida, abordando habilidades sociais e 
fornecendo treinamento de habilidades ao trabalhar com jovens com TEA em 
contextos individuais e em grupo.
 
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Um papel importante que os psicólogos podem desempenhar para os 
alunos do ensino pós-secundário com TEA em seus cuidados é aprender sobre 
os recursos e os apoios disponíveis nas instituições de ensino dos indivíduos. 
As escolas pós-secundárias variam significativamente nos apoios que fornecem; 
no entanto, os programas mais frequentemente oferecidos aos estudantes pós-
secundários com TEA incluem grupos de apoio, aconselhamento, atividades 
sociais supervisionadas e programas de transição (BARNHILL, 2016). 
Os psicólogos podem ajudar explorando e compreendendo a base de 
pesquisa desses programas. Com essas informações, os psicólogos podem ajudar 
seus clientes a acessar e navegar nesses suportes, bem como a tomar decisões 
informadas sobre quais oportunidades buscar. 
Para os indivíduos que planejam ingressar no emprego, o psicólogo 
pode recomendar e se referir da mesma forma às organizações comunitárias 
apropriadas que podem ajudar no planejamento vocacional, incluindo programas 
de treinamento de habilidades relacionados às metas de emprego do indivíduo. 
Basear-se em comportamentos adaptativos, incluindo segurança, transporte, 
responsabilidade financeira, higiene pessoal, entre outros, é muitas vezes 
necessário para estudantes com TEA em transição para a idade adulta (ZEEDYK 
et al., 2016). 
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Os psicólogos devem ter conhecimento sobre os apoios e recursos 
locais disponíveis (incluindo aqueles oferecidos por outras pessoas na equipe 
interdisciplinar) para ajudar a atender a essas necessidades e fazer referências 
apropriadas. Os psicólogos também devem estar cientes de que alguns 
indivíduos com TEA e suas famílias podem optar por trabalhar com um terapeuta 
ocupacional, tutor e/ou mentor para desenvolver algumas dessas habilidades 
e devem estar preparados para fornecer referências e colaborar com esses 
profissionais, conforme necessário.
 
Além de ajudar os alunos com TEA a navegar pelos recursos em suas 
comunidades, os psicólogos podem ajudar os adultos com TEA envolvendo os 
pais em sessões, se a permissão for concedida pelo cliente. Como discutido 
anteriormente, as famílias dos estudantes geralmente estão altamente 
envolvidas em sua educação básica; no entanto, a responsabilidade muda 
rapidamente para os próprios alunos ao ingressar no ensino pós-secundário. 
Pinder-Amaker (2014) sugeriu que os alunos no ensino pós-secundário 
se beneficiariam enormemente de um "Plano Educacional Individualizado" para 
os estudos pós-secundários. Deste modo, as interações complexas entre o 
aluno, a família e a escola que ocorreram no contexto de um Plano Educacional 
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Individualizado na escola básica poderiam continuar após o ensino médio. Os 
psicólogos podem ser capazes de colocar em prática alguns aspectos desse plano.
Novos programas estão sendo implementados continuamente para 
atender às necessidades dos números crescentes de adultos com TEA, incluindo 
estudantes do ensino pós-secundário. Uma desvantagem significativa dessas 
ofertas, no entanto, é que muitas carecem de avaliação do programa em uma 
escala maior (ZEEDYK et al., 2016). 
Até o momento, as recomendações para apoiar as necessidades de 
estudantes universitários com TEA parecem basear-se mais nas impressões 
clínicas, nas experiências de profissionais da área de educação e em pesquisas 
com estudantes com outras deficiências e não no TEA (por exemplo, dificuldades 
de aprendizagem), do que em pesquisas empíricas com estudantes universitários 
com TEA (PINDER-AMAKER, 2014). 
Com relação ao emprego, historicamente, os apoios têm sido mais facilmente 
acessíveis para indivíduos com deficiência intelectual (DI) concomitante, deixando 
indivíduos com TEA, mas sem DI, significativamente menos propensos a ter 
atividades diurnas (TAYLOR; SELTZER, 2011). Essa discrepância destaca que os 
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PARA O PROCESSO 
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apoios atualmente disponíveis são inadequados para atender às necessidades 
daqueles que têm um diagnóstico de TEA sem DI. Embora um interesse crescente 
em criar programas para esses indivíduos tenha surgido nos últimos anos, muitos 
desses programas ainda estão em desenvolvimento e não estão amplamente 
disponíveis. 
No entanto, à medida que mais programas forem implementados e 
avaliados, a base de pesquisa aumentará. Com pesquisa e treinamento clínico, 
os psicólogos estão em uma posição única para contribuir com esses esforços de 
avaliação de programas para determinar como projetar, modificar e implementar 
programas de maneira mais eficaz para atender às necessidades educacionais e 
de emprego de adultos com TEA.
 
