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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE SÃO GONÇALO / RJ SILVIO CARIS, VIÚVO, aposentado, portador da identidade nº [...] e inscrito no CPF/MF sob o nº [...], residente e domiciliado em Rua X, nº y, Antonina, São Gonçalo, Rio de Janeiro / RJ, CEP [...], vem, à presença e Vossa Excelência, por meio de seu advogado que esta subscreve, com e-mail [...], escritório profissional localizado em [...], ajuizar AÇÃO DE ALIMENTOS INVERSOS Em face de RODOLFO, tenente-coronel do Exército, divorciado, residente e domiciliado em [...], Niterói, Rio de Janeiro / RJ, pelos motivos que passa a expor. 1. DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA Requer o autor, a concessão dos benefícios da justiça gratuita, com fulcro no art. 98 e seguintes do CPC e na Lei 1.060/50, em virtude de ser pessoa pobre na acepção jurídica da palavra e sem condições de arcar com os encargos decorrentes do processo, sem prejuízos de seus próprios sustentos, conforme declaração em anexo. 2. DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO POR IDADE Requer a prioridade no trâmite processual, constando-se tal benefício na capa dos autos. Conforme documentos pessoais do Autor anexados à Inicial, este conta hoje com 75 anos de idade, fazendo, por isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109499/lei-de-assistência-judiciária-lei-1060-50 http://alessandrastrazzi.adv.br/ http://alessandrastrazzi.adv.br/ 3. DA REALIZAÇÃO PRÉVIA DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO Com fulcro no artigo 319, VII, do Código de Processo Civil, é requerida a realização prévia de audiência de conciliação, em data a ser designada por Vossa Excelência, com a finalidade de celeridade processual, assim como uma resolução pacífica entre as partes. 4. DOS FATOS E DO DIREITO Trata-se de ação que busca resguardar a dignidade e subsistência do autor, que é pai do réu e também de Roberto e Rita, e não detêm condições de se manter com a sua atual fonte de renda, vez que é aposentado, hoje com 75 anos. Após a procura aos filhos na intenção de saber se os mesmos poderiam lhe ajudar no pagamento de uma empregada, para sua surpresa, os mesmos lhe propuseram vender a casa em que mora, com o depósito do valor da venda em uma caderneta de poupança, e por fim, sua internação imediata em uma casa de idosos localizada no bairro do Ingá, Niterói. O artigo 37 caput e §1º, do Estatuto do Idoso, traz em seu texto o oposto ao que os filhos do autor desejam em relação a internação em casa de idosos. A saber: Art. 37. O idoso tem direito a moradia digna, no seio da família natural ou substituta, ou desacompanhado de seus familiares, quando assim o desejar, ou, ainda, em instituição pública ou privada. § 1 o A assistência integral na modalidade de entidade de longa permanência será prestada quando verificada inexistência de grupo familiar, casa-lar, abandono ou carência de recursos financeiros próprios ou da família. A fixação de alimentos é medida urgente e indispensável à garantia de condições mínimas de sobrevivência, razão pela qual busca a resolução por meio desta ação. 4.1. Das despesas e renda do idoso O autor percebe mensalmente a renda de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), no entanto, possui despesas mensais fixas de sua subsistência, a saber: Remédios: R$ 750,00. Água/luz e IPTU: R$ 300,00. Alimentação: R$ 900,00. Diarista: R$ 600,00. Fisioterapia: R$ 400,00. Já o réu possui rendimentos fixos, visto que é Tenente Coronel do Exército, com rendimento mensal de R$ 14.000,00, o que permite uma ajuda mínima, porém essencial ao autor. O que é amparado com previsão constitucional e na Lei 10.741/2003. A saber: Art.229 CRFB/88. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. Art.3 o Lei 10.741/03. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. Art.10 Lei 10.741/03. É obrigação do Estado e da sociedade, assegurar à pessoa idosa a liberdade, o respeito e a dignidade, como pessoa humana e sujeito de direitos civis, políticos, individuais e sociais, garantidos na Constituição e nas leis. 4.2. Dos alimentos A lei estabelece parâmetros a serem respeitados para que seja feita a prestação de alimentos, devendo sempre atender ao binômio necessidade/possibilidade, claramente presentes no caso desta exordial, conforme os fatos narrados. O direito a alimentos busca garantir a vida e assegurar a existência do alimentado que depende deste auxilio para sobreviver. 4.3. Dos alimentos devidos ao idoso O Código Civil em seu art. 1694 já estabelece a obrigação alimentar entre os parentes de forma recíproca. A lei n. 10741/2003, ao tratar especificamente do Estatuto do Idoso dispõe sobre a solidariedade na sua prestação em seu artigo 12: Art. 12. A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os prestadores. Desta forma, o autor optou por ingressar esta ação junto ao filho Rodolfo devido à proximidade de suas residências, tendo em vista que os demais filhos residem em outros estados, conforme documentos anexos. Sendo assim, se considerarmos a atual situação precária do autor que percebe uma renda mínima para seu sustento e para suas necessidades, e com a intenção da garantia de sua dignidade, requer a intervenção judicial. Considerando que o réu mantêm emprego que lhe garante a própria subsistência e também pode garantir a do autor, que seja determinado alimentos provisórios na porcentagem de na base de seus salários. 4.4. Dos alimentos provisórios Os alimentos provisórios fundamentam-se no art. 4 da lei 578/68, no caso em questão, a probabilidade do direito e o risco da demora restam perfeitamente caracterizado, respectivamente pela demonstração inequívoca do vínculo familiar e responsabilidade alimentar (art. 1694 C.C.) e, pela natureza alimentar da ação, indispensável a subsistência do autor. 5. DOS PEDIDOS Face ao exposto, requer: I. A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do art. 98 do Código de processo civil; II. Seja designada audiência de conciliação e não havendo êxito, seja designada audiência de instrução e julgamento para a oitiva das partes e testemunhas; III. Seja deferido o pedido de prioridade de tramitação em virtude de idade, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71 do Estatuto do Idoso; IV. O arbitramento de alimentos provisórios, em R$ 2.800,00, equivalente a 20% do salário-base do Réu, a ser depositada na conta; V. A citação do réu para responder a presente ação; VI. A manifestação do Ministério Público para que atue nos autos; VII. O deferimento da ação para fins de que sejam fixados alimentos, equivalente a 20% do salário base dos réus, a ser depositado em conta corrente do autor mensalmente; VIII. Da produção de todas as provas admitias em direito, inclusive por meio testemunhal; IX. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios conforme previsão do artigo 85, §2° do CPC; Dá-se valor à causa de R$ 33.600,00. Nestes termos, Pede deferimento. São Gonçalo, de de 2020. Assinatura do Advogado OAB/UF
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