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Aspectos Metodológicos em Estudos Ecológicos

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Júlia Figueirêdo – HABILIDADES GERAIS VI 
METODOLOGIA DO ESTUDO ECOLÓGICO E DE 
SÉRIES TEMPORAIS: 
A determinação do tipo de estudo a ser 
realizado será fruto do cruzamento entre 
duas informações básicas: 
 Tipo operativo (agregado ou 
individuado); 
 Posição do investigador (observacional 
ou intervencionista); 
 Referência temporal (longitudinal ou 
transversal). 
 
 
 
 
Destacam-se como os estudos mais usuais 
em epidemiologia o estudo ecológico e a 
série temporal. 
 
Aspectos operativos, investigativos e temporais dos 
principais estudos epidemiológicos 
No contexto metodológico, é necessário 
que esses tipos de pesquisa contem com 
uma série de identificações, como: 
 Tipo do estudo; 
 Sistema de informação de referência 
(ex.: SINAN, SIH); 
 Bases consultadas (ex.: tabnet, tabwin); 
 Variável de exposição; 
 Desfecho (primário e secundário); 
 Covariáveis; 
 Data de coleta (garantir a localização 
dos dados); 
 Unidade amostral (delimitação 
geográfica); 
 Covariáveis (ex.: etnia, renda); 
 Métodos de análise e sistematização 
(processos, cálculos e programas). 
ESTUDOS ECOLÓGICOS: 
Os estudos ecológicos utilizam variáveis 
globais aplicadas a uma área ecológica 
específica, sendo feitas correlações entre 
condições de vida e indicadores de 
situação de saúde. 
A partir dessa análise, são formadas médias 
que representam a região de estudo como 
um agregado integral. 
A variável dependente, de interesse 
principal, é o desfecho avaliado, 
normalmente uma doença. Podem também 
ser selecionadas covariáveis para auxiliar a 
avaliar desfechos secundários. 
O estudo ecológico exploratório não 
apresenta, de forma inicial, variáveis de 
exploração clara associadas ao desfecho 
em análise. Trabalhos analíticos, por sua 
vez, visam identificar a magnitude da 
relação entre exposição e desfecho. 
A arquitetura metodológica desse tipo de 
pesquisa permite classifica-lo em: 
 Desenho de múltiplos grupos: usa de 
vários agregados para realizar uma 
análise (ex.: comparação de um 
desfecho dentre as capitais do Brasil); 
 Séries temporais: têm como alvo as 
características de tempo (ex.: aumento 
de um agravo ao longo do tempo). 
É possível misturar ambos os 
desenhos acima (ex.: comparação de 
um desfecho dentre as capitais do 
Brasil num determinado espaço de 
tempo). 
SÉRIES TEMPORAIS: 
Os estudos de tendências (ou séries 
temporais) são pesquisas nas quais uma 
Estudos transversais avaliam a exposição e 
o desfecho no mesmo momento, ao passo 
que análises longitudinais avaliam cada um 
desses componentes em momentos 
distintos 
Júlia Figueirêdo – HABILIDADES GERAIS VI 
mesma localidade ou população são 
avaliadas em momentos distintos. 
Nessa organização, considerada uma 
subdivisão dos estudos ecológicos, cada 
unidade de tempo é considerada uma 
faixa ecológica completa. 
Seus testes estatísticos são mais simples, 
abrangendo o teste T pareado (em 
amostras de distribuição normal) e o 
Wilcoxon Sign-Rank (para grupos não 
paramétricos). 
PRINCIPAIS ERROS NA ORGANIZAÇÃO DE ESTUDOS 
ECOLÓGICOS: 
Diversos pontos podem afetar a execução de 
um estudo ecológico, presentes em todas as 
etapas metodológicas. Destacam-se: 
 Definição imprecisa da unidade 
amostral, do desfecho ou das 
variáveis/covariáveis; 
 Uso de medidas não sumarizadas: as 
frequências utilizadas devem ser 
relativas, baseadas em indicadores, 
refletindo as características do agregado 
amostral; 
Ex.: taxa de mortalidade, razão de 
prevalência. 
 Falácia ecológica (ou efeito agregado): 
corresponde a uma interpretação com 
inferências individuais acerca de dados 
associados a um grupo. 
Ex.: países europeus consomem mais 
chocolate. Há mais prêmios Nobel em 
países europeus. Logo, o maior 
consumo de chocolate está 
relacionado ao ganho de prémios 
Nobel. 
 Realização de inferências causais: a 
análise dos resultados só permite a 
criação de hipóteses e a interpretação 
destas no contexto do agregado; 
 Medidas de associação simples em 
séries temporais: a estimativa de 
diferenças deve ser feita a nível 
percentual; 
 Proposição de medidas em saúde 
pública como produto da pesquisa.

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