Assim como a população em geral, adultos com TEA inevitavelmente 
experimentam vários eventos de vida estressores. Quando necessário, o 
psicólogo familiarizado com TEA é um recurso ideal para ajudar com problemas 
significativos de estresse, humor ou ansiedade, conforme necessário. 
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PARA O PROCESSO 
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Poucas pesquisas foram conduzidas sobre adultos idosos com TEA, 
mas os psicólogos podem ser parte integrante da equipe interdisciplinar para 
ajudar os indivíduos a lidar com as dificuldades de adaptação à medida que 
experimentam declínio da mobilidade ou da saúde. O psicólogo também pode 
trabalhar com a equipe de atendimento para criar apoios adicionais, conforme 
necessário. Por exemplo, o psicólogo pode consultar uma equipe interdisciplinar 
sobre estratégias comportamentais a serem implementadas com indivíduos 
em serviços de atendimento intermitente de recuperação pós-cirúrgica, pois 
indivíduos nesta condição necessitam ser motivados rotineiramente devido à 
interrupção causada pelo processo de recuperação ser muito angustiante. 
Os psicólogos também são capazes de fornecer avaliações periódicas que 
podem ser úteis na detecção do declínio cognitivo ao longo do tempo. Pesquisas 
indicam que na população em geral, o declínio cognitivo pré-sintomático ocorre nas 
décadas anteriores ao início da demência (GESCHWIND et al., 2001). A avaliação 
periódica pode ajudar a detectar esse sinal de alerta em indivíduos com TEA, e 
outras avaliações podem ajudar a determinar as acomodações apropriadas ou a 
necessidade de encaminhamento para especialistas adicionais, caso o indivíduo 
experimente declínio cognitivo ou surjam novos sintomas de humor ou aumento 
de comportamentos problemáticos.
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PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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5 CONTRIBUIÇÕES DO PSICÓLOGO 
Indivíduos com TEA certamente se beneficiam da colaboração de uma 
equipe interdisciplinar. No contexto dessa equipe, as contribuições do psicólogo 
incluem treinamento extensivo em avaliação do TEA e comorbidades psicológicas/
comportamentais que são comumente vistas no contexto do TEA. 
 
As contribuições do psicólogo para a avaliação geralmente são 
particularmente importantes para o planejamento acadêmico, planejamento de 
transição e qualificação para vários serviços. O treinamento e a experiência do 
psicólogo serão um trunfo para o planejamento de tratamento da equipe, e o 
psicólogo pode fornecer intervenções para abordar preocupações psicológicas e 
comportamentais comuns que podem afetar a qualidade de vida e interferir na 
participação em outras intervenções ou programas acadêmicos. 
À medida que o indivíduo envelhece, o psicólogo permanece como 
um recurso para as intervenções terapêuticas necessárias, adaptadas às 
necessidades do indivíduo e pode ajudar nas principais transições da vida. 
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PARA O PROCESSO 
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PSICÓLOGO
O psicólogo também é um recurso para avaliar mudanças cognitivas 
associadas ao envelhecimento e fornece treinamento em metodologia de 
pesquisa necessária para o desenvolvimento, pesquisa e aprimoramento de 
programas, à medida que os profissionais se esforçam para atender melhor às 
necessidades dessa população.
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PARA O PROCESSO 
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REFERÊNCIAS
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SEUS SINTOMAS E 
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CONTRIBUIÇÕES 
PARA O PROCESSO 
DE DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIAS
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DE DIAGNÓSTICO
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